5 de setembro de 2013

A  VIRTUDE  DA  PACIÊNCIA

            A palavra “paciência” vem da língua latina “patire”, que se traduz por “sofrer”. A paciência é uma capacidade gerada pelo Espírito Santo, pela qual somos capazes de “aguentar”, de  “suportar” os sofrimentos que se apresentam em nossa vida, sem nos “inflar”, sem nos estressar, sem nos tencionar e sobrecarregar de ansiedade, diante dos sofrimentos pessoais, diante dos sofrimentos causados por outros, ou os permitidos por Deus. Porque sabemos que somos amados por Deus e pelo próximo, e porque os amamos em paz e em alegria geradas pelo Espírito, nosso ser interior “se mantém calmo” diante dos sofrimentos ou de situações que poderiam nos levar a “perder’ a paciência, a explodir, a agredir, a rejeitar tais sofrimentos.
            Ser paciente é ser tranquilo interiormente diante de pessoas cujo comportamento não é conforme aos nossos valores, diante de situações, de problemas indesejados, de sofrimentos que se apresentam. A paciência é uma tranquilidade suave, calma, não enervada e nem enervante. Ser paciente é ser tardio para irritar-se, para explodir, para exaltar-se. É ter “pavio muito longo”, que dificilmente chega a causar uma explosão emocional. A paciência é filha do amor que nos leva a ir longe, tratando com serenidade as pessoas com suas falhas, fraquezas, ignorâncias, demoras e pecados.
            A paciência suporta as adversidades, as doenças, as contrariedades e as perseguições. A paciência é um fruto essencial para que o cristão persevere na sua fé, pois mesmo contando com o amor divino do Deus-Trindade, na vida tivemos, temos ou teremos problemas, adversidades, enfermidades, contrariedades. Precisamos pois, da ajuda do Espírito para adquirirmos a paciência. O cristão paciente dificilmente é demovido da sua fé, porque suporta tudo com paciência. A alma paciente é mansa e humilde, não se revolta contra o seu Deus, mas tudo suporta e aceita.
"Mas se, quando fazendo o bem e sois afligidos, o suportais com paciência, isso é agradável a Deus". (I Pedro 2:20-23) A paciência é consequência do amor-caridade.  A paciência é uma capacidade gerada pelo Espírito Santo em nosso interior.
A paciência é considerada uma virtude do ser humano, que consiste na disposição de suportar a adversidade de forma voluntária, enquanto se está a espera de algo.  A paciência é uma virtude humana emanada de Deus pelo Espírito Santo, que contribui para o fortalecimento do caráter. Para que este objetivo se cumpra, é importante que cada pessoa tenha em conta dois aspectos: a firmeza para suportar os problemas, e a lentidão para não vingar-se das ofensas recebidas.
A Paciência é uma virtude pela qual se manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, a qualquer hora ou em qualquer lugar. É a capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo ação tranqüila e acreditando que se irá conseguir o que se quer. É a capacidade de ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido. É a capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa.  É a capacidade de se libertar da ansiedade. A tolerância e a paciência são fontes de apoio seguro nos quais podemos confiar. Ser paciente é ser educado, ser humanizado e saber agir com calma e com tolerância. A paciência também é uma “caridade” quando praticada nos relacionamentos interpessoais.
Diz-se que dentre as muitas virtudes, a mais difícil de desenvolver é a paciência, mas uma vez desenvolvida, esta traz inúmeros benefícios. É possível exercitar a paciência em diversas áreas, como por exemplo: no trânsito, na fila do banco, na convivência familiar, no trabalho, nos estudos, etc. Uma pessoa paciente sabe que é preciso praticá-la muito até alcançar um objetivo final desejado.
A paciência é uma energia para resistir e vencer. Aquele que sabe fazer uso da paciência, sabe também fazer uso da razão. Estão mais próximos de alcançar a vitória os que melhor utilizam a paciência do que a audácia. A paciência deve ser cultivada com arte e inteligência. Graças a ela, adquirimos capacidade de compreensão, de tolerância e de sabedoria para viver bem conosco e com os outros. Saber esperar pelo "momento" é uma virtude.
Ser paciente não significa sobrecarregar-se de sofrimento interno, nem estar vulnerável ou ser permissivo com relação às condições externas. Ter paciência não é ser uma vítima passiva da desorganização alheia. Não é útil, por exemplo, ter paciência em uma situação em que se esteja sendo explorado. 
Ter paciência é a força interior de não se deixar levar pela negatividade. Ter paciência é escolher manter a clareza emocional quando o outro já a perdeu. Neste sentido, ter paciência é decidir manter sua mente limpa, livre da contaminação da raiva e do apego.  
No entanto, não basta termos uma intenção clara quanto a nossas escolhas, é preciso desenvolver a força interior para sustentá-las. Neste sentido, não basta compreender racionalmente o que é ter paciência, é preciso cultivá-la interiormente.
Não existe virtude prática que seja tão necessária na vida cristã como a paciência. Não há dúvidas. Esta virtude faz com que a alma suporte tranqüilamente os incômodos e os sofrimentos da vida Quem não tem problemas e tribulações na vida? Quem pode fugir dos incômodos? Quem pode fugir ao peso cotidiano de provas e contrastes? Por isso "é necessário ter paciência para cumprir a vontade de Deus e conseguir os bens da promessa". (Hb 10,36). Paciência em casa e fora dela; no trabalho e no colégio; com patrões e empregados. Quantas ocasiões aparecem todos os dias.
Jesus disse que com a paciência salvaríamos nossas almas (Lc 21,19) E mais, com a paciência se conquistam e salvam até as almas dos outros, porque o homem paciente vale mais do que o homem forte e quem domina o caráter vale mais do que "um conquistador de cidades" (Prov 16,32). S. Paulo recomendava aos Efésios de "comportarem-se com toda a humildade, mansidão e paciência, suportando-se uns aos outros  com amor" (Ef 4,2).  

O primeiro dote da caridade é a paciência! ( I Cor 13,4). A maior caridade traz consigo a maior paciência. Por isso Maria, Mãe do amor, é exemplar perfeitíssimo e fonte da nossa paciência. Ela viveu com a alma transpassada por uma espada (Lc 2,35) Olhemos este fato e aprendamos saber aceitar com paciência heróica até um punhal enfiado no coração. Ela foi a Virgem oferente não só no templo, mas também, e sobretudo, no calvário. Apeguemo-nos a Ela para atingirmos a energia do amor paciente e oferente nas tribulações da vida e da morte.

1 Comentários:

Anonymous yanese disse...

Excelente... Espírito Santo fortalece em mim a paciência no dia a dia.

6 de setembro de 2013 às 11:19  

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