SEGUNDO PECADO CAPITAL
A AVAREZA
A avareza é o apego excessivo
e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro, priorizando-os, e
deixando Deus em segundo plano. É considerado o pecado mais tolo, porque baseia
sua vida e felicidade sobre bens passageiros.
Na concepção cristã, a avareza é considerada
um dos sete pecados capitais,
pois o avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus. Neste sentido,
o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo
que não é Deus, como se fosse deus. Os bens materiais são o deus do avarento.
Ele é capaz de “vender” o seu Deus para ganhar mais dinheiro.
A avareza, no cristianismo, é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade
exagerada de possuir bens materiais. Mais claramente, a avareza é um desejo
descontrolado, é uma cobiça de bens materiais e de dinheiro. É a ganância.
A avareza consiste no desejo
desordenado dos bens materiais. Por ser ocasião de outros pecados, S. Paulo
chega a dizer que "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males" (I
Tim 6,10).
O homem avaro chega a fazer dos
bens terrestres o seu fim supremo. Não há dúvida de que todo homem precisa se
servir dos bens criados, porém como meio para chegar ao Bem Absoluto, em vez de
se deixar escravizar por eles.
A avareza é um dos pecados mais
vergonhosos e degradantes, visto que já não subordina o homem a coisas superiores,
ou que estão ao seu nível de racionalidade (como a ciência, a arte, ), mas o
escraviza àquilo que está abaixo dele,
os bens materiais.
A avareza é
o apego exagerado ao dinheiro. O dinheiro passa a ser tudo para alguém, e ele
acredita que com o dinheiro pode fazer tudo e comprar tudo, inclusive as
pessoas. As pessoas passam a valer menos que o seu dinheiro. Seu deus se torna
o dinheiro.
Se
a soberba consiste numa estima excessiva de si mesmo, a avareza é a estima
excessiva das riquezas e dos bens materiais. A pessoa dá tanta importância ao
dinheiro que passa a viver só em função dele, esquecendo-se de Deus e do
próximo. O avaro está tão apegado às coisas que possui que prefere morrer do
que perde-las. Só pensa em comprar, em ter, em mostrar aos outros tudo o que
possui.
Para
vencer a avareza devemos considerar que tudo é palha diante da vida da graça,
verdadeira riqueza da alma. Contemplemos a simplicidade de coração de Nosso
Senhor Jesus Cristo, seu amor pela pobreza e pelos mais humildes, e toda sua
vida voltada para fazer a vontade do Pai.
Uma outra atitude própria do avarento é o excesso no afã de ajuntar bens
para si, do qual procede a inquietude, que impõe ao homem preocupações e
cuidados excessivos: "O avaro nunca se sacia de dinheiro", diz o
Eclesiastes (5, 9). Enumeram-se
oito filhas da avareza. Por causa da
cobiça, ela gera a traição, a fraude,
a mentira, o perjúrio, a inquietude, a violência, a
dureza de coração e a corrupção ativa e passiva.
Jesus, o Divino Mestre, reage
diante da avareza: “Disse-lhe então alguém do meio do povo: Mestre,
dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Jesus respondeu-lhe: meu amigo,
quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós? E Jesus disse então ao povo:
Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem,
ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas. (Lc 12,-15)
Em Mateus, Jesus afirma “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou
odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não
podeis servir a Deus e à riqueza”. (Mt 6,24)
São Paulo, escreve
a Timóteo: “Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados
pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições. (1 Tm
6,10)
Procurado pelo
jovem rico, Jesus fixou nele o olhar, amou-o e lhe disse: "Uma só coisa te
falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu.
Depois, vem e segue-me. Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo
abatido, porque possuía muitos bens. (Mc 10,21-22)
A ganância e a avareza
de Judas, o traidor de Jesus, reagiu desta forma, diante da unção que Maria fez
a Jesus: “Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se
deu aos pobres”? Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas
porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. (Jo 12,5-6)
O Eclesiástico
diz: “Nada há mais criminoso do que a avareza. De que se orgulha o que é terra
e cinza? Nada há de mais iníquo do que o amor ao dinheiro. Aquele que o ama
chega até a vender a sua alma. Vivo ainda, despojou-se de suas próprias entranhas.
(Eclo 10,9-10)
Diz ainda do
Eclesiástico: “Para o homem avarento e cúpido a riqueza é inútil. Para que
serve o ouro ao homem invejoso? Quem acumula injustamente, com prejuízo da
vida, acumula para os outros, e outro há de vir que esbanjará esses bens na
devassidão. Nada é pior do que aquele que é avaro consigo mesmo: eis aí o
verdadeiro salário de sua maldade. (Eclo 14,3-6)
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