NOSSA SENHORA DO CARMO
Nossa Senhora do
Carmo
Muitos nomes, muitos títulos, muitas
imagens e quadros diferentes, muitas medalhas e muitas devoções para uma só
mulher: Maria de Nazaré, a Virgem Mãe de Jesus Cristo, nosso Salvador e Mestre.
Nossa Senhora Aparecida, Nossa
Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa
Senhora do Carmo, Rainha da Paz, Imaculada Conceição, Nossa Senhora da Glória,
Nossa Senhora da medalha milagrosa, e centenas de outros títulos e nomes dados
à Virgem Maria, filha predileta do Pai, mãe carinhosa do Filho, esposa mística e
fecunda do Espírito Santo, mãe da Igreja, nossa dileta mãe celeste, e rainha de
nossos corações.
Trazemos, ao caro leitor,
considerações e louvores à Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora do Carmo.
O monte Carmelo
O termo ‘Carmo’ originou-se do nome de um pequeno
monte situado ao norte de Israel, chamado monte Carmelo. Este monte aparece na
Bíblia, no A.T., de modo particular ligado ao profeta Elias, que ali habitou
por algum tempo e onde desempenhou sua missão profética.
No século XII, um homem da Calábria,
de nome Bertoldo, retirou-se com alguns companheiros para esse monte, onde se
estabeleceu e consolidou na vida monástica um grupo de monges. Eles cultivavam e difundiam uma especial devoção a
Nossa Senhora. Por habitarem ali, os monges receberam o nome de ‘Carmelitas”, e
a Virgem Maria passou a receber ali o título de Nossa Senhora do monte Carmelo,
ou Nossa Senhora do Carmo.
Em 1209, uma regra monástica muito
rigorosa a ser vivida por esses monges carmelitas foi aprovada por Dom Alberto,
patriarca de Jerusalém,. Mais tarde, essa regra de vida foi aprovada pelo Papa
Honório III. Eis ali a origem das ordens dos e das carmelitas.
O escapulário
Simão Stock levava uma vida de
eremita já há vinte anos. Ao conhecer o rigor da regra e a espiritualidade
carmelita, entrou nessa ordem, e avantajou-se entre os irmãos, chegando a ser
eleito superior geral, em 1245.
Devotíssimo da Virgem e zeloso pela
salvação e santificação dos seus co-irmãos monges, solicitava com insistência
que Maria lhes alcançasse de Jesus graças especiais. Certo dia, Ela lhe
apareceu, portando em seus braços um hábito religioso, entregando-o e
dizendo-lhe: “Meu dileto filho, eis o
escapulário, que será o distintivo de minha Ordem. Aceita-o como um penhor de
privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo.
Aquele que morrer vestido deste escapulário, estará livre do fogo do
inferno". O desejo de Sião foi realizado sobremodo.
O nome ‘escapulário’ foi dado àquele
hábito religioso da ordem do Carmo pela própria Virgem Santa. Esse nome aliás,
é tirado da palavra latina ‘scápula’, que se traduz por ‘ombro’. De fato, o hábito
religioso é sustentado pelos ombros e desce para cobrir todo o corpo. Donde o nome
escapulário.
Essa veste deve simbolizar, sempre,
uma profunda devoção e confiança em Nossa Senhora por parte da pessoa que o usa.
Assim como o escapulário original – o hábito - envolve todo o corpo da pessoa,
assim a proteção e a intercessão de Maria envolvem todo o ser do devoto.
De acordo com as palavras de Nossa
Senhora a Simão Stock, lidas acima, o escapulário se restringia à ordem
carmelita. Com o correr de muitos anos, tanto o escapulário como peça de roupa
e objeto, como também as exigências espirituais para poder usá-lo, foram se
alterando. No início era um hábito completo de monge. Depois passou a ser uma
longa estola, larga como os ombros da pessoa, que caia para frente e para trás,
da altura da pessoa, e usada sobre o hábito religioso. Em nossos dias se
restringe a duas medalhas feitas de pano ou de metais, uma do Coração de Jesus
e outra de Nossa Senhora do Carmo, unidas por duas cordas ou correntes que
permitem que o Coração de Jesus fique sobre o peito da pessoa, e Nossa Senhora
sobre as costas. Aliás, até há escapulários feitos por uma única medalha, tendo
o Coração de Jesus de um lado e Nossa Senhora do Carmo no verso. Essas mudanças
não alteram substancialmente o escapulário. Elas se adaptaram aos tempos e aos
costumes dos povos.
Quanto às condições de uso do
escapulário, houve uma transição profunda. De inicio, segundo as palavras de
Nossa Senhora: “Meu dileto filho, eis o
escapulário, que será o distintivo de minha Ordem”, se destinada à ordem
dos carmelitas. Depois estendeu-se a uma espécie de “Irmandade Carmelitana”, à
qual passavam a pertencer os que solicitassem ingresso, assumissem uma devoção
especial a Maria, manifesta por determinados atos de piedade, recebessem o
escapulário das mãos de um bispo ou sacerdote que havia recebido autorização para
impô-lo, e tivessem seu nome oficialmente inscrito na irmandade, recebendo até,
algumas vezes, um diploma de ‘Irmão Associado’. Depois foi estendido a todos os
que, por devoção a Nossa Senhora do Carmo, e desejosos de viver sob sua proteção,
adquiram um escapulário, a ser abençoado por qualquer sacerdote, e usado como
um sacramental, sempre como forma de cultivar uma particular devoção a Maria,
para dela receber graças especiais.
Dois privilágios
Simão Stock pedia a Nossa Senhora
manifestações de graças especiais para todos os Carmelitas, tanto para a
perseverança e salvação eterna, quanto para a santificação dos membros da ordem.
Maria atendeu. “Meu dileto filho, eis o
escapulário, que será o distintivo de minha Ordem. Aceita-o como um penhor de
privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo.
Aquele que morrer vestido deste escapulário, estará livre do fogo do
inferno".
Primeiro privilégio: libertação da
condenação do inferno. O escapulário é “penhor
(que significa: garantia) de privilégio” alcançado
por Nossa Senhora do Carmo, e estendido, agora, a todos os que lhe são devotos
e portam o escapulário. A estes, a Virgem Mãe garante que estarão livres do
castigo do inferno.
Segundo privilégio: libertação do purgatório
no primeiro sábado após a morte do devoto.
Este
privilégio, baseado no sufrágio dos fiéis falecidos, garante que Nossa Senhora,
com sua força de intercessão junto à Trindade santa, e pelo méritos de seu
Filho, retirará do sofrimento do purgatório e levará para o céu já no primeiro
sábado após a morte, o seu devoto que porta o escapulário em vida.
Significado espiritual do
escapulário
É de suprema importância compreender
o significado espiritual do escapulário. Não pode ser visto ou usado como um
amuleto que produza efeitos mágicos. Nosso Deus não é um mago. Nem Nossa
Senhora do Carmo é uma pitonisa. Simão Stock é um exemplo para os devotos de
nossa senhora do Carmo.
O essencial dessa espiritualidade
do escapulário é uma profunda, esclarecida e perseverante devoção a nossa
Senhora, mãe de Jesus. A devoção à Virgem Mãe do Carmelo deve estar fundamentada
: 1º sobre uma fé consciente e profunda na pessoa de Jesus Cristo; 2º sobre uma
aceitação feliz e agradecida dos ensinamentos do Divino Mestre; 3º sobre o
viver uma vida cristã autêntica e com empenho de perfeição sempre maior; 4º
sobre uma participação ativa na comunidade da Igreja; 5º sobre um cultivo
constante do amor a Maria, por meio de atos de piedade mariana; e 6º sobre um
amor generoso para com todos os irmãos de caminhada.
O escapulário usado com piedade é
um meio de manter constantemente uma lembrança carinhosa de nossa Senhora, quer
sob o título de Nossa Senhora do Carmo, ou sob outro título apreciado pelo
devoto. Essa lembrança constante provocada pelo escapulário deve elevar, muitas
vezes, o coração do devoto até a Virgem Maria, que está no Céu, quer
homenageando-a com gestos de amor, com orações de louvor e gratidão, com preces
fervorosas, ou com clamores de filhos necessitados de socorro.
Essa amizade com Nossa Senhora,
cultivada carinhosa e criativamente por um devoto, crescerá progressivamente e
conduzirá esse filho mariano a querer viver uma vida cristã sempre mais exemplar.
Aliás, é esta a maior alegria que podemos dar a nossa Senhora: vivermos como apaixonados
discípulos de Jesus Cristo. O discípulo de Jesus põe Deus em primeiro lugar, em
sua vida, e põe o próximo como o irmão amado, para amá-lo como Jesus nos ama.
Eis aí o resumo da Bíblia: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como
Jesus nos ama. Essa vida de amor a Deus e ao próximo é o que mais agrada a Maria,
mãe de Jesus.
Os atos de culto a Nossa Senhora
do Carmo, lembrados pelo amor a Maria e pelo escapulário são todos aqueles
oferecidos ou aprovados pela Igreja e pela devoção mariana. O santo rosário, o
oficio de Nossa Senhora, a ladainha da Virgem Maria, todas as orações marianas
aprovadas pela autoridade da Igreja, as orações espontâneas criadas pelo amor
fervoroso do coração amante da Mãe celeste, jaculatórias marianas.
A freqüência e participação
fervorosas na Santa Missa e Santa Comunhão, a Confissão freqüente, os atos de
ascese cristã como: o jejum, as abstinências, as mortificações dos sentidos, as
penitências, as piedosas peregrinações em busca da graça divina, tudo isso é
muito agradável e desejado por Nossa Senhora do Carmo.
O que vale não é simplesmente
portar um escapulário, mas sim viver uma espiritualidade cristã e mariana, inspirada
nele.
Nossa Senhora do Carmo, Rogai por
nós!
1 Comentários:
Excelente
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