AS VIRTUDES
A VIRTUDE DA
HUMILDADE
O nome “humildade” vem da língua Latina
"humus" que significa “terra fértil”. A terra fértil acolhe as
sementes, lhes comunica a energia para desabrochar, crescer, tornar-se arbusto
e produzir frutos abundantes. A humildade, portanto, é um terreno fértil para
produzir todas as demais virtudes humanas e cristãs. Esse terreno fértil é o
“coração humilde”, ou seja, o interior do ser humano humilde.
A Humildade é a virtude que nos revela
a realidade exata da nossos dons, nossas qualidades, nossas virtudes, nossas
possibilidades, e ao mesmo tempo nos revela nossas fraquezas, nossa modéstia,
nossa pobreza interior, nossas limitações e até nossos vícios e nossas tendências
negativas. A humildade, portanto, nos dá uma radiografia exata de nossa pessoa
e personalidade.
A humildade tem como fundamento
necessário a verdade. 1º A verdade sobre nós mesmos, 2º a verdade sobre nós
diante de Deus e 3ºa verdade sobre nós diante dos outros seres humano.
1º Em relação a Deus, pela
humilde a pessoa reconhece a grandeza de Deus, seus direitos sobre nossa pessoa, pois fomos
criados à sua imagem e semelhança, dEle recebemos o dom da vida e todos os dons
naturais e sobrenaturais. Por isso a humildade nos torna agradecidos para com
Deus, abertos às suas orientações e vontades, acolhedores de suas graças.
Nisto, a humildade é porta aberta para a santidade. A humildade é um
terreno fértil da santidade.
2º Em relação a si
mesmo, a pessoa humilde reconhece a verdade sobre a sua própria pessoa.
Reconhece seus dons, suas qualidades, suas virtudes, suas possibilidades de
agir bem. Sabe que tudo lhe foi doado, por isso não se vangloria, não se
orgulha, não se envaidece. Pela humildade a pessoa reconhece também suas
fraquezas, suas limitações, suas tendências negativas, até seus vícios e
pecados. Não se entristece, não cria inferioridade. Procura, isto sim, na
humildade, superar as fraquezas, vencer as tendências negativas e os pecados.
3º Em relação ao próximo, a pessoa humildade
reconhece e valoriza seus dons, suas qualidades, suas virtudes, suas boas
ações, e sabe apreciar, elogiar e promover o outro. Mas sabe também conhecer as
fraquezas, as limitações, as tendências negativas do outro, mas jamais critica,
difama, humilha, acusa ou condena. Nisto, a humildade é muito misericordiosa e
bondosa. A experiência das próprias fraquezas leva a ter misericórdia diante
das fraquezas do outro. A pessoa humilde, sabe que os outros têm muito a lhe ensinar, e
não desperdiça a graça de aprender, e de amadurecer significativamente em tudo
o que faz. Quem é humilde reconhece o que tem de bom no outro, cresce com ele,
valoriza-o e lhe dá a oportunidade de também ser bom. Ser humilde é saber ir até o ponto de não interferir nos outros, ser
humilde é não intrometer na vida dos outros.
A verdadeira humildade é aquela pela
qual o homem tem consciência e possui uma convicção do que ele é, da sua
capacidade, da sua força ou da sua fraqueza, compreende a sua inferioridade,
reconhece seus limites, mas não sofre. Por isso, se esforça e trabalha para ser
melhor e procura constantemente seu aperfeiçoamento físico, moral e espiritual.
A humildade
é sabedoria, é ser gente com os outros, é deixar-se ajudar pelos outros, é
saber respeitar os demais, é dar espaço para amar e ser amado, para encontrar e
ser encontrado. Se diz que a humildade é uma virtude humilde.
Ela torna discretas as outras virtudes, e despercebidas de si mesmas.
Ela torna discretas as outras virtudes, e despercebidas de si mesmas.
A humildade não é depreciação de si
mesmo, não é ignorância com relação ao que somos, mas ao contrário, se tem
conhecimento exato do que não somos, mas também daquilo que temos de bom. A
força desta virtude está na alma e não precisamos ser santos para ter humildade.
Esta consciência daquilo que somos,
tanto de bom como de limitações, se adquire lentamente pelo trabalho interior,
ou pode ser provocada pelo reconhecimento da existência de alguém superior a
nós mesmos, por reconhecer a grandeza de Deus, o Ser Supremo, as suas forças universais
com as leis que as regem. Diante dessa compreensão e reconhecimento interiores nasce
a humildade, como reverência à grandeza do Criador.
A humildade é uma
virtude que atua sem ilusão, sendo guiada pela razão. Por isso, um bom
conhecimento teórico da humildade favorece o aprofundamento nesta virtude. A
humildade produz no interior do homem: alegria, paz e serenidade. A verdadeira
humildade sempre está acompanhada de outras virtudes: caridade, misericórdia,
amor, verdade e compaixão.
Entretanto, a virtude da humildade como
maturidade de ser e de existir, tem um valor e um sentido transformador e
dignificante para a vida humana. Humilde é a pessoa que tem a capacidade para
se relacionar sadiamente consigo, com os outros, com os bens da criação e com o
Criador.
Humildade é
a virtude de alguém que tem consciência do que é: de suas virtudes, habilidades
e qualidades, mas igualmente de seus limites e fraquezas. Humilde é a pessoa
aberta para a vida, para a transformação, para a mudança, para o crescimento,
para o acolhimento dos valores e da ajuda de Deus e dos outros. Uma pessoa
humilde sabe que não é dona da verdade. Ela está sempre aberta à mudança e ao
crescimento. Reconhece e aceita que todos têm algo a ensinar. Não exclui
ninguém. Busca conviver com todos tendo um espírito de disponibilidade para colaborar,
como tem maturidade para aceitar a ajuda de qualquer pessoa independente de sua
posição social, cultural, ou religiosa. É alguém grato à vida.
Na verdade, a virtude da
humildade nos leva ao verdadeiro auto conhecimento,
com nossas virtudes e limites. Nos leva também a reconhecer e aceitar o valor
de cada pessoa e de sua importância no convívio social. A humildade, como
virtude, é indispensável para que o próprio amor aconteça. Sem humildade não há
verdadeiro amor, pois sabemos que o amor exige e supõe a comunhão, a partilha e
a parceria de vida, isto é, o espírito de vida em equipe, a busca da justiça do
social, a abertura de vida para o acolhimento e da entre ajuda.
Portanto, a
pessoa humilde apresenta normalmente estas características: Admite que não é
dona absoluta da verdade. Sabe acolher e respeitar a pessoa do outro. Está
sempre aberta para aprender e mudar. Ajuda e se deixa ajudar. Ama e se deixa
amar. Tem boa convivência social. Não nega suas habilidades e qualidades, como
igualmente seus limites e fraquezas. É alguém amadurecido no seu ser, existir e
conviver. Sabe antes de tudo reconhecer os valores do que os defeitos de cada
pessoa com a qual convive. É por natureza serviçal. Particularmente é alguém
agradecido por tudo o que recebeu e recebe de Deus, da vida e de todos. Alguém
integrado consigo.
A pessoa verdadeiramente humilde não se considera
superior, nem inferior a ninguém, pois vê em todos um universo de inteligência
e de beleza. Por isso, o humilde não discrimina, nem maltrata qualquer pessoa.
Para ele, ricos e pobres, inteligentes e obtusos, bons e maus são, antes de
tudo, filhos de Deus.
Uma
pessoa verdadeiramente humilde não se orgulha de seus bens, de sua riqueza, de
seu patrimônio intelectual ou de sua boa aparência. E age assim porque sabe que
tudo é passageiro na vida terrena. Um homem assim é sábio e, certamente, vive
tranqüilo.
A
pessoa humilde é o mesmo em todas as ocasiões. Se está em situação
desfavorável, conserva-se tranqüilo e não se sente inferiorizado, pois conhece
suas potencialidades.
Se
vive em condições confortáveis, busca vivenciar a solidariedade, a alegria, o
bom humor e a tolerância. É assim que se constrói um futuro de alegria e
realização.
Jesus
Cristo nos deixou lições e exemplos de humildade. Ao lavar os pés de seus
discípulos quis revelar a grandeza da humildade que sabe servir até nas
atitudes mais humildes. Ele também disse: “Aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração”. Em outra oportunidade falou: “Quem se orgulha será
humilhado e quem se humilha será exaltado”.
1 Comentários:
Excelente
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial