27 de dezembro de 2016

S. João Apóstolo e Evangelista


27 de dezembro                 S. João  Apóstolo e Evangelista

João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa  um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor mesmo que leia superficialmente os seus escritos percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o rugido de muitas águas.
João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à ação. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário: "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus."
Ele está entre os mais íntimos de Jesus, e nas horas mais solenes de sua vida, João está perto. Está a seu lado na hora da ceia, como durante processo de condenação, e é o único entre os apóstolos, que assiste à sua morte junto com nossa Senhora. Mas contrariamente a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João não era um homem fantasioso e delicado. Bastaria o apelido humorista que o Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: "Filhos do trovão" para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até aparecendo intolerante e cáustico.
No seu Evangelho designa a si mesmo simplesmente como "o discípulo a quem Jesus amava." Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável amizade, podemos adivinhar uma certa  analogia entre a alma do Filho do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só trazer a paz mas também o fogo. Após a  ressurreição, João está quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na epístola aos gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas da Igreja.  
No Apocalipse, João diz que foi perseguido e degredado para a ilha de Patmos "por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo." Conforme uma tradição unânime, ele viveu em Êfeso em companhia de Nossa Senhora e sob o imperador Domiciano foi colocado dentro de uma caldeira de óleo fervendo, daí saindo ileso e todavia com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos tornou definitivamente a Êíeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, como resulta das suas três cartas, acolhidas entre os textos sagrados, como também o Apocalipse e o Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império de Trajano  (98-117) e ai foi sepultado.



15 de dezembro de 2016

ADORAÇÃO E SANTIDADE


            Adorar é entrar em contato com Deus, é estabelecer uma comunhão com Deus, reconhecendo-O como Deus, proclamando-O como Deus, bendizendo-O por Ele ser Deus, glorificando-O por seus atributos, virtudes e qualidades divinas, declarando-O como o Deus único, verdadeiro, Uno e Trino. A essência da adoração está no reconhecimento da divindade, na proclamação de que “Deus é Deus”. De que o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. Um Deus só, em três pessoas realmente distintas.
            Deus é santo. A santidade é um atributo da divindade. Deus é três vezes santo, isto é, santíssimo. Por ser santíssimo, Deus Trindade só pensa o que é santíssimo, deseja o que é santíssimo, fala o que é santíssimo, faz aquilo que é santíssimo e vive de forma santíssima.
            Por isso, porque a adoração é o reconhecimento, a aceitação, a proclamação da divindade de Deus, todo aquele que faz adoração entra em contato com a santidade de Deus e se sente chamado e impulsionado a viver em santidade.
            Do lado de Deus existe a santidade divina, perfeita. Do lado do ser humano existe o pecado, que é o oposto da santidade. A fraqueza humana, as más inclinações, as consequências do pecado original, os atos de pecados graves ou leves são o oposto da santidade. Por isso, o adorador, aos poucos, vai conhecendo e experimentando a santidade divina e passa a perceber que a sua realidade é inversa à santidade, e percebe que o seu pecado é o oposto da adoração. Com isto se sente chamado à conversão, às mudanças de vida que sejam opostas da adoração.
            À medida que o adorador progride em qualidade de sua adoração pela comunhão com o Deus adorado, vai tomando consciência de que deve cultivar permanentemente sua conversão do mal para o bem, do imperfeito para o perfeito, do pecado para a graça divina. Ao mesmo tempo, sente que deve se assemelhar cada vez mais com o Deus adorado no seu modo de pensar, de julgar, de desejar, de falar, de fazer e de viver.
            Com o progresso da adoração, com o aumento da capacidade de adorar, o coração humano vai recolhendo sempre mais as graças divinas de cada adoração, vai se purificando sempre mais de seus pecados, e vai crescendo na vivência das virtudes cristãs, e se torna um pouco mais parecido com o Deus a quem adora.
            A palavra de Deus usada oportunamente na adoração ilumina o coração adorador, quer a respeito do pecado que deve ser extirpado, eliminado, e principalmente a respeito das virtudes a serem cultivadas e vividas numa vida de santidade.
            O próprio Espírito Santo conduz esse processo de santificação por meio da adoração. Ele faz com que a santidade divina, aos poucos, contagie o adorador, cresça nele, e se torne progressiva. É dessa ação do Espírito Santo que a santidade divina vai tomando conta do coração adorador, tornando-o cada vez mais santo.
            A adoração é um excelente caminho para a santidade.
Padre Alírio José Pedrini scj

12 de dezembro de 2016

ADORAÇÃO: A ORAÇÃO DO CÉU


            Adorar é reconhecer e declarar que Deus é Deus, que Ele é o único, o verdadeiro, o três vezes santo, aquele que tem todos os atributos, virtudes e qualidades em grau divino, e portanto, insuperáveis e incomparáveis. A adoração é a primeira atitude que devemos tomar quando nos apresentamos diante de Deus. A adoração se abre num leque como louvor, glorificação, exaltação, ação de graças, intercessão e súplica.
            No céu, a grande e mais importante oração é a adoração. Ali, a oração de adoração é realizada sem cessar por todos os Anjos e Santos, pois todos estão na presença facial de Deus, e vivem eternamente na Sua presença. Porque veem a Deus face a face e contemplam todas as suas grandezas, atributos, virtudes e qualidades de uma forma extraordinária, os corações prorrompem espontaneamente em adoração permanente.
             Contemplando a Deus como Ele é na sua divindade, unidade e trindade, cada ser celeste: Anjo ou Santo, prorrompe na sua adoração pessoal, glorificando-O, exaltando-O, bendizendo-O sem cessar.
            Estando diante de Deus, face a face, cada uma das pessoas humanas que estão no céu, iluminadas pela luz divina, têm uma visão plena e perfeita de como foi sua vida na terra, como e quanto os seus pecados todos foram perdoados durante toda sua vida, quantas graças e bênçãos receberam desde a concepção até a morte, como Deus foi misericordioso e maravilhoso durante toda sua vida. Diante dessa visão perfeita das misérias humanas vividas, mas também do perdão e da salvação acontecida durante toda a vida, cada qual reconhece a divina bondade manifesta em toda a vida e com tudo isso, passa a sentir toda necessidade de adorar sem cessar ao Deus Santo e Salvador.
            A imaginação mística e litúrgica nos falam de “coros celestes” de Anjos e de Santos que adoram sem cessar por meio de cantos de adoração, de glorificação e de exaltação ao Deus que está sentado em seu trono de glória. São coros solenes e perfeitos de acordo com a grandeza e a dignidade divinas. Estes coros se revezam diante do trono de Deus para que a adoração seja sem cessar.
            A partir da adoração dirigida à Trindade e a cada uma das Pessoas divinas, brotam outras formas de oração. A oração de louvor à divindade,  à grandeza e à glória de Deus fica entremeada com a própria adoração. Esse louvor se dirige para Deus elogiando-o antes de tudo por aquilo que Ele é. Depois, o louvor continua por causa de tudo aquilo que Deus fez na vida e na história de casa pessoa celeste, e por fim prossegue por causa de tudo aquilo que Deus fez na humanidade até aquele momento.
            Da adoração nasce também a oração de ação de graças. Os Anjos e Santos rendem graças à Trindade por todas as graças e bênçãos recebidas pessoalmente, bem como por todas aqueles derramadas sobre a humanidade. Os coros de Anjos e Santos se revezam nos hinos solenes de ações de graças.

            Fluindo da adoração, nasce a oração de intercessão. É a oração que os Anjos e Santos elevam a Deus em favor das almas do purgatório e em favor dos seres humanos que ainda estão vivendo no planeta terra. Reconhecendo como foram imprescindíveis as graças divinas para sua salvação e santidade, as pessoas humanas que estão no céu procuram interceder para que seus familiares, parentes, amigos, e muitas pessoas sejam agraciadas a fim de poderem se salvar.

9 de dezembro de 2016

ADORAR SEM CESSAR


            A adoração é o reconhecimento  e a proclamação da divindade de Deus. É reconhecer e proclamar que Deus é o Deus único, verdadeiro, Uno e Trino. Pela fé se reconhece a divindade e pelo coração se proclama  que Deus é Deus, e como tal Ele é o princípio de todas as coisas criadas.
            A primeira atitude quando nós nos colocamos diante de Deus deve ser sempre a adoração, isto é, o reconhecimento e a proclamação de sua divindade e de todos os seus atributos, virtudes e qualidades divinas. Ao estarmos diante de Deus precisamos reconhecer que Ele é Deus e que nós somos suas criaturas amadas que o aceitamos, a Ele nos submetemos, o glorificamos e engrandecemos.
            Após entrarmos em sua presença e realizarmos um momento de adoração é que O louvamos por todos os seus atributos, por todas as suas obras da criação, da salvação e da santificação da humanidade; O glorificamos pela grandiosidade de suas obras no universo; O bendizemos por todo seu amor manifesto para com os seres humanos; Lhe apresentamos as nossas necessidades e Lhe fazemos os nossos pedidos; a Ele dirigimos os nossos pedidos de perdão e suplicamos a sua misericórdia.
            Todos os dias, iluminados pela nossa fé no Deus verdadeiro e impulsionados pela nossa devoção para com Ele, fazemos da nossa primeira oração uma adoração explícita, para sentirmo-nos realmente na presença divina, e diante dEle prosseguirmos com nossa oração.
            Nossa adoração deve estar presente em todos os momentos do nosso dia a dia. Quando acordamos, O adoramos elevando o nosso coração na Sua presença e Lhe agradecemos por um novo dia concedido a nós e a todos os nossos familiares. Agradecemos e louvamos pelo alimento que consumiremos, pelo trabalho que realizaremos, enfim por todos os momentos desse dia recebido de sua bondade.
            Quando reservamos um tempo particular para a nossa oração pessoal, ao entrar na presença divina, iniciamos a nossa oração por meio de um momento de adoração, reconhecendo antes de tudo, a Sua divindade, proclamando-o como Deus, como Deus Uno e Trino, como Deus verdadeiro, e declarando a nossa submissão, a nossa rendição, a nossa glorificação por sua divindade e o nosso louvor por Ele ser Deus.
            Quando contemplamos as belezas do nosso planeta Terra, as belezas de um pôr de sol, de um amanhecer, das mil variedades do verde das árvores, as belezas das flores, das árvores carregadas de frutos, a variedade de insetos, borboletas e animais de toda espécie, quando olhamos para o rosto das pessoas e reconhecemos a sua individualidade e beleza, somos iluminados por nossa fé e impulsionados a reconhecer que tudo foi criado pelo Deus em quem cremos e adoramos de todo coração.

            Ao elevarmos o nosso coração para o alto, encontramos sempre antes de tudo a Deus. E diante dEle nossa primeira atitude é o reconhecimento de sua divindade, é o nosso primeiro gesto de adoração. Essa adoração se abre como um leque em: louvor, glorificação, exaltação, submissão, pedido de perdão, súplicas e pedidos de bênçãos.