11 de outubro de 2009

RECEBER AMOR, PARA APRENDER A AMAR


Fazendo uma comparação teórica, em números, poderíamos dizer que, ao ser concebida e gerada, bem como até aos dois ou três anos, a criança tem 100% de necessidade de receber amor e 0% de dar amor. Aos seis, sete, oito anos, a criança tem 90% de necessidade de receber amor, e apenas 10% de necessidade de corresponder ao amor recebido. À altura dos catorze, quinze anos, o adolescente tem 70% de necessidade de receber amor, mas já possui 30% de necessidade de corresponder ao amor recebido. Poderíamos dizer que, lá pelos 22, 25 anos de idade, se o jovem recebeu muito amor, poderá ter chegado aos 50% de necessidade de receber e 50% de necessidade de dar amor. Aqui está a linha divisória entre a imaturidade e a maturidade do coração. É a passagem para a maior necessidade de dar amor, do que de recebê-lo. Quando a pessoa humana passa a sentir mais necessidade de amar do que de ser amada, ela chegou a entrar na maturidade afetiva. Maturidade esta que deve prosseguir pela vida afora, até chegar, talvez, a ter 90% de necessidade de dar amor, e apenas 10% de necessidade de recebê-lo.
É preciso esclarecer que a maturidade do coração não chega naturalmente com a idade. Ela acontece pela quantidade de amor recebido e oferecido ao longo da vida. Existem pessoas que nunca chegam à maturidade do amor, mesmo que cheguem aos 90 anos. Não amadurecem, porque não receberam bastante amor, nem na infância, nem na meninice, nem na adolescência, nem na juventude e nem no matrimônio.
Usando uma comparação, eu diria que a maturidade do coração se assemelha à alimentação do corpo. Por exemplo. Se uma criança é mal alimentada desde os primeiros meses, e a má alimentação prossegue nos primeiros anos, na adolescência e na juventude, ela se torna uma pessoa mal nutrida e raquítica. No amor pode ocorrer exatamente o mesmo processo. Quando uma criança não recebe tanto amor quanto deveria receber, e a falta de amor se prolongar pela vida afora, a pessoa fica raquítica no coração. Pode ficar imatura, e pior ainda, pode se tornar uma pessoa portadora de profundas carências afetivas.
Reafirmo que é por esse jogo de amor, por esse diálogo de amor que consiste em dar e receber amor dos pais, dos irmãos, na família, na comunidade, que o coração amadurece, que a pessoa chega à maturidade, e passa a sentir a realização do seu coração.

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