31 de janeiro de 2014

 AMOR – Caridade – Ágape
            São Paulo escreveu: O Fruto do Espírito “É”. Ele não escreveu: “Os frutos do Espírito são...”. O Fruto do Espírito é “amor-caridade”. Parece que São Paulo intencionava dizer que o amor-caridade é a “árvore” dos outros frutos, e que os demais dependem do primeiro. Se lembrarmos que o Espírito Santo é o “Amor - Ágape”  do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai, e que Ele procede do amor do Pai e do Filho, pode-se compreender que esse primeiro fruto se identifica com o próprio “Amor” que é o Espírito Santo. Portanto, o primeiro fruto é o Amor do Espírito Santo que se faz presente no coração humano que o recebe, e de fato, resume todos os demais.
            O amor-caridade é o fruto mais importante do Espírito Santo. Ele não desaparece jamais. Subsiste para além da morte. No céu se vive no amor: "A fé e a esperança hão de desaparecer, mas o amor jamais desaparecerá" (1 Cor. 13,8).
            O amor é o fundamento da própria vida cristã e o resumo de todos os mandamentos da Lei de Deus. A palavra grega que expressa o amor de Deus é “ágape”, traduzida por “caridade”, por se tratar do próprio amor de Deus presente e atuante no coração humano. Com esse fruto, o coração humano passa a amar com o próprio amor de Deus, presente nele.
            O amor que o Espírito Santo produz como fruto Seu é, antes de tudo, o amor de Deus Pai. Ele gera o amor do Pai celeste no coração, de forma experiencial. Ele faz “experimentar” a beleza e a doçura do amor paterno de Deus Pai. A pessoa passa a se sentir amada pelo Pai, com provas de amor muito conscientes. O Espírito clama Aba! É a voz do coração que diz: papai, paizinho, meu pai! Ele cria uma amizade e um relacionamento muito concretos do coração humano com Deus Pai. Esse coração cresce na alegria e na necessidade de adorar, louvar, glorificar, engrandecer e exaltar o Pai Celeste. O Pai passa a ser uma Pessoa muito presente no dia a dia da pessoa. E esta passa a amar, valorizar, publicar e defender tudo aquilo que é do seu Pai.


30 de janeiro de 2014

DEUS É MINHA FORTALEZA 
(Sl 17)

Eu vos amo, Senhor, minha força!
O Senhor é o meu rochedo,
minha fortaleza e meu libertador.
Meu Deus é a minha rocha,
onde encontro o meu refúgio, meu escudo,
força de minha salvação e minha cidadela.
Invoco o Senhor, digno de todo louvor,
e fico livre dos meus inimigos.
Circundavam-me os vagalhões da morte,
 torrentes devastadoras me atemorizavam,
enlaçavam-se as cadeias 
da habitação dos mortos,
a própria morte me prendia em suas redes.
Na minha angústia, invoquei o Senhor,
gritei para meu Deus:
do seu templo ele ouviu a minha voz,
e o meu clamor em sua presença
chegou aos seus ouvidos.


29 de janeiro de 2014

O AUTODOMÍNIO

O Autodomínio é a capacidade que facilita a uma pessoa de ter domínio sobre si mesma, no campo de sua vontade, controlando e dirigindo com a sua vontade seus desejos, vontades, paixões e sentimentos. Quem tem autodomínio sabe e consegue se controlar. Quem não o tem, fica refém de seus sentimentos, desejos, vontades e paixões. Existe um autodomínio humano, conquistado por exercícios constantes e bem dirigidos no âmbito da vontade. Há pessoas com vontade férrea e outros com vontade frágil.
O fruto do autodomínio é obra do Espírito Santo. É um presente valioso. Porque o Espírito Santo sabe que o pecado original enfraqueceu a nossa vontade e por isso, muitas vezes “não conseguimos fazer o bem que queremos e acabamos fazendo o mal que não queremos”, Ele vem em nosso socorro e produz em nós esse fruto tão precioso.
            O fruto do autodomínio é irmão gêmeo do dom infuso da Fortaleza,  o qual, aliás, já foi explicitado acima. O Espírito Santo injeta uma força em nossa vontade que a torna mais inclinada ao bem, decidida na escolha do bem, e pronta para realizar o bem e tudo o que for bom. A diferença entre o dom e o fruto citados está em que o dom da fortaleza fortalece a vontade na busca do bem, daquilo que é bom, do que verdadeiro e do que é justo, em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. Ao passo que o autodomínio se restringe ao domínio de si mesmo, de sua interioridade, de suas manifestações emocionais, de seus desejos, vontades, tendências e paixões.


28 de janeiro de 2014

SÚPLICA CONFIANTE 

(ORAÇÃO ESPONTÂNEA INSPIRADA) 

Ouvi, Senhor, uma causa justa!
Atendei meu clamor!
 Escutai minha prece,
de lábios sem malícia.*

Venha de vós o meu julgamento,
e vossos olhos reconheçam que sou íntegro.
Podeis sondar meu coração, visitá-lo à noite,
prová-lo pelo fogo, 
não encontrareis iniquidade em mim.

Minha boca não pecou, 
como costumam os homens;
conforme as palavras dos vossos lábios,
eu  segui os caminhos da lei.
Meus passos se mantiveram firmes 
nas vossas sendas,
meus pés não titubearam.

Eu vos invoco, pois me atendereis, Senhor;
inclinai vossos ouvidos para mim, 
escutai minha voz.
Mostrai a vossa admirável misericórdia,
vós que salvais dos adversários
os que se acolhem à vossa direita.

Guardai-me como a pupila dos olhos,
 escondei-me à sombra de vossas asas,

Mas eu, confiado na vossa justiça,
contemplarei a vossa face; ao despertar,
saciar-me-ei com a visão de vosso ser. (Sl 16)


27 de janeiro de 2014

APÓS UMA AUSÊNCIA 
DE DEZ DIAS,
ESTOU DE VOLTA 
COM AS MINHAS 
POSTAGENS DIÁRIAS. 

DOU AS BOAS-VINDAS
A TODOS OS CAROS AMIGOS
E QUERIDAS AMIGAS QUE
ACESSAM O MEU BLOG
PACIÊNCIA   ou
LONGANIMIDADE
            A paciência ou longanimidade também é consequência do fruto do amor-caridade. A palavra “paciência” vem da língua latina “patire”, que se traduz por “sofrer”. Paciência é uma capacidade gerada pelo Espírito Santo, pela qual somos capazes de “aguentar, suportar” os sofrimentos apresentados pela vida, sem nos “inflar”, sem nos estressar, tencionar e carregar de ansiedade diante dos sofrimentos pessoais, diante dos sofrimentos causados por outros, ou os permitidos por Deus. Porque somos amados por Deus e pelo próximo, e porque os amamos em paz e em alegria geradas pelo Espírito, nosso ser interior “se mantém calmo” diante dos sofrimentos ou de situações que poderiam nos levar a “perder’ a paciência, a explodir, a agredir, a rejeitar tais sofrimentos.
            Ser paciente é ser tranquilo interiormente diante de pessoas cujo comportamento não é conforme aos nossos valores, diante de situações, de problemas indesejados, de sofrimentos que se apresentam. É uma tranquilidade suave, calma, não enervada e nem enervante. Ser paciente é ser tardio para irritar-se, para explodir, para exaltar-se. É ter “pavio muito longo”, que dificilmente chega a causar uma explosão emocional. Paciência é filha do amor que nos leva a ir longe, tratando com serenidade as pessoas com suas falhas, fraquezas, ignorâncias, demoras e pecados.
            A Paciência suporta as adversidades, as doenças, as contrariedades e as perseguições. A paciência é um fruto essencial para que o cristão persevere na sua fé, pois mesmo contando com o amor divino do Deus-Trindade, na vida tivemos, temos ou teremos problemas, adversidades, enfermidades, contrariedades. Precisamos pois, da ajuda do Espírito pelo fruto da paciência. O cristão paciente dificilmente é demovido da sua fé, porque suporta tudo com paciência. A alma paciente é mansa e humilde, não se revolta contra o seu Deus mas tudo suporta e aceita.


17 de janeiro de 2014

A BENIGNIDADE
            O nome “benignidade” vem de “bem”, “benigno”. A benignidade é um fruto do Espírito que também nasce do amor-caridade. Quando a pessoa ama a alguém, quanto maior for esse amor, maior será o bem que deseja e quer para o amado. E por isso procura “minimizar”  o grau e a culpa dos erros, das fraquezas, dos pecados, das misérias das pessoas. A pessoa que tem esse fruto, sempre procura “minorar”, “minimizar” e “absolver” aqueles que erram de qualquer modo. A benignidade está associada à ideia de misericórdia, de amabilidade, de brandura e de compaixão.
            O contrário da benignidade é a facilidade de denunciar, julgar e condenar com rigor exagerado aqueles que cometem algum erro. São aqueles que de “um mosquito fazem um camelo”. São os exagerados diante dos erros alheios. Uma pequena falta é considerada por eles como se fosse um grande crime. Por detrás desses exageros sempre está o orgulho.
             A pessoa que tem benignidade faz o contrário. Movida pelo amor e pela compreensão, pela misericórdia e pela bondade, sempre procura desculpar, explicar, minimizar, absolver o erro e o culpado. Deus é um “Juiz Benigno”. A sua misericórdia supera o juízo, nos diz a escritura.
            Na base da benignidade humana está a humildade. O Orgulho é o oposto da benignidade. Os que tem temperamento colérico, se não receberam o fruto da benignidade, pecam muito contra esse fruto.


16 de janeiro de 2014

Proteção divina 
(Sl.15)

EM ORAÇÃO
  Guardai-me, ó Deus,
porque é em vós que procuro refúgio.*
Digo a Deus: Sois o meu Senhor,
fora de vós não há felicidade para mim.

Quão admirável tornou Deus o meu afeto
para com os santos que estão em sua terra.
Numerosos são os sofrimentos que suportam
aqueles que se entregam a estranhos deuses.

Não hei de oferecer suas libações de sangue
e meus lábios jamais pronunciarão 
o nome de seus ídolos.
Senhor, vós sois a minha parte de herança 
e meu cálice;
vós tendes nas mãos o meu destino.

O cordel mediu para mim um lote aprazível,
muito me agrada a minha herança.*
Bendigo o Senhor porque me deu conselho,
porque mesmo de noite o coração me exorta.

Ponho sempre o Senhor diante dos olhos,
pois ele está à minha direita; não vacilarei.*
Por isso meu coração se alegra
 e minha alma exulta,
até meu corpo descansará seguro,

porque vós não abandonareis minha alma 
na habitação dos mortos,
 nem permitireis que vosso Santo
 conheça a corrupção.*
Vós me ensinareis o caminho da vida,
há abundância de alegria junto de vós,
e delícias eternas à vossa direita. 
(Sl. 15)


15 de janeiro de 2014

A    PAZ
            A verdadeira paz é gerada pelo Espírito Santo no coração humano rendido ao Ele e unido a Ele. “A paz não é ausência de guerra, mas é presença do amor”(Pe. Zezinho). É verdade. A paz gerada pelo Espírito Santo nasce do fruto do amor para com o Pai, com Jesus, com Espírito e com os irmãos. Quando vivemos intensamente esses amores, saborearemos a verdadeira paz. A paz jorra no coração quando estamos “de bem” com o Deus-Trindade, com os irmãos e conosco mesmos.
            A Paz é uma presença de serenidade, de calma e de força, de tranquilidade e de quietude interiores, produzidas pelo Espírito Santo. Jesus nos prometeu a sua paz. Ele disse: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz, não como o mundo a dá" (Jo 14, 27). Jesus comunica a sua paz pela ação do Espírito Santo.
            Porque experimentamos que somos muito amados por Deus-Trindade,  e porque nós nos sentimos amando-O, recebemos com toda confiança as revelações divinas a respeito da transcendência de nossas vidas. Ficamos em paz diante da ideia da idade avançada e das enfermidades, pois sabemos que Deus nos ama e cuida de nós. Ficamos em paz diante da verdade de que um dia deveremos prestar contas de nossas ações, pois confiamos e amamos a misericórdia divina. Ficamos em paz diante da morte, pois temos certeza de que ela é uma passagem para uma outra vida muito melhor do que esta, vivida na terra. Ficamos em paz diante da vida futura, pois pelas luzes do Espírito sabemos que estamos na graça divina e podemos morrer em paz.
            Podemos temporariamente perder a paz de espírito por causa dos nossos pecados graves, mas o Espírito Santo nos questiona, nos ilumina, gera uma “saudade de Deus”, provoca arrependimento e nos leva à confissão a fim de voltarmos ao amor de Deus e dos irmãos, e desta forma voltarmos à paz no coração.


14 de janeiro de 2014

A morada de Deus
(Sl.14)

Senhor, quem há de morar em vosso tabernáculo?
Quem habitará em vossa montanha santa?*
Aquele que vive na inocência e pratica a justiça,
aquele que pensa o que é reto no seu coração,
cuja língua não calunia;
aquele que não faz mal a seu próximo,
e não ultraja seu semelhante.
O que tem por desprezível o malvado,
mas sabe honrar os que temem a Deus;
o que não retrata juramento mesmo com dano seu,
não empresta dinheiro com usura,
nem recebe presente para condenar o inocente.
Aquele que assim proceder jamais será abalado.
* (Sl.14)
           
Prece:

            Senhor Deus de misericórdia e compaixão, que morais em vossos santos tabernáculos, de onde olhais e perscrutais os corações humanos, nós Vos pedimos que nos concedais a inocência e a justiça, e tireis para longe de nós toda maldade e perversidade para que possamos morar convosco em vossos santos tabernáculos e usufruirmos de vossa santa graça e plena paz.

13 de janeiro de 2014

A FIDELIDADE

O nome “fidelidade” tem ligação com fé. Do latim, “fides” e “fidélitas”. Também esse fruto é “descendente” do amor-caridade. Quando um coração se sente muito amado por Deus-Trindade e pelos irmãos, e corresponde a esse amor decididamente, ele se torna rigorosamente fiel. Porque tem compromissos de amor com Eles, não quer decepcionar e nem ofender, não cumprindo todos os compromissos assumidos com Eles, e por isso, naturalmente se torna fiel.
            A Fidelidade é uma qualidade que o Espírito Santo molda em nosso coração de cristãos, que nos faz fiéis em todos os compromissos, as promessas e os deveres para com Deus e o próximo. Este fruto nos leva a sermos fiéis ao Senhor, ao próximo e a nós mesmos.
            A fidelidade nos leva a sermos honestos e fiéis nos dízimos, nas ofertas, na observância do domingo; nos deveres matrimoniais, familiares e sociais; nos relacionamentos com os amigos e associados; no pagamento das dívidas; no dar ao próximo aquilo que lhe pertence.
            A fidelidade nos torna fiéis conosco mesmos, não nos vendendo por preço algum, não abrindo mão dos valores espirituais, familiares, morais, sociais e comunitários. “Os que permanecerem fiéis até a morte receberão a Coroa da Vida”.


12 de janeiro de 2014

Alegrias nas vitórias 
do Senhor 
(Sl 9)

Eu vos louvarei, Senhor, de todo o coração,
todas as vossas maravilhas narrarei.
Em vós eu estremeço de alegria,
cantarei vosso nome, ó Altíssimo!
Porque meus inimigos recuaram,
fraquejaram, pereceram ante a vossa face.
Pois tomastes a vós meu direito e minha causa,
 assentastes, ó justo Juiz, em vosso tribunal.
Com efeito, perseguistes as nações, 
destruístes o ímpio;
apagastes, para sempre, o seu nome.
Meus inimigos pereceram, 
consumou-se sua ruína eterna;
demolistes suas cidades, 
sua própria lembrança se acabou.
O Senhor, porém, domina eternamente; 
num trono sólido,
ele pronuncia seus julgamentos.
Ele mesmo julgará o universo com justiça,
com eqüidade pronunciará sentença 
sobre os povos.
O Senhor, porém, domina eternamente; 
num trono sólido,
ele pronuncia seus julgamentos.
Ele mesmo julgará o universo com justiça,
com eqüidade pronunciará 
sentença sobre os povos.
O Senhor torna-se refúgio para o oprimido,
 uma defesa oportuna 
para os tempos de perigo.
Aqueles que conheceram vosso nome 
confiarão em vós,porque, Senhor,
 jamais abandonais quem vos procura.
Salmodiai ao Senhor, que habita em Sião;
proclamai seus altos feitos entre os povos. 
(Sl. 9, 2-12)


11 de janeiro de 2014

MANSIDÃO
            O fruto da mansidão também é filho do amor-caridade. Porque a pessoa vive a experiência de sentir-se amada por Deus-Trindade e pelos irmãos, e de sentir-se amando-os com alegria e felicidade, naturalmente ela se torna mansa.
            A mansidão do coração faz com que a pessoa não seja agressiva, compulsiva, ofendendo, ferindo, agredindo o próximo, mas também tem a capacidade de não se deixar ferir, ofender com facilidade. Imaginemos uma almofada fofa coberta de veludo. Se lhe dermos um soco, ela não nos machuca e nem se ofende. Ela permanece a mesma, fofinha como antes. Assim é o coração manso: não ofende e nem se deixa ofender com facilidade.
            Pensemos num boi manso... num cavalo manso... num cordeiro manso. Podemos lidar com eles com facilidade e sem medo, pois não tem reações agressivas. Assim é a pessoa mansa.
            Mansidão tem muito a ver com bondade e humildade. Porque o coração é bom, trata as pessoas com mansidão, evitando por todos os meios de ofender, magoar, ferir, fazer sofrer.

            O discípulo de Jesus que é cheio do Espírito abrigará também esse fruto em seu coração. Dois exemplos: Vemos na vida de São Pedro essa diferença. Primeiro, o Pedro impulsivo e até violento antes do Pentecostes, e depois o Pedro amável e submisso quando ficou cheio do Espírito Santo.  Moisés, antes de ter uma experiência íntima com Deus, agia de forma brusca e violenta, chegando a matar um egípcio. Depois que conheceu a Deus tornou-se o homem mais manso de toda a terra (num. 12:3). Pela convivência com Jesus ressuscitado, vamos descobrindo sua mansidão que tanto nos cativa, e depois seguimos o seu pedido: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. 

10 de janeiro de 2014

Admirável é o nosso Deus

Ó Senhor, nosso Deus,
como é glorioso vosso nome em toda a terra!
Vossa majestade se estende,
triunfante, por cima de todos os céus.*
Da boca das crianças e dos pequeninos
 sai um louvor que confunde vossos adversários,
e reduz ao silêncio vossos inimigos.*
Quando contemplo o firmamento,
obra de vossos dedos,
a lua e as estrelas que lá fixastes:
Que é o homem, digo-me então,
para pensardes nele?
Que são os filhos de Adão,
para que vos ocupeis com eles?*
Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos,
de glória e honra o coroastes.
Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos,
 vós lhe submetestes todo o universo.*
Rebanhos e gados, e até os animais bravios,
pássaros do céu e peixes do mar,
tudo o que se move nas águas do oceano.
Ó Senhor, nosso Deus,
como é glorioso vosso nome
 em toda a terra! (Sl. 8, 2-10)


            

9 de janeiro de 2014

A  BONDADE
            O fruto da bondade é filho natural do fruto do amor-caridade. Aquele que se sente muito amado por Deus e pelos irmãos, e os ama deveras, sempre será uma pessoa bondosa. Será bondosa, porque experimenta pessoalmente a bondade de Deus em sua vida a ponto de poder exclamar:”Como Deus é bom para mim”! “Como Deus é bom para todos”! “Quanto bem Ele me faz”! “Quanto bem Ele nos faz”! Por essa experiência da bondade de Deus, seu coração se abre para querer ser um pouco como Deus é para ela. Esse desejo de ser bom é satisfeito pela ação do Espírito Santo que “infunde” um pouco da bondade de Deus no coração humano. Este cresce em sua capacidade de ser bom e de fazer sempre e só o bem, porque é o Espírito Santo que está produzindo o fruto da bondade neste coração.
            Bondoso é todo aquele que sempre e só faz o bem, e faz aquilo que é bom. A bondade é o modo como tratamos as outras pessoas, querendo-lhes sempre todo o bem.  A bondade  faz o bem, desinteressadamente, às pessoas. A pessoa que só faz o bem é porque tem um bom coração.
            Quem possui o fruto da bondade naturalmente transborda por suas palavras, por seus atos, por sua vida, a bondade de seu coração. Ele não é apenas bom para com aqueles que são bons ou que lhe demonstram sua bondade. É bom para todos. Faz o bem a todos. Mesmo àqueles que lhe fazem mal. Aliás, Jesus ensinou isso quando disse em Mateus 5,44 “Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e caluniam”.
.           O fruto da bondade é reconhecido pela gratuidade. A pessoa bondosa faz sempre e só o bem, gratuitamente, sem buscar ou esperar recompensas. A bondade gera uma necessidade deveras interessante no coração da pessoa: a necessidade de fazer o bem. Há uma inclinação interior ao bem. Isto é obra do Espírito Santo.

            Lemos em Lucas 6,33 as palavras de Jesus que nos mostram essa gratuidade: “E se fazeis o bem aos que vos fazem o bem, que recompensa mereceis? Pois o mesmo fazem também os pecadores”. E em Lucas 6,35 “Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é bom também para com os ingratos e maus”.

8 de janeiro de 2014

PRECE DE SÚPLICA 
(SALMO 5).

Senhor, ouvi minhas palavras, 
escutai meus gemidos.
 Atendei à voz de minha prece, 
ó meu rei, ó meu Deus.
É a vós que eu invoco, Senhor, desde a manhã;
escutai a minha voz, porque, desde o raiar do dia,
vos apresento minha súplica e espero.
Pois vós não sois um Deus a quem agrade o mal,
o mau não poderia morar junto de vós;
Mas eu, graças à vossa grande bondade,
 entrarei em vossa casa.
Prostrar-me-ei em vosso santuário,
com o respeito que vos é devido, Senhor.
Conduzi-me pelas sendas da justiça,
por causa de meus inimigos;
aplainai, para mim, vosso caminho.
Regozijam-se, pelo contrário, 
os que em vós confiam,
 permanecem para sempre na alegria.
Protegei-os e triunfarão em vós 
os que amam vosso nome.
Pois, vós, Senhor, abençoais o justo;
vossa benevolência, 
como um escudo, o cobrirá. 
(Sl 5, 2-5.8-9.12-13)

Prece

Senhor, Deus excelso, Pai, Filho e Espírito Santo, Vós sempre ouvis as minhas súplicas, e sempre que seja para o meu bem, Vós me atendeis. Por isso o meu coração se eleva agradecido a Vós, Senhor Deus da minha vida e da minha felicidade e alegria. “Regozijam-se os que em vós confiam, permanecem para sempre na alegria”. Amém.

7 de janeiro de 2014

 A ALEGRIA  
            A verdadeira alegria do coração humano é também fruto do Espírito Santo. Esta alegria profunda, agradável, feliz, gratificante, na verdade, nasce do fruto do amor-caridade. Aquele que “experimenta” pessoalmente e vive a maravilha do amor do Pai, de Jesus ressuscitado, do Espírito Santo e dos irmãos, só pode sentir muita alegria profunda, baseada nesse amor. É uma alegria recheada de felicidade. É muito profunda e duradoura. Saber-se amado gratuita e incondicionalmente pelo Pai, por Jesus, pelo Espírito Santo e pelos irmãos, gera essa alegria espiritual profunda que deixa o coração realmente satisfeito. 
            A alegria e o gozo  gerados pelo Espírito Santo são caracterizados por aquelas emoções interiores, por aquela alegria interior, e por aquela satisfação espiritual profunda que Ele derrama no coração e na alma. A pessoa sente uma alegria, um gozo inexplicáveis. Não há palavras humanas que possam descrever a alegria e o gozo que provêm do Espírito Santo.
            A alegria produzida pelo Espírito é o profundo regozijo do coração, o verdadeiro gosto de viver, a "satisfação no Senhor", independente das circunstâncias. “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos”. A pessoa pode ter momentos de tristeza, mas ela não substitui a alegria do Espírito. Mesmo durante as mais duras provações, podemos continuar experimentando a alegria no espírito.


6 de janeiro de 2014

O socorro vem de Deus
 (Sl.4)
Quando vos invoco, respondei-me,
ó Deus de minha justiça,
Vós que na hora da angústia 
me reconfortastes.
Tende piedade de mim e ouvi minha oração. (...)
O Senhor escolheu como eleito 
uma pessoa admirável,
o Senhor me ouviu quando O invoquei.
Tremei, mas sem pecar; 
refleti em vossos corações,
quando estiverdes em vossos leitos, e calai.
Oferecei vossos sacrifícios 
com sinceridade e esperai no Senhor.       
Dizem muitos: Quem nos fará ver a felicidade?
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, 
a luz de vossa face.
Pusestes em meu coração mais alegria
do que quando abundam o trigo e o vinho.
Apenas me deito, logo adormeço em paz,
porque a segurança de meu repouso
vem de vós só, Senhor.(Sl 4,1-9)

Prece:

            Amém, Senhor, Deus excelso e três vezes santo! Vós sempre respondeis quando clamamos por Vós. Se às vezes não me atendeis é porque aquilo que Vos peço não seria bom para mim. E então me dais outra coisa muito melhor. E quando demorais para me atender, é porque estais me educando para receber a bênção no tempo devido. Mas Vós, Deus clemente e cheio de bondade, sempre estais voltado para nós e nos amais, como um Pai e como uma mãe que muito amam os seus filhos.  Amém, Senhor.

4 de janeiro de 2014

OS  SANTOS  REIS

            Tendo Jesus nascido em Belém de Judá, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”. (...) E eis que a estrela que tinham visto no oriente os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o Menino, e ali parou. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando  na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra, por outro caminho. (Mt 2, 1-2. 9b-12)
            Natal! O Salvador, Jesus Cristo, enviado pelo Pai para salvar a humanidade, nasce da Virgem Maria, em Belém. Este acontecimento divide a história da humanidade entre “antes” e “depois” de Cristo, ou seja, entre antes e depois do Natal de Jesus. Eis aí a importância daquele que nasceu e é sempre de novo celebrado nas festas do santo Natal.
            Para que Jesus, o Salvador, possa realizar sua missão salvadora no coração de cada indivíduo, é preciso que Ele seja conhecido, aceito, adorado, obedecido e seguido. Para que as pessoas O conheçam, é preciso que Jesus seja anunciado e testemunhado, sempre de novo.
            A festa dos Santos Reis é chamada de “Epifania”, que se traduz por “manifestação”. É a manifestação, a apresentação de Jesus aos povos todos da terra, representados pelos três Reis Magos.
            A solenidade dos Santos Reis não tem como finalidade apenas recordar e celebrar esse acontecimento interessante, mas sim anunciar novamente Aquele que veio, apresentar e fazer a “epifania” de Jesus Cristo vivo, como Salvador e Senhor, às crianças, aos adolescentes, jovens, adultos e idosos, de todas as raças e línguas do planeta. Principalmente, àqueles que ainda não conhecem ou não aceitaram Jesus como seu Salvador pessoal.
            Epifania é festa de evangelização. Epifania é festa que “envia” a evangelizar, a “fazer Jesus acontecer”  na vida das pessoas. Sem essa dimensão anunciadora, essa festa será como névoa que passa...

Ofereceram-Lhe presentes
             “Abrindo seus tesouros ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra”. Os três presentes oferecidos pelos Reis Magos são profundamente proféticos e inspiradores. O ouro é um metal precioso tradicionalmente oferecido aos reis. Ao oferecer o ouro, os Magos reconhecem e proclamam a “realeza do Menino, Jesus Cristo Rei”. O incenso é religiosamente usado como sinal do reconhecimento da divindade e simboliza a adoração. Ao oferecer o presente do incenso, os Magos misteriosa, profética e maravilhosamente reconhecem a divindade do Menino. Reconhecem, proclamam e exaltam a divindade de Jesus Cristo, filho de Deus Pai, Deus como o Pai e o Espírito Santo. A mirra é uma resina que, ressequida e pulverizada, era usada como anestésico nas dores incômodas. Ao oferecerem a mirra, os Magos reconhecem e profetizam que esse Menino é humano e irá ter sua cota de sofrimentos e dores. Profetizam que Ele, um dia, sofreria todas as torturas da paixão e morte de cruz.
            Nesta festa da Epifania não podemos deixar de oferecer esses mesmos presentes, com um simbolismo particular. O “ouro” que podemos oferecer a Jesus é o nosso amor incondicional de discípulos e amigos, amor manifesto por uma vida digna, honesta e santa, cheia de profunda fé e culto ao Deus vivo, recheada de amor em forma de boas obras realizadas pelos irmãos. O “incenso” que devemos oferecer é o nosso desejo e decisão de prestar a Jesus Cristo nosso culto religioso, reconhecendo-o sempre mais profundamente como nosso Deus e Senhor. Culto esse, manifesto de forma permanente e perseverante na participação de todas as formas cultuais que se realizam na Igreja, de forma especial, na celebração e recepção dos sacramentos. A “mirra” que desejamos oferecer nesta Epifania é a oferta humilde, mas paciente, conformada e assumida dos sofrimentos que a vida humana e pessoal nos apresenta. Unimos nossos sofrimentos aos de Jesus Cristo, para que sejam fonte de conversão e santificação para nós e para os nossos familiares e irmãos de caminhada.
O ouro é o símbolo do amor, o incenso é da adoração e a mirra é do sofrimento acolhido na paciência. Percebamos que esses três presentes devem percorrer todo o curso de nossa vida. O amor, a adoração e o sofrimento assumido devem ser expressões permanentes do nosso relacionamento com Jesus ressuscitado. São os presentes que podemos oferecer todos os dias, até o fim de nossos dias terrenos.

Ser Estrela de Belém

            Deus Pai usou a estrela de Belém para fazer a “epifania” de Jesus aos Reis Magos. A estrela que lhes apareceu e a inspiração do Espírito Santo nos seus corações revelando-lhes o nascimento do Salvador, os levou a realizar uma longa e até perigosa viagem à procura do recém nascido Rei dos judeus. Deus Pai, pela estrela, os levou até onde estava o menino. Diz o evangelho: “A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram”.
            A maior de todas as bênçãos recebidas pelos Santos Reis foi essa: “Encontraram o Menino, com sua mãe”. Encontraram Jesus, o Salvador. Encontraram a salvação. Por isso os Reis Magos são venerados, apreciados e imitados como “Santos” Reis.
            Somos chamados a ser “estrelas de Belém”. Somos convocados e honrados com a missão de ser “estrelas de Belém”, para levar as pessoas até Jesus ressuscitado, para provocar encontros profundos entre as pessoas e Jesus, afim de que o conheçam, aceitem, adorem e obedeçam, e com isso sejam salvos e santificados.
            A maior e mais importante missão dos pais é serem “estrelas de Belém” para seus filhos, genros, noras e netos, levando-os a Jesus, convertendo-os a Jesus, fazendo-os discípulos de Jesus vivo.
            Os maridos são chamados a ser “estrelas luminosas” para suas esposas, e estas para eles. Os filhos são chamados a ser “estrelas brilhantes” para seus pais e irmãos. Os namorados são convocados a ser “estrelas de Belém”, um para o outro. A maior prova de amizade é ser “estrela de Belém” para os amigos. O Papa, os bispos, os padres, os religiosos consagrados e todos os ministros de Igreja têm como missão maiúscula e essencial, ser “estrelas de Belém” para todo o povo de Deus. Nada há de maior em nossa fé e vida cristã do que “ser estrela” e “fazer Jesus salvador acontecer” na vida das pessoas.
            As estrelas têm luz própria e iluminam os astros que não a possuem. A estrela chamada sol tem luz própria e ilumina a terra que não a tem. Todos nós, chamados a ser “estrelas de Belém” para os nossos irmãos, precisamos ter luz própria, a fim de iluminar os que “andam nas trevas”. Nossa luz é a fé esclarecida, profunda e evidenciada no Deus vivo, em Jesus ressuscitado, nas verdades reveladas. Fé essa, confirmada por uma vida honrada e santa, expressa por muitas boas obras. Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo! Brilhe vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”. A fé viva, esclarecida e professada, manifesta numa vida santa e cheia de boas obras é a luz da “estrela de Belém” a que todos somos chamados a ser, a fim de iluminar o coração dos nossos irmãos que ainda vivem nas trevas do desconhecimento de Jesus Cristo.