Décimo
Mandamento:
”Não cobiçar os bens alheios”.
Não cobiçar as coisas alheias (Ex 20,17)
Também este mandamento tem como suporte a regra do
amor. Quem ama o próximo como a um irmão, não quererá apropriar-se dos seus
bens: eis a mística deste mandamento. Porque o coração humano é desejoso de
possuir e de se apropriar desordenada e até injustamente dos bens materiais, o
Pai celeste exorta seus filhos a que tenham cuidado e saibam vencer a tentação
da cobiça, do desejo desordenado de se apropriar dos bens alheios. Jesus disse:
“Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração”(Mt 6,21).
Dentro do coração humano existe a tentação do possuir
os bens materiais. É uma tentação tão forte que é capaz de dominar a vontade
das pessoas, que passam a ser escravas dessa tendência, e capazes de usar todos
os expedientes para se apropriar dos bens alheios. Não é uma tentação ausente
nos ricos. Pelo contrário, aqueles que possuem muitos bens, querem tê-los
sempre mais.
Este mandamento denuncia: a ambição desregrada de bens
materiais, a inveja por causa dos bens alheios, o apego desordenado a posses
materiais, as negociatas e jogadas de toda espécie para enriquecer-se ou
possuir desonestamente.
Este mandamento proíbe a ambição desregrada, nascida
da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. A inveja é a tristeza sentida
diante do bem de outrem, e o desejo imoderado de dele se apropriar é um vício
capital. O batizado combate a inveja pela benevolência, a humildade e abandono
nas mãos da Providencia divina. Os fiéis de Cristo "crucificaram a carne
com suas paixões e concupiscências" (Gl 5,24); são conduzidos pelo
Espírito e seguem seus desejos. O desapego das riquezas é necessário para
entrar no Reino dos Céus. "Bem-aventurados os pobres de coração ".Eis
o verdadeiro desejo do homem: "Quero ver a Deus". A sede de Deus é
saciada pela água da Vida Eterna.
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