31 de julho de 2015
Catequese doméstica
Palavra de Deus
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. A cada um é dada uma manifestação do Espírito em vista do bem comum. A um o Espírito dá a linguagem da sabedoria; a outro, segundo o mesmo espírito, a linguagem ciência; a outro a fé, no mesmo Espírito; a outro, os dons da cura no Espírito; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o falar em línguas; a outro, o de as interpretar. Mas todas estas coisas as realiza no mesmo e único Espírito, que as distribui a cada um conforme quer. (1ª Coríntios 12,4.7-11)
Comentário de João Paulo II
Enquanto radicado e derivado da única missão da Igreja e quanto ordenado para a edificação do único Corpo de Cristo, ministério de evangelização e de catequese da Igreja doméstica deve permanecer em íntima comunhão e responsavelmente harmonizar-se com todos os outros serviços de evangelização e catequese, presentes e atuantes na comunidade eclesial, seja diocesana, seja paroquial.
30 de julho de 2015
Um só coração e uma só alma
Palavra de Deus
A multidão dos que haviam crido era um só coração e uma só alma.Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande eficácia os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus e todos os fiéis gozavam de grande estima. Não havia necessitados entre eles. Os que possuíam campos ou casas vendendo-os, traziam os valores das vendas e os depunham aos pés dos apóstolos. Repartia-se, então, a cada um, segundo a sua necessidade. (Atos dos Apóstolos 4,32-35),
Comentário de João Paulo II
Se a família cristã é comunidade, cujos vínculos são renovados por Cristo mediante a fé e os sacramentos, a sua participação na missão da Igreja deve acontecer segundo uma modalidade comunitária: juntos, portanto, os cônjuges enquanto casal, os pais e os filhos enquanto família, devem viver o seu serviço à Igreja e ao mundo. Devem ser na fé "um só coração e uma só alma", por meio do comum espírito apostólico que os anima e da colaboração que os compromete nas obras de serviço à comunidade eclesial e civil.
29 de julho de 2015
Vida familiar
como itinerário de fé
Palavra de Deus
Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, porque é justo. Honra teu pai e tua mãe: é o primeiro mandamento, seguido de uma promessa: para que sejas feliz e tenhas vida longa na terra. E vós, pais, não irriteis os vossos filhos mas criai-os na disciplina e correção do Senhor. (Efésios 6,1-4)
Comentário de João Paulo II
A própria vida de família se torna caminhada de fé e, de algum modo, iniciação cristã e escola do seguimento de Cristo. Por força do mistério da educação os pais, mediante o testemunho da vida, são os primeiros arautos do Evangelho para os filhos. Além do mais, rezando com os filhos, dedicando-se com eles à leitura da Palavra de Deus e inserindo-os no íntimo do corpo - eucarístico e eclesial- de Cristo por meio da iniciação cristã, tornam-se plenamente pais geradores, isto é, não só da vida carnal, mas também da vida que, através da renovação do espírito, brota da cruz e da ressurreição de Cristo.
28 de julho de 2015
A vida,
dom esplêndido de Deus
Palavra de Deus
Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho sem a sabedoria da linguagem, para que não se torne inútil a cruz de Cristo. Com efeito, a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas é poder de Deus para os que se salvam, pois está escrito:destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes. (1ª Coríntios 1,17-19 )
Comentário de João Paulo II
Surgiu uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como aparece em muitas questões atuais. Pensemos, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que às vezes exageram o perigo do aumento demográfico para a qualidade de vida. Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo fraca e sofredora é sempre um dom esplêndido do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida: e em cada vida humana sabe descobrir o esplendor daquele "Sim", daquele "Amém", que é o próprio Cristo. Ao "não" que invade e aflige o mundo, opõe este "Sim" vivo, defendendo de tal modo o homem e o mundo de todos os que armam ciladas e mortificam a vida.
27 de julho de 2015
Jesus e as Crianças
Palavra de Deus
Alguns traziam crianças para que Jesus as acariciasse, mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e lhes disse: "Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles são como elas. Em verdade vos digo: aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele". Então, abraçando-as, curou-as, impondo as mãos sobre elas. (Marcos 10,13-16)
Comentário de João Paulo II
A família deve ser reservada uma atenção especialíssima à criança, desenvolvendo uma profunda estima pela sua dignidade pessoal, como também um grande respeito e um generoso serviço pelos seus direitos. Isto vale para todas as crianças, mas adquire uma urgência singular quanto menor é a criança necessitada de tudo, doente, sofredora ou incapacitada. Solicitando e vivendo uma atenção tenra e forte por toda criança que vem a este mundo, a Igreja cumpre a sua missão fundamental: com efeito, é chamada a revelar e a repropor na história o exemplo e o mandamento de Cristo Senhor, que quis por a criança no centro do Reino de Deus: "Deixai vir a mim crianças ... porque o Reino de Deus pertence a quem é como elas".
20 de julho de 2015
Maria sustenta
a oração
da Igreja
Palavra de Deus
Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois quem pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, se abre. Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho que pede um pão? Ou lhe dará uma cobra, se este lhe pedir um peixe? Ora, se vós que sais maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem. (Mateus 7,7-11)
Comentário de João Paulo II
Cristo nos convidou para nos voltarmos a Deus com insistência e confiança para sermos atendidos: "Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto". O fundamento dessa eficácia da oração é a bondade do Pai, mas também a mediação junto a ele por parte de Cristo e a ação do Espírito Santo, que "intercede por nós" segundo os desígnios de Deus. Em sustento da oração, que Cristo e o Espírito fazem jorrar no nosso coração, intervém Maria com a sua intercessão materna. A oração da Igreja é como que sustentada pela oração de Maria.
17 de julho de 2015
Um em Cristo Jesus
Palavra de Deus
Chegada, porém, a fé, não estamos mais na dependência desse Educador; vós todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, pois todos vós, fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Já não há judeu nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem nem mulher, pois todos sois um em Cristo Jesus. (Gálatas 3,25-28)
Comentário de João Paulo II
Deus manifesta na forma mais alta possível a dignidade da mulher, quando ele mesmo tomou a carne humana pela Virgem Maria, que a Igreja honra como Maria, Mãe de Deus, chamando-a de nova Eva e propondo-a como modelo da mulher redimida. O delicado espeito de Jesus pelas mulheres que chamou para o seu seguimento e para a sua amizade, a sua aparição na manhã de Páscoa, primeiro a uma mulher e depois aos discípulos, a missão confiada às mulheres de levar a Boa-Nova da ressurreição aos apóstolos, são sinais que confirmam a estima especial do Senhor Jesus à mulher. O apóstolo Paulo dirá: "Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus ... Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus".
16 de julho de 2015
O Batismo: verdadeira entrada
na santidade de Deus
Palavra de Deus
"Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo'. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos. Com efeito, se amais aos que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem também os publicanos a mesma coisa? Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito. " (Mateus 5,43-46.48)
Comentário de João Paulo II
Colocar a programação pastoral sob o signo da santidade é uma escolha cheia de consequências. Significa exprimir a convicção de que, se o Batismo é uma verdadeira entrada na santidade de Deus através da inserção em Cristo e habitação do seu Espírito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida medíocre, vivida segundo uma ética minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a um catecúmeno: "Queres receber o Batismo?" significa ao mesmo tempo perguntar-lhe: "Queres tornar-te santo?". Significa pôr em seu caminho o radicalismo do discurso da montanha: "Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito".
15 de julho de 2015
"Não são dois,
mas uma só carne"
Palavra de Deus
Alguns fariseus se aproximaram dele, querendo pô-lo à prova, e perguntaram: "É lícito um homem repudiar a própria mulher por qualquer motivo?". Ele respondeu: "Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher e que disse 'Por isso o homem deixará o pai e a mãe para unir-se à sua mulher, e os dois serão uma só carne'? De modo que já não são dois, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus uniu". (Mateus 19,3-6)
Comentário de João Paulo II
A comunhão primeira é aquela que se instaura e se desenvolve entre os cônjuges: por força do pacto de amor conjugal, o homem e a mulher "já não são dois, mas uma só carne" e são chamados a crescer continuamente na sua comunhão através da fidelidade cotidiana à promessa matrimonial do recíproco dom total. Esta comunhão conjugal aprofunda as suas raízes na complementaridade que existe entre o homem e a mulher, e se alimenta através da vontade pessoal dos esposos de compartilhar todo o projeto de vida, o que têm e o que são; por isso tal comunhão é o fruto e o sinal de uma exigência profundamente humana.
14 de julho de 2015
Totus tuus
Palavra de Deus
Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para a festa. Acabados os dias da festa, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o percebessem. Três dias depois o encontraram no Templo sentado no meio dos doutores, ouvindo e fazendo perguntas. Ao vê-lo, ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse: "Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos". E ele respondeu-lhes: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa do meu Pai?". (Lucas 2,41-43.46.48-49)
Comentário de João Paulo II
O Rosário nos transporta misticamente para junto de Maria, empenhada em seguir o crescimento humano de Cristo. Isto permite que ela nos eduque e forme com a mesma solicitude, enquanto Cristo não "estiver formado" plenamente em nós. Essa ação de Maria, totalmente fundada sobre a de Cristo e subordinada radicalmente a ela, "não impede absolutamente a união imediata dos crentes com Cristo, mas a facilita". É o luminoso princípio expresso pelo Concílio Vaticano II, que tenho tão fortemente experimentado em minha vida, fazendo dele a base de meu lema episcopal: Totus tuus. Um lema, como é sabido, inspirado na doutrina de São Luís Maria Grignion de Montfort.
13 de julho de 2015
Os esposos
e a sua responsabilidade
Palavra de Deus
Por isso dobro os joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família no céu e na terra, para que vos conceda, segundo as riquezas de sua glória, que vós sejais fortalecidos em poder pelo seu Espírito no homem interior, que Cristo habite pela fé em vossos corações e que sejais arraigados e fundados no amor. Assim tereis condições para compreender com todos os santos qual é a largura e o comprimento e a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede a todo conhecimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. (Efésios 3,14-19)
Comentário de João Paulo II
Ao se tornar genitores, os esposos recebem de Deus o dom de uma nova responsabilidade. O seu amor parental é chamado a tornar-se para os filhos o sinal visível do próprio amor de Deus, "de quem toma o nome toda família no céu e na terra". Contudo, não se deve esquecer que também quando a procriação não é possível, nem por isso a vida conjugal perde o seu valor. A esterilidade física pode, de fato, ser para os esposos ocasião de outros serviços importantes para a vida da pessoa humana, como, por exemplo, a adoção, as várias formas de obras educativas, a ajuda a outras famílias, às crianças pobres ou incapacitadas.
12 de julho de 2015
O anúncio chama à conversão
Palavra de Deus
Deus, nosso Salvador, quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu em resgate por todos. Este é o testemunho dado nos tempos estabelecidos e para o qual fui designado pregador e apóstolo - digo a verdade, não minto -, mestre das nações, na fé e na verdade. (1ª Timóteo 2,4-7)
Comentário de João Paulo II
O anúncio ou o querigma chama à conversão, propondo a verdade de Cristo que culmina no seu mistério pascal. De fato, só em Cristo é possível conhecer a plenitude da verdade que salva. O ensino transmitido na catequese tem um efeito formativo para a pessoa. A catequese, que é também comunicação linguística, deve apresentar a doutrina da Igreja na sua integridade, mostrando a sua ligação com a vida dos crentes. Realiza-se assim uma união singular entre ensinamento e vida que é impossível alcançar de outro modo. Realmente, o que se comunica na catequese não é um corpo de verdades conceituais, mas o mistério do Deus vivo.
10 de julho de 2015
Jesus revela
a verdade original
do Matrimônio
Palavra de Deus
Assim os maridos devem amar suas mulheres como a seu próprio corpo, pois quem ama a sua mulher ama a si mesmo. Decerto, ninguém odeia sua própria carne, mas a nutre e trata como Cristo foz com a Igreja, porque somos membros do seu corpo. Grande é este mistério. Quero referir-me a Cristo e sua Igreja. Em resumo, ame cada qual sua mulher como a si mesmo, e a mulher respeite o marido. (Efésios 5,28-30.32-33)
Comentário de João Paulo II
Jesus revela a verdade original do Matrimônio, a verdade do "princípio" (cf Gênesis 2,24; Mateus 19,5), e, libertando o homem da dureza do coração, o torna capaz de realizá-la inteiramente.
Esta revelação alcança a sua plenitude definitiva no dom do amor que o Verbo de Deus faz à humanidade ao assumir a natureza humana, e no sacrifício que Jesus Cristo faz de si mesmo na cruz pela sua Esposa, a Igreja. Nesse sacrifício se revela inteiramente aquele desígnio que Deus imprimiu na humanidade do homem e da mulher, desde a sua criação (cf Efésios 5,32s); o Matrimônio dos batizados se torna assim o símbolo verdadeiro da nova e eterna aliança, sancionada no sangue de Cristo.
9 de julho de 2015
Deus é amor
Palavra de Deus
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus, e quem ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conheceu a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus por nós: Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que tenhamos a vida por meio dele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados.
(1ª João 4,7-10)
Comentário de João Pulo II
Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem e continuamente conservando-a no ser, Deus inclui na humanidade do homem e da mulher a vocação e, portanto, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a vocação fundamental e nativa de todo ser humano. Enquanto espírito encarnado, ou seja, alma que se exprime no corpo, e corpo informado por um espírito imortal, o homem é chamado ao amor nesta sua totalidade unificada. O amor abraça também o corpo humano e o corpo se torna partícipe do amor espiritual.
8 de julho de 2015
A fé,
dom participado
a todos os fiéis
Palavra de Deus
Pedro, então, de pé, junto com os Onze, lhes falou em voz alta assim: Está acontecendo o que foi dito pelo profeta Joel: Sucederá nos últimos, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda criatura humana. Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os jovens terão visões e velhos terão sonhos. E sobre meus servos e minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias e eles profetizarão". (Atos dos Apóstolos 2,14.16-18)
Comentário de João Paulo II
O discernimento feito pela Igreja realiza-se pelo senso da fé, que é um dom que o Espírito participa a todos os fiéis e é, portanto, obra de toda a Igreja, segundo a diversidade dos vários dons e carismas que, junto e segundo a responsabilidade própria de cada um, cooperam para uma mais profunda inteligência e atuação da Palavra de Deus. A Igreja, pois, não realiza o seu discernimento evangélico apenas por meio dos Pastores, os quais ensinam em nome e com o poder de Cristo, mas também por meio dos leigos: Cristo "os constitui suas testemunhas e lhes provê com o senso da fé e da graça da palavra para que a força do Evangelho resplandeça na vida cotidiana, familiar e social".
7 de julho de 2015
Na escuta de Maria Santíssima
Palavra de Deus
O Espírito e a Esposa dizem: "Vem". Aquele que ouve também diga:"Vem". Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. Eu declaro a todo aquele que escuta as palavras da profecia deste livro: se alguém acrescentar alguma coisa, Deus acrescentará a ele as pragas escritas neste livro. E se alguém tirar alguma coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a parte da árvore da vida e da cidade santa, que estão descritas neste livro. Quem dá testemunho destas coisas diz: "Sim, eu venho em breve". Amém! Vem, Senhor Jesus! (Apocalipse 22,17-20)
Comentário de João Paulo II
Coloquemo-nos, sobretudo, na escuta de Maria Santíssima, na qual o Mistério eucarístico aparece, mais que em qualquer outro, como mistério de luz. Olhando para ele conhecemos a força transformadora que a Eucaristia possui. Nela vejamos o mundo renovado no amor. Contemplando-a assunta ao Céu em alma e corpo, vemos um rasgo dos "novos céus" e da "nova terra", que se abriram aos nossos olhos com a segunda vinda de Cristo. A Eucaristia é, aqui na terra, um penhor deles e, de algum modo, a sua antecipação: "Veni, Domine Iesu!". Vem, Senhor Jesus!
6 de julho de 2015
Compromisso ecumênico renovado
Palavra de Deus
Manifestei teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e os deste a mim, e eles guardaram a tua palavra. Agora reconheceram que tudo quanto me deste veio de ti porque as palavras que me deste eu as dei a eles, e eles as acolheram e reconheceram verdadeiramente que saí ti e creram que me enviaste. Por eles eu rogo; não rogo pelo mundo, mas pelos que me deste, porque são teus. Já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo e eu volto a ti. Pai santo, guarda em teu aqueles que me deste, para que sejam um como nós
Comentário de João Paulo II
O caminho que a Igreja percorre nestes primeiros anos do terceiro milênio é também caminho de compromisso ecumênico renovado. As últimas décadas do segundo milênio, que culminaram com o Grande Jubileu, nos levaram em tal direção, solicitando a todos os batizados a corresponderem à oração de Jesus: ut unum sint. É um caminho longo, cheio de obstáculos que superam a capacidade humana; mas temos a Eucaristia e diante dela podemos sentir no fundo do coração, como dirigidas a nós, as mesmas palavras que ouviu o profeta Elias: "Levanta-te e come, porque o caminho é demasiado longo para ti".
5 de julho de 2015
"Só tu tens palavras
de vida eterna"
Palavra de Deus
Naquele tempo Jesus disse: "Por isso eu vos disse: ninguém pode vir a mim se isso não lhe for concedido pelo Pai". Desde então, muitos dos seu discípulos se retiraram e já não andavam mais com ele. Então, disse Jesus aos Doze: "Também vós quereis ir embora?". Simão Pedro respondeu: "Senhor, a quem iríamos? Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus". (João 6,65-69)
Comentário de João Paulo II
Ave, verum corpus natum de Maria Virgine, vere passum, immolatum, in cruce pro homine! Aqui está o tesouro da Igreja, o coração do mundo, o penhor da meta a que cada homem, mesmo inconscientemente, anela. Mistério grande, que nos supera certamente, e põe à dura prova a capacidade de nossa mente de ir além das aparências. Aqui os nossos sentidos falham - visus, tactus, gustus in te fallitur, é dito no hino Adoro te devote -, mas só a fé, radicada na palavra de Cristo entregue a nós pelos Apóstolos, nos basta. Deixai que eu, como Pedra no final do discurso eucarístico no Evangelho de João, repita a Cristo, em nome de toda a Igreja, em nome de cada um de vós: "Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna" (João 6,68).
3 de julho de 2015
Contemporaneidade de Jesus
Palavra de Deus
Eis que dois deles viajavam nesse mesmo dia para um povoado chamado Emaús, distante uns doze quilômetros de Jerusalém; e conversavam sobre tudo o que tinha acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles; seus olhos estavam incapazes de reconhecê-lo. E ele lhes disse: "Que conversa é essa que tendes entre vós pelo caminho?". (Lucas 24,13-17)
Comentário de João Paulo II
Faz mais de meio século, todos os dias, desde aquele dois de novembro de 1946 em que celebrei a minha primeira missa na cripta de São Leonardo na catedral de Wawel em Cracóvia, os meus olhos se recolheram sobre a hóstia e sobre o cálice no qual o tempo e o espaço de algum modo se "contraíram" e o drama do Gólgota foi representado ao vivo, desvelando a sua misteriosa "contemporaneidade". Todos os dias a minha fé pôde reconhecer no pão e no vinho consagrados o divino viajante que um dia se pôs ao lado dos dois discípulos de Emaús para lhes abrir os olhos para a luz e o coração para a esperança. Deixai, meus caríssimos irmãos e imãs, que eu dê com êxtase, em companhia e com conforto da vossa fé, o meu testemunho de fé na santíssima Eucaristia.
2 de julho de 2015
O que Cristo
cumpriu
para sua Mãe
Palavra de Deus
Junto à cruz de Jesus estavam de pé, sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a mãe e perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: "Mulher, eis o teu filho". Depois disse para o discípulo: "Eis a tua mãe". E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa. Depois, sabendo Jesus que tudo estava consumado, disse, para que se cumprisse a Escritura até o fim: "Tenho sede". Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Fixando, então, uma esponja embebida de vinagre numa vara, levaram-na à sua boca. (João 19,25-29)
Comentário de João Paulo II
No "memorial" do Calvário está presente tudo o que Cristo cumpriu na sua Paixão e na sua morte. Portanto, não falta o que Cristo cumpriu também para sua Mãe e em nosso favor. Pois a ela entrega o discípulo predileto e, nele, entrega cada um de nós: "Eis o teu filho". Igualmente diz também a cada um de nós: "Eis a tua mãe". Viver na Eucaristia o memorial da morte de Cristo implica também receber continuamente este dom. Significa tomar conosco aquela que sempre de novo nos é dada como Mãe. Significa assumir, ao mesmo tempo, o compromisso de nos conformarmos a Cristo.
1 de julho de 2015
Uma espada
atravessará a tua alma"
Palavra de Deus
O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que se dizia dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: "Este menino está aqui para a da e o soerguimento de muitos em Israel, e como sinal de contradição. A ti, uma espada atravessará a tua alma!"(Lucas 2,33-35a)
Comentário de João Paulo II
Quando Maria levou o menino Jesus ao Templo de Jerusalém "para oferecê-lo ao Senhor", ouviu ser anunciado pelo velho Simeão que aquele menino seria "sinal de contradição" e que uma "espada" traspassaria também a alma dela. Era preanunciado assim o drama do Filho crucificado e de algum modo era prefigurado o Stabat Mater da Virgem ao pé da cruz. Preparando-se dia a dia para o Calvário, Maria vive uma espécie de "Eucaristia antecipada", dir-se-ia uma "comunhão espiritual" de desejo e de oferta, que se cumprirá na união com o Filho na Paixão, e se exprimirá depois, no período pos-pascal, na sua participação na celebração eucarística, presidida pelos Apóstolos, como "memorial" da Paixão.