18 de setembro de 2015
A ignorância das Escrituras é
ignorância do próprio Cristo"
Palavra de Deus
Eis que dois deles viajavam nesse mesmo dia para um povoado chamado Emaús, distante uns doze quilômetros de Jerusalém; e conversavam sobre tudo o que tinha acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles; seus olhos, porém, estavam incapazes de reconhecê-lo. E Jesus lhes disse: "Insensatos e lentos de coração para crer tudo o que os profetas anunciaram. Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?". E, começando por Moisés e por todos os profetas, foi explicando tudo que a ele se referia em todas as Escrituras. (Lucas 24,13-16.25-27)
Comentário de João Paulo II
A contemplação do rosto de Cristo não pode senão ser inspirada por tudo o que dele nos diz a Sagrada Escritura, que é, de alto a baixo, atravessada pelo seu mistério, obscuramente mostrado no Antigo Testamento, plenamente revelado no Novo, a ponto de São Jerônimo sentenciar com vigor: ''A ignorância das Escrituras é ignorância do próprio Cristo", Permanecendo ancorados na Escritura, abramo-nos à ação do Espírito, que está na origem daqueles escritos, e ao mesmo tempo ao testemunho dos Apóstolos, que fizeram a experiência viva de Cristo, o Verbo da vida, quando o viram com os seus olhos, o ouviram com seus ouvidos, o tocaram com as suas mãos.
17 de setembro de 2015
Procurar "ser"
antes de "fazer"
Palavra de Deus
A outro Jesus disse: "Segue-me': mas ele respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai". Jesus, porém, lhe respondeu: "Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus". Outro lhe disse: "Eu te seguirei, Senhor, mas permite-me primeiro despedir-me dos que estão em minha casa". Jesus, porém, lhe respondeu: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus".
(Lucas 9,59-62)
Comentário de João Paulo II
Agora devemos olhar para a frente, devemos "fazer-nos ao largo", confiantes na palavra de Cristo: Duc in altum! As experiências vividas devem suscitar em nós um dinamismo novo,levando-nos a investir o entusiasmo provado em iniciativas concretas. O próprio Jesus nos admoesta: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". Na causa do Reino não há tempo para olhar para trás, menos ainda para abandonar-se à preguiça. Espera-se muito. O nosso tempo é tempo de movimento contínuo que chega frequentemente até a agitação, com o risco fácil do "fazer por fazer". Devemos resistir a esta tentação, procurando "ser" antes de "fazer".
16 de setembro de 2015
A virgindade
Palavra de Deus
Eu quisera que estivésseis isentos de preocupações. Quem não tem esposa cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor. Quem tem esposa cuida das coisas do mundo e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma, a mulher não casada e e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido. Digo isto para vossa conveniência e não para vos armar uma cilada, mas tendo em vista o que é melhor e que possa unir-vos mais ao Senhor sem distração.
(1. Coríntios 7,32-35)
Comentário de João Paulo II
Tornando livre de modo especial o coração do homem "de modo a inflamá-lo sobretudo de caridade para com Deus e todos os homens" (Perfectae Caritatis, 12), a virgindade dá testemunho de que o Reino de Deus e a sua justiça são aquela pérola preciosa que é preferida a qualquer outro valor, por grande que seja, e é procurada como o único valor definitivo. É por isso que a Igreja, durante toda a sua história, sempre defendeu a superioridade deste carisma em comparação com o do Matrimônio, em razão da ligação totalmente singular que ele tem com o Reino de Deus.
15 de setembro de 2015
A família,
comunidade
crente e evangelizadora
Palavra de Deus
Àquele que tem o poder de vos confirmar segundo o meu Evangelho e a mensagem de Jesus Cristo - revelação de um mistério envolvido no silêncio desde os séculos eternos, agora, porém, manifestado e, pelos escritos proféticos e por disposição do Deus eterno, dado a conhecer a todos os povos para levá-los à obediência da fé - a Deus, o único sábio, por meio de Jesus Cristo, seja dada a glória pelos séculos dos séculos! Amém.
(Romanos 16,25-27)
Comentário de João Paulo II
A família cristã vive a sua obrigação profética acolhendo e anunciando a Palavra de Deus: assim se torna, cada dia mais, comunidade crente e evangelizadora. Também aos esposos e aos pais cristãos é pedida a obediência da fé: são chamados a acolher a palavra do Senhor, que a eles revela a estupenda novidade - a Boa-Nova - da sua vida conjugal e familiar, por Cristo tornada santa e santificadora. De fato, apenas na fé eles podem descobrir e admirar, em alegre gratidão, a que dignidade Deus quis elevar o Matrimônio e a família, constituindo-os sinal e lugar da aliança de amor entre Deus e os homens, entre Jesus Cristo e a Igreja, sua esposa.
14 de setembro de 2015
O "hoje" da Encarnação
Palavra de Deus
Então Jesus começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu esta passagem da escritura que acabais de ouvir". Todos testemunhavam a seu respeito e admiravam-se das palavras cheias de graça que saíam de sua boca. E diziam: "Não é o filho de José?". Mas ele respondeu: "Certamente me direis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze-o também aqui em tua terra". Em seguida acrescentou: "Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra". (Lucas 4,21-24)
Comentário de João Paulo II
Dois mil anos de história se passaram sem atenuar o frescor daquele "hoje" com que os anjos anunciaram aos pastores o evento maravilhoso do nascimento de Jesus em Belém. Dois mil anos se passaram, mas continua mais viva do que nunca a proclamação que Jesus fez da sua missão diante dos seus atônitos conterrâneos na sinagoga de Nazaré, aplicando a si a profecia de Isaías: "Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabais de ouvir". Dois mil anos se passaram, mas é sempre consolador para os pecadores necessitados de misericórdia - e quem não é? - aquele "hoje" da salvação que na cruz abriu as portas do Reino de Deus ao ladrão arrependido.
10 de setembro de 2015
Confiar na Palavra de Cristo
Palavra de Deus
Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão: "Faze-te ao largo e lança as redes para a pesca". Simão respondeu: "Senhor, trabalhamos a noite inteira e nada pescamos, mas sob tua palavra lançarei as redes". Fizeram o que Jesus mandou e apanharam tamanha quantidade de peixes que suas redes se rompiam. Fizeram então sinal aos companheiros do outro barco para virem ajudá-los. Eles vieram e encheram os dois barcos, a ponto de quase irem a pique. À vista disso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, afasta-te de mim que sou um homem pecador".
(Lucas 5,4-8)
Comentário de João Paulo II
No início do novo milênio, enquanto se encerra o Grande Jubileu em que celebramos os dois mil anos do nascimento de Jesus e um novo trecho do caminho se abre para a Igreja, ressoam no nosso coração as palavras com que um dia Jesus, depois e ter falado às multidões desde a barca de Simão, convidou o apóstolo a "fazer-se ao largo" para a pesca: Duc in altum. Pedro e os primeiros companheiros confiaram na palavra de Cristo e lançaram as redes. "Fizeram isso e apanharam uma quantidade enorme de peixes".
9 de setembro de 2015
Orar sempre
sem nunca esmorecer
Palavra de Deus
Jesus contou ainda uma parábola para mostrar a necessidade de orar sempre, sem nunca esmorecer. "Havia numa cidade um juiz que não temia a Deus e não tinha consideração para com os homens. Havia também uma viúva que o procurava, dizendo: 'Faze-me justiça contra o meu adversário'. Durante muito tempo o juiz se recusou. Por fim disse para si mesmo: 'Embora eu não tema a Deus e não respeite ninguém, vou fazer-lhe justiça, porque esta viúva está a me aborrecer. Talvez assim ela pare de me importunar'. E o Senhor acrescentou: "Escutai o que diz esse juiz iníquo. E Deus não faria justiça a seus eleitos que clamam a ele de dia e de noite, mesmo que os faça esperar? Digo-vos que lhes fará justiça muito em breve". (Lucas 18,1-8)
Comentário de João Paulo II
Enquanto nos faz fixar os olhos em Cristo, o Rosário nos torna também construtores da paz no mundo. Pela sua característica de petição insistente e unânime, em sintonia com o convite de Cristo para rezar "sempre, sem esmorecer", ele nos permite esperar que, mesmo hoje, uma "batalha tão difícil como aquela pela paz pode ser vencida". Longe de ser uma fuga dos problemas do mundo, o Rosário nos impele assim a olhá-los com olhos responsáveis e generosos.
8 de setembro de 2015
Orar sempre
sem nunca esmorecer
Palavra de Deus
Jesus contou ainda uma parábola para mostrar a necessidade de orar sempre, sem nunca esmorecer. "Havia numa cidade um juiz que não temia a Deus e não tinha consideração para com os homens. Havia também uma viúva que o procurava, dizendo: 'Faze-me justiça contra o meu adversário'. Durante muito tempo o juiz se recusou. Por fim disse para si mesmo: 'Embora eu não tema a Deus e não respeite ninguém, vou fazer-lhe justiça, porque esta viúva está a me aborrecer. Talvez assim ela pare de me importunar'. E o Senhor acrescentou: "Escutai o que diz esse juiz iníquo. E Deus não faria justiça a seus eleitos que clamam a ele de dia e de noite, mesmo que os faça esperar? Digo-vos que lhes fará justiça muito em breve". (Lucas 18,1-8)
Comentário de João Paulo II
Enquanto nos faz fixar os olhos em Cristo, o Rosário nos torna também construtores da paz no mundo. Pela sua característica de petição insistente e unânime, em sintonia com o convite de Cristo para rezar "sempre, sem esmorecer", ele nos permite esperar que, mesmo hoje, uma "batalha tão difícil como aquela pela paz pode ser vencida". Longe de ser uma fuga dos problemas do mundo, o Rosário nos impele assim a olhá-los com olhos responsáveis e generosos.
7 de setembro de 2015
A glorificação trinitária
Palavra de Deus
Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte para orar.Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência, suas vestes ficaram brancas e resplandecentes. E eis que dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias que, aparecendo envoltos em glória, falavam da sua partida que iria se consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam pesados de sono. Ao despertarem, viram sua glória e os dois homens que estavam com ele. E quando estes iam se afastando, Pedro disse a Jesus:Mestre, é bom estarmos aqui! Vamos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e uma para Elias". (Lucas 9,28-33)
Comentário de João Paulo II
Na medida em que a meditação do mistério foi atenta, profunda, viva - de Ave-Maria em Ave-Maria -, pelo amor de Cristo e de Maria, a glorificação trinitária em cada dezena, longe de reduzir-se a uma conclusão rápida, adquire o seu justo tom contemplativo, como para elevar o espírito à altura do Paraíso para nos fazer reviver, de algum modo, a experiência do Tabor, antecipação da contemplação futura: "É bom estarmos aqui".
4 de setembro de 2015
Jesus nos leva ao Pai
Palavra de Deus
Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravos para recair no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos pelo qual clamamos "Abba, Pai. O próprio Espírito dá testemunho a nosso espírito de que somos filhos de Deus. E se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, pois sofremos com ele para também com ele sermos glorificados.
(Romanos 8,14-17
Comentário de João Paulo II
Jesus, em cada um dos seus mistérios, nos leva sempre ao Pai, a quem ele continuamente se dirige, porque repousa no seu "seio". Ele quer introduzir-nos na intimidade do Pai para que digamos com ele: "Abbá, Pai". É em relação ao Pai que ele nos faz irmãos seus e irmãos entre nós, comunicando-nos o Espírito que é ao mesmo tempo seu e do Pai. O Pai-Nosso, posto quase como fundamento para a meditação cristológico-mariana que se desenvolve através da repetição da Ave-Maria, torna a meditação do mistério, também quando se realiza na solidão, uma experiência eclesial.
3 de setembro de 2015
"Para mim o viver é Cristo
e o morrer é lucro"
Palavra de Deus
Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Mas, se o viver na carne me dá ocasião de trabalho frutuoso, não sei bem o que escolher. Sou pressionado de dois lados. Por um lado, desejo partir para estar com Cristo, o que é muito melhor. Por outro, quisera permanecer na carne, o que é necessário para vós. Convencido disso, sei que ficarei e continuarei com todos vós, para proveito vosso e para alegria de vossa fé. Assim podeis orgulhar-vos ainda mais em Cristo Jesus por minha causa, quando eu estiver novamente em vosso meio. (Filipenses 1,21-26)
Comentário de João Pulo II
Uma coisa é clara: se a repetição da Ave-Maria é dirigida diretamente a Maria, com ela e através dela, é, em definitivo, a Jesus que vai o ato de amor. A repetição se alimenta do desejo de uma conformação sempre mais plena a Cristo, verdadeiro programa" da vida cristã. São Paulo enunciou este programa com palavras inflamadas: "Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro". O Rosário nos ajuda a crescer nesta conformação até a meta da santidade.
2 de setembro de 2015
"Senhor, tu sabes que eu te amo"
Palavra de Deus
Depois de comerem, Jesus disse a Simão Pedro: "Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?". Ele respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo". Jesus disse: "Apascenta os meus cordeiros". Jesus perguntou pela segunda vez: "Simão, filho de João, tu me amas?". Pedro respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo". Jesus disse: "Apascenta as minhas ovelhas". Pela terceira vez Jesus perguntou: "Simão, filho de João, tu amas?". Pedro ficou triste por lhe ter perguntado três vezes "tu me amas; e respondeu: "Senhor, tu sabes tudo, sabes que eu te amo". (João 21,15-17)
Comentário de João Paulo II
Jesus não tem apenas um coração divino, rico de misericórdia e de perdão, mas também um coração humano, capaz de todas as vibrações do afeto. Se fosse preciso um testemunho evangélico a este respeito, não seria difícil encontrá-lo no comovente diálogo de Cristo com Pedro depois da Ressurreição: "Simão, filho de João, tu me amas?". A pergunta é feita três vezes e a resposta é dada três vezes: "Senhor, tu sabes que eu te amo".
1 de setembro de 2015
O Verbo feito carne
Palavra de Deus
Por isso dobro os joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família no céu e na terra, para que vos conceda, segundo as riquezas de sua graça que vós sejais fortalecidos em poder pelo seu Espírito no homem interior, que Cristo habite pela fé em vossos corações e que sejais arraigados e fundados no amor. Assim tereis condições para compreender com todos os Santos qual é a largura e o comprimento e a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede a todo conhecimento, para que sejais repletos de toda a plenitude de Deus. (Efésios 3,14-19)
Comentário de João Paulo II
Cada traço individual da vida de Cristo, como é narrado pelos evangelistas, é reflexo daquele Mistério que supera todo conhecimento. É o Mistério do Verbo feito carne, no qual "habita corporalmente toda a plenitude da divindade". Por isso o Catecismo da Igreja Católica insiste tanto nos mistérios de Cristo recordando que "tudo na vida de Jesus é sinal do seu Mistério". O duc in altum da Igreja no terceiro milênio se mede pela capacidade dos cristãos de "penetrar no perfeito conhecimento do mistério de Deus, ou seja. Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência".