As virtudes cardeais
ou morais
Quatro
virtudes tem um papel central, em torno das quais se agrupam as demais. Recebem
o nome de virtudes cardeais. O nome vem do latim “cardo”, que se traduz por
gonzo, dobradiça, porque em torno delas se movem todas as demais virtudes
humanas.
São
elas: a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.
A Prudência
A
prudência é a virtude que ilumina a razão para discernir com segurança, aquilo
que é bom, justo, digno, favorável, verdadeiro, e que torna pronta a vontade
para buscar decididamente esse bem, e realizá-lo com firmeza e satisfação.
A
prudência leva a distinguir com segurança entre o bem e o mal, o bom e o mau, o
justo e o injusto, o certo e o errado, o que faz bem e o que prejudica. E ao
mesmo tempo imprime um impulso de praticar o que é bom, justo, certo.
“
A prudência é a regra certa da ação” escreve Santo Tomás.
A
prudência não se confunde com o medo de agir, nem com timidez pessoal, nem com
duplicidade ou dissimulação.
É
a prudência que guia o juízo (julgamento) da consciência. E o homem prudente
decide e ordena sua conduta seguindo esse juízo. Graças a esta virtude,
aplicamos sem medo os princípios morais aos casos particulares e superamos as
dúvidas sobre o bem a praticar e o mal a evitar. (CIC 1806)
Prudência
é a virtude que nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas fúteis e
bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem
e vencer o mal. É uma escolha muito importante e que a qualquer momento
precisamos fazer.
Vou
estudar ou vou brincar? Depende da hora! Se for hora de estudar, vamos estudar,
se for hora de brincar, vamos brincar. É a prudência que nos ajuda a
compreender essas coisas. Ela aproveita a hora propícia, o lugar acertado onde
devemos estar e nos impede de tomar decisões precipitadas. O lema dela é: fazer o que é certo, na hora certa, no
lugar certo. A Prudência, iluminada pela nossa fé e ajudada pela graça
santificante, nos leva a escolher os atos bons que são o caminho da nossa
salvação.
É sobre esta
Prudência que Jesus fala no Evangelho: «Eis
que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como a
serpente e simples como as pombas.» (S. Mat 10,16)
Prudência é
o reto agir, o bom senso, o equilíbrio. Cuida do lado prático da vida, da ação
correta e busca os meios para agir bem. Prudência é o mesmo que sabedoria,
previdência, precaução. O prudente é previdente e providente. É pessoa que
abandona as preocupações e abraça as soluções. Deixa as ilusões e opta pelas
decisões. Rejeita as omissões e se empenha nas ocupações. O lema dos prudentes
é: “Ocupação sim, preocupação não.” A prudência coloca sua atenção na
preparação dos fatos e eventos e nunca na precipitação nem no amadorismo ou
improvisação. Ciência sem prudência é um perigo.
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