28 de agosto de 2012

AS TRÊS VIRTUDES TEOLOGAIS

A VIRTUDE DA CARIDADE.

A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e ao nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.
Jesus fez da caridade o ‘novo mandamento'. Amando os seus "até o fim" (Jo 13,1), manifesta o amor que recebe do Pai. Amando-se uns aos outros, os discípulos imitam o amor que também recebem de Jesus. Por isso diz Jesus: "Assim como o Pai me amou, também eu vos amei. Permanecei em meu amor" (Jo 15,9). E ainda: "Este é o meu preceito: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (10 15,12).
Fruto do Espírito e plenitude da lei, a caridade guarda os mandamentos de Deus e de seu Cristo: "permanecei em meu amor. Se observais os meus mandamentos, permanecereis no meu amor" (10 15,9-1O)
Cristo morreu por nosso amor quando éramos ainda "inimigos" (Rm 5, I O). O Senhor exige que amemos como Ele, mesmo os nossos inimigos (Mt 5,44), que nos tomemos o próximo do mais afastado", que amemos como Ele" as crianças e os pobres'",
O apóstolo S. Paulo traçou um quadro incomparável da caridade: "A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (I Cor 13,4-7).
Diz ainda o apóstolo: "Se não tivesse a caridade, nada seria ... ". E tudo o que é privilégio, serviço e mesmo virtude, "senão tivesse a caridade, isso nada me adiantaria" (1 Cor 13,1-4). A caridade é superior a todas as virtudes. É a primeira das virtudes teologais: "Permanecem fé, esperança, caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade" (1 Cor 13,13).
O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade, que é o "vínculo da perfeição" (CI 3,14); é a forma das virtudes, articulando-as e ordenando-as entre si; é fonte e termo de sua prática cristã. A caridade assegura e purifica nossa capacidade humana de amar, elevando-a à perfeição sobrenatural do amor divino.
A prática da vida moral, animada pela caridade, dá ao cristão a liberdade espiritual dos filhos de Deus. Já não está diante de Deus como escravo em temor servil, nem como mercenário à espera do salário, mas como um filho que responde ao amor daquele "que nos amou primeiro" (lJo 4,19):
Ou nos afastamos do mal por medo do castigo, estando assim na posição do escravo; ou buscamos o atrativo da recompensa, assemelhando-nos aos mercenários; ou é pelo bem em si mesmo e por amor de quem manda que nós obedecemos, e estaremos então na posição de filhos".
A caridade tem como frutos a alegria, a paz e a misericórdia; exige a beneficência e a correção fraterna; é benevolência; suscita a reciprocidade; é desinteressada e liberal; é amizade e comunhão:
A finalidade de todas as nossas obras é o amor de Deus. Deus é o fim; é para alcançá-Lo que corremos, é para Ele que corremos; uma vez chegados, é nEle que repousaremos".



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