30 de julho de 2014

AS  BEM-AVENTURANÇAS
            Um dos textos mais ricos do Evangelho de São Mateus é o das bem-aventuranças. Por ele, Jesus traça o perfil do ser humano ideal para o Novo Reino de Deus, a fim de que ele encontre a verdadeira felicidade, a verdadeira bem-aventurança do coração, que tanto almeja.
O Evangelho de São Mateus apresenta o tema do Sermão da Montanha, e nele as Bem-Aventuranças. O Sermão da Montanha é um texto muito conhecido dos católicos e dos cristãos (Mt. Caps 5.6.7.) É o Projeto do Novo Reino que entra em questão. Mateus apresenta no seu Evangelho o Sermão da Montanha baseado em 5 discursos de Jesus. Mateus deseja mostrar Jesus como o novo Moisés, que na montanha promulga a nova lei,  as bem- aventuranças.
O primeiro discurso trata das  oito Bem-Aventuranças . Faremos  um comentário sobre cada Bem-Aventurança apresentada pelo nosso evangelista Mateus. É bom ter presente que a primeira bem-aventurança está em sintonia com a oitava, porque uma abre e a outra praticamente fecha o tema. As outras – da segunda à sétima – são uma explicação dessas duas.
Bem-aventurado é sinônimo de feliz, e bem-aventurança é sinônimo de felicidade. Bem-aventurada é aquela pessoa que goza da verdadeira felicidade por crer em Deus, relacionar-se com Ele, adorá-Lo, glorificá-Lo, confiar nEle e viver segundo os seus mandamentos. É uma felicidade parecida com aquela vivida junto de Deus nos céus. Todos os que estão no Céu são bem-aventurados, porque gozam da felicidade perfeita e imperdível.
  
Bem-aventurados os pobres em espírito, 
porque deles é o Reino dos Céus (v.3).
Pobre de espírito é toda pessoa desapegada, desprendida dos bens materiais, que tem uma hierarquia correta de valores, segundo o Evangelho de Jesus, usando dos bens materiais apenas como meios necessários para uma sobrevivência digna, bem como para realizar obras de caridade. Existem ricos de bens que são pobres de espírito, porque são desapegados. Existem pobres de bens materiais que são ricos porque são gananciosos, invejosos dos bens alheios e apegados ao nada que possuem.
Frequentemente tentou-se atenuar a força dessa expressão, como se os pobres em espírito fossem pessoas “humildes”, independentemente de sua condição social. A palavra pobre recorda os ‘anawim’ do Antigo Testamento e da época de Jesus: são os que depositaram sua confiança em Deus, enquanto última instância, porque a sociedade lhes negava justiça.
 “O pobre é a pessoa honrada, piedosa, espiritualizada, justa, praticante da justiça, ajustada diante de Deus, aberta a Deus e por isso feliz”. O reino do céu é deles porque, vivendo assim, eles possuem a Deus, o qual preenche todos os anseios de felicidade do coração humano.
 Mas, por outro lado, o mundo diz: "felizes os que têm dinheiro e sabem usá-lo para comprar influências, comodidade, poder, segurança e bem-estar". Onde está a verdadeira felicidade? Quem é, realmente, feliz? Jesus afirma que felizes, bem-aventurados são aqueles que são pobres de espírito, porque seus corações repousam em Deus, que é capaz de preencher todo desejo de felicidade do coração humano..
Na verdade, todo ser humano tem, em sua natureza, uma tendência a se apropriar de bens materiais, a possuir sempre mais, a buscar os bens, custe o que custar, usando até de meios ilícitos para possuí-los. Esta é uma das três grandes tentações encravadas no coração do ser humano: a tentação de se apropriar dos bens materiais. As outras duas são: a tentação do poder e a tentação do prazer.
Conhecedor dessas tentações, o demônio tentou Jesus por esses três lados. Jesus saiu vencedor, e sua vitória é também daqueles que nele crêem e seguem sua palavra e sua Igreja.
No mundo atual, em todos os países, desde os mais ricos até os mais empobrecidos, a luta pela posse de bens tem gerado uma política toda voltada para os interesses pessoais, e os interesses de grupos que praticam uma forma de política que privilegia os corruptos, corruptores e corrompidos.
Porque não são os bens materiais que podem satisfazer planamente o coração humano, os possuidores de muitos bens materiais tentam preencher o seu vazio interior buscando sempre mais possuir.
Jesus, que conhece o coração humano, e que sabe o que pode preenchê-lo, vem com sua sabedoria e afirma: “Felizes os pobres em espírito, os pobres de coração porque deles é o reino dos céus”. Por seu desapego dos bens materiais, os pobres em espírito colocam os anseios de seus coração em Deus, para o qual foram criados, e o qual pode preencher plenamente todo anseio de felicidade.




1 Comentários:

Anonymous yanese disse...

Só Deus preenche totalmente o coração do homem, ou seja o coração humano.

31 de julho de 2014 às 17:10  

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