DESCEU
À MANSÃO
DOS MORTOS
Em nossa profissão de fé católica
nós declaramos que cremos que Jesus, o Cristo, o Senhor, após a sua morte de
cruz “desceu à mansão dos mortos". O que é essa “mansão dos mortos”?
Em primeiro lugar, por este artigo
de fé, nós professamos que, de fato, Jesus morreu, experimentou a passagem pela
morte, fez a sua experiência de morrer, como todos os mortais.
Para onde teria ido a alma de Jesus,
nesse tempo, entre a sua morte e a sua ressurreição? Baseados nas Escrituras
sagradas, sabemos que Jesus “desceu” à mansão dos mortos, à região dos que
morreram, desde Adão e Eva, até o dia da morte de Jesus. Na verdade, as almas
dos falecidos são espirituais e, por isso, não ocupam espaços. Como somos
humanos e restritos à matéria, usamos comparações materiais para “localizar” as
almas dos falecidos, como: mansão dos mortos, região dos mortos, os infernos
(não o inferno!), o Sheol, o Hades. Aliás, Jesus, ao falar do céu Ele disse: “
Na casa de meu Pai existem muitas moradas... muitas mansões” (Cf Jo 14, 2-3)
Sabemos que todos os falecidos,
desde Adão até a morte de Jesus, não tinham ainda ido para a glória dos céus ou
para o inferno. Todas essas almas estavam à espera do Salvador. Após morrer,
Jesus foi para “onde” todas as almas estavam, a fim de se apresentar e anunciar
o Evangelho da salvação, a fim de que todos os que o aceitassem e nele cressem,
fossem resgatados e salvos, para entrarem com Ele na glória dos céus.
São
Pedro, em sua primeira carta nos diz: “Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos
injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi
vivificado quanto ao espírito. É neste
mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere,
àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes” (!Pd 3,
18-19)
É interessante notar que Pedro fala
de que Jesus foi “pregar” aos que estavam no “cárcere”. Portanto, todos os que
morreram antes de Jesus, tiveram a chance de conhecer Jesus, de ouvir a sua
pregação, de aceitá-lo ou negá-lo. E de acordo com essa escolha receber a
salvação ou a condenação.
Ensina-nos o Catecismo da Igreja
Católica: “Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos, e com sua alma
esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá foi como Salvador,
proclamando a Boa Nova aos espíritos que ali estavam aprisionados” (CICnº
632).
São Pedro confirma o que está no
catecismo: “Pois
para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam
condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito”.
(1 Pe 4,6 )
João, no
Apocalipse, põe nos lábios de Jesus esta afirmação: "Pois
estive morto, e eis-me de novo vivo pelos séculos dos séculos; tenho as chaves
da morte e da região dos mortos". (Ap 1,18) Jesus tem as chaves da morte, isto é,
por sua ressurreição Ele venceu a morte, vitória esta para si mesmo e para
todos aqueles que nEle crêem. E Ele tem também a chave da região dos mortos.
Após ir para junto dos mortos para “pregar” a salvação, Jesus levou consigo
todos os que nEle creram e o aceitaram como Salvador pessoal.
“São
precisamente estas almas santas que esperavam o seu libertador no seio de
Abraão, que Jesus libertou ao descer aos infernos. Jesus não desceu aos
infernos para ali libertar os condenados, nem para destruir o inferno, mas para
libertar os justos que o haviam precedido”. (CIC nº 633)
Cristo desceu, portanto, às
“profundezas da morte” a fim de que “os
mortos ouçam a voz do filho do homem, e os que a ouvirem, vivam”(Jo 5,25).
É preciso ainda dizer que todos
aqueles que morreram a partir da ressurreição de Jesus, já foram ou vão
diretamente para o céu, se morreram em paz com Deus e em plana graça
santificante; já foram ou vão para o purgatório, a fim de purificar suas almas
de pecados leves ou seqüelas de pecados perdoados; já foram ou irão para o inferno se foram
reprovados e condenados por sua má vida.
1 Comentários:
Excelente
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