A Mãe do Rei
Ao ser interrogado, quando estava sendo acusado e julgado, o
governador Pôncio Pilatos perguntou a Jesus: “Tu és rei?” Jesus respondeu:
“Sim, eu sou rei! Para dar testemunho da verdade é que nasci e vim a este
mundo... Mas o meu reino não é deste mundo...” (Cf. Jo18, 36-37) Jesus é Rei.
O
termo “rei” vem da língua latina, da palavra “rex”. Esta dá origem ao verbo
“régere”, que se traduz por “reger, reinar, dirigir, orientar, dar a direção
correta”. Portanto, rei deve ser aquele que tem “autoridade e poder” para
dirigir, direcionar, orientar, dar a direção correta a todas as pessoas e a
todas as coisas, para o bem de todos os seus súditos. É uma traição ao próprio
nome, e mais ainda à sua missão, um rei usar de sua autoridade e poder para seu
próprio bem, para privilegiar sua família e seus bem quistos, em detrimento da
maioria de seus súditos.
Entendemos
o reinado de Jesus a partir da origem e do significado da palavra “rei”. Jesus
é rei, pois veio ao mundo e nasceu para orientar, dirigir, direcionar, dar a
direção correta à vida da humanidade e a de cada ser humano. A humanidade
estava transviada de Deus e, por isto, de seu verdadeiro destino. O ser humano
caminhava pelos desvios de uma vida sem Deus, sem destino correto, sem rumo,
pelas vias do paganismo, da idolatria e de toda sorte de mentira existencial e de
vivência do mal. Jesus veio para direcionar e orientar a humanidade e o próprio
ser humano, personalizadamente, para o Deus verdadeiro, para os caminhos de
Deus, para a verdade revelada por Deus, para a fraternidade, a vida de amor, a
convivência solidária fraterna, enfim, para o seu destino correto, para a qual
havia sido criada.
A missão Jesus Cristo como rei, isto é, a missão de
orientar, de dar a direção correta à vida humana e a todas as coisas, está
sendo cumprida desde o seu nascimento, em todos os corações, em todos os lares
e lugares onde Ele é conhecido, aceito e obedecido. Muitos milhões,
talvez bilhões de pessoas regidas por Jesus já atingiram seu destino: estão no
céu. E muitos milhões vivem hoje esta realidade do reino de Jesus, pois se
deixam orientar por Ele em suas vidas pessoais, familiares e sociais.
Jesus Cristo Rei teve e tem uma colaboradora extraordinária
na missão de reger a humanidade: Maria, sua mãe. Ninguém jamais deixou-se
dirigir, orientar e reger tão radical e perfeitamente pela verdade
divina, e para o destino supremo, como ela. Ao mesmo tempo, ninguém pôde
colaborar com a missão do seu filho, Jesus Cristo Rei, como ela. Aliás, ela
prossegue firmemente nessa missão desde sua Assunção, e continuará até que haja
um ser humano para salvar. Por isto ela pode com justiça receber o
nome de “Rainha”.
Maria,
a mãe do Rei, merece o título de rainha exatamente porque sempre colaborou e
colabora, quer com sua missão materna, quer com o exemplo de sua vida, quer com
suas palavras, quer também por sua incessante intercessão junto à Santíssima
Trindade, em favor de seus filhos peregrinos, a fim de que sejam fiéis ao rei
Jesus e vivam como filhos de Deus.
O
que a Mãe Rainha mais deseja de seus filhos é que orientem firmemente suas
vidas segundo os ensinamentos, os conselhos e os mandamentos de seu filho,
Jesus Cristo Rei. Aliás, afirma-se que “mãe de rei é rainha”. No entanto, nas
rainhas humanas dos reinos deste mundo, muitas renegaram e traíram sua missão,
em nada colaborando para “dirigir todas as pessoas e todas coisas para o bem de
todos os súditos”. Tiveram ou tem o nome de rainhas, mas não o são de verdade.
Maria
é rainha “de fato”, pelo cumprimento de sua missão já realizada, e ainda em
realização no mundo, em unidade com Jesus Cristo Rei. A festa de Nossa Senhora
Rainha ocorre no dia 22 de agosto. E a oração à Mãe Rainha, o leitor muito bem
conhece, e por certo a tem rezado muitas vezes, desde criança: “Salve,
Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa,
salve!...”
1 Comentários:
Excelente
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