31 de julho de 2011

A Mãe do Rei



Ao ser interrogado, quando estava sendo acusado e julgado, o governador Pôncio Pilatos perguntou a Jesus: “Tu és rei?” Jesus respondeu: “Sim, eu sou rei! Para dar testemunho da verdade é que nasci e vim a este mundo... Mas o meu reino não é deste mundo...” (Cf. Jo18, 36-37) Jesus é Rei.
            O termo “rei” vem da língua latina, da palavra “rex”. Esta dá origem ao verbo “régere”, que se traduz por “reger, reinar, dirigir, orientar, dar a direção correta”. Portanto, rei deve ser aquele que tem “autoridade e poder” para dirigir, direcionar, orientar, dar a direção correta a todas as pessoas e a todas as coisas, para o bem de todos os seus súditos. É uma traição ao próprio nome, e mais ainda à sua missão, um rei usar de sua autoridade e poder para seu próprio bem, para privilegiar sua família e seus bem quistos, em detrimento da maioria de seus súditos.
            Entendemos o reinado de Jesus a partir da origem e do significado da palavra “rei”. Jesus é rei, pois veio ao mundo e nasceu para orientar, dirigir, direcionar, dar a direção correta à vida da humanidade e a de cada ser humano. A humanidade estava transviada de Deus e, por isto, de seu verdadeiro destino. O ser humano caminhava pelos desvios de uma vida sem Deus, sem destino correto, sem rumo, pelas vias do paganismo, da idolatria e de toda sorte de mentira existencial e de vivência do mal. Jesus veio para direcionar e orientar a humanidade e o próprio ser humano, personalizadamente, para o Deus verdadeiro, para os caminhos de Deus, para a verdade revelada por Deus, para a fraternidade, a vida de amor, a convivência solidária fraterna, enfim, para o seu destino correto, para a qual havia sido criada.
A missão Jesus Cristo como rei, isto é, a missão de orientar, de dar a direção correta à vida humana e a todas as coisas, está sendo cumprida desde o seu nascimento, em todos os corações, em todos os lares e  lugares onde Ele é conhecido, aceito e obedecido. Muitos milhões, talvez bilhões de pessoas regidas por Jesus já atingiram seu destino: estão no céu. E muitos milhões vivem hoje esta realidade do reino de Jesus, pois se deixam orientar por Ele em suas vidas pessoais, familiares e sociais.
Jesus Cristo Rei teve e tem uma colaboradora extraordinária na missão de reger a humanidade: Maria, sua mãe. Ninguém jamais deixou-se dirigir, orientar e  reger tão radical e perfeitamente pela verdade divina, e para o destino supremo, como ela. Ao mesmo tempo, ninguém pôde colaborar com a missão do seu filho, Jesus Cristo Rei, como ela. Aliás, ela prossegue firmemente nessa missão desde sua Assunção, e continuará até que haja um ser humano para salvar.  Por isto ela pode com justiça receber o nome de “Rainha”.
            Maria, a mãe do Rei, merece o título de rainha exatamente porque sempre colaborou e colabora, quer com sua missão materna, quer com o exemplo de sua vida, quer com suas palavras, quer também por sua incessante intercessão junto à Santíssima Trindade, em favor de seus filhos peregrinos, a fim de que sejam fiéis ao rei Jesus e vivam como filhos de Deus.
             O que a Mãe Rainha mais deseja de seus filhos é que orientem firmemente suas vidas segundo os ensinamentos, os conselhos e os mandamentos de seu filho, Jesus Cristo Rei. Aliás, afirma-se que “mãe de rei é rainha”. No entanto, nas rainhas humanas dos reinos deste mundo, muitas renegaram e traíram sua missão, em nada colaborando para “dirigir todas as pessoas e todas coisas para o bem de todos os súditos”. Tiveram ou tem o nome de rainhas, mas não o são de verdade.
            Maria é rainha “de fato”, pelo cumprimento de sua missão já realizada, e ainda em realização no mundo, em unidade com Jesus Cristo Rei. A festa de Nossa Senhora Rainha ocorre no dia 22 de agosto. E a oração à Mãe Rainha, o leitor muito bem conhece, e por certo a tem rezado muitas vezes, desde criança: “Salve, Rainha,  Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!...”

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28 de julho de 2011

MARIA DO CORAÇÃO DE JESUS


O coração é o símbolo universal do amor. Usado, aliás, com muita freqüência, por quem deseja exprimir seu amor por uma pessoa, por uma cidade, por um time de futebol etc.
Porque o coração é o símbolo do amor, quando dizemos “Coração de Jesus”, queremos exprimir todo o amor de Jesus Cristo ressuscitado por seu Pai, por seu Espírito Santo, por seus pais: Maria e José, por sua Igreja, por todos os seres humanos, por você e por todos os seus familiares, por mim e minha família, enfim, por todos nós. Jesus é uma pessoa que só soube e só sabe fazer uma coisa: amar. Tudo quanto Jesus pensou e pensa, falou e fala, realizou e realiza, quis e quer, tudo brota e jorra do seu coração, ou seja, do seu amor. Jesus não sabe fazer outra coisa senão amar.
Da mesma forma, quando dizemos “Coração de Maria”, entendemos o amor que sempre impulsionou a vida da mãe de Jesus. Em Maria, o coração é o símbolo de todo seu amor pelo Pai celeste, por seu Filho, pelo Espírito Santo, por São José, pela Igreja e por todos os seres humanos. Preservada do pecado das origens e cheia da graça divina, Maria foi a pessoa humana com a maior capacidade natural e sobrenatural de amar. Por ser imaculada, nela não havia barreiras ao amor. Cheia de graça, nela havia a força da perfeição da caridade, ou seja, a perfeição do amor.
Podemos intuir, admirar, contemplar e encantar-nos com a profundidade, a perfeição, a dimensão, a gratuidade e a comunicação-comunhão de amor existentes entre os corações de Jesus e de Maria. Incluindo, necessariamente, nessa intuição, o amor afetivo intenso e permanente que foi vivenciado por eles, durante sua vida terrena!
Maria é todinha do Coração de Jesus. E Jesus é todinho do Coração de Maria. O lugar principal, ou seja, o altar principal no coração de Maria é ocupado por Jesus. E Maria ocupa, no coração de seu Filho, um lugar imediatamente abaixo do lugar do Pai e do Espírito Santo. Jamais, outro filho com sua mãe, souberam amar-se tão abrangentemente, como o souberam e sabem Jesus e Maria.
O Coração de Jesus escolheu e preparou para si u’a mãe, a mais perfeita e bela no espírito, no psíquico e no físico. Para entendê-lo, basta dizer que foi “preservada do pecado original” e “cheia de graças divinas”, em função de sua maternidade, e pelos méritos futuros de seu próprio filho. Por sua vez, o Coração de Maria, por ser mãe sem deficiências pelo fato de ser imaculada, e por ser perfeita no amor por ser cheia de graças, amou e ama com amor perfeito e irretocável a seu filho, acolhendo-o generosamente, entregando-se inteiramente para servi-lo como mãe, colaborando de forma perfeita com ele, em sua missão salvífica.
Estes dois corações: o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria tornaram-se inseparáveis, indivisíveis. Quem penetra no amor desses corações percebe de imediato que aquilo que Maria mais quer, é que seu Filho seja conhecido, acolhido, correspondido no amor, obedecido e seguido, a fim de que ele possa salvar aos que nele crêem; e que aquilo que Jesus muito quer é que sua mãe seja conhecida, acolhida e correspondida em seu amor materno. Prova é que, crucificado, em dores inimagináveis, Jesus não esqueceu de nos dar em testamento, como herança, sua própria mãe para ser também nossa mãe: “Mulher, eis aí teu filho! Filho eis aí tua mãe”!(Jo 19,25-27)
Sagrado Coração de Jesus, ensinai-nos a ser filhos amorosos de vossa e nossa mãe! Imaculado Coração de Maria, ensinai-nos a corresponder ao amor de vosso filho Jesus.

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21 de julho de 2011

AS BELEZAS DO ESPÍRITO SANTO

Todos gostamos do belo. Há muitas formas de beleza. Há gostos diversos diante do belo e das variadas belezas.
Há um belo absoluto. Diante dele, todos ficam maravilhados, encantados, até extasiados. Esse belo absoluto não é fugaz. É eterno. Sua beleza não esmorece. É definitiva e irredutível. É máxima e irretocável.
O belo absoluto, a beleza eterna, irredutível, definitiva, máxima e irretocável é Deus. Santo Agostinho teve um vislumbre da beleza divina e imortalizou sua exclamação: “Ó beleza infinita, sempre antiga e sempre nova, tarde demais te amei!”
Deus é o belo absoluto. Suas belezas pessoais vislumbradas em seus atributos e manifestações são igualmente absolutas e irretocáveis. Deduzimos então que, sendo Deus, o Espírito Santo é beleza absoluta e irretocável.

A divindade é o belo absoluto
Ao olhar com o coração para o Espírito Santo deparamos de imediato com sua primeira, e fonte de todas as belezas: sua divindade. Ele é Divino. Ele é Deus. A divindade lhe confere a beleza máxima, absoluta, incomparável. Quem belo como Deus? Quem belo como o Espírito Santo?
Sua segunda beleza: o amor. Ele não tem amor... Ele é o amor! Sim, Ele é a soma, o resultado, a conseqüência do amor divino do Pai pelo Filho eterno, e do amor divino do Filho pelo Pai. Ele procede da conjugação dos amores do Pai e do filho. Portanto, é amor divino. Sendo divino, o seu amor confere-lhe uma beleza incomparável. Quem belo como o Amor divino? Quem tão sublime como o Amor divino? Quem tão divinamente amoroso e belo como o Espírito Santo?
Sua terceira beleza: a santidade. Seu nome é revelador: Espírito Santo. Santidade é a presença de todo o bem no grau infinito, e a ausência total de todo mal. Santo é aquele que é todo bem e todo bom; que só faz o bem e o que é bom.
Sendo Deus, o bem encontra-se no Espírito Santo em supremo grau. Não há como acrescentar nele algo de bem e de bom, pois sua santidade é divina, portanto, de grau supremo. Quem santo como o Espírito Santo? Quem é bom como Ele? Quem faz o bem como Ele? Sua santidade confere-lhe uma beleza sem limites, sem comparação.

Santo e Santificador
Outra beleza do Espírito Santo: ser o santificador. Ele não é apenas santo. É o santificador. É aquele que comunica e gera santidade naqueles que com Ele se relacionam. Ele não retém para si sua santidade e a qualidade de ter todo o bem, e de ser todo bom. Sem perder em grau e qualidade, Ele a partilha, a infunde, a gera, a comunica e a transmite aos seus amigos. Porque Ele é santo, quer tornar santos os seres humanos criados à imagem daquele que é santo: Deus. Ele é o autor de toda santidade. Foi Ele quem santificou e santifica todos os Santos. Os fez ou os faz um pouco belos como Ele é belo. Os Santos são pessoas maravilhosas, personalidades belíssimas, porque refletem a santidade e a beleza do Espírito de Deus que é santo por excelência.
Quem pode ser santificador como o Espírito Santo? Ser santificador, transfundir santidade, confere-lhe uma beleza divina, extraordinária.
Sobre quantas outras belezas do Espírito Santo poderíamos ponderar! Sua onisciência, sua onipotência, sua paciência, sua misericórdia, sua humildade, seu silêncio, sua capacidade de ser dom, seus sete dons infusos, seus nove frutos, seus múltiplos carismas. Tudo manifesta sua divina e intrínseca beleza.
Felizes aqueles que, cultivando uma amizade profunda por meio de um relacionamento amoroso, podem contemplar, admirar, extasiar-se e glorificar a beleza infinita do Espírito Santo.

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16 de julho de 2011

NOSSA SENHORA DO CARMO


Muitos nomes, muitos títulos, muitas imagens e quadros diferentes, muitas medalhas e muitas devoções para uma só mulher: Maria de Nazaré, a Virgem Mãe de Jesus Cristo, nosso Salvador e Mestre.
Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora do Carmo, Rainha da Paz, Imaculada Conceição, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da medalha milagrosa, e centenas de outros títulos e nomes dados à Virgem Maria, filha predileta do Pai, mãe carinhosa do Filho, esposa mística e fecunda do Espírito Santo, mãe da Igreja, nossa dileta mãe celeste, e rainha de nossos corações.
Trazemos, ao caro leitor, considerações e louvores à Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora do Carmo.

O monte Carmelo
O termo ‘Carmo’ originou-se do nome de um pequeno monte situado ao norte de Israel, chamado monte Carmelo. Este monte aparece na Bíblia, no A.T., de modo particular ligado ao profeta Elias, que ali habitou por algum tempo e onde desempenhou sua missão profética.
No século XII, um homem da Calábria, de nome Bertoldo, retirou-se com alguns companheiros para esse monte, onde se estabeleceu e consolidou na vida monástica um grupo de monges. Eles cultivavam e difundiam uma especial devoção a Nossa Senhora. Por habitarem ali, os monges receberam o nome de ‘Carmelitas”, e a Virgem Maria passou a receber ali o título de Nossa Senhora do monte Carmelo, ou Nossa Senhora do Carmo.
Em 1209, uma regra monástica muito rigorosa a ser vivida por esses monges carmelitas foi aprovada por Dom Alberto, patriarca de Jerusalém,. Mais tarde, essa regra de vida foi aprovada pelo Papa Honório III. Eis ali a origem das ordens dos e das carmelitas.

O escapulário
Simão Stock levava uma vida de eremita já há vinte anos. Ao conhecer o rigor da regra e a espiritualidade carmelita, entrou nessa ordem, e avantajou-se entre os irmãos, chegando a ser eleito superior geral, em 1245.
Devotíssimo da Virgem e zeloso pela salvação e santificação dos seus co-irmãos monges, solicitava com insistência que Maria lhes alcançasse de Jesus graças especiais. Certo dia, Ela lhe apareceu, portando em seus braços um hábito religioso, entregando-o e dizendo-lhe: “Meu dileto filho, eis o escapulário, que será o distintivo de minha Ordem. Aceita-o como um penhor de privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer vestido deste escapulário, estará livre do fogo do inferno". O desejo de Sião foi realizado sobremodo.
O nome ‘escapulário’ foi dado àquele hábito religioso da ordem do Carmo pela própria Virgem Santa. Esse nome aliás, é tirado da palavra latina ‘scápula’, que se traduz por ‘ombro’. De fato, o hábito religioso é sustentado pelos ombros e desce para cobrir todo o corpo. Donde o nome escapulário.
Essa veste deve simbolizar, sempre, uma profunda devoção e confiança em Nossa Senhora por parte da pessoa que o usa. Assim como o escapulário original – o hábito - envolve todo o corpo da pessoa, assim a proteção e a intercessão de Maria envolvem todo o ser do devoto.
De acordo com as palavras de Nossa Senhora a Simão Stock, lidas acima, o escapulário se restringia à ordem carmelita. Com o correr de muitos anos, tanto o escapulário como peça de roupa e objeto, como também as exigências espirituais para poder usá-lo, foram se alterando. No início era um hábito completo de monge. Depois passou a ser uma longa estola, larga como os ombros da pessoa, que caia para frente e para trás, da altura da pessoa, e usada sobre o hábito religioso. Em nossos dias se restringe a duas medalhas feitas de pano ou de metais, uma do Coração de Jesus e outra de Nossa Senhora do Carmo, unidas por duas cordas ou correntes que permitem que o Coração de Jesus fique sobre o peito da pessoa, e Nossa Senhora sobre as costas. Aliás, até há escapulários feitos por uma única medalha, tendo o Coração de Jesus de um lado e Nossa Senhora do Carmo no verso. Essas mudanças não alteram substancialmente o escapulário. Elas se adaptaram aos tempos e aos costumes dos povos.
Quanto às condições de uso do escapulário, houve uma transição profunda. De inicio, segundo as palavras de Nossa Senhora: “Meu dileto filho, eis o escapulário, que será o distintivo de minha Ordem”, se destinada à ordem dos carmelitas. Depois estendeu-se a uma espécie de “Irmandade Carmelitana”, à qual passavam a pertencer os que solicitassem ingresso, assumissem uma devoção especial a Maria, manifesta por determinados atos de piedade, recebessem o escapulário das mãos de um bispo ou sacerdote que havia recebido autorização para impô-lo, e tivessem seu nome oficialmente inscrito na irmandade, recebendo até, algumas vezes, um diploma de ‘Irmão Associado’. Depois foi estendido a todos os que, por devoção a Nossa Senhora do Carmo, e desejosos de viver sob sua proteção, adquiram um escapulário, a ser abençoado por qualquer sacerdote, e usado como um sacramental, sempre como forma de cultivar uma particular devoção a Maria, para dela receber graças especiais.

Dois privilágios
Simão Stock pedia a Nossa Senhora manifestações de graças especiais para todos os Carmelitas, tanto para a perseverança e salvação eterna, quanto para a santificação dos membros da ordem. Maria atendeu. “Meu dileto filho, eis o escapulário, que será o distintivo de minha Ordem. Aceita-o como um penhor de privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer vestido deste escapulário, estará livre do fogo do inferno".
Primeiro privilégio: libertação da condenação do inferno. O escapulário é “penhor (que significa: garantia) de privilégio” alcançado por Nossa Senhora do Carmo, e estendido, agora, a todos os que lhe são devotos e portam o escapulário. A estes, a Virgem Mãe garante que estarão livres do castigo do inferno.
Segundo privilégio: libertação do purgatório no primeiro sábado após a morte do devoto.
Este privilégio, baseado no sufrágio dos fiéis falecidos, garante que Nossa Senhora, com sua força de intercessão junto à Trindade santa, e pelo méritos de seu Filho, retirará do sofrimento do purgatório e levará para o céu já no primeiro sábado após a morte, o seu devoto que porta o escapulário em vida.

Significado espiritual do escapulário
É de suprema importância compreender o significado espiritual do escapulário. Não pode ser visto ou usado como um amuleto que produza efeitos mágicos. Nosso Deus não é um mago. Nem Nossa Senhora do Carmo é uma pitonisa. Simão Stock é um exemplo para os devotos de nossa senhora do Carmo.
O essencial dessa espiritualidade do escapulário é uma profunda, esclarecida e perseverante devoção a nossa Senhora, mãe de Jesus. A devoção à Virgem Mãe do Carmelo deve estar fundamentada : 1º sobre uma fé consciente e profunda na pessoa de Jesus Cristo; 2º sobre uma aceitação feliz e agradecida dos ensinamentos do Divino Mestre; 3º sobre o viver uma vida cristã autêntica e com empenho de perfeição sempre maior; 4º sobre uma participação ativa na comunidade da Igreja; 5º sobre um cultivo constante do amor a Maria, por meio de atos de piedade mariana; e 6º sobre um amor generoso para com todos os irmãos de caminhada.
O escapulário usado com piedade é um meio de manter constantemente uma lembrança carinhosa de nossa Senhora, quer sob o título de Nossa Senhora do Carmo, ou sob outro título apreciado pelo devoto. Essa lembrança constante provocada pelo escapulário deve elevar, muitas vezes, o coração do devoto até a Virgem Maria, que está no Céu, quer homenageando-a com gestos de amor, com orações de louvor e gratidão, com preces fervorosas, ou com clamores de filhos necessitados de socorro.
Essa amizade com Nossa Senhora, cultivada carinhosa e criativamente por um devoto, crescerá progressivamente e conduzirá esse filho mariano a querer viver uma vida cristã sempre mais exemplar. Aliás, é esta a maior alegria que podemos dar a nossa Senhora: vivermos como apaixonados discípulos de Jesus Cristo. O discípulo de Jesus põe Deus em primeiro lugar, em sua vida, e põe o próximo como o irmão amado, para amá-lo como Jesus nos ama. Eis aí o resumo da Bíblia: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Jesus nos ama. Essa vida de amor a Deus e ao próximo é o que mais agrada a Maria, mãe de Jesus.
Os atos de culto a Nossa Senhora do Carmo, lembrados pelo amor a Maria e pelo escapulário são todos aqueles oferecidos ou aprovados pela Igreja e pela devoção mariana. O santo rosário, o oficio de Nossa Senhora, a ladainha da Virgem Maria, todas as orações marianas aprovadas pela autoridade da Igreja, as orações espontâneas criadas pelo amor fervoroso do coração amante da Mãe celeste, jaculatórias marianas.
A freqüência e participação fervorosas na Santa Missa e Santa Comunhão, a Confissão freqüente, os atos de ascese cristã como: o jejum, as abstinências, as mortificações dos sentidos, as penitências, as piedosas peregrinações em busca da graça divina, tudo isso é muito agradável e desejado por Nossa Senhora do Carmo.
O que vale não é simplesmente portar um escapulário, mas sim viver uma espiritualidade cristã e mariana, inspirada nele.
Nossa Senhora do Carmo, Rogai por nós!

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13 de julho de 2011

AMOR AFETIVO: UM TESOURO

Uma das mais belas realidades vividas por você, jovem, é sua vida afetiva. Todo jovem sente dentro de si a presença e a força de sua afetividade. Afetividade em ebulição. Em erupção. Querendo expandir-se e sair por todos os poros. Ao mesmo tempo, há uma fome e sede de afeto, quase insaciáveis.
Na verdade, afetividade é amor. É o amor afetivo. É o amor que quer expandir-se sob mil formas e expressões afetivas. Confunde-se, às vezes, com as paixões. Ou mistura-se com elas. Mas a afetividade é sempre amor. E o amor é o ingrediente mais presente, mais necessário e mais importante para a sua vida de jovem. Por isso mesmo é importante que você conheça, assuma e conduza com inteligência e sabedoria sua vida afetiva.
O amor afetivo não deve ser entendido apenas como inclinação amorosa para pessoas de outro sexo. O amor afetivo é uma forma maravilhosa de amar, com expressões de afeto, aos pais, aos irmãos, aos familiares, aos amigos e a toda as pessoas que entram em seu círculo de amizades.
A vida afetiva é sempre um processo. Processo que deveria iniciar-se na concepção do ser humano, ocorrida por um ato conjugal de profundo amor dos pais. Processo que deve continuar na infância, meninice, adolescência, penetrando na juventude. Processo que ocorre quando se recebe muito amor dos pais, dos familiares, dos professores, da igreja, da sociedade. À medida que a pessoa recebe amor, seu coração afetivo cresce, desenvolve-se, amadurece. Se não recebe amor afetivo abundante, a pessoa acumula carências afetivas. Estas sempre deixam conseqüências negativas, criam problemas e sofrimentos para o jovem.
Com certeza você entendeu como é importante receber amor afetivo. Recebê-lo de seus pais, dos familiares, dos amigos, da comunidade onde vive, do namorado ou namorada. Aliás, também é importante dar afeto. Dar amor afetivo a todos os que podem recebê-lo legitimamente. E retribuir aos que tomam a iniciativa de lhe oferecer o seu afeto deles.
O lugar ideal, diário e permanente de você receber e dar amor afetivo é sua família. Por causa dos laços de sangue que unem as pessoas na família, criam-se naturalmente tanto a necessidade como a oportunidade de você poder expandir seu afeto e, ao mesmo atempo, acolher aquele que lhe é dado. Esse jogo de dar e receber afeto dentro do lar é uma riqueza inestimável para seu coração jovem. Recebendo muito afeto você amadurece sempre mais e equilibra sua afetividade. Ao mesmo tempo, vai aprendendo a amar afetivamente.
Amar e ser amado afetivamente é uma fonte de muita satisfação e realização pessoal que vai formando uma personalidade movida a amor. Só o amor faz você feliz!


JOVENS:ÓTIMOS MISSIONÁRIOS


O termo “missão” vem da língua latina, do verbo míttere, que se traduz por enviar. Missão é um envio. Missionário é um enviado. Missionário é um enviado por Jesus, através da Igreja, para anunciar a verdade anunciada por Ele. Como, porém, a verdade é essencialmente uma “pessoa”, a pessoa de Jesus, ser missionário é, antes e acima de tudo, anunciar Jesus ressuscitado, Salvador e Senhor. Este anúncio, aliás, se chama, hoje, evangelização. Ser missionário é ser evangelizador. E ser evangelizador é anunciar Jesus de tal forma que ele aconteça na coração das pessoas. Ou seja, que Jesus se transforme num acontecimento maravilhoso na vida das pessoas.
Perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que é evangelizar. Ela respondeu: “Evangelizar é ter Jesus no coração, e levar Jesus ao coração dos irmãos. Eis a “missão” do “missionário”: primeiro, ter Jesus no coração, e depois, levar Jesus ao coração dos irmãos. Foi o que fez Maria na visita a Isabel: porque tinha Jesus no coração (estava grávida!) levou Jesus ao coração de João Batista, Isabel e Zacarias.
Maria era jovem! Talvez uns dezoito anos. Ninguém foi missionária e evangelizadora como ela! Aliás, continua sendo. Ninguém sabe “fazer Jesus entrar no coração das pessoas como ela!
João evangelista também era jovem quando foi chamado e enviado em missão por Jesus! Que missionário! Que evangelizador! Também ele continua sua missão até hoje!
Em nossos dias, vemos a Igreja do Brasil florir com a presença de um número sempre maior de jovens que, tendo tido um encontro pessoal profundo com Jesus vivo, por ele se apaixonam de tal forma que se lançam como missionários evangelizadores a levar o mesmo Jesus ao coração de outros jovens. E para consegui-lo, usam de todos os meios legítimos, ao seu alcance. Ei-los na televisão, nos shows evangelizadores, gravando CDs de músicas religiosas, promovendo acampamentos evangelizadores para jovens, evangelizando corpo a corpo, promovendo e pregando retiros espirituais para seus colegas jovens. Com sua experiência profunda de Jesus vivo, com sua coragem de falar a verdade sem rodeios, com sua coragem de testemunhar sua conversão, com sua autenticidade de enfrentar e fazer desafios, eis os jovens, hoje, constituindo-se numa força missionária de grande poder e de resultados surpreendentes e admiráveis na Igreja.