31 de janeiro de 2014
AMOR – Caridade – Ágape
São Paulo escreveu: O Fruto do Espírito
“É”. Ele não escreveu: “Os frutos do Espírito são...”. O Fruto do Espírito é
“amor-caridade”. Parece que São Paulo intencionava dizer que o amor-caridade é
a “árvore” dos outros frutos, e que os demais dependem do primeiro. Se
lembrarmos que o Espírito Santo é o “Amor - Ágape” do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai, e que
Ele procede do amor do Pai e do Filho, pode-se compreender que esse primeiro
fruto se identifica com o próprio “Amor” que é o Espírito Santo. Portanto, o
primeiro fruto é o Amor do Espírito Santo que se faz presente no coração humano
que o recebe, e de fato, resume todos os demais.
O
amor-caridade é o fruto mais importante do Espírito Santo. Ele não
desaparece jamais. Subsiste para além da morte. No céu se vive no amor: "A
fé e a esperança hão de desaparecer, mas o amor jamais desaparecerá" (1
Cor. 13,8).
O amor é
o fundamento da própria vida cristã e o resumo de todos os mandamentos da Lei
de Deus. A palavra grega que expressa o amor de Deus
é “ágape”, traduzida por “caridade”, por se tratar do próprio amor de
Deus presente e atuante no coração humano. Com esse fruto, o coração humano
passa a amar com o próprio amor de Deus, presente nele.
O amor
que o Espírito Santo produz como fruto Seu é, antes de tudo, o amor de Deus
Pai. Ele gera o amor do Pai celeste no coração, de forma experiencial. Ele faz
“experimentar” a beleza e a doçura do amor paterno de Deus Pai. A pessoa passa
a se sentir amada pelo Pai, com provas de amor muito conscientes. O Espírito
clama Aba! É a voz do coração que diz: papai, paizinho, meu pai! Ele cria uma
amizade e um relacionamento muito concretos do coração humano com Deus Pai.
Esse coração cresce na alegria e na necessidade de adorar, louvar, glorificar,
engrandecer e exaltar o Pai Celeste. O Pai passa a ser uma Pessoa muito
presente no dia a dia da pessoa. E esta passa a amar, valorizar, publicar e
defender tudo aquilo que é do seu Pai.
30 de janeiro de 2014
DEUS É MINHA FORTALEZA
(Sl 17)
Eu vos amo, Senhor, minha força!
O Senhor é o meu rochedo,
minha fortaleza e meu libertador.
Meu Deus é a minha rocha,
onde encontro o meu refúgio, meu
escudo,
força de minha salvação e minha
cidadela.
Invoco o Senhor, digno de todo louvor,
e fico livre dos meus inimigos.
Circundavam-me os vagalhões da morte,
torrentes devastadoras me atemorizavam,
enlaçavam-se as cadeias
da habitação
dos mortos,
a própria morte me prendia em suas
redes.
Na minha angústia, invoquei o Senhor,
gritei para meu Deus:
do seu templo ele ouviu a minha voz,
e o meu clamor em sua presença
chegou aos seus ouvidos.
29 de janeiro de 2014
O
AUTODOMÍNIO
O Autodomínio é a capacidade que facilita a
uma pessoa de ter domínio sobre si mesma, no campo de sua vontade, controlando
e dirigindo com a sua vontade seus desejos, vontades, paixões e sentimentos.
Quem tem autodomínio sabe e consegue se controlar. Quem não o tem, fica refém
de seus sentimentos, desejos, vontades e paixões. Existe um autodomínio humano,
conquistado por exercícios constantes e bem dirigidos no âmbito da vontade. Há
pessoas com vontade férrea e outros com vontade frágil.
O fruto do autodomínio é obra do Espírito
Santo. É um presente valioso. Porque o Espírito Santo sabe que o pecado
original enfraqueceu a nossa vontade e por isso, muitas vezes “não conseguimos fazer o bem que
queremos e acabamos fazendo o mal que não queremos”, Ele vem em nosso socorro e produz em nós
esse fruto tão precioso.
O fruto do autodomínio é irmão gêmeo
do dom infuso da Fortaleza, o qual,
aliás, já foi explicitado acima. O Espírito Santo injeta uma força em nossa
vontade que a torna mais inclinada ao bem, decidida na escolha do bem, e pronta
para realizar o bem e tudo o que for bom. A diferença entre o dom e o fruto
citados está em que o dom da fortaleza fortalece a vontade na busca do bem,
daquilo que é bom, do que verdadeiro e do que é justo, em relação a Deus, a si
mesmo e ao próximo. Ao passo que o autodomínio se restringe ao domínio de si
mesmo, de sua interioridade, de suas manifestações emocionais, de seus desejos,
vontades, tendências e paixões.
28 de janeiro de 2014
SÚPLICA CONFIANTE
(ORAÇÃO ESPONTÂNEA INSPIRADA)
Ouvi, Senhor, uma causa justa!
Atendei meu clamor!
Escutai minha prece,
de lábios sem malícia.*
Venha de vós o meu julgamento,
e vossos olhos reconheçam que sou
íntegro.
Podeis sondar meu coração, visitá-lo à
noite,
prová-lo pelo fogo,
não encontrareis iniquidade em mim.
não encontrareis iniquidade em mim.
Minha boca não pecou,
como costumam os homens;
como costumam os homens;
conforme as palavras dos vossos
lábios,
eu
segui os caminhos da lei.
Meus passos se mantiveram firmes
nas vossas sendas,
nas vossas sendas,
meus pés não titubearam.
Eu vos invoco, pois me atendereis,
Senhor;
inclinai vossos ouvidos para mim,
escutai minha voz.
escutai minha voz.
Mostrai a vossa admirável
misericórdia,
vós que salvais dos adversários
os que se acolhem à vossa direita.
Guardai-me como a pupila dos olhos,
escondei-me à sombra de vossas asas,
Mas eu, confiado na vossa justiça,
contemplarei a vossa face; ao
despertar,
saciar-me-ei com a visão de vosso ser.
(Sl 16)
27 de janeiro de 2014
APÓS UMA AUSÊNCIA
DE DEZ DIAS,
DE DEZ DIAS,
ESTOU DE VOLTA
COM AS MINHAS
POSTAGENS DIÁRIAS.
DOU AS BOAS-VINDAS
COM AS MINHAS
POSTAGENS DIÁRIAS.
DOU AS BOAS-VINDAS
A TODOS OS CAROS AMIGOS
E QUERIDAS AMIGAS QUE
ACESSAM O MEU BLOG
PACIÊNCIA ou
LONGANIMIDADE
A paciência ou longanimidade também
é consequência do fruto do amor-caridade. A palavra “paciência” vem da língua
latina “patire”, que se traduz por “sofrer”. Paciência é uma capacidade gerada
pelo Espírito Santo, pela qual somos capazes de “aguentar, suportar” os
sofrimentos apresentados pela vida, sem nos “inflar”, sem nos estressar,
tencionar e carregar de ansiedade diante dos sofrimentos pessoais, diante dos
sofrimentos causados por outros, ou os permitidos por Deus. Porque somos amados
por Deus e pelo próximo, e porque os amamos em paz e em alegria geradas pelo
Espírito, nosso ser interior “se mantém calmo” diante dos sofrimentos ou de
situações que poderiam nos levar a “perder’ a paciência, a explodir, a agredir,
a rejeitar tais sofrimentos.
Ser paciente é ser tranquilo
interiormente diante de pessoas cujo comportamento não é conforme aos nossos
valores, diante de situações, de problemas indesejados, de sofrimentos que se
apresentam. É uma tranquilidade suave, calma, não enervada e nem enervante. Ser
paciente é ser tardio para irritar-se, para explodir, para exaltar-se. É ter
“pavio muito longo”, que dificilmente chega a causar uma explosão emocional.
Paciência é filha do amor que nos leva a ir longe, tratando com serenidade as
pessoas com suas falhas, fraquezas, ignorâncias, demoras e pecados.
A Paciência suporta as
adversidades, as doenças, as contrariedades e as perseguições. A paciência é um
fruto essencial para que o cristão persevere na sua fé, pois mesmo contando com
o amor divino do Deus-Trindade, na vida tivemos, temos ou teremos problemas,
adversidades, enfermidades, contrariedades. Precisamos pois, da ajuda do
Espírito pelo fruto da paciência. O cristão paciente dificilmente é demovido da
sua fé, porque suporta tudo com paciência. A alma paciente é mansa e humilde,
não se revolta contra o seu Deus mas tudo suporta e aceita.
17 de janeiro de 2014
A BENIGNIDADE
O nome “benignidade” vem de “bem”,
“benigno”. A benignidade é um fruto do Espírito que também nasce do
amor-caridade. Quando a pessoa ama a alguém, quanto maior for esse amor, maior
será o bem que deseja e quer para o amado. E por isso procura “minimizar” o grau e a culpa dos erros, das fraquezas,
dos pecados, das misérias das pessoas. A pessoa que tem esse fruto, sempre
procura “minorar”, “minimizar” e “absolver” aqueles que erram de qualquer modo.
A benignidade está associada à ideia de misericórdia, de amabilidade, de
brandura e de compaixão.
O contrário da benignidade é a
facilidade de denunciar, julgar e condenar com rigor exagerado aqueles que
cometem algum erro. São aqueles que de “um mosquito fazem um camelo”. São os
exagerados diante dos erros alheios. Uma pequena falta é considerada por eles
como se fosse um grande crime. Por detrás desses exageros sempre está o
orgulho.
A pessoa que tem benignidade faz o contrário.
Movida pelo amor e pela compreensão, pela misericórdia e pela bondade, sempre
procura desculpar, explicar, minimizar, absolver o erro e o culpado. Deus é um
“Juiz Benigno”. A sua misericórdia supera o juízo, nos diz a escritura.
Na base da benignidade humana está a
humildade. O Orgulho é o oposto da benignidade. Os que tem temperamento
colérico, se não receberam o fruto da benignidade, pecam muito contra esse
fruto.
16 de janeiro de 2014
Proteção
divina
(Sl.15)
EM ORAÇÃO
Guardai-me, ó Deus,
porque é em vós que procuro refúgio.*
Digo a Deus: Sois o meu Senhor,
fora de vós não há felicidade para
mim.
Quão admirável tornou Deus o meu afeto
para com os santos que estão em sua
terra.
Numerosos são os sofrimentos que
suportam
aqueles que se entregam a estranhos
deuses.
Não hei de oferecer suas libações de
sangue
e meus lábios jamais pronunciarão
o
nome de seus ídolos.
Senhor, vós sois a minha parte de
herança
e meu cálice;
vós tendes nas mãos o meu destino.
O cordel mediu para mim um lote
aprazível,
muito me agrada a minha herança.*
Bendigo o Senhor porque me deu
conselho,
porque mesmo de noite o coração me
exorta.
Ponho sempre o Senhor diante dos
olhos,
pois ele está à minha direita; não
vacilarei.*
Por isso meu coração se alegra
e minha
alma exulta,
até meu corpo descansará seguro,
porque vós não abandonareis minha alma
na habitação dos mortos,
nem permitireis que vosso Santo
conheça a
corrupção.*
Vós me ensinareis o caminho da vida,
há abundância de alegria junto de vós,
e delícias eternas à vossa direita.
(Sl. 15)
15 de janeiro de 2014
A PAZ
A verdadeira paz é gerada pelo
Espírito Santo no coração humano rendido ao Ele e unido a Ele. “A paz não é
ausência de guerra, mas é presença do amor”(Pe. Zezinho). É verdade. A paz
gerada pelo Espírito Santo nasce do fruto do amor para com o Pai, com Jesus,
com Espírito e com os irmãos. Quando vivemos intensamente esses amores,
saborearemos a verdadeira paz. A paz jorra no coração quando estamos “de bem”
com o Deus-Trindade, com os irmãos e conosco mesmos.
A Paz é uma presença de serenidade, de calma e de força, de
tranquilidade e de quietude interiores, produzidas pelo Espírito Santo. Jesus
nos prometeu a sua paz. Ele disse: "Deixo-vos
a paz, dou-vos a minha paz, não como o mundo a dá" (Jo 14, 27). Jesus comunica a sua paz pela
ação do Espírito Santo.
Porque experimentamos que somos
muito amados por Deus-Trindade, e porque
nós nos sentimos amando-O, recebemos com toda confiança as revelações divinas a
respeito da transcendência de nossas vidas. Ficamos em paz diante da ideia da
idade avançada e das enfermidades, pois sabemos que Deus nos ama e cuida de
nós. Ficamos em paz diante da verdade de que um dia deveremos prestar contas de
nossas ações, pois confiamos e amamos a misericórdia divina. Ficamos em paz
diante da morte, pois temos certeza de que ela é uma passagem para uma outra
vida muito melhor do que esta, vivida na terra. Ficamos em paz diante da vida
futura, pois pelas luzes do Espírito sabemos que estamos na graça divina e
podemos morrer em paz.
Podemos temporariamente perder a paz
de espírito por causa dos nossos pecados graves, mas o Espírito Santo nos
questiona, nos ilumina, gera uma “saudade de Deus”, provoca arrependimento e
nos leva à confissão a fim de voltarmos ao amor de Deus e dos irmãos, e desta
forma voltarmos à paz no coração.
14 de janeiro de 2014
A morada
de Deus
(Sl.14)
Senhor, quem há de morar em vosso
tabernáculo?
Quem habitará em vossa montanha
santa?*
Aquele que vive na inocência e pratica
a justiça,
aquele que pensa o que é reto no seu
coração,
cuja língua não calunia;
aquele que não faz mal a seu próximo,
e não ultraja seu semelhante.
O que tem por desprezível o malvado,
mas sabe honrar os que temem a Deus;
o que não retrata juramento mesmo com
dano seu,
não empresta dinheiro com usura,
nem recebe presente para condenar o
inocente.
Aquele que assim proceder jamais será
abalado.
* (Sl.14)
Prece:
Senhor Deus de misericórdia e
compaixão, que morais em vossos santos tabernáculos, de onde olhais e
perscrutais os corações humanos, nós Vos pedimos que nos concedais a inocência
e a justiça, e tireis para longe de nós toda maldade e perversidade para que
possamos morar convosco em vossos santos tabernáculos e usufruirmos de vossa
santa graça e plena paz.
13 de janeiro de 2014
A
FIDELIDADE
O nome “fidelidade” tem ligação com fé. Do
latim, “fides” e “fidélitas”. Também esse fruto é “descendente” do
amor-caridade. Quando um coração se sente muito amado por Deus-Trindade e pelos
irmãos, e corresponde a esse amor decididamente, ele se torna rigorosamente
fiel. Porque tem compromissos de amor com Eles, não quer decepcionar e nem
ofender, não cumprindo todos os compromissos assumidos com Eles, e por isso,
naturalmente se torna fiel.
A Fidelidade é uma qualidade que o
Espírito Santo molda em nosso coração de cristãos, que nos faz fiéis em
todos os compromissos, as promessas e os deveres para com Deus e o próximo.
Este fruto nos leva a sermos fiéis ao Senhor, ao próximo e a nós mesmos.
A fidelidade nos leva a sermos honestos
e fiéis nos dízimos, nas ofertas, na observância do domingo; nos deveres
matrimoniais, familiares e sociais; nos relacionamentos com os amigos e
associados; no pagamento das dívidas; no dar ao próximo aquilo que lhe
pertence.
A fidelidade nos torna fiéis conosco
mesmos, não nos vendendo por preço algum, não abrindo mão dos valores
espirituais, familiares, morais, sociais e comunitários. “Os que
permanecerem fiéis até a morte receberão a Coroa da Vida”.
12 de janeiro de 2014
Alegrias nas vitórias
do Senhor
(Sl 9)
Eu vos louvarei, Senhor, de todo o
coração,
todas as vossas maravilhas narrarei.
Em vós eu estremeço de alegria,
cantarei vosso nome, ó Altíssimo!
Porque meus inimigos recuaram,
fraquejaram, pereceram ante a vossa
face.
Pois tomastes a vós meu direito e
minha causa,
assentastes, ó justo Juiz, em vosso tribunal.
Com efeito, perseguistes as nações,
destruístes o ímpio;
apagastes, para sempre, o seu nome.
Meus inimigos pereceram,
consumou-se
sua ruína eterna;
demolistes suas cidades,
sua própria
lembrança se acabou.
O Senhor, porém, domina eternamente;
num trono sólido,
ele pronuncia seus julgamentos.
Ele mesmo julgará o universo com
justiça,
com eqüidade pronunciará sentença
sobre os povos.
O Senhor, porém, domina eternamente;
num trono sólido,
ele pronuncia seus julgamentos.
Ele mesmo julgará o universo com
justiça,
com eqüidade pronunciará
sentença
sobre os povos.
O Senhor torna-se refúgio para o
oprimido,
uma defesa oportuna
para os tempos de perigo.
Aqueles que conheceram vosso nome
confiarão em vós,porque, Senhor,
jamais abandonais quem
vos procura.
Salmodiai ao Senhor, que habita em
Sião;
proclamai seus altos feitos entre os
povos.
(Sl. 9, 2-12)
11 de janeiro de 2014
MANSIDÃO
O fruto da mansidão também é filho
do amor-caridade. Porque a pessoa vive a experiência de sentir-se amada por
Deus-Trindade e pelos irmãos, e de sentir-se amando-os com alegria e
felicidade, naturalmente ela se torna mansa.
A mansidão do coração faz com que a
pessoa não seja agressiva, compulsiva, ofendendo, ferindo, agredindo o próximo,
mas também tem a capacidade de não se deixar ferir, ofender com facilidade.
Imaginemos uma almofada fofa coberta de veludo. Se lhe dermos um soco, ela não
nos machuca e nem se ofende. Ela permanece a mesma, fofinha como antes. Assim é
o coração manso: não ofende e nem se deixa ofender com facilidade.
Pensemos num boi manso... num cavalo
manso... num cordeiro manso. Podemos lidar com eles com facilidade e sem medo,
pois não tem reações agressivas. Assim é a pessoa mansa.
Mansidão tem muito a ver com bondade
e humildade. Porque o coração é bom, trata as pessoas com mansidão, evitando
por todos os meios de ofender, magoar, ferir, fazer sofrer.
O discípulo de Jesus que é cheio do
Espírito abrigará também esse fruto em seu coração. Dois exemplos: Vemos na
vida de São Pedro essa diferença. Primeiro, o Pedro impulsivo e até violento
antes do Pentecostes, e depois o Pedro amável e submisso quando ficou cheio do
Espírito Santo. Moisés, antes de ter uma
experiência íntima com Deus, agia de forma brusca e violenta, chegando a matar
um egípcio. Depois que conheceu a Deus tornou-se o homem mais manso de toda a
terra (num. 12:3). Pela convivência com Jesus ressuscitado, vamos
descobrindo sua mansidão que tanto nos cativa, e depois seguimos o seu pedido: “Aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração”.
10 de janeiro de 2014
Admirável é o nosso Deus
Ó Senhor, nosso Deus,
como é glorioso vosso nome em toda a
terra!
Vossa majestade se estende,
triunfante, por cima de todos os
céus.*
Da boca das crianças e dos pequeninos
sai um louvor que confunde vossos adversários,
e reduz ao silêncio vossos inimigos.*
Quando contemplo o firmamento,
obra de vossos dedos,
a lua e as estrelas que lá fixastes:
Que é o homem, digo-me então,
para pensardes nele?
Que são os filhos de Adão,
para que vos ocupeis com eles?*
Entretanto, vós o fizestes quase igual
aos anjos,
de glória e honra o coroastes.
Destes-lhe poder sobre as obras de
vossas mãos,
vós lhe submetestes todo o universo.*
Rebanhos e gados, e até os animais
bravios,
pássaros do céu e peixes do mar,
tudo o que se move nas águas do
oceano.
Ó Senhor, nosso Deus,
como é glorioso vosso nome
em toda a terra! (Sl. 8, 2-10)
9 de janeiro de 2014
A BONDADE
O fruto da bondade é filho natural
do fruto do amor-caridade. Aquele que se sente muito amado por Deus e pelos
irmãos, e os ama deveras, sempre será uma pessoa bondosa. Será bondosa, porque
experimenta pessoalmente a bondade de Deus em sua vida a ponto de poder
exclamar:”Como Deus é
bom para mim”! “Como Deus é bom para todos”! “Quanto bem Ele me faz”! “Quanto
bem Ele nos faz”! Por essa
experiência da bondade de Deus, seu coração se abre para querer ser um pouco
como Deus é para ela. Esse desejo de ser bom é satisfeito pela ação do Espírito
Santo que “infunde” um pouco da bondade de Deus no coração humano. Este cresce
em sua capacidade de ser bom e de fazer sempre e só o bem, porque é o Espírito Santo
que está produzindo o fruto da bondade neste coração.
Bondoso é todo aquele que sempre e
só faz o bem, e faz aquilo que é bom. A bondade é o modo como
tratamos as outras pessoas, querendo-lhes sempre todo o bem. A bondade faz o bem,
desinteressadamente, às pessoas. A pessoa que só faz o bem é porque tem um bom
coração.
Quem possui o fruto da bondade
naturalmente transborda por suas palavras, por seus atos, por sua vida, a
bondade de seu coração. Ele não é apenas bom para com aqueles que são bons ou
que lhe demonstram sua bondade. É bom para todos. Faz o bem a todos. Mesmo
àqueles que lhe fazem mal. Aliás, Jesus ensinou isso quando disse em Mateus 5,44 “Eu,
porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai
pelos que vos perseguem e caluniam”.
. O fruto da bondade é reconhecido pela
gratuidade. A pessoa bondosa faz sempre e só o bem, gratuitamente, sem buscar
ou esperar recompensas. A bondade gera uma necessidade deveras interessante no
coração da pessoa: a necessidade de fazer o bem. Há uma inclinação interior ao
bem. Isto é obra do Espírito Santo.
Lemos em Lucas 6,33 as
palavras de Jesus que nos mostram essa gratuidade: “E se
fazeis o bem aos que vos fazem o bem, que recompensa mereceis? Pois o mesmo
fazem também os pecadores”. E em
Lucas 6,35 “Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem
daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do
Altíssimo, porque ele é bom também para com os ingratos e maus”.
8 de janeiro de 2014
PRECE
DE SÚPLICA
(SALMO 5).
Senhor, ouvi minhas palavras,
escutai meus gemidos.
escutai meus gemidos.
Atendei à voz de minha prece,
ó meu rei, ó meu Deus.
ó meu rei, ó meu Deus.
É a vós que eu invoco, Senhor, desde a
manhã;
escutai a minha voz, porque, desde o
raiar do dia,
vos apresento minha súplica e espero.
Pois vós não sois um Deus a quem
agrade o mal,
o mau não poderia morar junto de vós;
Mas eu, graças à vossa grande bondade,
entrarei em vossa casa.
Prostrar-me-ei em vosso santuário,
com o respeito que vos é devido,
Senhor.
Conduzi-me pelas sendas da justiça,
por causa de meus inimigos;
aplainai, para mim, vosso caminho.
Regozijam-se, pelo contrário,
os que em vós confiam,
os que em vós confiam,
permanecem para sempre na alegria.
Protegei-os e triunfarão em vós
os que amam vosso nome.
os que amam vosso nome.
Pois, vós, Senhor, abençoais o justo;
vossa benevolência,
como um escudo, o cobrirá.
como um escudo, o cobrirá.
(Sl 5, 2-5.8-9.12-13)
Prece
Senhor, Deus excelso, Pai, Filho e Espírito Santo, Vós
sempre ouvis as minhas súplicas, e sempre que seja para o meu bem, Vós me
atendeis. Por isso o meu coração se eleva agradecido a Vós, Senhor Deus da
minha vida e da minha felicidade e alegria. “Regozijam-se os que
em vós confiam, permanecem para sempre na alegria”. Amém.
7 de janeiro de 2014
A ALEGRIA
A verdadeira
alegria do coração humano é também fruto do Espírito Santo. Esta alegria
profunda, agradável, feliz, gratificante, na verdade, nasce do fruto do
amor-caridade. Aquele que “experimenta” pessoalmente e vive a maravilha do amor
do Pai, de Jesus ressuscitado, do Espírito Santo e dos irmãos, só pode sentir
muita alegria profunda, baseada nesse amor. É uma alegria recheada de
felicidade. É muito profunda e duradoura. Saber-se amado gratuita e
incondicionalmente pelo Pai, por Jesus, pelo Espírito Santo e pelos irmãos,
gera essa alegria espiritual profunda que deixa o coração realmente
satisfeito.
A alegria e o
gozo gerados pelo Espírito Santo são caracterizados por aquelas emoções
interiores, por aquela alegria interior, e por aquela satisfação espiritual
profunda que Ele derrama no coração e na alma. A pessoa sente uma alegria, um
gozo inexplicáveis. Não há palavras humanas que possam descrever a alegria e o
gozo que provêm do Espírito Santo.
A alegria
produzida pelo Espírito é o profundo regozijo do coração, o verdadeiro gosto de
viver, a "satisfação no Senhor", independente das
circunstâncias. “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos”. A pessoa
pode ter momentos de tristeza, mas ela não substitui a alegria do Espírito.
Mesmo durante as mais duras provações, podemos continuar experimentando a
alegria no espírito.
6 de janeiro de 2014
O socorro vem de Deus
(Sl.4)
Quando
vos invoco, respondei-me,
ó
Deus de minha justiça,
Vós
que na hora da angústia
me reconfortastes.
Tende
piedade de mim e ouvi minha oração. (...)
O
Senhor escolheu como eleito
uma pessoa admirável,
o
Senhor me ouviu quando O invoquei.
Tremei,
mas sem pecar;
refleti em vossos corações,
quando
estiverdes em vossos leitos, e calai.
Oferecei
vossos sacrifícios
com sinceridade e esperai no Senhor.
Dizem
muitos: Quem nos fará ver a felicidade?
Fazei
brilhar sobre nós, Senhor,
a luz de vossa face.
Pusestes
em meu coração mais alegria
do
que quando abundam o trigo e o vinho.
Apenas
me deito, logo adormeço em paz,
porque
a segurança de meu repouso
vem
de vós só, Senhor.(Sl 4,1-9)
Prece:
Amém,
Senhor, Deus excelso e três vezes santo! Vós sempre respondeis quando clamamos
por Vós. Se às vezes não me atendeis é porque aquilo que Vos peço não seria bom
para mim. E então me dais outra coisa muito melhor. E quando demorais para me
atender, é porque estais me educando para receber a bênção no tempo devido. Mas
Vós, Deus clemente e cheio de bondade, sempre estais voltado para nós e nos
amais, como um Pai e como uma mãe que muito amam os seus filhos. Amém, Senhor.
4 de janeiro de 2014
OS SANTOS REIS
Tendo Jesus nascido em Belém de
Judá, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram: “Onde está o
rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.
(...) E eis que a estrela que tinham visto no oriente os foi precedendo até
chegar sobre o lugar onde estava o Menino, e ali parou. A aparição daquela
estrela os encheu de profunda alegria. Entrando
na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele
o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros ofereceram-lhe como presentes: ouro,
incenso e mirra. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para
sua terra, por outro caminho. (Mt 2, 1-2. 9b-12)
Natal! O Salvador, Jesus Cristo,
enviado pelo Pai para salvar a humanidade, nasce da Virgem Maria, em Belém.
Este acontecimento divide a história da humanidade entre “antes” e “depois” de
Cristo, ou seja, entre antes e depois do Natal de Jesus. Eis aí a importância
daquele que nasceu e é sempre de novo celebrado nas festas do santo Natal.
Para que Jesus, o Salvador, possa
realizar sua missão salvadora no coração de cada indivíduo, é preciso que Ele
seja conhecido, aceito, adorado, obedecido e seguido. Para que as pessoas O
conheçam, é preciso que Jesus seja anunciado e testemunhado, sempre de novo.
A festa dos Santos Reis é chamada de
“Epifania”, que se traduz por “manifestação”. É a manifestação, a apresentação
de Jesus aos povos todos da terra, representados pelos três Reis Magos.
A solenidade dos Santos Reis não tem
como finalidade apenas recordar e celebrar esse acontecimento interessante, mas
sim anunciar novamente Aquele que veio, apresentar e fazer a “epifania” de
Jesus Cristo vivo, como Salvador e Senhor, às crianças, aos adolescentes,
jovens, adultos e idosos, de todas as raças e línguas do planeta.
Principalmente, àqueles que ainda não conhecem ou não aceitaram Jesus como seu
Salvador pessoal.
Epifania é festa de evangelização.
Epifania é festa que “envia” a evangelizar, a “fazer Jesus acontecer” na vida das pessoas. Sem essa dimensão
anunciadora, essa festa será como névoa que passa...
Ofereceram-Lhe
presentes
“Abrindo seus tesouros
ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra”. Os três presentes
oferecidos pelos Reis Magos são profundamente proféticos e inspiradores. O ouro
é um metal precioso tradicionalmente oferecido aos reis. Ao oferecer o ouro, os
Magos reconhecem e proclamam a “realeza do Menino, Jesus Cristo Rei”. O incenso
é religiosamente usado como sinal do reconhecimento da divindade e simboliza a
adoração. Ao oferecer o presente do incenso, os Magos misteriosa, profética e
maravilhosamente reconhecem a divindade do Menino. Reconhecem, proclamam e
exaltam a divindade de Jesus Cristo, filho de Deus Pai, Deus como o Pai e o
Espírito Santo. A mirra é uma resina que, ressequida e pulverizada, era usada
como anestésico nas dores incômodas. Ao oferecerem a mirra, os Magos reconhecem
e profetizam que esse Menino é humano e irá ter sua cota de sofrimentos e dores.
Profetizam que Ele, um dia, sofreria todas as torturas da paixão e morte de
cruz.
Nesta festa da Epifania não podemos
deixar de oferecer esses mesmos presentes, com um simbolismo particular. O
“ouro” que podemos oferecer a Jesus é o nosso amor incondicional de discípulos
e amigos, amor manifesto por uma vida digna, honesta e santa, cheia de profunda
fé e culto ao Deus vivo, recheada de amor em forma de boas obras realizadas
pelos irmãos. O “incenso” que devemos oferecer é o nosso desejo e decisão de
prestar a Jesus Cristo nosso culto religioso, reconhecendo-o sempre mais
profundamente como nosso Deus e Senhor. Culto esse, manifesto de forma
permanente e perseverante na participação de todas as formas cultuais que se
realizam na Igreja, de forma especial, na celebração e recepção dos
sacramentos. A “mirra” que desejamos oferecer nesta Epifania é a oferta
humilde, mas paciente, conformada e assumida dos sofrimentos que a vida humana
e pessoal nos apresenta. Unimos nossos sofrimentos aos de Jesus Cristo, para
que sejam fonte de conversão e santificação para nós e para os nossos
familiares e irmãos de caminhada.
O ouro é o símbolo do amor, o
incenso é da adoração e a mirra é do sofrimento acolhido na paciência.
Percebamos que esses três presentes devem percorrer todo o curso de nossa vida.
O amor, a adoração e o sofrimento assumido devem ser expressões permanentes do
nosso relacionamento com Jesus ressuscitado. São os presentes que podemos
oferecer todos os dias, até o fim de nossos dias terrenos.
Ser Estrela de Belém
Deus Pai usou a estrela de Belém para fazer a “epifania” de Jesus aos Reis Magos. A estrela que lhes apareceu e a inspiração do Espírito Santo nos seus corações revelando-lhes o nascimento do Salvador, os levou a realizar uma longa e até perigosa viagem à procura do recém nascido Rei dos judeus. Deus Pai, pela estrela, os levou até onde estava o menino. Diz o evangelho: “A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram”.
A maior de todas as bênçãos recebidas pelos Santos Reis foi essa: “Encontraram o Menino, com sua mãe”. Encontraram Jesus, o Salvador. Encontraram a salvação. Por isso os Reis Magos são venerados, apreciados e imitados como “Santos” Reis.
Somos chamados a ser “estrelas de Belém”. Somos convocados e honrados com a missão de ser “estrelas de Belém”, para levar as pessoas até Jesus ressuscitado, para provocar encontros profundos entre as pessoas e Jesus, afim de que o conheçam, aceitem, adorem e obedeçam, e com isso sejam salvos e santificados.
A maior e mais importante missão dos pais é serem “estrelas de Belém” para seus filhos, genros, noras e netos, levando-os a Jesus, convertendo-os a Jesus, fazendo-os discípulos de Jesus vivo.
Os maridos são chamados a ser “estrelas luminosas” para suas esposas, e estas para eles. Os filhos são chamados a ser “estrelas brilhantes” para seus pais e irmãos. Os namorados são convocados a ser “estrelas de Belém”, um para o outro. A maior prova de amizade é ser “estrela de Belém” para os amigos. O Papa, os bispos, os padres, os religiosos consagrados e todos os ministros de Igreja têm como missão maiúscula e essencial, ser “estrelas de Belém” para todo o povo de Deus. Nada há de maior em nossa fé e vida cristã do que “ser estrela” e “fazer Jesus salvador acontecer” na vida das pessoas.
As estrelas têm luz própria e iluminam os astros que não a possuem. A estrela chamada sol tem luz própria e ilumina a terra que não a tem. Todos nós, chamados a ser “estrelas de Belém” para os nossos irmãos, precisamos ter luz própria, a fim de iluminar os que “andam nas trevas”. Nossa luz é a fé esclarecida, profunda e evidenciada no Deus vivo, em Jesus ressuscitado, nas verdades reveladas. Fé essa, confirmada por uma vida honrada e santa, expressa por muitas boas obras. Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo! Brilhe vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”. A fé viva, esclarecida e professada, manifesta numa vida santa e cheia de boas obras é a luz da “estrela de Belém” a que todos somos chamados a ser, a fim de iluminar o coração dos nossos irmãos que ainda vivem nas trevas do desconhecimento de Jesus Cristo.