SINAL DOS
TEMPOS ?
A vocação ao
sacerdócio e à vida consagrada é um chamado personalizado de Jesus Cristo,
feito a uma determinada pessoa. A vocação é uma iniciativa pessoal de Jesus. É
Ele quem chama. A pessoa chamada precisa dar sua resposta pessoal a Jesus, se
aceita ou não o chamado para esse estilo de vida e missão.
Pode-se comprovar um novo fenômeno em quase toda a Igreja, no que se refere ao
chamado de homens e mulheres, jovens e adultos, solteiros e casados, a quem
Jesus está convocando para o sacerdócio ou para a vida consagrada.
O interessante é que grande parte dos chamados por Jesus para a vida consagrada
não entram nas congregações e institutos tradicionais. Sentem-se chamados a
integrar novas comunidades que estão sendo fundadas, bem como a entrar em novos
institutos de vida consagrada e ou clerical. As novas fundações se multiplicam
em toda a Igreja. Também no Brasil. Seu crescimento em número de membros
impressiona.
Outro fenômeno interessante é que o Espírito Santo tem chamado a serem fundadores
dessas novas instituições e comunidades, muitos leigos adultos e jovens,
solteiros e até casados. A eles é que concede o carisma fundacional e a
espiritualidade específica.
Há algumas dezenas de novas fundações só no Brasil. Lembro aqui algumas mais conhecidas
e numerosas. A Comunidade Shalom, de Fortaleza; a Comunidade Canção Nova; o
Instituto Missionários Servos de Javé; e Servas de Javé; de São Paulo; as
Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, de São Paulo; A Toca de Assis, de
Campinas; a Comunidade Obra de Maria, do Recife; e muitas outras.
Este novo fenômeno eclesial católico chama especial atenção para o fato de a
grande maioria dessas novas comunidades e instituições clericais e consagradas
nascerem dentro da espiritualidade do Espírito Santo, ou seja, dentro da
espiritualidade de Pentecostes, conhecida no Brasil como Renovação Carismática.
A quase totalidade dos chamados por Jesus para essas novas instituições
procedem dos grupos de oração da Renovação Carismática. Jesus deve ter alguma
razão particular para fazê-lo.
O Espírito Santo sempre surpreende por sua ação na Igreja. Entre 1.800 e 1.900,
quando a teologia e a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus estavam em
grande evidência, o Espírito Santo, por meio de seus servos escolhidos, fundou
umas dezenas de congregações masculinas e femininas, todas inspiradas por
aquela espiritualidade. Agora, após o Vaticano II, o Espírito Santo suscita a
“sua” espiritualidade, cujo centro, fonte e foco irradiador é ele mesmo. E a
partir dessa espiritualidade, está suscitando uma centena de novas instituições
na Igreja.
Sinal dos tempos? Com certeza. A Santa Sé já captou esses sinais, e está dando
toda atenção, por meio de uma comissão pontifícia, a fim de acolher com
sabedoria e dirigir com discernimento a esse novo fenômeno suscitado pelo
Espírito Santo. Oxalá a CNBB, a CRB, os bispos, bem como as congregações
religiosas tradicionais saibam captar, avaliar, discernir e acolher esses
sinais dos tempos, emitidos pelo Espírito Santo, pois Ele está realizando
“coisas novas” na Igreja.
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