OS SANTOS REIS
Tendo Jesus nascido em Belém de
Judá, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram: “Onde está o
rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.
(...) E eis que a estrela que tinham visto no oriente os foi precedendo até
chegar sobre o lugar onde estava o Menino, e ali parou. A aparição daquela
estrela os encheu de profunda alegria. Entrando
na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele
o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros ofereceram-lhe como presentes: ouro,
incenso e mirra. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para
sua terra, por outro caminho. (Mt 2, 1-2. 9b-12)
Natal! O Salvador, Jesus Cristo,
enviado pelo Pai para salvar a humanidade, nasce da Virgem Maria, em Belém.
Este acontecimento divide a história da humanidade entre “antes” e “depois” de
Cristo, ou seja, entre antes e depois do Natal de Jesus. Eis aí a importância
daquele que nasceu e é sempre de novo celebrado nas festas do santo Natal.
Para que Jesus, o Salvador, possa
realizar sua missão salvadora no coração de cada indivíduo, é preciso que Ele
seja conhecido, aceito, adorado, obedecido e seguido. Para que as pessoas O
conheçam, é preciso que Jesus seja anunciado e testemunhado, sempre de novo.
A festa dos Santos Reis é chamada de
“Epifania”, que se traduz por “manifestação”. É a manifestação, a apresentação
de Jesus aos povos todos da terra, representados pelos três Reis Magos.
A solenidade dos Santos Reis não tem
como finalidade apenas recordar e celebrar esse acontecimento interessante, mas
sim anunciar novamente Aquele que veio, apresentar e fazer a “epifania” de
Jesus Cristo vivo, como Salvador e Senhor, às crianças, aos adolescentes,
jovens, adultos e idosos, de todas as raças e línguas do planeta.
Principalmente, àqueles que ainda não conhecem ou não aceitaram Jesus como seu
Salvador pessoal.
Epifania é festa de evangelização.
Epifania é festa que “envia” a evangelizar, a “fazer Jesus acontecer” na vida das pessoas. Sem essa dimensão
anunciadora, essa festa será como névoa que passa...
Ser
Estrela de Belém
Deus Pai usou a estrela de Belém
para fazer a “epifania” de Jesus aos Reis Magos. A estrela que lhes apareceu e
a inspiração do Espírito Santo nos seus corações revelando-lhes o nascimento do
Salvador, os levou a realizar uma longa e até perigosa viagem à procura do
recém nascido Rei dos judeus. Deus Pai, pela estrela, os levou até onde estava
o menino. Diz o evangelho: “A aparição
daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, encontraram o
Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram”.
A maior de todas as bênçãos recebidas
pelos Santos Reis foi essa: “Encontraram
o Menino, com sua mãe”. Encontraram Jesus, o Salvador. Encontraram a
salvação. Por isso os Reis Magos são venerados, apreciados e imitados como
“Santos” Reis.
Somos chamados a ser “estrelas de
Belém”. Somos convocados e honrados com a missão de ser “estrelas de Belém”,
para levar as pessoas até Jesus ressuscitado, para provocar encontros profundos
entre as pessoas e Jesus, afim de que o conheçam, aceitem, adorem e obedeçam, e
com isso sejam salvos e santificados.
A maior e mais importante missão dos
pais é serem “estrelas de Belém” para seus filhos, genros, noras e netos,
levando-os a Jesus, convertendo-os a Jesus, fazendo-os discípulos de Jesus
vivo.
Os maridos são chamados a ser “estrelas
luminosas” para suas esposas, e estas para eles. Os filhos são chamados a ser “estrelas
brilhantes” para seus pais e irmãos. Os namorados são convocados a ser “estrelas
de Belém”, um para o outro. A maior prova de amizade é ser “estrela de Belém”
para os amigos. O Papa, os bispos, os padres, os religiosos consagrados e todos
os ministros de Igreja têm como missão maiúscula e essencial, ser “estrelas de
Belém” para todo o povo de Deus. Nada há de maior em nossa fé e vida cristã do
que “ser estrela” e “fazer Jesus salvador acontecer” na vida das pessoas.
As estrelas têm luz própria e
iluminam os astros que não a possuem. A estrela chamada sol tem luz própria e
ilumina a terra que não a tem. Todos nós, chamados a ser “estrelas de Belém”
para os nossos irmãos, precisamos ter luz própria, a fim de iluminar os que
“andam nas trevas”. Nossa luz é a fé esclarecida, profunda e evidenciada no
Deus vivo, em Jesus ressuscitado, nas verdades reveladas. Fé essa, confirmada
por uma vida honrada e santa, expressa por muitas boas obras. Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo! Brilhe vossa luz
diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai
que está nos céus”. A fé viva, esclarecida e professada, manifesta numa
vida santa e cheia de boas obras é a luz da “estrela de Belém” a que todos
somos chamados a ser, a fim de iluminar o coração dos nossos irmãos que ainda
vivem nas trevas do desconhecimento de Jesus Cristo.
Ofereceram-Lhe
presentes
“Abrindo seus tesouros
ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra”. Os três presentes
oferecidos pelos Reis Magos são profundamente proféticos e inspiradores. O ouro
é um metal precioso tradicionalmente oferecido aos reis. Ao oferecer o ouro, os
Magos reconhecem e proclamam a “realeza do Menino, Jesus Cristo Rei”. O incenso
é religiosamente usado como sinal do reconhecimento da divindade e simboliza a
adoração. Ao oferecer o presente do incenso, os Magos misteriosa, profética e
maravilhosamente reconhecem a divindade do Menino. Reconhecem, proclamam e
exaltam a divindade de Jesus Cristo, filho de Deus Pai, Deus como o Pai e o
Espírito Santo. A mirra é uma resina que, ressequida e pulverizada, era usada
como anestésico nas dores incômodas. Ao oferecerem a mirra, os Magos reconhecem
e profetizam que esse Menino é humano e irá ter sua cota de sofrimentos e dores.
Profetizam que Ele, um dia, sofreria todas as torturas da paixão e morte de
cruz.
Nesta festa da Epifania não podemos
deixar de oferecer esses mesmos presentes, com um simbolismo particular. O
“ouro” que podemos oferecer a Jesus é o nosso amor incondicional de discípulos
e amigos, amor manifesto por uma vida digna, honesta e santa, cheia de profunda
fé e culto ao Deus vivo, recheada de amor em forma de boas obras realizadas
pelos irmãos. O “incenso” que devemos oferecer é o nosso desejo e decisão de
prestar a Jesus Cristo nosso culto religioso, reconhecendo-o sempre mais
profundamente como nosso Deus e Senhor. Culto esse, manifesto de forma
permanente e perseverante na participação de todas as formas cultuais que se
realizam na Igreja, de forma especial, na celebração e recepção dos
sacramentos. A “mirra” que desejamos oferecer nesta Epifania é a oferta
humilde, mas paciente, conformada e assumida dos sofrimentos que a vida humana
e pessoal nos apresenta. Unimos nossos sofrimentos aos de Jesus Cristo, para
que sejam fonte de conversão e santificação para nós e para os nossos
familiares e irmãos de caminhada.
O ouro é o símbolo do amor, o
incenso é da adoração e a mirra é do sofrimento acolhido na paciência.
Percebamos que esses três presentes devem percorrer todo o curso de nossa vida.
O amor, a adoração e o sofrimento assumido devem ser expressões permanentes do
nosso relacionamento com Jesus ressuscitado. São os presentes que podemos
oferecer todos os dias, até o fim de nossos dias terrenos.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial