29 de setembro de 2011

SÓ O AMOR TRAZ REALIZAÇÃO

Se foi criado para ser amor, o ser humano – o jovem – só encontra realização plena se se realizar no amor. Só encontra a felicidade se chegar a ser “amor adulto”.
Onde encontrar a felicidade? No amor. É a única fonte da verdadeira realização e felicidade. É a única forma de satisfazer plenamente todos os anseios do coração.
Para chegar a ser amor, o jovem precisa receber muito amor, por muitos anos: na concepção, na gestação, na infância, meninice, adolescência e juventude. Até chegar á maturidade afetiva. Em todo esse percurso, o jovem também sente necessidade de dar amor... de ama. Aliás, é neste jogo de “receber e dar amor” que ele amadurece sua capacidade de amar.
Esta maturidade do coração o leva a “gostar de amar”, a sentir necessidade de amar, a querer manifestar afetiva e efetivamente seu amor, a desejar que as pessoas se deixem amar. Neste jogo de receber e de dar amor, a felicidade acontece. O coração sente-se feliz. A pessoa se realiza.
Porque foi criado para ser amor, o coração do jovem anseia ser amado e amar, pois encontra, neste diálogo, a plenitude que tanto deseja. Mas aquele que não vive o diálogo “receber-dar”, ou “dar-receber” amor, sente um grande vazio no coração. Vazio nem sempre consciente, mas sempre compulsivo. Compulsivo, porque gera uma necessidade premente de preenchimento, uma insatisfação irrequieta, um desejo impulsivo de buscar algo que satisfaça.
Daqui surge um perigo: de querer preencher o vazio do coração com aquilo que não preenche, que não satisfaz. Então, em vez da plenitude, da satisfação, da felicidade, surge a frustração, o vazio maior, a decepção, que desemboca  muitas vezes no vício, na dependência química ou sexual, na marginalidade. Em vez da felicidade sonhada, a infelicidade do coração.
Só o amor, só a vivência do amor, só o amor afetivo e efetivo colocado no diálogo diário  do “dar-receber” é que realiza o coração humano, pois foi criado para o amor, para ser amor.


           

           
           
            

26 de setembro de 2011

SEDENTO COMO A CORÇA


A corça é um animal que faz diariamente longas caminhadas. Não pára de andar. Nas caminhadas, sempre encontra algo para se alimentar. Mas nem sempre passa por fontes, riachos ou águas correntes para se dessedentar. Quando arde em sede, levada por sua fina intuição, ela busca firme e perseverantemente as águas de que seu corpo tanto necessita. Mesmo que tenha que caminhar longas distâncias.
A sede ardente e a busca perseverante de águas frescas por parte da corça tornaram-se um símbolo bíblico da sede de Deus e da busca da plenitude do coração humano. O salmista, experimentando o profundo anseio do seu coração por possuir a Deus, exclama: “Assim como a corça suspira pelas águas refrescantes, assim minha alma suspira por vós, ó meu Deus”(Sl 41).
Todo jovem tem sede de felicidade. Todo jovem busca a felicidade, cuja falta lhe deixa um profundo vazio, uma ardente sede, uma sensação profunda da falta de algo que o possa preencher, satisfazer e lhe dar a plenitude tão almejada. Todos procuram satisfazer os anseios íntimos e insistentes de falta da felicidade. Todos procuram preencher o vazio existencial que causa uma sensação de que algo está faltando. Muitos procuram preencher o vazio dos seus corações, encontrar a plenitude e a felicidade nas riquezas e posses materiais. Outros, em prazeres de toda espécie e intensidade. Outros, nas glórias do poder e da fama. Outros, ainda, em outras formas de vida ou de atividades.
Todas essas tentativas são enganosas e frustrantes. Ninguém jamais conseguiu preencher o seu vazio, matar a sua sede de realização plena, alcançar a plenitude da felicidade por esses meios e caminhos. Ninguém jamais o conseguiu, exatamente porque o coração humano não foi feito para se satisfazer com essas respostas. Ele só se satisfaz, só se sente saciado, pleno e feliz se lhe oferecerem as águas refrescantes do amor daquele que o pode satisfazer, preencher e tornar plena e definitivamente feliz: Deus.
Santo Agostinho fez muitas tentativas frustradas e frustrantes de dar a felicidade que seu sequioso coração tanto ansiava, por meio de toda forma de conhecimentos, de prazeres de toda espécie, de fama e de bens materiais. Em idade adulta, depois de ter encontrado o Deus vivo, deixou-nos a sabedoria de sua experiência, numa exclamação memorável: “Ó Deus! Fizestes-nos para vós! E o nosso coração anda irrequieto (insatisfeito, infeliz, vazio, errante) enquanto não repousar em vós”! Só o Deus vivo pode preencher o vazio do coração. Só uma amizade profunda e cultivada com o Deus Trindade pode gerar a perfeita felicidade do coração, pois ele foi criado para a comunhão com Deus. 
Feliz o coração que suspira por Deus, como a corça anseia e busca as águas correntes! Feliz o coração humano que sente tal anseio profundo pelo Deus vivo! Sim, feliz, pois encontrará os “rios de água viva” onde poderá saciar a sede do seu coração, todos os dias de sua vida. Feliz aquele que sabe “repousar seu coração” no colo amoroso de Deus!
Muito bem impressionado com a sede profunda do povo de Israel que acorria ao templo de Jerusalém para “estar com Deus”, para “ver a glória de Deus” e para “adorar e oferecer sacrifícios” a Deus”, Jesus, em alta voz exclamou: “Quem tem sede venha a mim e beba. E quem crer em mim, do seu interior jorrarão rios de água viva”(Jo 7, 37-39). Na seqüência do texto, o evangelista diz que “Jesus falava do Espírito Santo que haveriam de receber os que cressem nele”. As águas vivas são a Pessoa do Espírito Santo. Dando o Espírito Santo a um coração sedento, Jesus lhe dá o Pai celeste, e se dá a si mesmo. Por meio do Espírito Santo, a quem Jesus denominou de “água viva”, o Deus vivo vem habitar no coração, e por conseqüência natural, o plenifica, satisfaz, gratifica e o torna efetivamente feliz.
A única, verdadeira  e perene fonte da felicidade do coração está na comunhão profunda, cultivada, crescente e definitiva com Deus Pai, com Jesus ressuscitado e com o Espírito Santo.
Seu coração já encontrou a verdadeira fonte da felicidade? Você já sabe onde ela se encontra... Assim  como a corça suspira pelas águas, que seu coração jovem suspire pela comunhão com Deus. Então você experimentará a felicidade que seu coração tanto anseia.

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21 de setembro de 2011

O AMOR AFETIVO E O JOVEM

        
    Uma das mais belas realidades vividas por você, jovem, é sua vida afetiva. Todo jovem sente dentro de si a presença e a força de sua afetividade. Afetividade em ebulição. Em erupção. Querendo expandir-se e sair por todos os poros. Ao mesmo tempo, há uma fome e sede de afeto, quase insaciáveis. 
            Na verdade, afetividade é amor. É o amor afetivo. É o amor que quer expandir-se sob mil formas e expressões afetivas. Confunde-se, às vezes, com as paixões. Ou mistura-se com elas. Mas afetividade é sempre amor. E o amor é o ingrediente mais presente, mais necessário e mais importante na sua vida de jovem. Por isso mesmo é importante que você conheça, assuma e conduza com inteligência e sabedoria sua vida afetiva.
            O amor afetivo não deve ser entendido apenas como inclinação amorosa para pessoas de outro sexo. O amor afetivo é uma forma maravilhosa de amar, com expressões de afeto, aos pais, aos irmãos, aos familiares, aos amigos e a toda as pessoas que entram em seu círculo de amizades.
            A vida afetiva é sempre um processo. Processo que deveria iniciar-se na concepção do ser humano, ocorrida por um ato conjugal de profundo amor dos pais. Processo que deve continuar na infância, meninice, adolescência, penetrando na juventude. Processo que ocorre quando se recebe muito amor dos pais, dos familiares, dos professores, da igreja, da sociedade.
            À  medida que a pessoa recebe amor, seu coração afetivo cresce, desenvolve-se, amadurece. Se não recebe amor afetivo abundante, a pessoa acumula carências afetivas. Estas sempre deixam conseqüências negativas, criam problemas e sofrimentos  para o jovem.
            Com certeza você entendeu como é  importante receber amor afetivo. Recebê-lo de seus pais, dos familiares, dos amigos, da comunidade onde vive, do namorado ou namorada. Aliás, também é importante dar afeto. Dar amor afetivo a todos os que podem recebê-lo legitimamente. E retribuir aos que tomam a iniciativa de lhe oferecer o afeto.deles.
            O lugar ideal, diário e permanente de você receber e dar amor afetivo é sua família. Por causa dos laços de sangue que unem as pessoas na família, criam-se naturalmente tanto a necessidade como a oportunidade de você poder expandir seu afeto e, ao mesmo atempo, acolher aquele que lhe é dado. Esse jogo de dar e receber afeto dentro do lar é uma riqueza inestimável para seu coração jovem. Recebendo muito afeto você amadurece sempre mais e equilibra sua afetividade. Ao mesmo tempo, vai aprendendo a amar afetivamente.
            Amar e ser amado afetivamente é uma fonte de muita satisfação e realização pessoal.
           
           
           


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6 de setembro de 2011

ANIVERSÁRIO DE NOSSA SENHORA


                Celebramos, neste dia 8 de setembro, a Natividade de Maria de Nazaré, ou seja, o seu nascimento, e consequentemente o seu aniversário. Como bons brasileiros, gostamos de celebrar o aniversário de pessoas queridas. Desse prazer e satisfação nascem também a alegria e a determinação de celebrar muito bem Nossa Senhora, por oportunidade de seu natalício.  É do fato de Nossa Senhora ser tão querida, tão amada, tão bem celebrada e honrada pelos católicos brasileiros que nasce e se realiza essa festa,

Maria na família humana
                Não temos conhecimento do dia, do mês ou do ano do nascimento de Maria. Sabemos que seus queridos pais foram Joaquim e Ana, aliás celebrados no calendário litúrgico no dia 26 de julho. Maria teria nascido em Jerusalém. O que comprova esta afirmação é que em Jerusalém há uma igreja dedicada a Santa Ana, mãe da Virgem Maria, construída sobre aquela que teria sido a casa de Joaquim e Ana. Ali, naquela igreja, há referências feitas por meio de pinturas, a respeito do nascimento de Maria. Sabemos também, pelo Evangelho de São João, cap. 19, 25, que a Virgem tinha uma irmã, também chamada Maria, mulher de Cléofas.
                Conforme uma tradição muito antiga, Maria teria sido apresentada ao templo de Jerusalém, em idade muito tenra. Há livros apócrifos que falam que a menina foi apresentada ao templo com apenas três anos, e ali deixada para ser educada, e depois para servir ao Senhor, nos serviços do templo. Quanto à apresentação de Maria no templo, é verdadeira a notícia, pois a liturgia católica celebra esse fato no dia  21 de novembro.  Nada mais sabemos  com segurança sobre a infância e a adolescência de nossa Mãe celeste.
                Vamos encontrar, depois, a Virgem Maria, lá em Nazaré, quando foi visitada pelo Arcanjo Gabriel e lhe foi anunciada a gravidez milagrosa. Aqui há um fato interrogador, cuja resposta eu nunca consegui obter. Como é que Maria encontrava-se em Nazaré, morando numa casinha-gruta, que aliás se pode visitar ainda hoje? Não consta que seus pais estivessem ali com ela. Teriam eles morrido em Jerusalém e Maria teria se transferido para Nazaré? É bom lembrar que Nazaré fica a mais de cem quilômetros de Jerusalém, uma distância considerável para aqueles tempos, quando os percursos eram feitos a pé.

Maria nos  planos divinos   
                Se acerca da história humana da Virgem de Nazaré não temos muitos dados informativos, quanto à sua pessoa, no que concerne aos planos divinos para a salvação da humanidade, possuímos  muitas informações valiosíssimas que engrandecem sua história.
                Desde antes da criação do planeta Terra, e nela, do ser humano, o Criador já previa que o ser humano, criado à sua imagem e semelhança, iria prevaricar, pecar, perder o paraíso do coração, e iria gerar  uma humanidade carregada de todos os males que nós, hoje, bem conhecemos.  Desde esse conhecimento, o Criador se propôs salvar a humanidade e reconduzi-la ao caminho de volta ao paraíso perdido. Esta salvação, por decisão do Pai Criador, deveria ser realizada por seu Filho eterno, que Ele enviaria para a humanidade, e que deveria assumir uma natureza humana igual à dos seres humanos, menos no pecado.  Para isto, havia a necessidade da colaboração de uma mulher. Esta seria a pré-destinada Virgem de Nazaré.
                Sim, Maria foi a pré-destinada. Escolhida antes da criação da humanidade para ser a mãe do Verbo eterno que se tornaria homem. Eis um privilégio grandioso que a coloca dentro da própria realização da salvação da humanidade, como colaboradora  decisiva para a obra da redenção.
                Essa pré-destinação incluía, por decisão do Pai celeste, toda uma preparação de sua pessoa, a fim de ser a Mãe mais perfeita no espírito, na mente e no corpo, tornada digna de acolher em seu ventre o Verbo Eterno, formando-lhe o corpo humano.

A  Imaculada
                Tal preparação iniciou-se no dom da Imaculada Conceição.  Ao ser concebida no ventre de sua mãe Ana, Deus Pai, pelos méritos futuros de seu Filho e pela ação do Espírito Santo, a preservou do pecado original com todas as suas nefastas consequências. Eis um privilégio magnífico! Só ela e seu filho Jesus tiveram a isenção das fragilidades do pecado das origens da humanidade. Ela, para ser preparada para a sua maternidade divina, e Ele por ser o Filho de Deus.
                A preservação do pecado original consiste na não contaminação espiritual e psicológica causada pelas consequências desse pecado, ou seja, a preservação do orgulho, do egoísmo, da inveja, das vaidades, da preguiça, das sensualidades de toda sorte, e de toda espécie de tendências negativas, experimentadas por todos os seres humano.

A cheia de Graças
                A preparação da vida da Virgem para a sua maternidade prosseguiu com a “plenitude das graças divinas”. Aquela beleza interior, admirada pelo próprio Arcanjo Gabriel, quando ao vê-la exclamou: “Salve, ó cheia de graças!”  Deus Pai não apenas a preservou do mal, mas a plenificou com uma superabundância de graças. Essas graças comunicadas pelo Espírito Santo embelezaram a Virgem de forma singular, no espírito e no psíquico, a fim de que fosse o suficientemente bela para ser a mãe do Verbo que nela se encarnaria.  E essa plenitude de graças do Espírito Santo continuou em toda sua vida, para que pudesse colaborar decisivamente no processo da salvação.  Por essas graças, o Espírito Divino a iluminou por toda sua vida a fim de que ela pudesse compreender toda a grandeza do mistério da Encarnação e da Salvação. À medida que os acontecimentos  da Encarnação se sucediam: a sua gravidez milagrosa, o problema em relação a seu noivo José, a longa e difícil viagem a Belém, o ter que se refugiar numa gruta, o dar à luz em virgindade, a visita dos Pastores e dos Reis Magos, a fuga para o Egito, a volta para Nazaré, os trinta anos de vida oculta de seu Filho, a compreensão da pregação, dos milagres, de toda atuação de Jesus, sua paixão e morte de cruz, a ressurreição e ascensão de Jesus, as maravilhas de Pentecostes ocorridas com os Apóstolos e discípulos, enfim, em todos esses acontecimentos o Espírito Santo lhe deu assistência plena, a fim de que ela compreendesse esses mistérios, e no que lhe cabia, ela lhes desse toda a aceitação e a colaboração.

A Virgindade
                Outra maravilha que embeleza a vida e a biografia de Maria é a sua virgindade milagrosa no parto. “Como os raios de sol perpassam por um vidro de límpido de cristal, sem quebrá-lo ou deteriorá-lo, assim, o Sol divino, Jesus, nasceu, saiu do corpo da Mãe, sem “romper” ou embaçar a  sua virgindade física. Trata-se de um milagre divino, recompensa para aquela que soube dizer um Sim à maternidade divina e a todas as suas consequências.

A Esposa e Mãe
                A exemplar vida e missão de ser mãe do Filho de Deus e esposa virgem de José engrandecem a biografia dessa mulher privilegiada. Ela soube ser esposa participativa, amorosa, fiel e santa. Soube também educar o seu filho nos melhores valores familiares e religiosos. Vemo-la , por exemplo, levando seu filho  Jesus de doze anos  em peregrinação a Jerusalém, pela primeira vez, numa longa viagem de cento e dez quilômetros, a  pé, a fim de fazê-lo participar daquela festa nacional, de mostrar-lhe o templo de Deus onde Ele foi apresentado ao Senhor como primogênito, e para que ali o seu Jesus realizasse a cerimônia de declaração de maturidade religiosa responsável, pela qual Ele se comprometia a participar da sua religião por própria iniciativa e responsabilidade. (uma espécie de crisma...)

A  Aniversariante
                Essa mulher tão especial e privilegiada não é nada menos do que “nossa mãe” adotiva. Quando Jesus, pregado à cruz e prestes a morrer olhou para sua mãe e lhe disse: “Mulher, eis aí teu filho... tua filha”, Maria compreendeu muito bem que Jesus nos estava dando a ela como filhos e filhas, para que ela cuidasse de nós, naquela vida de salvação que Ele estava “gerando em dores de parto” na cruz. E a Virgem jamais esqueceu dessa missão. Em todas as aparições e revelações místicas ela se dirige a todos os seus filhos e filhas, chamando-os à conversão e santidade, na Igreja de seu Filho.
                Como filhos muito agradecidos, que se sentem tão amados e protegidos, queremos celebrar seu aniversário com alegria e com homenagens. Eis um dia apropriado para lhe oferecer as cinquenta rosas,  as cinquenta Ave-Marias,  do santo terço!... 

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