A VIRTUDE
DA PACIÊNCIA
A palavra “paciência” vem da língua
latina “patire”, que se traduz por “sofrer”. A virtude da paciência é uma
capacidade gerada pelo Espírito Santo, pela qual somos capazes de “agüentar”,
de “suportar” os sofrimentos que se
apresentam em nossa vida, sem nos “inflar”, sem nos estressar, sem nos tencionar
e sobrecarregar de ansiedade, diante dos sofrimentos pessoais, diante dos
sofrimentos causados por outros, ou os permitidos por Deus. Porque sabemos que
somos amados por Deus e pelo próximo, e porque os amamos em paz e em alegria
geradas pelo Espírito, nosso ser interior “se mantém calmo” diante dos sofrimentos
ou de situações que poderiam nos levar a “perder’ a paciência, a explodir, a
agredir, a rejeitar tais sofrimentos.
Ser paciente é ser tranquilo
interiormente diante de pessoas cujo comportamento não é conforme aos nossos
valores, bem como diante de situações, de problemas indesejados, de sofrimentos
que se apresentam. A paciência é uma tranquilidade suave, calma, não enervada e
nem enervante. Ser paciente é ser tardio para irritar-se, para explodir, para
exaltar-se. É ter “pavio muito longo”, que dificilmente chega a causar uma
explosão emocional. A paciência é filha do amor que nos leva a ir longe,
tratando com serenidade as pessoas com suas falhas, fraquezas, ignorâncias,
demoras e pecados.
A paciência suporta as
adversidades, as doenças, as contrariedades e as perseguições. A paciência é um
fruto essencial para que o cristão persevere na sua fé, pois mesmo contando com
o amor divino do Deus-Trindade, na vida tivemos, temos ou teremos problemas,
adversidades, enfermidades, contrariedades. Precisamos, pois, da ajuda do Espírito
para adquirirmos a paciência. O cristão paciente dificilmente é demovido da sua
fé, porque suporta tudo com paciência. A alma paciente é mansa e humilde, não
se revolta contra o seu Deus, mas tudo suporta e aceita.
Diz-nos São Pedro: "Mas se,
quando fazendo o bem e sois afligidos, o suportais com paciência, isso é
agradável a Deus". (I Pd 2, 20-23) A paciência é consequência do
amor-caridade. A paciência é uma capacidade
gerada pelo Espírito Santo em nosso interior.
A paciência é considerada uma virtude do ser humano, que consiste na
disposição de suportar a adversidade de forma voluntária, enquanto se está à
espera de algo. A paciência é uma
virtude humana emanada de Deus pelo Espírito Santo, que contribui para o
fortalecimento do caráter. Para que este objetivo se cumpra, é importante que
cada pessoa tenha em conta dois aspectos: a firmeza para suportar os problemas, e a lentidão para não vingar-se das
ofensas recebidas.
A Paciência é uma virtude pela qual se manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e
dificuldades de toda ordem, a qualquer hora ou em qualquer lugar. É a
capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo ação tranqüila, e
acreditando que se irá conseguir o que se quer. É a capacidade de ser
perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em
paz a compreensão que ainda não se tenha obtido. É a capacidade de ouvir
alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa.
É a capacidade de se libertar da ansiedade. A tolerância e a paciência
são fontes de apoio seguro nos quais podemos confiar. Ser paciente é ser
educado, ser humanizado e saber agir com calma e com tolerância. A paciência
também é uma forma de “caridade” quando praticada nos relacionamentos interpessoais.
Diz-se que dentre as muitas virtudes, a mais difícil de desenvolver é a paciência, mas uma vez
desenvolvida, esta traz inúmeros benefícios. É possível exercitar a paciência
em diversas áreas, como por exemplo: no trânsito, na fila do banco, na
convivência familiar, no trabalho, nos estudos. Uma pessoa paciente sabe que é
preciso praticá-la muito até alcançar um objetivo final desejado.
A paciência é uma energia para resistir e vencer.
Aquele que sabe fazer uso da paciência, sabe também fazer uso da razão. Estão
mais próximos de alcançar a vitória os que melhor utilizam a paciência do que a
audácia. A paciência deve ser cultivada com arte e inteligência. Graças a ela,
adquirimos capacidade de compreensão, de tolerância e de sabedoria para viver
bem conosco e com os outros. Saber esperar pelo "momento" é uma
virtude.
Ser paciente não significa sobrecarregar-se de sofrimento interno,
nem estar vulnerável, ou ser permissivo com relação às condições externas. Ter
paciência não é ser uma vítima passiva da desorganização alheia. Não é útil,
por exemplo, ter paciência em uma situação em que se esteja sendo
explorado.
Ter paciência é a força interior de não se deixar levar pela negatividade.
Ter paciência é escolher manter a clareza emocional quando o outro já a perdeu.
Neste sentido, ter paciência é decidir manter sua mente limpa, livre da
contaminação da raiva e do apego.
No entanto, não basta termos uma intenção clara quanto às nossas
escolhas, mas é preciso desenvolver a força interior para sustentá-las. Neste
sentido, não basta compreender racionalmente o que é ter paciência, é preciso
cultivá-la interiormente.
Não
existe virtude prática que seja tão necessária na vida cristã como a paciência.
Não há dúvidas. Esta virtude faz com que a alma suporte tranqüilamente os
incômodos e os sofrimentos da vida Quem não tem problemas e tribulações na
vida? Quem pode fugir dos incômodos? Quem pode fugir ao peso cotidiano de
provas e contrastes? Por isso "é
necessário ter paciência para cumprir a vontade de Deus e conseguir os bens da
promessa". (Hb 10,36). Paciência em casa e fora dela; no trabalho e no
colégio; com patrões e empregados. Quantas ocasiões aparecem todos os dias.
Jesus
disse que “com a paciência salvaremos
nossas almas” (Lc 21,19) E mais ainda, “com
a paciência se conquistam e salvam até as almas dos outros, porque o homem
paciente vale mais do que o homem forte, e quem domina o caráter vale mais do
que "um conquistador de cidades" (Prov 16,32). S. Paulo
recomendava aos Efésios de "comportarem-se
com toda a humildade, mansidão e paciência, suportando-se uns aos outros com amor" (Ef 4,2).
O
primeiro dote da caridade é a paciência! (I Cor 13,4). A maior caridade traz
consigo a maior paciência. Por isso Maria, Mãe do amor, é exemplar
perfeitíssimo e fonte da nossa paciência. Ela viveu com a alma transpassada por
uma espada (Lc 2,35). Olhemos este fato e aprendamos saber aceitar com
paciência heróica até um punhal enfiado no coração. Ela foi a Virgem oferente
não só no templo, mas também, e sobretudo, no calvário. Apeguemo-nos a Ela para
atingirmos a energia do amor paciente e oferente nas tribulações da vida e da
morte.
1 Comentários:
Precisamos da paciência todos os dias para sobreviver.
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