ANIVERSÁRIO DE NOSSA SENHORA
Celebramos, neste dia 8 de setembro, a Natividade de Maria de Nazaré, ou seja, o seu nascimento, e consequentemente o seu aniversário. Como bons brasileiros, gostamos de celebrar o aniversário de pessoas queridas. Desse prazer e satisfação nascem também a alegria e a determinação de celebrar muito bem Nossa Senhora, por oportunidade de seu natalício. É do fato de Nossa Senhora ser tão querida, tão amada, tão bem celebrada e honrada pelos católicos brasileiros que nasce e se realiza essa festa,
Maria na família humana
Não temos conhecimento do dia, do mês ou do ano do nascimento de Maria. Sabemos que seus queridos pais foram Joaquim e Ana, aliás celebrados no calendário litúrgico no dia 26 de julho. Maria teria nascido em Jerusalém. O que comprova esta afirmação é que em Jerusalém há uma igreja dedicada a Santa Ana, mãe da Virgem Maria, construída sobre aquela que teria sido a casa de Joaquim e Ana. Ali, naquela igreja, há referências feitas por meio de pinturas, a respeito do nascimento de Maria. Sabemos também, pelo Evangelho de São João, cap. 19, 25, que a Virgem tinha uma irmã, também chamada Maria, mulher de Cléofas.
Conforme uma tradição muito antiga, Maria teria sido apresentada ao templo de Jerusalém, em idade muito tenra. Há livros apócrifos que falam que a menina foi apresentada ao templo com apenas três anos, e ali deixada para ser educada, e depois para servir ao Senhor, nos serviços do templo. Quanto à apresentação de Maria no templo, é verdadeira a notícia, pois a liturgia católica celebra esse fato no dia 21 de novembro. Nada mais sabemos com segurança sobre a infância e a adolescência de nossa Mãe celeste.
Vamos encontrar, depois, a Virgem Maria, lá em Nazaré, quando foi visitada pelo Arcanjo Gabriel e lhe foi anunciada a gravidez milagrosa. Aqui há um fato interrogador, cuja resposta eu nunca consegui obter. Como é que Maria encontrava-se em Nazaré, morando numa casinha-gruta, que aliás se pode visitar ainda hoje? Não consta que seus pais estivessem ali com ela. Teriam eles morrido em Jerusalém e Maria teria se transferido para Nazaré? É bom lembrar que Nazaré fica a mais de cem quilômetros de Jerusalém, uma distância considerável para aqueles tempos, quando os percursos eram feitos a pé.
Maria nos planos divinos
Se acerca da história humana da Virgem de Nazaré não temos muitos dados informativos, quanto à sua pessoa, no que concerne aos planos divinos para a salvação da humanidade, possuímos muitas informações valiosíssimas que engrandecem sua história.
Desde antes da criação do planeta Terra, e nela, do ser humano, o Criador já previa que o ser humano, criado à sua imagem e semelhança, iria prevaricar, pecar, perder o paraíso do coração, e iria gerar uma humanidade carregada de todos os males que nós, hoje, bem conhecemos. Desde esse conhecimento, o Criador se propôs salvar a humanidade e reconduzi-la ao caminho de volta ao paraíso perdido. Esta salvação, por decisão do Pai Criador, deveria ser realizada por seu Filho eterno, que Ele enviaria para a humanidade, e que deveria assumir uma natureza humana igual à dos seres humanos, menos no pecado. Para isto, havia a necessidade da colaboração de uma mulher. Esta seria a pré-destinada Virgem de Nazaré.
Sim, Maria foi a pré-destinada. Escolhida antes da criação da humanidade para ser a mãe do Verbo eterno que se tornaria homem. Eis um privilégio grandioso que a coloca dentro da própria realização da salvação da humanidade, como colaboradora decisiva para a obra da redenção.
Essa pré-destinação incluía, por decisão do Pai celeste, toda uma preparação de sua pessoa, a fim de ser a Mãe mais perfeita no espírito, na mente e no corpo, tornada digna de acolher em seu ventre o Verbo Eterno, formando-lhe o corpo humano.
A Imaculada
Tal preparação iniciou-se no dom da Imaculada Conceição. Ao ser concebida no ventre de sua mãe Ana, Deus Pai, pelos méritos futuros de seu Filho e pela ação do Espírito Santo, a preservou do pecado original com todas as suas nefastas consequências. Eis um privilégio magnífico! Só ela e seu filho Jesus tiveram a isenção das fragilidades do pecado das origens da humanidade. Ela, para ser preparada para a sua maternidade divina, e Ele por ser o Filho de Deus.
A preservação do pecado original consiste na não contaminação espiritual e psicológica causada pelas consequências desse pecado, ou seja, a preservação do orgulho, do egoísmo, da inveja, das vaidades, da preguiça, das sensualidades de toda sorte, e de toda espécie de tendências negativas, experimentadas por todos os seres humano.
A cheia de Graças
A preparação da vida da Virgem para a sua maternidade prosseguiu com a “plenitude das graças divinas”. Aquela beleza interior, admirada pelo próprio Arcanjo Gabriel, quando ao vê-la exclamou: “Salve, ó cheia de graças!” Deus Pai não apenas a preservou do mal, mas a plenificou com uma superabundância de graças. Essas graças comunicadas pelo Espírito Santo embelezaram a Virgem de forma singular, no espírito e no psíquico, a fim de que fosse o suficientemente bela para ser a mãe do Verbo que nela se encarnaria. E essa plenitude de graças do Espírito Santo continuou em toda sua vida, para que pudesse colaborar decisivamente no processo da salvação. Por essas graças, o Espírito Divino a iluminou por toda sua vida a fim de que ela pudesse compreender toda a grandeza do mistério da Encarnação e da Salvação. À medida que os acontecimentos da Encarnação se sucediam: a sua gravidez milagrosa, o problema em relação a seu noivo José, a longa e difícil viagem a Belém, o ter que se refugiar numa gruta, o dar à luz em virgindade, a visita dos Pastores e dos Reis Magos, a fuga para o Egito, a volta para Nazaré, os trinta anos de vida oculta de seu Filho, a compreensão da pregação, dos milagres, de toda atuação de Jesus, sua paixão e morte de cruz, a ressurreição e ascensão de Jesus, as maravilhas de Pentecostes ocorridas com os Apóstolos e discípulos, enfim, em todos esses acontecimentos o Espírito Santo lhe deu assistência plena, a fim de que ela compreendesse esses mistérios, e no que lhe cabia, ela lhes desse toda a aceitação e a colaboração.
A Virgindade
Outra maravilha que embeleza a vida e a biografia de Maria é a sua virgindade milagrosa no parto. “Como os raios de sol perpassam por um vidro de límpido de cristal, sem quebrá-lo ou deteriorá-lo, assim, o Sol divino, Jesus, nasceu, saiu do corpo da Mãe, sem “romper” ou embaçar a sua virgindade física. Trata-se de um milagre divino, recompensa para aquela que soube dizer um Sim à maternidade divina e a todas as suas consequências.
A Esposa e Mãe
A exemplar vida e missão de ser mãe do Filho de Deus e esposa virgem de José engrandecem a biografia dessa mulher privilegiada. Ela soube ser esposa participativa, amorosa, fiel e santa. Soube também educar o seu filho nos melhores valores familiares e religiosos. Vemo-la , por exemplo, levando seu filho Jesus de doze anos em peregrinação a Jerusalém, pela primeira vez, numa longa viagem de cento e dez quilômetros, a pé, a fim de fazê-lo participar daquela festa nacional, de mostrar-lhe o templo de Deus onde Ele foi apresentado ao Senhor como primogênito, e para que ali o seu Jesus realizasse a cerimônia de declaração de maturidade religiosa responsável, pela qual Ele se comprometia a participar da sua religião por própria iniciativa e responsabilidade. (uma espécie de crisma...)
A Aniversariante
Essa mulher tão especial e privilegiada não é nada menos do que “nossa mãe” adotiva. Quando Jesus, pregado à cruz e prestes a morrer olhou para sua mãe e lhe disse: “Mulher, eis aí teu filho... tua filha”, Maria compreendeu muito bem que Jesus nos estava dando a ela como filhos e filhas, para que ela cuidasse de nós, naquela vida de salvação que Ele estava “gerando em dores de parto” na cruz. E a Virgem jamais esqueceu dessa missão. Em todas as aparições e revelações místicas ela se dirige a todos os seus filhos e filhas, chamando-os à conversão e santidade, na Igreja de seu Filho.
Como filhos muito agradecidos, que se sentem tão amados e protegidos, queremos celebrar seu aniversário com alegria e com homenagens. Eis um dia apropriado para lhe oferecer as cinquenta rosas, as cinquenta Ave-Marias, do santo terço!...
Marcadores: ESPIRITUALIDADE
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