AUXÍLIO ESPIRITUAL AOS FALECIDOS
MEMÓRIA DOS QUE NOS PRECEDERAM
Para que orar, celebrar Santas Missas,
realizar atos de caridade, alcançar indulgências em favor dos nossos falecidos?
Faz sentido? Eles são realmente beneficiados? Ora, os que vão para o Céu já
estão na plena felicidade, e os que vão para o inferno já não há o que fazer
por eles, pois o inferno é eterno, como é o Céu. Então, para que orar pelos mortos?
Baseada na Sagrada Escritura,
iluminada pelo Espírito Santo e pela reflexão teológica, a Igreja – desde os
primórdios – tem a certeza da existência do purgatório, ou seja, de um período
de purificação para aqueles que morreram na amizade de Deus (em estado de
graça), mas que levam consigo “impurezas, imperfeições” que precisam ser
“purificadas”, para poderem entrar no céu.
Purificar de quê? 1.Dos pecados
veniais não perdoados antes da morte. 2. Das seqüelas que permaneceram na
pessoa, por causa dos pecados mortais perdoados em vida, ou de todos os outros
pecados veniais perdoados. “Todo pecado,
mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas, que exige
purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no purgatório” (CIC
n.1472). Um exemplo: alguém pratica adultério ou ou relações sexuais entre
solteiros. Arrepende-se e confessa sinceramente seus pecados. A culpa é
perdoada, mas permanece a experiência erótica que muitas vezes grita para fazer
voltar ao prazer. Essa seqüela precisa ser “purificada”, ou antes da morte ou
no purgatório. Outros levam consigo, na morte, ressentimentos, mágoas, sentimentos
de vingança; outros, apegos fortes a bens materiais; outros, tropeços na fé
causados pelo busca de soluções de problemas em falsas religiões; outros por
más ações ou intenções no exercício de sua profissão etc. Todas as seqüelas
“sujas” dos pecados, mesmo perdoados, precisam ser “purgadas”, para se poder entrar
na visão beatífica.
Os
falecidos que estão no purgatório sofrem. A tradição da Igreja descreve,
desenha e pinta o purgatório como “um lugar cheio de chamas de fogo
purificador”. É evidente que se trata apenas de “dar uma idéia material,
visual” daquele sofrimento. O sofrimento purificador é causado principalmente
pelo fato de a pessoa estar ali pertinho de Deus e do Céu, e ainda não poder
entrar “por própria culpa”, por causa de seus pecados. O desejo de estar com
Deus, com os Anjos e os Santos é tão profundo, tão intenso, que a espera e a
demora causam “sofrimentos”, como um “fogo” na alma.
Após o que foi escrito acima, fica
muito fácil compreender o significado e a importância de socorrer
espiritualmente os falecidos que se encontram na purificação. Todo sufrágio que
realizarmos pelos falecidos tem como objetivo alcançar-lhes o perdão divino e a
purificação plena, a fim de que o mais depressa possam sair do sofrimento e
entrar na glória dos Céus.
O objetivo de “tirarmos do
sofrimento” e de “levarmos para o Céu” o mais depressa possível os nossos entes
queridos falecidos, deveria induzir-nos a realizar de imediato o maior número
possível daqueles auxílios espirituais mais perfeitos e apropriados, a eles aplicáveis.
Por que deixá-los sofrer, se podemos levá-los para a felicidade do Céu? Por que
deixá-los esperar no sofrimento, talvez por muito tempo, se podemos socorrê-los
rapidamente?
Os socorros mais indicados são: 1º A
celebração da Santa Missa oferecida pelos que partiram. 2º Todas as orações
dirigidas a Deus em sufrágio dos que partiram. 3º Obras de generosidade e
caridade realizadas e oferecidas a Deus, em favor dos falecidos. 4º As indulgências
aplicáveis aos falecidos, como aquelas dos dias de finados.
A
melhor de todas, a mais apreciada por Deus, a que maior poder possui para
purificar os falecidos é a Santa Missa oferecida por eles. Isso porque na Santa
Missa se torna realmente presente o “Santo Sacrifício de Jesus, oferecido na
cruz”. Oferecer uma Santa Missa por um falecido é como “fazer uma troca” com
Deus Pai. Nós lhe entregamos o Corpo sacrificado e o Sangue derramado, com todo
o amor com que Jesus se imolou, para que “em troca”, o Pai perdoe e purifique o
falecido, e o leve para o Céu. Quem compreende
o que está dito acima, vai “superar a tradição” de apenas oferecer missas de
7º, 30º e de aniversário de morte. Por que não oferecer Santas Missas no 1º, no
2º, no 3º, no 4º dia, todos os dias, por muitas semanas e até meses seguidos?
Se, por nossa falta de fé e de piedade, não conseguirmos tirar da purificação
nosso ente querido na missa de 7º dia, vamos deixá-lo sofrer e esperar nosso
socorro até a Missa de 30º dia? Ou até a
Missa de um ano depois de sua morte? Deu para compreender?...
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