19 de abril de 2010

FAMÍLIA: NINHO DE AMOR


Jovem, um dos aspectos mais importantes de sua formação humana e cristã é a de seu coração afetivo. É a formação para o amor. Você só se realizará plenamente na vida, se conseguir realizar-se no amor. Lembre-se, porém, que o amor humano é necessária e essencialmente afetivo. Portanto, é preciso que esteja em seus projetos de vida, como prioridade, a formação de seu coração afetivo.
O coração afetivo forma-se, cresce e amadurece na medida em que recebe muito amor afetivo dos pais, dos irmãos, dos familiares, dos professores e colegas, na escola, na comunidade da igreja e na sociedade. É no diálogo concreto do “receber e dar amor afetivo” que seu coração desenvolve a capacidade de amar. Aliás, essa é a única capacidade humana que não tem limites de crescimento. Todas as outras: inteligência, memória, vontade e outras, têm limites. Ela é a única sem limites de crecimento.
Se a melhor formação lhe vem do diálogo do amor afetivo: dar e receber afeto, o melhor lugar para esse diálogo é sua família. O lugar ideal para a formação do coração é seu lar. Aliás, foi por isso e para isso que Deus criou os laços de sangue: para que os membros da família se amem afetivamente sem limites, e dessa forma, todos amadureçam no amor, sejam muito realizados e felizes pelo amor. A família deve ser um ninho de amor!
Jovem, faça de sua família o seu ninho de amor. Se em sua casa há o valioso e precioso hábito das manifestações afetivas, participe muito conscientemente, abraçando, beijando, acariciando, afagando, elogiando, enfim, exprimindo de muitos modos seu amor afetivo para com seus pais, irmãos, sobrinhos e familiares. Estas manifestações são de grande valia para sua própria formação afetiva.
Se em sua família já não há expressões afetivas freqüentes e espontâneas, não fique parado, lamentando. Decida-se a mudar essa realidade. Supere barreiras que possam existir, vença tradições contrárias, cure feridas de desamor que possam ter ocorrido, normalize relacionamentos que se tornaram difíceis com seus pais e irmãos, e crie hábitos de expressões afetivas para com eles. Comece. Tome a iniciativa. À noite, ao deitar, de um beijo de “boa noite” a seus
pais e irmãos. Ao encontrá-los, pela manhã, faça o mesmo: dê um beijo de “bom dia”. Aproveite todas as oportunidades para manifestar-lhes seu afeto. Mesmo que no início haja estranheza, persevere. Na verdade, todos gostam e todos precisam receber afeto. Ele é muito bom e faz muito bem.
Faça de sua família o seu ninho de amor. Quanto mais você conseguir viver o amor afetivo em seu lar, tanto mais você amadurecerá seu coração, mais feliz será e, sem dúvidas, estará se preparando para um namoro muito mais equilibrado e casto, e principalmente, para poder criar um outro ninho de amor: seu futuro lar, quando você se casar.

Pe. Alírio J. Pedrini scj
Blog: www.padrealiriopedrini.com

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SÓ O AMOR REALIZA


Todos procuram a felicidade. Todos querem ser felizes. Esta busca parece ser mais intensa na juventude. O que o jovem mais quer é ser feliz. Onde a felicidade se encontra? O que faz o coração sentir-se feliz?
No livro do Gênesis lemos que “o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus”. O que é imagem e semelhança de Deus? Para responder precisamos saber “o que Deus é”. São João nos dá a resposta: “Deus é amor”. Ora, se Deus é amor, imagem e semelhança de Deus só pode ser “amor”. Portanto, o ser humano foi criado à imagem e semelhança do “Amor-que-é-Deus” para “ser” amor. Não apenas para “ter” amor. Foi criado para ser uma personificação do amor. Diria: para ser amor em forma de gente.
Se foi criado para ser amor, o ser humano – o jovem – só encontra realização plena se se realizar no amor. Só encontra a felicidade se chegar a ser “amor adulto”.
Onde encontrar a felicidade? No amor. É a única fonte da verdadeira realização e felicidade. É a única forma de satisfazer plenamente todos os anseios do coração.
Para chegar a ser amor, o jovem precisa receber muito amor, por muitos anos: na concepção, na gestação, na infância, meninice, adolescência e juventude. Até chegar á maturidade afetiva. Em todo esse percurso, o jovem também sente necessidade de dar amor... de ama. Aliás, é neste jogo de “receber e dar amor” que ele amadurece sua capacidade de amar.
Esta maturidade do coração o leva a “gostar de amar”, a sentir necessidade de amar, a querer manifestar afetiva e efetivamente seu amor, a desejar que as pessoas se deixem amar. Neste jogo de receber e de dar amor, a felicidade acontece. O coração sente-se feliz. A pessoa se realiza.
Porque foi criado para ser amor, o coração do jovem anseia ser amado e amar, pois encontra, neste diálogo, a plenitude que tanto deseja. Mas aquele que não vive o diálogo “receber-dar”, ou “dar-receber” amor, sente um grande vazio no coração. Vazio nem sempre consciente, mas sempre compulsivo. Compulsivo, porque gera uma necessidade premente de preenchimento, uma insatisfação irrequieta, um desejo impulsivo de buscar algo que satisfaça.
Daqui surge um perigo: de querer preencher o vazio do coração com aquilo que não preenche, que não satisfaz. Então, em vez da plenitude, da satisfação, da felicidade, surge a frustração, o vazio maior, a decepção, que desemboca muitas vezes no vício, na dependência química ou sexual, na marginalidade. Em vez da felicidade sonhada, a infelicidade do coração.
Só o amor, só a vivência do amor, só o amor afetivo e efetivo colocado no diálogo diário do “dar-receber” é que realiza o coração humano, pois foi criado para o amor, para ser amor.

Pe. Alírio José Pedrini scj
Blog: www.padrealiriopedrini.com




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A ADMIRÁVEL JOVEM DE NAZARÉ


Maio: mês das flores, mês das noivas, mês das mães, eternamente mês de Maria. Eis que tudo isso tem a ver com os jovens e com Maria.
Com os jovens. Mês das flores: os jovens são flores que desabrocham para a vida. Mês das noivas: os jovens sonham com uma plena realização no casamento. Mês das mães: os jovens anseiam frutificar seu amor gerando vida, filhos. Mês de Maria: os jovens podem olhar para Maria, o modelo perfeito de juventude realizada.
Com Maria. Mês das flores: Maria é a mais bela flor humana que brotou no jardim do nosso planeta. Mês das noivas: Maria, a noiva mais perfeita, mais virgem e mais assumida que já existiu. Mês das mães: Maria, a mãe do coração mais belo, desejado e conquistado por um filho que só poderia ser, também, filho de Deus. Mês das mães: Maria, a mãe e mestra, modelo eternamente inspirador de todas as mães. Mais. Exemplo vivo para todos os jovens.
Maria, modelo de mulher liberta e assumida. Liberta das garras do pecado das origens com suas consequências tão funestas. Liberta dos farisaísmos e legalismos de sua época e de seu povo. Liberta de si mesma e de seus projetos para dizer o SIM ao acolhimento do Salvador. Liberta da posse de seu próprio filho para poder entregá-lo à humanidade, e até à morte de cruz, pois essa era sua missão. Mulher liberta por excelência, e por isso, feliz.
Qual o jovem que, ao conhecer a grandeza do coração dessa jovem tão liberta, tão livre, tão assumida, não deseja ser um pouco como ela? E pode sê-lo, pois descobre que o segredo está no amor. O amor, o verdadeiro amor, o amor a Deus e aos irmãos é que torna o coração livre e capaz de ficar parecido com a jovem de Nazaré. A beleza e a grandeza dessa jovem está na qualidade e na dimensão de seu amor.
Maria, exemplo de jovem mulher de fé. Liberta e assumida, podia e sabia crer. Sabia crer em seu Deus. Mesmo quando Ele lhe disse absurdos como: “ficar grávida sem uma relação sexual”, engravidar por obra do Espírito Santo. Ela sabia que para seu Deus, nada era impossível, ou tudo era possível. Porque acreditou, o Senhor fez nela maravilhas, como em nenhuma outra mulher.
Qual o jovem que, ao contemplar essa jovem de fé sem limites, não descobre a maravilha de crer no Deus vivo, que é amor, que a todos ama com amor eterno e divino, que tudo pode, e quer realizar grandes coisas nos que nele crêem?
Maria, mestra de oração. Sua alegria era falar com Deus. Sua oração era estar mergulhada em profundo amor com seu Deus: com o Deus criador de todas as maravilhas do planeta terra e do universo; com o Deus Salvador da humanidade, mesmo quando ele estava em seu ventre, ou sendo amamentado per ela, ou sendo educado, alimentado, orientado por ela. Ela falava também com o Deus-amor, o Espírito divino que a tinha engravidado e feito mãe.
Qual o jovem que, olhando para Maria orante, não fica com vontade de, como ela, mergulhar em Deus, falar com Deus? Com o Deus vivo, com o Deus amor, com o Deus que mora no coração?
Maria, modelo de humildade, de fidelidade, de amor ao próximo, de trabalho, de dedicação, de esperança, de alegria, de otimismo, de idealismo, de garra para alcançar seus objetivos, de docilidade à vontade de Deus, de firmeza diante da busca do bem, ou da repulsa a todo mal. Maria, modelo de todas as virtudes.
Qual o jovem que ao conhecer pessoalmente esta jovem de Nazaré não ficará fascinado por ela, e desejoso de lhe ser semelhante?

Pe. Alírio José Pedrini
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UM JOVEM DE CORAÇÃO UNIVERSAL


O coração é o símbolo do amor. Símbolo do amor declarado, oferecido, doado, operante. Mostrar um coração pintado, desenhado, bordado ou pichado, é fazer uma declaração de amor.
O amor “encarna-se” num coração, numa pessoa, para tornar-se operante: para ter boca para amar, para ter ouvidos para amar, para ter braços e mãos para amar, para ter emoções para amar, enfim, para ter corpo, meios, possibilidades de se manifestar.
Um dia, um amor divino, um amor maravilhoso, um amor eterno, o maior amor existente “encarnou-se” num jovem, tomou posse de um coração de carne, e de todo o corpo regado pelo sangue desse coração. E esse amor assumiu, envolveu, encharcou e arrebatou a vida, as palavras, as atitudes e todas as obras desse jovem. E o mundo nunca mais foi o mesmo. E todos os dias não é mais o mesmo, por causa do amor desse jovem.
Esse jovem “movido a amor”, tudo fez e tudo faz na força do seu coração. Ele se fez gente por amor. Viveu numa família só para amar. Trabalhou sempre por amor. Conviveu com todos com amor. Teve compaixão pelos doentes e curou a muitos, sempre por amor, só por amor. Libertou os escravos do demônio e de tantas escravidões, sempre por amor. Chegou a ressuscitar mortos, só por amor. Alimentou os famintos de amor, de orientação, de verdade, e de fome material, sempre e só por amor. Combateu os vícios, as maldades, as hipocrisias, as ganâncias, as explorações e todas as demais expressões do mal, sempre por amor, só por amor. Defendeu, protegeu, perdoou e promoveu pecadores, adulteras, ladrões e prostitutas, sempre por amor.
Esse jovem só soube fazer uma coisa: amar! E porque amou, porque amou sem medidas, porque amou sem restrições, marcou profunda e indelevelmente a história da humanidade e a vida sobre a face da terra.
Quando um jovem se decide a amar, o mundo ao seu derredor se transforma, e não será mais o mesmo.
Esse jovem, porém, não deixou de amar. De repente, movido por seu coração, decidiu ir muito mais longe do que sua terra e pátria, para fazer lugar das expressões de seu amor, o planeta terra, toda a humanidade. Seu país já não comportava o seu coração. Seu amor era grande demais para limitar-se a um povo. E esse jovem, sempre e só por amor, entregou-se a um projeto divino, também projeto de amor, e morreu crucificado. Por amor. Esse gesto tornou-se a expressão máximo do amor de um jovem, que marcou para sempre a face da humanidade.
Porque morreu por amor, morreu para ressuscitar... O amor era tão grande, que o fez ressuscitar, para poder continuar a amar. Ressuscitou por amor! Para um amor maior. Ressuscitado, não tem mais limites! Tornou-se universal! Fez-se cidadão do mundo, habitante de todos os continentes, países, cidades e aldeias. Agora, onde haja alguém que precise de amor, esse jovem ali se encontra. E seu amor continua tomando todas as expressões concretas possíveis.
Seu coração transbordante de amor, presente a cada ser humano em algum lugar da humanidade, continua a realizar suas obras de amor: ensina, anima, consola, liberta, cura, orienta, alimenta, abençoa, promove, corrige, alegra, fortalece. Tudo o que o amor é capaz de fazer, e tudo o que alguém precisa que o amor lhe faça, esse jovem o faz. O faz por amor. Gratuitamente. Incondicionalmente. Pois Ele só sabe fazer uma coisa: amar! E o amor mudou um pouco seu nome. Esse jovem é conhecido pelo nome de Jesus. Mas, por causa do seu amor, é também reconhecido universalmente pelo nome de “Coração de Jesus”.

Pe. Alírio José Pedrini scj
Blog: www.padrealiriopedrini.com

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CUIDADO! - ELES MENTEM !


Alguém foi chamado de “mentiroso, e pai da mentira”. Se é pai da mentira, gera mentirosos. Todos os que são gerados por ele são mentirosos. Ele é o “inimigo do jovem”, aliás, de todos os seres humanos. Os que são mentidos, enganados, ludibriados por ele, e o seguem, são como filhos, discípulos, e tornam-se mentirosos como ele. Ele é o demônio... Foi Jesus quem o disse, não eu! Seus discípulos são todos os que propagam a mentira, o erro, o mal, a imoralidade, a inverdade. São os que glorificam, exaltam, defendem e propagam os vícios, as aberrações sexuais, a desonestidade, o aborto, o adultério, o homossexualismo, o lesbianismo, o sexo livre na juventude, a corrupção, o divórcio e tantos outros erros e pecados.
O pai da mentira e seus filhos, com meios poderosos, com argumentos sutis, com ares de donos da verdade, com arrogância poderosa para sufocar quem queira desmenti-los, dominam os meios de comunicação, a sociedade e a opinião pública. Trabalham com tanto ardor e sofisticação, que suas mentiras convencem multidões. Alienam a razão. As pessoas perdem o senso crítico e simplesmente engolem tudo, como se fosse verdadeiro, correto, normal, bom, justo, necessário para ser feliz, para realizar-se, para vencer na vida. Mentem! Mentem descaradamente! Desavergonhadamente! Inescrupulosamente!
Cuidado, jovem! Muito cuidado! Você é um alvo muito visado por eles: pelo pai da mentira e por seus discípulos e parceiros. Eles mentem. Cuidado! Eles apresentam o produto mentiroso de uma forma tão bela, tão convincente e com tantos argumentos, que chegam a seduzir. E seu produto é atraente, convidativo e sedutor, pois gera muito prazer, satisfação, exaltação, sensação de sucesso e de vitórias, de liberdade e de importância. Mas tudo é um péssimo veneno com gosto de chocolate. No primeiro momento, nos primeiros tempos, tudo é uma maravilha. Depois vêm as consequências. Conseqüências de todo tipo. Conseqüências destruidoras.
Quando vêm as conseqüências, eles olham para a vítima e riem; e a criticam; e a julgam; e a condenam; e dizem que é irresponsável, marginal, degenerada; e exigem que seja presa, metida na cadeia, porque é bandido. Cuidado! Eles seduzem, criam e exploram as vítimas, para depois condená-las.
Eles mentem! Suas vidas são mentirosas! Suas propostas de vida são rigorosamente mentirosas, pois geram a infelicidade, a destruição de adolescentes e jovens, de casais e de famílias. Suas mentiras destroem vidas no aborto, traumatizam crianças e adolescentes pela separação dos casais, geram jovens revoltados, inseguros, desequilibrados. Seus produtos destroem a saúde, o equilíbrio pessoal, a moralidade, o bom senso, o respeito para com o outro, a palavra dada, o compromisso assumido, o juramento feito e assinado.
Causados tantos males, eles nem tomam conhecimento, pois sua conta bancária está alta, sua fama vai longe, sua vaidade chega às nuvens, sua arrogância por terem conseguido seus objetivos é um rolo compressor que massacra quem queira se opor, sua consciência de dominação destrói impiedosamente qualquer proposta alternativa.
Cuidado, Jovem! Eles mentem para você! Mentem sempre, sem parar! Mentem para conquistar você, para seduzi-lo e explorá-lo. Cuidado! Tenha muito senso crítico. Analise muito bem o produto que oferecem. Analise o que aconteceu com os que já foram aliciados, seduzidos e envenenados por eles. Pelos resultados, você pode saber com toda certeza que eles vendem veneno com sabor de chocolate.
Onde buscar a verdade? Em Jesus! Ele é a verdade! Ele ensina a verdade! Porque Ele ama você, sua verdade gera vida, saúde, realização e felicidade. Siga Jesus, e você vencerá o “pai da mentira” e todos os seus associados.

Pe. Alírio José Pedrini scj
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A BELEZA DA ATRAÇÃO INTERSEXUAL


Jovem, você já se perguntou por que sente uma agradável e interessante atração por pessoas do sexo oposto? Já analisou por que seu coração presta uma atenção particular à pessoa de outro sexo? Por que você sente um prazer particular quando está perto de pessoas de sua idade, de outro sexo? De onde veio essa atração? Para que ela existe?
A resposta poderia ser: é natural, é próprio da natureza humana. É verdade. Mas por que a natureza age e reage dessa forma? Quem colocou isto na natureza? Para quê?
O Pai celeste, criador de todas as coisas e do próprio ser humano, quis dar ao homem e à mulher uma parcela de seu poder criador, ou seja, a capacidade de gerar vida, de procriar, de multiplicar a espécie humana. Aliás, essa é a obra mais maravilhosa que o ser humano pode realizar: gerar um filho. Deus quis que essa geração humana se desse por uma ligação profunda de amor, entre um homem e uma mulher. Para que esta união se realize, o Pai celeste infundiu maravilhosamente o interesse pelo sexo oposto, a mútua e agradável atração entre homem e mulher.
A mútua atração está dentro de um projeto divino maravilhoso. Podemos ver este projeto da seguinte maneira: 1º Deus Pai criador estabeleceu como procriadores o homem e a mulher. 2º Para a procriação, o Pai criou os sexos: masculino e feminino, o homem e a mulher. 3º Para que o homem e a mulher pudessem gerar vida, o Pai criou a genitalidade: os órgãos genitais masculinos e femininos. 4º Para que o homem e a mulher procurassem unir-se, formar casal, criar laços de amor, formar família, o Pai infundiu a mútua atração e o mútuo interesse. 5º Para que o casal goste de se unir sexual e genitalmente, o Pai infundiu, no uso dos órgãos genitais, um forte, gratificante e característico prazer.
Nessa comunhão de amor expressa pela união sexual e genital está a fonte da vida. Que maravilha! Tudo, portanto, em função da procriação. Se não fosse para a procriação, não haveria homem e mulher, mas um ser humano neutro. Não haveria órgãos genitais com seu prazer característico. Não haveria mútua atração.
Refletindo com profundidade, analisando muito bem a realidade da atração mútua entre homem e mulher, percebemos como é grande e importante este dom divino. E como é sábia a criação do Pai celeste.
À primeira vista poderia parecer que o interesse de homem por mulher, e vice-versa, seria apenas por causa do interesse sexual e do prazer da comunicação sexual genital. Uma reflexão e análise, porém, mostram que a atração mútua vai muito além do simples interesse sexual. Há algo mais profundo. Penetra no projeto divino e no mistério maravilhoso da procriação. Como, aliás, foi mostrado acima.
É importante que você, jovem, tenha muita clareza a respeito dessa realidade tão viva, tão maravilhosa e tão presente em seu coração. É um tesouro dado por Deus Pai. Um tesouro que deve ser muito bem conhecido, valorizado e direcionado por você. Sempre que sentir esta maravilha palpitar em seu coração, lembre-se da grandeza do plano divino da procriação que existe em você. Lembre-se que esta mútua atração é um chamado para um dia unir-se a outra pessoa de outro sexo, para formar ninho de amor, e para gerar vida humana: filhos seus, e filhos para Deus.

Pe. Alírio J. Pedrini scj
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A Experiência de Ser Filho - Filha.


Sentir-se filho ou filha, ter presente no coração a vivência profunda do amor recebido de uma mãe e de um pai, é uma das experiências mais maravilhosas e importantes para o ser humano.
Leonarda nasceu de mãe solteira. Com três dias foi assumida por uma tia para ser criada. Nunca conheceu sua mãe, nem seu pai. A tia, mesmo procurando cuidar dela da melhor forma, não lhe deu todo afeto, carinho e presença amorosa que Leonarda precisava para amadurecer afetivamente, e superar o trauma da rejeição e da ausência da mãe. Jovem, bela, inteligente, já ao final do ensino médio, um dia ela disse a amigas: “Vocês se queixam dos pais, brigam com eles por causa de coisas banais! Eu daria tudo, tudo, para ter a experiência que vocês podem ter, e que eu jamais poderei fazer: sentir-me filha... experimentar o afeto, o colo, o beijo de uma mãe e de um pai. Se vocês sentissem o vazio que eu sinto, a ausência que eu experimento, vocês não perderiam uma oportunidade sequer de curtir o amor da mãe e do pai. E vocês não ficariam se queixando deles por bobeiras...”
A experiência de ser filho ou filha, de sentir-se filho ou filha, de curtir o afeto, a presença e a amizade de um pai e de uma mãe é a experiência humana mais preciosa e edificante que pode existir.
Aquilo que o coração da criança, do adolescente ou do jovem mais necessita e deseja, mais o satisfaz e torna feliz é o amor paterno e materno, é a experiência de sentir-se filho muito amado ou filha muito querida.
Jovem, descubra no porta-joias do seu coração esta pérola preciosíssima: a experiência maravilhosa de ser e sentir-se filho muito amado ou filha muito querida. Talvez essa jóia preciosa esteja muito esquecida por você! Talvez você nem percebeu que a possui, e por isto sente-se “pobre, carente”, quando na verdade você possui o tesouro!
Jovem, valorize o grande tesouro da vida, da presença, da amizade, do diálogo, do afeto, da bondade, da beleza, da convivência com seus pais. Repito aquilo que um dia ouvi: ”Você só perceberá todo o imenso valor de seus pais quando eles vieram a faltar...” É verdade!
Sejam como forem seus pais, deixe-se amar por eles, ame-os, curta-os enquanto puder, aproprie-se do tesouro de suas vidas comunicadas a você pelo amor, valorize-os, e não perca uma única chance de fazê-los felizes. Você jamais se arrependerá do amor que tiver recebido e tiver dado a seus pais. Se você fizer este jogo do “deixar-se amar e do amar” a seus pais, seu coração irá lhe agradecer por toda vida, e até na eternidade.

Pe. Alírio José Pedrini scj
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Espiritualidade Missionária Para Jovens



Por espiritualidade, no sentido cristão, entende-se “uma força dinâmica interior”, gerada pela adesão vigorosa à vida e ao exemplo de uma pessoa, ou a uma verdade de fé, conhecida, aceita e vivenciada. Um exemplo: a espiritualidade mariana. A vida, o exemplo, as palavras e as obras da Virgem Maria podem gerar, num coração, uma ‘espiritualidade mariana’, isto é, uma força íntima, intrínseca, vigorosa, feliz, que induz o ‘devoto’ a viver um estilo de vida cristã, inspirado e movido pela vida,pelo exemplo, pelas palavras e pelas atitudes da Virgem Mãe de Deus. A esse vigor interior que ‘move’ (motor...) uma pessoa a viver um determinado estilo de vida, chamamos de ‘espiritualidade’. Toda espiritualidade “inspira” e “ move” uma vida.
Missionário. O termo vem do verbo latino “míttere” que se traduz por “enviar”. O missionário é um enviado. Aliás, ele é um ‘chamado’ por ‘alguém’ para ‘ser enviado’ a ‘alguém’, ‘para levar a mensagem’ ‘daquele’ que o envia”. Explicitamente: o jovem missionário é um chamado por Jesus Cristo para ser enviado a seus irmãos, a fim de levar a grande notícia da Pessoa, da vida, da verdade revelada e da Igreja do Salvador, a fim de conduzir os ‘anunciados’ a se tornarem discípulos de Jesus. “Ide e anunciai... fazei meus discípulos...”(Mc 16,15)
A espiritualidade missionária jovem nasce, desabrocha, se consolida e o torna missionário ardoroso e persistente a partir de um ‘encontro pessoal’, profundo e transformador com a pessoa de Jesus Cristo, a ponto de o jovem ficar ‘encantado’ com Ele, com Sua vida e Seus exemplos de ação, com Sua verdade revelada e Suas propostas de vida.
O exemplo bíblico mais ilustrativo é o encontrado em são João 1,36-39. “E avistando Jesus que ia passando, (João Batista) disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois discípulos (João e André) ouviram-no falar e seguiram Jesus. Voltando-se, Jesus, e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais?’ Disseram-lhe: Rabi, (Mestre), onde moras? Vinde e vede, disse-lhes! Foram aonde Ele morava e ficaram com Ele naquele dia”. Eles ficaram tão impressionados e encantados com Jesus, naquele encontro, que O seguiram para sempre, tornando-se “missionários”, isto é, discípulos, e depois apóstolos de Jesus.
O que faz de um jovem um missionário intrépido e perseverante é uma ‘paixão’, um ‘encantamento’ por Jesus Cristo. Só um encontro pessoal com Jesus ressuscitado, seguido por um cultivo diário de uma amizade com Ele pela oração e pelos sacramentos é que pode gerar, - e gera de fato, - a verdadeira, a irreversível e a dinâmica espiritualidade missionária do jovem. Um apelo, mesmo que veemente, do Papa, do bispo, do padre, do movimento jovem, convidando-o a ser missionário, não é o suficiente e nem o bastante para gerar missionários jovens perseverantes, desassombrados, inspirados e criativos. Isso porque esses apelos não geram “uma espiritualidade” permanentemente animadora para uma tarefa árdua como é a de um jovem missionário. Só o Espírito Santo, comunicado, ‘derramado’ por Jesus no coração do jovem é capaz de torná-lo um missionário perseverante até ao ‘martírio’ de cada dia de sua missão. Foi em Pentecostes, quando foram “batizados no Espírito Santo’ (Cf Atos 1,4-8. 2,1-4) que os “medrosos Apóstolos e discípulos” tornaram-se “desassombrados e irredutíveis” missionários do Ressuscitado.
Se quisermos formar missionários jovens valentes e perseverantes precisamos dar prioridade absoluta a dois pontos: 1.Provocar um encontro profundo entre eles e Jesus, a ponto de se tornarem discípulos encantados pelo mestre. 2. Alcançar-lhes uma “efusão do Espírito Santo” a fim de que se cumpram neles as palavras de Jesus: “Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins do mundo (Atos1,8).

Pe. Alírio José Pedrini scj
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JOVEM, VENCEDOR COM JESUS


Páscoa. Celebramos o grande vencedor. Na Páscoa, recordamos, celebramos e nos apropriamos da vitória de Jesus Cristo, conquistada na grande batalha travada da cruz. Ali, Jesus entregou sua vida por amor. Por amor a seu Pai celeste, por amor á humanidade, e por conseguinte, a cada um de nós. Na batalha da cruz, Jesus venceu! O prêmio da vitória foi sua ressurreição.
Jovem, foi o amor quem venceu! Foi o amor de Jesus a força gigantesca, divina, que venceu o pecado da humanidade, que venceu o inimigo do ser humano, que venceu a morte, que venceu todas as formas de males e de mortes.
Jovem, foi o amor de Jesus a força divina que reconciliou a humanidade com Deus, que abriu as portas para o perdão de todo pecado, que possibilitou ao ser humano tornar-se filho de Deus, irmão de todos os outros seres humanos, e até mesmo, tornar-se “santo como o Pai é santo”. Páscoa é a vitória do Amor. Por isso, é vitória da vida. É, portanto, derrota da morte e de todas as formas de mortes.
É Páscoa! Jesus ressuscitou! Nós temos plena certeza desta realidade. Não precisamos mais que Maria de Jesus, que Maria Madalena e as outras Marias, que Pedro, João, os Apóstolos, ou os discípulos de Emaús no-lo contem ou comprovem. Nós sabemos por experiência pessoal que Jesus ressuscitou, que Ele está vivo! Nós o temos visto muitas vezes, quase todos os dias, com os olhos do nosso coração. Nós o temos contemplado muitas vezes com o amor e o afeto do nosso coração. Nós experimentamos tantas vezes a suave paz que enche o nosso coração quando Ele nos perdoa. Nós temos tido conhecimento de quantos jovens e adultos têm sido libertados da droga, da bebida, da vida libertina, da marginalidade, por Seu poder. Nós mesmos já presenciamos Jesus ressuscitado curar problemas psicológicos, emocionais, e até físicos, de muitas pessoas. Nós temos tido notícias de tantas conversões e transformações de bandidos em homens de bem, de traficantes em pessoas honestas, através do encontro pessoal com Jesus, e da força do seu poder.
Prezado jovem, Jesus merece novamente ser muito bem celebrado, nesta Páscoa, por sua vitória extraordinária, e por todas as vitórias que já aconteceram e continuam acontecendo na vida das pessoas, graças à sua presença viva entre nós, graças ao seu poder que está ao nosso alcance todos os dias.
Muito importante, aliás, é que você se aproprie do poder vitorioso de Jesus para continuar vencendo. Com Jesus, você é vitorioso! Nele você encontra as forças de sua graça para prosseguir vencendo. Unido a Jesus vivo, cada vez mais você pode vencer o seu natural egoísmo, para dar lugar a um amor muito maior, mais humilde, desinteressado e operoso, no relacionamento com seus pais e irmãos, namorado e amigos. Com Jesus vivo, que é seu amigo, mais e mais você pode vencer as tendências desordenadas de seu erotismo, para viver na castidade; vencer sua gula natural, para viver com disciplina; vencer sua preguiça, para viver com firmeza de vontade e energia; vencer qualquer vício como: droga, alcoolismo, palavras de baixo nível, escravidão do rancor, do ódio, da raiva, da mentira e outros, para viver de forma sadia, livre e feliz.
Páscoa é tempo de decisões para a busca de mais vitórias, de muitas outras vitórias. Páscoa é tempo de tomar nas próprias mãos a bandeira da vitória de Jesus, para ser vencedor em Ele.
Prezado jovem, o poder que leva a vencer todos os males e todas as formas de mortes está em Jesus ressuscitado. Está em você criar e cultivar cuidadosamente uma amizade profunda com Jesus vivo. Você sabe como Ele o ama! Sabe até que ponto o amou, e quanto Ele deseja manter uma amizade com você. Ame-o também! Lance-se na conquista desse amor! A partir do momento em que você tiver criado e cultivar uma amizade com Ele, as vitórias começarão a acontecer sempre mais numerosas e maravilhosas. Então suas “páscoas”, isto é, suas “passagens” do mal para o bem, ou do bem menor para um bem maior, serão sempre mais freqüentes e gratificantes.
Ao cultivar sua amizade com Jesus vivo, Ele mesmo, pelo Espírito Santo, o fará descobrir onde se encontra o poder, a força para vencer. Você descobrirá que seu Evangelho é uma fonte poderosíssima para ajudá-lo a andar pelo caminho certo. Descobrirá que a confissão é uma força divina para derrotar todo pecado. Que a Santa Missa e a Comunhão são uma fonte inesgotável de poder para, no contato direto com Jesus, receber a cura de seus males, sejam quais forem. Que a oração é outra fonte diária de poder para superar problemas, vencer dificuldades e conquistar vitórias certas nas suas lutas de juventude.
Jovem, não seja mais um perdedor! Seja um vencedor! Faça da vitória de Jesus, a sua vitória pessoal! Cultive uma amizade profunda com Jesus ressuscitado, e você será um grande vencedor!

Pe. Alírio José Pedrini scj
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OXIGÊNIO DO AMOR


O oxigênio mais importante e necessário ao seu coração jovem, o alimento mais desejado e melhor saboreado por você, é o amor. De forma particular, o amor afetivo.
A fase tão bela e importante de sua juventude está, natural e necessariamente, envolta pela atmosfera do amor. O seu coração jovem deseja e espera receber muito amor dos pais e irmãos, dos familiares e amigos, enfim de todos aqueles com quem se relaciona. É próprio do seu coração esperar receber amor, muito amor, pois necessita desta seiva vital para amadurecer, para sentir-se pleno, realizado e feliz. O maior vazio, o mais doloroso e angustiante vazio é o do coração carente de amor.
Além de desejar e esperar receber muito amor, o seu coração jovem sente uma necessidade incontida de amar, de dar amor afetivo, de sentir-se amando afetivamente. Essa experiência faz vibrar seu coração e lhe proporciona uma sensação de felicidade e plenitude, de sucesso e maturidade.
Apesar da experiência desejada do corte definitivo do cordão umbilical, isto é, da busca da liberdade e independência em relação aos seus pais e irmãos, você se sente muito bem quando percebe que está amando afetivamente aos pais, e por isso, consegue dialogar, questionar com amor, conviver em harmonia com eles. É que seu coração sente necessidade de amar afetivamente e gosta de perceber o sucesso desta experiência de amor.
Mais ainda. O seu coração jovem sente necessidade imperiosa de amar a alguém de outro sexo, em quem “achou graça”, e por quem se afeiçoou. Aliás, este impulso é movido por dupla força: o anseio natural de amar, e o desejo existencial de se completar, formando casal.
Embora o anseio de amar a alguém de sexo oposto sempre contenha uma parcela menor ou maior de desejo erótico, nesse anseio predominam: o êxtase do amor afetivo, a realização que proporciona, a sensação de sucesso no amor, e a plenitude do coração.
Esta experiência do sucesso no amor deixa você feliz. Mais. Ela é importante para sua maturação humana e segurança pessoal. É uma experiência e ventura muito desejáveis para todos os jovens. Quero dizer: oxalá todos os jovens, todos, sem exceção, realizassem com sucesso pleno tal experiência e ventura do “ser amado e amar”. O fracasso que nenhum jovem deveria experimentar seria o do “não ser amado, não sentir-se amado e não conseguir amar”. Esse fracasso quebra a espinha dorsal da personalidade do jovem, gera uma profunda sensação de vazio e infelicidade, leva-o a procurar satisfazer-se com aquilo que não pode preencher, e que muitas vezes, aumenta ainda mais o vazio interior e a sensação de infelicidade.
Jovem, sucesso no amor verdadeiro!

Pe. Alírio José Pedrini scj
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O CORAÇÃO JOVEM É SEDENTO COMO A CORÇA



A corça é um animal que faz diariamente longas caminhadas. Não pára de andar. Nas caminhadas, sempre encontra algo para se alimentar. Mas nem sempre passa por fontes, riachos ou águas correntes para se dessedentar. Quando arde em sede, levada por sua fina intuição, ela busca firme e perseverantemente as águas de que seu corpo tanto necessita. Mesmo que tenha que caminhar longas distâncias.
A sede ardente e a busca perseverante de águas frescas por parte da corça tornaram-se um símbolo bíblico da sede de Deus e da busca da plenitude do coração humano. O salmista, experimentando o profundo anseio do seu coração por possuir a Deus, exclama: “Assim como a corça suspira pelas águas refrescantes, assim minha alma suspira por vós, ó meu Deus”(Sl 41).
Todo jovem tem sede de felicidade. Todo jovem busca a felicidade, cuja falta lhe deixa um profundo vazio, uma ardente sede, uma sensação profunda da falta de algo que o possa preencher, satisfazer e lhe dar a plenitude tão almejada. Todos procuram satisfazer os anseios íntimos e insistentes de falta da felicidade. Todos procuram preencher o vazio existencial que causa uma sensação de que algo está faltando. Muitos procuram preencher o vazio dos seus corações, encontrar a plenitude e a felicidade nas riquezas e posses materiais. Outros, em prazeres de toda espécie e intensidade. Outros, nas glórias do poder e da fama. Outros, ainda, em outras formas de vida ou de atividades.
Todas essas tentativas são enganosas e frustrantes. Ninguém jamais conseguiu preencher o seu vazio, matar a sua sede de realização plena, alcançar a plenitude da felicidade por esses meios e caminhos. Ninguém jamais o conseguiu, exatamente porque o coração humano não foi feito para se satisfazer com essas respostas. Ele só se satisfaz, só se sente saciado, pleno e feliz se lhe oferecerem as águas refrescantes do amor daquele que o pode satisfazer, preencher e tornar plena e definitivamente feliz: Deus.
Santo Agostinho fez muitas tentativas frustradas e frustrantes de dar a felicidade que seu sequioso coração tanto ansiava, por meio de toda forma de conhecimentos, de prazeres de toda espécie, de fama e de bens materiais. Em idade adulta, depois de ter encontrado o Deus vivo, deixou-nos a sabedoria de sua experiência, numa exclamação memorável: “Ó Deus! Fizestes-nos para vós! E o nosso coração anda irrequieto (insatisfeito, infeliz, vazio, errante) enquanto não repousar em vós”! Só o Deus vivo pode preencher o vazio do coração. Só uma amizade profunda e cultivada com o Deus Trindade pode gerar a perfeita felicidade do coração, pois ele foi criado para a comunhão com Deus.
Feliz o coração que suspira por Deus, como a corça anseia e busca as águas correntes! Feliz o coração humano que sente tal anseio profundo pelo Deus vivo! Sim, feliz, pois encontrará os “rios de água viva” onde poderá saciar a sede do seu coração, todos os dias de sua vida. Feliz aquele que sabe “repousar seu coração” no colo amoroso de Deus!
Muito bem impressionado com a sede profunda do povo de Israel que acorria ao templo de Jerusalém para “estar com Deus”, para “ver a glória de Deus” e para “adorar e oferecer sacrifícios” a Deus”, Jesus, em alta voz exclamou: “Quem tem sede venha a mim e beba. E quem crer em mim, do seu interior jorrarão rios de água viva”(Jo 7, 37-39). Na seqüência do texto, o evangelista diz que “Jesus falava do Espírito Santo que haveriam de receber os que cressem nele”. As águas vivas são a Pessoa do Espírito Santo. Dando o Espírito Santo a um coração sedento, Jesus lhe dá o Pai celeste, e se dá a si mesmo. Por meio do Espírito Santo, a quem Jesus denominou de “água viva”, o Deus vivo vem habitar no coração, e por conseqüência natural, o plenifica, satisfaz, gratifica e o torna efetivamente feliz.
A única, verdadeira e perene fonte da felicidade do coração está na comunhão profunda, cultivada, crescente e definitiva com Deus Pai, com Jesus ressuscitado e com o Espírito Santo.
Seu coração já encontrou a verdadeira fonte da felicidade? Você já sabe onde ela se encontra... Assim como a corça suspira pelas águas, que seu coração jovem suspire pela comunhão com Deus. Então você experimentará a felicidade que seu coração tanto anseia.

Pe. Alírio José Pedrini scj
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SEDE DO DEUS VIVO



Todo ser humano tem sede de felicidade. Todo coração humano busca insistentemente satisfazer seus anseios íntimos de plenitude. A grande maioria lança-se pelos mais diversos caminhos na busca de algo que possa satisfazer. Busca nas riquezas, nos prazeres de toda sorte, no poder, na fama e nas glórias humanas. Todos esses ficam frustrados, pois o coração humano não pode se satisfazer com essas soluções. Só o amor pode fazer feliz, realizado e satisfeito o coração humano, pois foi criado “para” o amor. Ora, o amor absoluto, perfeito e plenificante que o pode satisfazer e deixar feliz é Deus, pois “Deus é amor”(1Jo 4,8.16). Só a posse de Deus pode fazer o coração feliz.
Ao encontrar o Deus vivo, ao mergulhar no maravilhoso oceano do seu mistério, do seu amor, do seu poder, da sua bondade e fidelidade, da sua misericórdia e salvação, o coração humano se satisfaz, sente-se pleno, realizado, feliz. Esta felicidade o leva a buscar ansiosamente um relacionamento pessoal, a construir uma amizade única com o seu Deus vivo. A amizade com Deus o impulsiona sempre mais a querer possui-lo, abrangê-lo, admirá-lo, envolver-se com ele, e a ele se render sem restrições e medidas. Esta “fascinação por Deus” se torna insaciável. Quanto mais o possui e é por ele possuído, tanto mais quer possuí-lo e ser possuído. Esse “crescendo” vai até à eternidade, pois só ali há a absoluta e definitiva “mútua posse”.
O autor do salvo 62 faz uma oração-declaração, profundamente reveladora do “crescendo” que ocorre com o coração que é possuído e que possui a Deus. Este salmo revela as emoções de felicidade diante da posse de Deus, e da possibilidade de intensificá-la mais e mais.
“Sois vós, ó Senhor, o meu Deus”! - O coração revela aqui, sutilmente, a alegria e a sorte de conhecer o Deus vivo e verdadeiro, e de possuí-lo como “seu” Deus.
“Desde a aurora ansioso vos busco! Penso em vós, no meu leito, de noite! Nas vigílias suspiro por vós”!- Deus gera tal satisfação e felicidade que o coração o procura insistentemente “desde a aurora”, desde o abrir os olhos na madrugada, antes de entregar-se ao sono, e até nas noites maldormidas. Porque anseia pela felicidade e encontrou a sua fonte, o coração é induzido a buscar a Deus e a querer estar com ele em todos os momentos.
“A minh’alma tem sede de vós! A minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água”! – Alma e carne, espírito e corpo, “tem sede e desejam” uma posse mais intensa, pois então será maior a felicidade, a satisfação, a plenitude, o repouso feliz em Deus.
“Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder”! O templo é o lugar privilegiado da presença do Deus-Amor, que faz o coração feliz. O templo mais próximo, mais revelador da presença divina é o próprio coração amante de Deus, empolgado com Deus. Revela São Paulo: “Não sabeis que sois templos de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós”? O coração amante de Deus sempre o procura para contempla-lo, para admirá-lo, para descobrir nele, progressivamente, seus atributos, suas belezas divinas, sua grandeza e poder.
“Vosso amor vale mais do que a vida, e por isso meus lábios vos louvam. Quero, pois, vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos”! Ao contemplar o Deus vivo e amado, o coração descobre que “ele é amor”, e que esse amor é dom preciosíssimo, que “vale mais do que o próprio viver”. Diante dessa descoberta, o coração não pode calar, não consegue silenciar. “Abre os lábios” e “eleva as mãos” para adorar, louvar, engrandecer, exaltar e render-se a Deus.
“A minh’alma será saciada como em grande banquete de festa! Cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós o meu louvor”! Ao contemplar, louvar, possuir e ser possuído por Deus, o coração se satisfaz “no banquete do amor”, e sente a plenitude que tanto anseia. Nesta “festa do coração”, a alegria intensa faz jorrar o louvor ao Deus vivo.
Só o amor “do e pelo” Deus vivo pode satisfazer o coração humano, pode gerar a verdadeira e duradoura felicidade tão ansiada por ele. Todos queremos e buscamos a felicidade. Eis onde ela se encontra: na amizade profunda com o Deus vivo, uno e trino, cultivada com perseverança e fidelidade, por meio de toda forma de relacionamentos religiosos, espirituais e místicos.

Pe. Alírio José Pedrini scj
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JÁ NÃO SOU EU QUE VIVO


O grande apóstolo missionário, São Paulo, certo dia parou para avaliar o seu viver. Entrou no mais íntimo do seu coração a fim de tomar conhecimento de sua vida de fé, de seu relacionamento com Jesus vivo, do sentido de sua vida apostólica. Chegou a uma conclusão surpreendente, expressa nestes termos: “Já não sou eu que vivo. É Jesus Cristo que vive em mim”.
Paulo constatou que Jesus ressuscitado havia penetrado e tomado posse de todo seu ser espiritual, psicológico, emocional e operacional. Sentia que ele, Paulo, era “apenas uma casca humana”. O conteúdo de sua pessoa, o existir, o modo de viver, a hierarquia de valores de toda sua vida eram os de Jesus vivo. Ele constatou que seu modo de pensar, de querer, de falar, de julgar, de ouvir, de questionar, de trabalhar, enfim, de viver, não era mais o modo de “Paulo de Tarso”, mas o de Jesus vivo. “Já não sou eu que vivo. É Jesus Cristo que vive em mim”.
Eis o resultado do “ser cristão”. Eis o objetivo essencial, fundamental e maior do cristianismo e do catolicismo: tornar o ser humano semelhante a Jesus vivo. Internalizar nele Jesus ressuscitado. Torná-lo “um com ele”. Levá-lo a viver como “um membro vivo e apropriado ao corpo dele”. Criar uma “identidade com Jesus”, no viver, no pensar, no querer, no falar, no agir, na hierarquia de valores, enfim, no essencial do viver a vida pessoal.
Esse processo essencial da vida cristã se inicia com “um encontro pessoal profundo com Jesus ressuscitado”. Foi o que ocorreu com Paulo, no caminho de Damasco. É preciso que, embora de forma diferente e muito personalizada, ocorra o mesmo encontro com Jesus, por parte de todo aquele que quer viver a vida cristã na sua essência. Jesus precisa “ressuscitar, pular para fora da sepultura na vida da pessoa, e nela permanecer vivo”, por toda a vida. Só Jesus vivo, pelo seu Espírito, pode transformar uma vida e torná-la semelhante à sua. Um “Jesus defunto” nada poderia transformar.
Ë preciso “cristificar-se”, isto é, “ficar igual a”, “ficar como” Cristo Jesus. É preciso “conformar-se” com Jesus vivo, ou seja, “entrar na forma” (fôrma...) criada por Jesus, pelo exemplo de sua vida. É preciso “identificar-se” com Jesus, isto é, tornar-se idêntico a Jesus, em sua forma de viver.
O processo de “cristificação”, ou seja, de tornar-se como Jesus vivo, prossegue pelo cultivo de uma amizade íntima, profunda, consciente e cultivada com ele. Essa amizade deve crescer por meio de uma admiração cada dia mais apaixonada por Jesus. Essa amizade se aprofunda pelo contato direto com Jesus vivo na oração pessoal, na Santa Missa e Comunhão, na meditação e assimilação de sua vida, de suas palavras e ações, pela leitura constante e repetida dos santos Evangelhos e do Novo Testamento, pelo encontro pessoal com ele no sacramento da Confissão, na alegria de poder falar bem dele aos irmãos, e de empenhar-se em viver com seriedade a forma de vida que ele propõe.
Após longo e dedicado empenho, pela ação poderosa da graça de Deus, poderemos, talvez, chegar à conclusão feliz de podermos dizer como Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas Jesus vivo que vive em mim”. “Eu sou a casca humana, mas o cerne, o conteúdo existencial é Jesus”!

Pe. Alírio José Pedrini scj
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A FONTE DA ESPIRITUALIDADE


Falo da fonte da espiritualidade fundamental cristã, e de passagem, de diversas espiritualidades. Que é espiritualidade? Dizemos que tal Santo viveu profunda espiritualidade; que tal pessoa ou grupo tem muita espiritualidade; que tal comunidade ou congregação perdeu sua espiritualidade.
A espiritualidade é uma energia que se cria na interioridade de uma pessoa, a envolve, e gera nela uma forma característica de pensar, de agir e de viver. Gera um estilo de vida, com determinada hierarquia de valores. Por exemplo. Uma pessoa que assume, cultiva e vive a espiritualidade eucarística tem dentro de si uma força cuja fonte é Jesus eucarístico, e cujas conseqüências são uma vida de culto eucarístico; de busca de santidade por causa da comunhão com Jesus, uma vida de amor-caridade para com a família e o próximo, uma hierarquia de valores necessariamente evangélicos. Tudo por causa da convivência com Jesus, presente na Eucaristia,.
O termo espiritualidade vem de espírito: o Espírito Santo. Toda espiritualidade tem sua origem, sua fonte jorrante e seu dinamismo, na pessoa do Espírito Santo. Portanto, no “coração” da Trindade. Por isso, a espiritualidade fundamental, a raiz única e necessária na vida espiritual, é a espiritualidade cristã. Isto é, a espiritualidade centrada na Pessoa, na vida e na verdade revelada por Jesus. Quem a origina é o Espírito Santo. A raiz, a fonte, é Jesus ressuscitado. O resultado é a verdadeira vida cristã. Uma vida cristã vivida com radicalidade a partir do profundo do ser. Ela gera um estilo de vida cristã autêntica, uma hierarquia de valores fundamentados sobre Jesus e sua revelação, uma forma de comunicação com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com o mundo criado, iluminada pela sabedoria do Espírito Santo. Essa é a espiritualidade necessária e imprescindível para ser cristão, para se viver a vida cristã proposta por Jesus, enfim, para ser discípulo de Jesus.
Sobre essa raiz fundamental que é a espiritualidade cristã, o Espírito Santo faz germinar, crescer e frutificar todas as outras espiritualidades, quer as universais, quer as parciais. Chamo de universais as espiritualidades que se destinam a todos os cristãos católicos, como: a trinitária, a eucarística, a bíblica, a litúrgica, a do Sagrado Coração de Jesus, a pentecostal, a mariana. As espiritualidades que chamo de parciais se destinam a uma parcela maior ou menor do povo católico. São inúmeras. Exemplifico: a franciscana, a beneditina, a teresiana, a inaciana, a redentorista, a passionista etc.
A fonte, o dinamizador e o comunicador de todas é o Espírito Santo. Sem Ele não há espiritualidade. Embora Ele possa agir secretamente sem o conhecimento de um coração, e o faz, de fato, em muitos católicos, o ideal é que este conheça o Espírito Santo e suas formas de agir, crie e cultive uma amizade profunda com Ele. Essa amizade é a certeza e a garantia de que o Espírito realizará sua obra espiritual no coração dessa pessoa.


Pe. Alírio José Pedrini scj
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O ESPÍRITO SANTO E A ESPIRITUALIDADE


A vida cristã se alimenta, cresce, amadurece e se perpetua necessariamente por meio da espiritualidade cristã. Todos os atos religiosos: a santa Missa, a santa Comunhão, a celebração dos Sacramentos, todas as formas de oração pessoal ou comunitária, enfim, toda prática religiosa, encontra seu sentido pleno, sua graça, importância, beleza e necessidade, na espiritualidade. Sem espiritualidade, as práticas religiosas são vazias, sem graça e sem fruto, sem significado e sem importância.
Dessa realidade nasce e se torna evidente a necessidade da pessoa do Espírito Santo. Ele é o autor, a fonte jorrante, o alimentador e o condutor da espiritualidade cristã. Aliás, o temo “espiritualidade” veio exatamente do nome do Espírito Santo.
A garantia de adquirir, desabrochar, amadurecer e viver uma autêntica espiritualidade cristã, bem como uma frutuosa vida cristã, é criar e cultivar uma profunda amizade com a pessoa do Espírito Santo.
O primeiro passo deve ser o conhecimento da pessoa divina do Espírito Santo, de suas formas espirituais de operar, de sua obra a realizar nos corações. Precisamos dizê-lo: o Espírito Santo ainda é o “Deus desconhecido e o amor não amado”, na quase totalidade dos católicos. Por isso, as conseqüências são muito tristes: mais de noventa por cento dos católicos não vivem vida cristã, e não praticam com convicção sua religião. Não possuem a mínima espiritualidade.
Para conhecer o Espírito Santo é preciso estudá-lo, quer no Catecismo da Igreja Católica, quer em livros que tratam de sua pessoa e obra, quer fazendo algum curso específico. Fazer esse estudo, não apenas para ter um conhecimento racional, mas para aprender a admirá-lo, a encantar-se por Ele, a amá-lo e a criar uma verdadeira amizade com Ele.
Eis o segredo para que o Espírito realize sua obra no coração: criar e cultivar uma profunda amizade com Ele. A amizade é cultivada pela convivência feliz, pela comunicação freqüente, por gestos concretos de amor e atenção.
A fim de que essa amizade ocorra, é preciso ter o Espírito Santo como “uma pessoa viva”. Ele não pode ser apenas “uma idéia religiosa”, “algo abstrato e incomunicável”. É necessário que Ele se torne progressivamente uma pessoa viva, divina, maravilhosa, amante e amável. Tão concreta como Jesus e como Deus Pai. Ou, se estes ainda forem “abstratos”, o Espírito Santo precisa tornar-se tão vivo, concreto e comunicável como Nossa Senhora ou como o Santo de sua devoção, mas observando a diferença de que estes são “pessoas humanas” glorificadas, Ele, porém, é pessoa divina, gloriosa.
A amizade com o Espírito Santo amadurece à medida que alguém se comunica com Ele pelas melhores formas de oração, aprendidas, desenvolvidas e utilizadas. Ao leitor interessado em criar uma amizade com Ele e desejoso de crescer em sua capacidade de comunicação, indico o livrinho “Vinte Conversas sobre o Espírito Santo”. Por Ele, o leitor “conhece, cria amizade e aprende a comunicar-se com essa pessoa maravilhosa”, o divino Espírito Santo.

Pe. Alírio J. Pedrini scj
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FÉ E ESPIRITUALIDADE


A vida cristã fundamenta-se sobre as verdades reveladas por Deus, acolhidas na fé. Alimenta-se pela fé nessas verdades reveladas. Manifesta-se pela espiritualidade. A espiritualidade, por sua vez, envolve e anima todas as expressões dos relacionamentos pessoais com Deus, com o próximo e consigo mesmo.
Sem a verdadeira fé no Deus vivo, não há espiritualidade cristã. E sem espiritualidade, não há genuína vida cristã. A vida cristã, aliás, se revela como um estilo de vida baseado na hierarquia dos valores revelados por Deus, e envolve todo o viver de uma pessoa humana.
A fé cristã nasce e jorra “do crer, do acreditar, do ter absoluta certeza” de que Deus existe, de que ele é Uno e Trino, de que se tornou “Emanuel”, isto é, “Deus Conosco” pela encarnação, e veio como Salvador. Essa “absoluta certeza” depositada em Deus abre as portas do coração para “acreditar e ter absoluta segurança” de que aquilo que, por meio de Jesus, Deus revelou, ensinou e propôs, é absolutamente correto e verdadeiro.
A fé se baseia na “autoridade divina”, e não em nossos conhecimentos ou lógicas. Eis a simplicidade da fé: “Jesus revelou tal verdade? Foi ele quem falou? Foi ele quem ordenou, quem declarou?... Sim!... Então posso acreditar! Posso crer! Posso aceitar, e devo viver! Creio, pois Jesus, por ser Deus, fala a verdade e não pode mentir, nem enganar ou trapacear”.
Essa fé depositada sobre a autoridade e a veracidade de Deus é que gera a verdadeira espiritualidade cristã. Por sua vez, a espiritualidade abre o coração e unge o espírito para que todo relacionamento com Deus seja real, verdadeiro, profundo e pleno de graça. Alguns exemplos.
A fé profunda na verdade da presença real de Jesus na Eucaristia produz a “espiritualidade eucarística”. Essa, induz o coração a celebrar com grande devoção, profundidade, alegria e santidade, o mistério da presença real do sacrifício de Jesus, presente em cada Santa Missa; leva a realizar com profundo amor um encontro muito pessoal com Jesus, na Comunhão eucarística. Sem fé e espiritualidade, a Santa Missa torna-se uma cerimônia vazia, rotineira, sem sentido. Com fé e espiritualidade eucarística, a Santa Missa se torna o maior tesouro para o coração, pois é o encontro de maior profundidade com o próprio Deus. Aliás, é a espiritualidade eucarística que leva à adoração, à visita a Jesus Eucarístico, bem como a todo culto eucarístico.
Outro exemplo. Porque cremos que Jesus falou a verdade quando disse: “A quem perdoardes os pecados, estes lhes serão perdoados”, é que nasce em nós a espiritualidade penitencial. Esta nos leva a celebrar o sacramento do perdão com seriedade, profundidade e santidade. Sem espiritualidade, a confissão perde seu sentido, é menosprezada. E se for realizada, o será de forma superficial e rotineira.
Ainda outro exemplo. Aquele que crê em Nossa Senhora passa a ter uma “espiritualidade mariana” que o leva a criar uma amizade com a Mãe celeste, e a ela dirigir as preces de seu coração filial.
Portanto, a fé autêntica gera a espiritualidade. Esta, dá profundo significado e valor a todos os atos de religião do culto católico.

Pe. Alírio J. Pedrini scj
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VOCAÇÃO: UMA TERCEIRA VIA ?



Quando se fala em “vocação” pensa-se quase sempre no chamado feito por Jesus a um ser humano para que assuma o sacerdócio ou a vida religiosa consagrada, masculina ou feminina. Verdade é que o enfoque que se dá atualmente está mudando lentamente esse quadro. Fala-se claramente em vocação para o sacerdócio, para a vida consagrada, para o matrimônio, para a vida cristã etc. A compreensão das múltiplas vocações eclesiais está sendo melhor definida, e melhor compreendida pelo povo de Deus.

Uma terceira via

Mas será que não haveria outra possibilidade de vocação para alguém que, honesta e conscientemente, não se sente chamado por Jesus, nem para o sacerdócio, nem para a vida consagrada masculina ou feminina, nem para algum instituto ligo de consagração a Deus, nem nessas comunidades novas, e nem para o matrimônio?
Como entender a vocação de uma pessoa que não se encaixa em nada do que foi exposto acima, mas que tem fé esclarecida, tem consciência de sua pertença à Igreja, sabe que sendo membro vivo do Corpo de Cristo, deve viver em comunhão e participação ativa? Haveria uma vocação específica para um jovem maduro, ou uma jovem adulta, que muito conscientemente não se sentem chamados para o matrimônio e nem para alguma forma de consagração? Haveria uma vocação semelhante para um viúvo ou viúva ainda relativamente jovens, bem como para um homem ou mulher desquitados ou divorciados que não se sentem mais vocacionados para um novo matrimônio, quando possível, nem para o sacerdócio ou para algum tipo de vida consagrada? Haveria uma vocação para estes, a ponto de, tendo realizado um discernimento vocacional correto e profundo, poderem assumir uma forma de vida cristã muito consciente, profunda, operosa e santa, dedicando todo seu tempo disponível, seus dons naturais, adquiridos ou sobrenaturais, para servir a Deus com grande satisfação na Igreja?
Com toda certeza, a resposta é “SIM”.
Essa resposta enraíza-se no Santo Batismo. Todo ser humano é criado para ser chamado à vida cristã. Em outros termos: todo ser humano tem a vocação à vida cristã. Pelo sacramento do Batismo acontece a sua consagração fundamental. Todas as outras consagrações enraízam-se nesta cepa fundamental necessária que é o Santo Batismo. Todo batizado é um consagrado ao Deus vivo, Uno e Trino. Mais. Pelo Batismo, o cristão é enxertado, implantado como membro de Jesus Cristo, sacerdote, profeta e rei. Portanto, passa a ser membro de Jesus Cristo, “sacerdote” para oferecer e santificar todas as coisas; “profeta”, para anunciar o Evangelho; rei, para ajudar a organizar todas as coisas, na sociedade menor ou maior, de acordo com o Evangelho. Na realidade batismal do sacerdócio, da profecia e da realeza, engloba-se toda a vida cristã.
Isto nos diz que todos aqueles que não receberam uma “vocação específica”, como todas as que descrevemos acima, têm uma vocação fundamental cristã, de sacerdócio, profecia e realeza a abraçar, assumir, desenvolver e colocar a serviço dos irmãos, na Igreja.
Pode-se porém perguntar: “Mas esta vocação batismal fundamental não é a de todos os batizados”? Sim, com certeza. No entanto, aquilo que aqui chamo de ‘Terceira Via” é algo diferente. É uma vocação também enraizada sobre a vocação batismal, como todas as demais, mas é diferente, “sui gêneris”, em relação às outras.
É pois diferente da vocação ao matrimônio, ao sacerdócio ou a alguma das muitas formas de consagrações. Nessa vocação a pessoa é chamada por Jesus a viver uma forma de vida, eu diria, plenamente leiga, sem qualquer outro vínculo a não ser o batismal. É chamada a viver com radicalidade sua vida cristã, buscando conscientemente a santidade, dedicando-se a servir a seus irmãos, na Igreja, com decisão e em todo seu tempo disponível, num ministério ou serviço conformado aos seus carismas pessoais.
Nessa vocação a pessoa poderia casar e tem todas as condições de fazê-lo. Mas se sente chamada fortemente a não casar para poder servir melhor, com mais liberdade. Poderia se consagrar em una das muitas formas de consagração, mas não sente que é esse o seu chamado. Sente, sim, que Jesus a quer servindo ao seu povo na sua Igreja, mas num estado leigo, sem vínculo de consagração.
Existem pessoas chamadas a essa vocação e que assumiram essa “terceira via”? Com certeza. Talvez mais do que imaginemos. É verdade, porém, que muitas dessas, ao manifestarem seu chamado a um diretor espiritual ou a um confessor, foram convencidas a fazerem algum tipo de consagração. Faltou um discernimento mais aprofundado. Talvez o sacerdote ou valoriza a consagração como uma forma mais elevada de servir na Igreja, esquecendo a consagração batismal, ou desconhece a possibilidade de uma vocação que não se destina a um compromisso de consagração particular.
Com certeza, o Espírito Santo levará a Igreja a descobrir mais profundamente a existência e a validade dessa vocação, e a propô-la com mais freqüência aos fiéis leigos.

Pe. Alírio José Pedrini scj
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VOCAÇÃO UNIVERSAL



O termo ‘vocação’ vem da língua latina, e se traduz por ‘chamado’. Esse termo é usado em diversos sentidos, pois seu significado se abre como as muitas e diferentes palhetas de um belo leque.
Em seu significado mais específico, evangélico e eclesial, vocação é o chamado que Jesus ressuscitado faz a determinadas pessoas, propondo-lhes algum “estilo diferente de vida’ e/ou alguma ‘missão’ a ser realizada. Foi o que ocorreu com os doze Apóstolos. Foi o que aconteceu com milhões de homens e mulheres, nestes 2.000 anos, desde a ressurreição de Jesus até os nossos dias. Estes todos, chamados por Jesus, disseram um “Eis-me aqui, envia-me, Senhor!”, e se tornaram padres, bispos e papas. E as mulheres tornaram-se religiosas consagradas em ordens, congregações, institutos ou comunidades de consagradas.

Uma vocação universal
Em sentido muito amplo e abrangente, pode-se falar em ‘vocação à vida’, pois todo ser humano é chamado por Deus a existir para sempre, isto é, para uma rápida peregrinação por este planeta, e depois a viver a vida eterna.
Junto com o chamado à vida, existe a vocação ao ‘cristianismo’. Todos os seres humanos são criados pelo Pai celeste a fim de se tornarem ‘filhos de Deus’ pelo conhecimento e aceitação de Jesus e pelo recebimento do Espírito Santo, no santo Batismo. Mesmo que muitos, muitíssimos não cheguem a sê-lo, a vontade do Pai é esta: ‘que todos cheguem ao conhecimento da Verdade, que é Jesus, se tornem filhos de Deus e se salvem’. Estas vocações à vida e à filiação divina são universais. Isto é, são para todos os seres humanos.

Vocacionados a servir
Em nossos dias, na Igreja, toma-se cada vez mais consciência de um chamado para uma diversidade cada vez maior de ministérios, pastorais e serviços a serem prestados nas comunidades católicas. Este chamado pode ser para o exercício dos
ministérios leigos como: do Batismo, do Matrimônio, da Eucaristia, da Esperança etc. Outros se sentem chamados aos diversos trabalhos de evangelização querigmática ou de catequeses. Outros, para as mais diversas pastorais. À medida que os leigos estão assumindo seu lugar específico na Igreja e a hierarquia abandona o habitual clericalismo e abre espaço para eles, estes ministérios, pastorais e serviços passam a ser dinami-zados por pessoas mais conscientes, mais bem preparadas e, principalmente, por pessoas que assumem “não por serem ‘chamadas’ pelo padre”, ou “porque têm vontade de fazer alguma coisa”, mas porque descobriram em seu coração o chamado de Jesus. Portanto, assumem a sua missão ‘por vocação’, por causa do chamado do Mestre.

Pe. Alírio J. Pedrini scj
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Vocação para o Matrimônio


O termo ‘vocação’ vem da língua latina, e se traduz por ‘chamado’. Esse termo é usado em diversos sentidos, pois seu significado se abre como as muitas e diferentes palhetas de um belo leque.
Em sentido amplo, pode-se falar em ‘vocação para o matrimônio’, para a ‘paternidade ou para a ‘maternidade’. Estas são vocações implícitas na própria natureza criada. Pelo fato de alguém ser criado ‘homem’, em sua natureza está ‘embutido’ o chamado ao matrimônio e à paternidade. Da mesma forma, aquela que é gerada ‘mulher’ traz em si mesma a vocação ao matrimônio e à maternidade. As exceções são muito raras, e quase sempre determinadas por algum tipo de problema pessoal.
É preciso afirmar de imediato que aqueles que são chamados ao sacerdócio e à vida consagrada, quer masculina quer feminina, trazem, sim, em sua natureza, essa vocação ao matrimônio, à paternidade e à maternidade. Se estes todos assumem o celibato, não é por falta da vocação ao matrimônio, mas sim por uma ‘opção positiva’ diante do chamado de Jesus para uma vida celibatária. Estes todos podem afirmar: “Eu não renunciei ao matrimônio!... Eu aceitei o convite de Jesus, e optei, e escolhi livre, voluntária e positivamente viver esse tipo de vida para o qual Ele me chamou!”
Na verdade, a família é tão importante para o ser humano, que o matrimônio, a paternidade e a maternidade deveriam ser sempre assumidos “como uma vocação personalizada” do Pai celeste. O conhecimento da responsabilidade, da importância e da grandeza de formar um lar deveria ser tão profundo que induzisse os jovens a se prepararem para o matrimônio com todo cuidado, esmero e honestidade. Aliás, deveria ser exatamente com a mesma seriedade como um jovem se prepara para o sacerdócio, ou uma jovem se prepara para a vida consagrada.
Para os jovens poderem se preparar muito bem para o matrimônio, precisam possuir um conhecimento claro e profundo do “projeto divino da procriação humana”. Esse conhecimento lhes mostrará o verdadeiro significado do “masculino e do feminino”, da “genitalidade” masculina e feminina, do sentido da “mútua atração” entre o homem e a mulher, do significado do namoro, do noivado e do casamento, bem como da importância de formar um lar que seja “ninho de amor”, para a realização e felicidade do casal e dos filhos.


Pe. Alírio José Pedrini scj
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VOCAÇÃO OU DOM NATURAL?



“Vocação é como um jogo de quebra-cabeça. À medida que a pessoa encontra os pedaços adequados e progressivamente vai formando o quadro, se sente estimulada a prosseguir. Ao concluir a montagem, sente o sabor da vitória alcançada e a gratificação da obra realizada”. Bem. Esta definição comparativa e explicitativa da vocação não é minha. De todo modo pode ser uma boa “chave de compreensão” para quem deseja compreender o que é uma vocação.
O termo ‘vocação’ vem da língua latina, do verbo “vocare”. Vocação se traduz por ‘chamado’. Este termo é usado em diversos sentidos, pois seu significado se abre como as muitas e diferentes palhetas de um belo leque.

Vocação ou dom natural?
Algumas pessoas chamam de ‘vocação’ os dons naturais congênitos dados por Deus às pessoas. Por exemplo: o dom de pintar, de esculpir, de desenhar, de cantar, de composição musical, de tocar instrumento musical, de escrever com arte, de falar com perfeição, de dramaturgia, de algum esporte específico etc. etc. Em última análise, esses dons procedem de Deus Pai, devem ser cultivados e colocados a serviço do bem das comunidades e das pessoas. Pergunta-se: são vocações, são dons naturais especiais, ou são carismas? Talvez a designação não seja muito importante. Significativo é desenvolver este pendor e colocá-lo a serviço do bem comum.
Pessoalmente prefiro chamar de “dons naturais”, congênitos, a essas capacidades especiais e personalizadas, embutidas na própria natureza da pessoa. Em sentido muito amplo, e analisados a partir do doador, Deus Pai, que os concede para que a pessoa os coloque a serviço do bem de todos, poder-se-ia, talvez, chamá-los de “vocação”.
O leitor tem aqui a possibilidade de avançar na reflexão e optar por uma definição mais pessoal.

Vocação e realização
Quando alguém consegue encontrar todas as peças e chega a montar um grande jogo de ‘quebra-cabeça’, tem a grata sensação de vitória alcançada, e de gratificação por ver que aquele amontoado de pecinhas se tornou um belíssimo quadro. Não é exatamente assim que se sente aquele de abraçou sua vocação e a fez uma fonte de bem para seus irmãos?...
Quando alguém caminha em sua vida com o coração aberto para Deus e para o amor dos irmãos, algum dia poderá sentir uma misteriosa voz interior, chamando, chamando, convidando para alguma missão. Quando esse coração der ouvidos à voz que chama, prestar atenção ao convite, der uma resposta positiva e se empenhar para cumprir a missão recebida, encontrará muito mais sentido em seu viver, descobrirá a alegria e a grandeza de poder servir a Deus na pessoa dos irmãos, fará um grande bem a muita gente, será uma bênção para a comunidade e, ele mesmo, perceberá o valor maior de sua vida, feita ‘dom’ para os irmãos.
Vocação é um ‘quebra-cabeça’?... Sim! Mas só até o momento de reconhecer, assumir e realizar a missão confiada por meio da vocação. Depois, ‘vocação é realização’!... “Realização-cumprimento” diário da missão recebida e assumida, e “realização-felicidade” do coração, por cumprir a missão.


Pe. Alírio José Pedrini scj
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VOCAÇÃO: CHAMADO DIVINO



Quando se fala em “vocação” pensa-se, quase sempre, no chamado feito por Jesus a um ser humano para que assuma o sacerdócio ou a vida religiosa consagrada, masculina ou feminina. Verdade é que o enfoque que se dá atualmente às vocações está mudando lentamente esse quadro. Fala-se claramente em vocação para o sacerdócio, para a vida consagrada, para o matrimônio, para uma consagração leiga, para um celibato leigo etc. A realidade das múltiplas vocações eclesiais está sendo melhor definida, e melhor compreendida pelo povo de Deus.

Sacerdócio e vida consagrada

Todo católico que vive sua fé e caminha na Igreja, conhece os sacerdotes e compreende sua vocação, seu chamado divino para esse ministério. Conhece a vocação das religiosas consagradas, também chamadas de freiras ou irmãs. Talvez entenda pouco a respeito das diversas congregações, mas tem conhecimento da realidade dessas vocações.
Existe também a vocação à vida religiosa consagrada masculina. São homens chamados por Jesus para se consagrarem a Deus e servirem a seu povo, mas fora do sacerdócio. Esses se consagram ou numa congregação, ou num instituto religioso como, por exemplo, os Irmãos Maristas, os Irmãos Lassalistas, os Irmãos do Sagrado Coração de Jesus e outros.
Outros homens, chamados por Jesus para essa forma de vida consagrada, se consagram a Deus em ordens, congregações ou institutos, onde a maioria é de sacerdotes.
Nessas há sacerdotes e há consagrados não sacerdotes. Duas classes? Não. Duas vocações diferentes dentro de uma mesma ordem, congregação ou instituto.
Há ainda outras vocações destinadas a diferentes formas de consagração a Deus, diferente da feita em ordens, congregações e institutos de vida consagrada. São as vocações para uma consagração a Deus em
institutos seculares, em associações de vida apostólica, ou mesmo, para uma consagração individual leiga.

As novidades do Espírito

Em nossos dias, principalmente a partir da presença e da ação renovadora da Renovação Carismática, bem como de outras “espiritualidades”, estão surgindo muitas novas comunidades de vida, nas quais os vocacionados por Jesus, fazem algum tipo de consagração, para servir aos irmãos, na Igreja, dentro do carisma específico de cada comunidade. A novidade do Espírito Santo, neste campo, é a diversidade de pessoas chamadas para a mesma comunidade: solteiros e casados, homens e mulheres, famílias inteiras. É tão surpreendente essa realidade, que esse tipo novo de comunidade ou instituição ainda não é contemplado no Código de Direito Canônico. No entanto, a realidade é de tal forma exuberante e incontestável, na Igreja dos nossos tempos, que a Santa Sé a está estudando com atenção e interesse, a fim de poder abrir-lhe espaço no Código e conceder-lhe legitimidade canônica.

Pe. Alírio José Pedrini scj
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SINAL DOS TEMPOS ?



A vocação ao sacerdócio e à vida consagrada é um chamado personalizado de Jesus Cristo, feito a uma determinada pessoa. A vocação é uma iniciativa pessoal de Jesus. É Ele quem chama. A pessoa chamada precisa dar sua resposta pessoal a Jesus, se aceita ou não o chamado para esse estilo de vida e missão.
Pode-se comprovar um novo fenômeno em quase toda a Igreja, no que se refere ao chamado de homens e mulheres, jovens e adultos, solteiros e casados, a quem Jesus está convocando para o sacerdócio ou para a vida consagrada.
O interessante é que grande parte dos chamados por Jesus para a vida consagrada não entram nas congregações e institutos tradicionais. Sentem-se chamados a integrar novas comunidades que estão sendo fundadas, bem como a entrar em novos institutos de vida consagrada e ou clerical. As novas fundações se multiplicam em toda a Igreja. Também no Brasil. Seu crescimento em número de membros impressiona.
Outro fenômeno interessante é que o Espírito Santo tem chamado a serem fundadores dessas novas instituições e comunidades, muitos leigos adultos e jovens, solteiros e até casados. A eles é que concede o carisma fundacional e a espiritualidade específica.
Há algumas dezenas de novas fundações só no Brasil. Lembro aqui algumas mais conhecidas e numerosas. A Comunidade Shalom, de Fortaleza; a Comunidade Canção Nova; os Institutos Missionários Servos de Javé; e Servas de Javé; de São Paulo; as Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, de São Paulo; A Toca de Assis, de Campinas; a Comunidade Obra de Maria, do Recife; e muitas outras.
Este novo fenômeno eclesial católico chama especial atenção para o fato de a grande maioria dessas novas comunidades e instituições clericais e consagradas nascerem dentro da espiritualidade do Espírito Santo, ou seja, dentro da espiritualidade de Pentecostes, conhecida no Brasil como Renovação Carismática. A quase totalidade dos chamados por Jesus para essas novas instituições procedem dos grupos de oração da Renovação Carismática. Jesus deve ter alguma razão particular para fazê-lo.
O Espírito Santo sempre surpreende por sua ação na Igreja. Entre 1.800 e 1.900, quando a teologia e a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus estavam em grande evidência, o Espírito Santo, por meio de seus servos escolhidos, fundou umas dezenas de congregações masculinas e femininas, todas inspiradas por aquela espiritualidade. Agora, após o Vaticano II, o Espírito Santo suscita a “sua” espiritualidade, cujo centro, fonte e foco irradiador é ele mesmo. E a partir dessa espiritualidade, está suscitando uma centena de novas instituições na Igreja.
Sinal dos tempos? Com certeza. A Santa Sé já captou esses sinais, e está dando toda atenção, por meio de uma comissão pontifícia, a fim de acolher com sabedoria e dirigir com discernimento a esse novo fenômeno suscitado pelo Espírito Santo. Oxalá a CNBB, a CRB, os bispos, bem como as congregações religiosas tradicionais saibam captar, avaliar, discernir e acolher esses sinais dos tempos, emitidos pelo Espírito Santo, pois Ele está realizando “coisas novas” na Igreja.

Pe. Alírio José Pedrini scj
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MARIA DA RESSURREIÇÃO



Rainha dos Céus, alegrai-vos, aleluia! Porque Aquele que merecestes trazer
em vosso seio, aleluia! Ressuscitou, como disse, aleluia!

Mais do que os Apóstolos e as Marias, mais dos que os discípulos de Emaús e os quinhentos outros discípulos a quem Jesus apareceu ressuscitado, mais do que todos esses testemunhas oculares do Ressuscitado, Maria, mãe de Jesus, tinha todas as razões para se alegrar com a vitória de seu Filho sobre a morte, na Páscoa da Ressurreição.
Jesus ressuscitado, que apareceu a tantos a fim de que fossem testemunhas de sua vitória, teria aparecido também a sua Mãe? Os Evangelhos não registram. Maria teria sabido da ressurreição de seu Filho, apenas pelo testemunho dos que o viram, com Ele falaram, deram-lhe de comer, e dele receberam alimento, após a ressurreição? É evidente que não!
Embora os evangelhos não relatem, com toda certeza Jesus apareceu em primeiro lugar a sua Mãe. Nem se poderia pensar de forma diversa. Conhecendo o amor, o carinho, a gratidão e até a obediência que Jesus dedicava a sua mãe, com certeza Ele a acordou na madrugada da Páscoa para lhe dizer: “Mãezinha, acabou o luto! Mamãe, terminou a tristeza! Não se sinta mais só! Aqui estou, mamãe! Vivo, ressuscitado, vitorioso! Mãezinha, alegra-te, rejubila, pois teu Filho venceu a morte! Estamos novamente juntos, e para sempre! Ninguém mais poderá nos separar!”
Podemos imaginar a maravilha desse encontro! Podemos vislumbrar o abraço longo, as lágrimas escorrendo sobre os sorrisos felizes da Mãe! O Filho beijando o rosto e enxugando, com seus dedos, as lágrimas quentes e felizes de sua mãezinha!
Podemos intuir a transformação imediata e profunda de todos os sentimentos de Nossa Senhora. Até esse encontro, sentimentos de profunda dor por causa da prisão, da flagelação, da coroação de Espinhos, da condenação à morte, da crucificação, morte e sepultamento de Jesus, da solenidade e saudade do Filho, seu grande tesouro, morto entre dois malfeitores. Agora, pelo encontro com Jesus ressuscitado, todos aqueles sentimentos se transformam em alegria, exultação, felicidade, paz, certeza de vitória, gozo sem limites e sem fim.
Com toda certeza podemos intuir que Jesus apareceu muitas, muitíssimas vezes a sua Mãe, desde a manhã da ressurreição até a Ascensão. Intuir essas manifestações do Filho ressuscitado à Mãe, é uma lógica do imenso e incomparável amor que existia entre Jesus e Maria. Pensar o contrário é desconhecer o poder, a fidelidade e a coerência do amor que sempre uniu e une esses dois corações.
O próprio Santo Padre, num pronunciamento publico recente, com um rosto sorridente e convicto mostrado pela TV, como que querendo manifestar as suas convicções pessoais, acenou para essa tese das manifestações de Jesus ressuscitado a sua Mãezinha.
Na oportunidade da primeira Páscoa do novo século e milênio, queremos parabenizar e felicitar Maria da Ressurreição pela vitória de seu Filho sobre a morte e sobre todas as formas de mortes. Mais. Queremos unir-nos a Ela para anunciar e testemunhar que seu Filho está vivo, está conosco e no meio de nós, conduzindo-nos, como Bom Pastor; libertando-nos, perdoando-nos e nos curando, pois é nosso salvador; ensinando-nos sempre mais toda verdade que trouxe do coração do Pai, pois continua sendo o nosso mestre.
Feliz Páscoa! Felizes ressurreições em sua vida, em sua família e em sua comunidade!

Pe. Alírio José Pedrini scj
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MARIA DE PENTECOSTES



Pentecostes recorda, celebra e leva a acolher sempre de novo e mais intensamente o Espírito Santo, com seus sete dons infusos, com seus nove frutos e com seus inúmeros carismas. Maria de Pentecostes, numa forma mais abrangente pode ser chamada de “Maria do Espírito Santo”. Nenhuma pessoa humana teve maior aproximação, mais intensa comunhão e mais constante “interação” com o Espírito de Amor, do que Maria, a mãe de Jesus.
Foi pelo poder do Espírito Santo que o Pai – em previsão dos méritos de Jesus, – a preservou do pecado original e de todas as suas terríveis conseqüências espirituais, psicológicas, emocionais e físicas. Maria é, pois, a “Imaculada Conceição” pela ação do Espírito Santo. Aliás, preservando-a imaculada, Ele a preparava para depois fecundá-la milagrosamente, e torná-la “Mãe de Jesus e Mãe de Deus”.
Ao mesmo tempo e no mesmo momento, o Espírito Santo a fez “Cheia de Graça”. Quero dizer: a plenificou, a “batizou”, a mergulhou e encharcou de toda graça e beleza divinas, em seu espírito, psíquico e físico, em função da maternidade que Ela assumiria.
Quando foi anunciada por Gabriel que havia sido eleita e preparada para ser a mãe do Messias, o Salvador, com toda certeza o Espírito Santo, que nela habitava de forma extraordinariamente viva e atuante, concedeu-lhe a compreensão e a dimensão do que estava acontecendo: a vinda do Salvador da humanidade. Cheia de graça, Maria dá o seu consentimento: “Eis a servidora do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.(Lc 1,38)
Ao “Sim” pronunciado, o Espírito Santo operou um dos mais maravilhosos e importantes milagres da história da humanidade: engravidou milagrosa e maravilhosamente a “Virgem Imaculada e Cheia de Graça”. Maria não experimentou a ação do Espírito Santo, apenas espiritual, psicológica e emocionalmente, mas também fisicamente, e de forma inegável e prolongada: algumas semanas após o seu “Sim”, ela começou a perceber a presença do seu filhinho em seu ventre virginal. Filhinho concebido por ação do Espírito Santo. Aliás, eis por que ela é chamada com propriedade de “Esposa mística do Espírito Santo”.
Ao longo de sua vida de esposa de José e de mãe de Jesus, até a Ascensão do Filho aos Céus, por ser imaculada e cheia de graça, com toda certeza recebia uma assistência permanente e poderosa do Espírito Santo para poder compreender os fatos que ocorriam, e para agir com propriedade.
Na visita caridosa a Isabel, porque ela era plena do Espírito de Deus, presenciou a ação pentecostal do Espírito Santo, tanto em Isabel que “ficou cheia do Espírito Santo e Profetizou” sobre os acontecimentos que se realizavam em Maria (Lc 1,41b), como também em Zacarias, que igualmente “ficou cheio do Espírito Santo” e também profetizou (Lc 1,67).
Em Pentecostes, lá estava a “cheia do Espírito Santo”, intercedendo para que se “cumprisse a promessa do Pai”, segundo a qual os Apóstolos seriam batizados no Espírito Santo” (At 1, 5) O Pentecostes aconteceu. Nasceu a Igreja, cuja mãe já havia sido escolhida por Jesus crucificado, quando determinou: “Mulher, eis o teu filho... Filho eis a tua mãe” (Jo 19, 26-27).
Chegado o fim de sua vida terrena, para passar desta vida para a glória eterna, Maria teve seu corpo “ressuscitado e glorificado”, como o de Jesus na ressurreição, pela ação do Espírito Santo, por vontade do Pai e pelos méritos de Jesus.
Maria de Pentecostes, Maria do Espírito Santo, ensinai-nos a acolher o vosso místico esposo, o Espírito de Amor, a fim de que nos santifique. Assim seja! Amém!


Pe. Alírio José Pedrini scj
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AMOR AFETIVO: UM TESOURO



Uma das mais belas realidades vividas por você, jovem, é sua vida afetiva. Todo jovem sente dentro de si a presença e a força de sua afetividade. Afetividade em ebulição. Em erupção. Querendo expandir-se e sair por todos os poros. Ao mesmo tempo, há uma fome e sede de afeto, quase insaciáveis.
Na verdade, afetividade é amor. É o amor afetivo. É o amor que quer expandir-se sob mil formas e expressões afetivas. Confunde-se, às vezes, com as paixões. Ou mistura-se com elas. Mas a afetividade é sempre amor. E o amor é o ingrediente mais presente, mais necessário e mais importante para a sua vida de jovem. Por isso mesmo é importante que você conheça, assuma e conduza com inteligência e sabedoria sua vida afetiva.
O amor afetivo não deve ser entendido apenas como inclinação amorosa para pessoas de outro sexo. O amor afetivo é uma forma maravilhosa de amar, com expressões de afeto, aos pais, aos irmãos, aos familiares, aos amigos e a toda as pessoas que entram em seu círculo de amizades.
A vida afetiva é sempre um processo. Processo que deveria iniciar-se na concepção do ser humano, ocorrida por um ato conjugal de profundo amor dos pais. Processo que deve continuar na infância, meninice, adolescência, penetrando na juventude. Processo que ocorre quando se recebe muito amor dos pais, dos familiares, dos professores, da igreja, da sociedade.

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