31 de março de 2016

DE ONDE HÁ DE VIR A JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS


            Em nossa profissão de fé católica nós afirmamos que cremos que Jesus, o Cristo, o Senhor, está nos céus, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Cremos numa segunda vinda de Jesus, desta vez para fazer justiça, dando aos bons a recompensa da felicidade eterna, e aos maus, a condenação.
            A primeira vinda de Jesus ocorreu quando ele se encarnou no seio da Virgem Maria, nasceu e viveu para nos revelar toda a verdade a respeito de Deus e de nossa vida e nosso destino eterno.
            Quando ocorrerá a segunda vinda gloriosa de Jesus não sabemos. Perguntado, Jesus afirmou que “nem o Filho, nem os Anjos o sabem. Apenas o Pai celeste é que tem conhecimento desse dia “glorioso para muitos” e “pavoroso para outros”.
            Pela doutrina católica nós sabemos que o julgamento de cada pessoa acontece imediatamente após a morte. Cada pessoa se apresenta diante de Deus para “prestar contas” de sua vida, da forma como viveu seus dias terrenos, do bem ou do mal que praticou.
Logo após o julgamento, a pessoa irá para o seu destino, que pode ser: 1º o Céu, para aqueles que morreram em plena paz com Deus, com a sua vida totalmente limpa de todo pecado venial e de todas as seqüelas dos pecados perdoados. 2º o Purgatório, para aqueles que morreram na graça de Deus, mas suas vidas ainda estão manchadas por pecados veniais ou seqüelas de pecados já perdoados. No purgatório, essas pessoas se purificam de tais impurezas para, em seguida, entrarem na glória dos Céus. É certo que todos os que se encontram no purgatório estão salvos e todos irão para o Céu. 3º o inferno, para aqueles que morrem afastados de Deus, em estado de pecados graves, cujas vidas foram reprovadas por causa dos males praticados. Portanto, o julgamento pessoal ocorre imediatamente após a morte, e cada qual irá para o seu destino final.
            A segunda vinda gloriosa de Jesus não será para julgar a cada pessoa em particular. Será uma “grande assembléia” para manifestar a justiça e a misericórdia divinas.
Toda a humanidade, quer os que estiverem vivos, quer todos os falecidos, todos se reunirão diante de Deus Pai criador, de Jesus Salvador e do Espírito Santo santificador para que todos tenham conhecimento de tudo o que o Deus Trindade realizou para o bem de cada pessoa humana, tudo o que Deus realizou para a salvação de cada um, todas as chances que Deus ofereceu a cada um para poder se salvar. Cada pessoa terá a visão de reconhecer todas as oportunidades que Deus lhe concedeu, em vida, para conhecer o bem, para viver bem, para superar o mal, para se redimir de seus pecados, ou então para reconhecer que nunca quis conhecer a Deus, nunca obedeceu aos seus mandamentos e ensinamentos, e viveu uma vida reprovável.
Aqueles que forem “aprovados”, reconhecerão maravilhosa mente quão grande foi o amor, a bondade, a misericórdia e a justiça divina para com eles, e que se salvaram por causa dessa misericórdia divina. Estes, num grande coro, proclamarão a glória do Deus salvador.
Aqueles que forem “reprovados”, reconhecerão que Deus lhes deu todas as chances para se salvarem, mas por própria culpa e irresponsabilidade viveram uma má vida, e foi por isso que foram condenados.
Todos reconhecerão e proclamarão que Deus foi justo para com os que foram condenados, e foi misericordioso para com os que se salvaram.


             

29 de março de 2016

ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI TODO PODEROSO


            Quando professamos nossa fé católica, nós declaramos que cremos que Jesus, o Cristo, o Senhor, após voltar para o Céu, assentou-se à direita de Deus Pai todo poderoso.
            Evidentemente, é preciso compreender que se usa uma linguagem humana, material, para fazer compreender realidades sobrenaturais, celestiais. “Jesus sentado...” Deve-se compreender que Jesus, com seu corpo ressuscitado, glorificado, está na Trindade, junto de Deus, pois Ele é Deus e é uma das três Pessoas da Trindade.
Jesus “sentado à direita...” À direita, entre nós, é o lugar de honra, onde fica a segunda pessoa mais importante. Ao dizer que Jesus está à direita, quer-se entender que, por causa de Sua paixão, morte,  ressurreição e ascensão, o Pai lhe deu o direito sobre a humanidade resgatada por Ele, e por isso Jesus é a Pessoa mais importante, junto com o Pai eterno, com o direito de julgar a humanidade, de dar a recompensa ou de decretar a condenação.
            São Mateus, no seu Evangelho, nos traz um texto em que Jesus mesmo fala de seu “trono glorioso” de onde julgará a humanidade. Diz o texto: “Quando o Filho do Homem ( Jesus Glorioso) voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.  Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,  porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;  nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?  Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?  Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.  Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.  Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes. Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos? E ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. (Mt 25, 31-45)
            Diz o texto que o Filho do Homem, que é Jesus glorioso, no fim dos tempos “sentar-se-á” no Seu trono glorioso e dará a recompensa ou a condenação, segundo as obras praticadas ou omitidas. Portanto, o próprio Jesus “materializa” a sua linguagem para que nós possamos compreender com mais facilidade aquelas realidades sobrenaturais de nossa fé.
            O mesmo texto citado acima nos confirma que Jesus, o Cristo, o Senhor, o Salvador, por causa de sua Paixão, morte e ressurreição, recebeu o direito de julgar toda a humanidade. Foi o Pai quem lhe deu “todo poder” sobre a humanidade.

            

20 de março de 2016

SUBIU AOS CÉUS


            Em nossa profissão de fé católica nós declaramos que cremos que Jesus, quarenta dias depois de sua ressurreição, Ele subiu aos Céus.
            Nos Atos dos Apóstolos (Isto é, nas Atas das ações dos Apóstolos Pedro e Paulo)          nós encontramos o texto bíblico que nos fala da Ascensão de Jesus aos Céus. Diz Lucas:  Em minha primeira narração, ó Teófilo, contei toda a seqüência das ações e dos ensinamentos de Jesus,  desde o princípio até o dia em que, depois de ter dado pelo Espírito Santo suas instruções aos Apóstolos que escolhera, foi arrebatado ao céu.  E a eles se manifestou vivo depois de sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus. Dizendo isso elevou-se (da terra) à vista deles e uma nuvem o ocultou aos seus olhos.. Enquanto o acompanhavam com seus olhares, vendo-o afastar-se para o céu, eis que lhes apareceram dois homens vestidos de branco, que lhes disseram:  Homens da Galileia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu.  (Atos 1,1-3. 9-12)
            O Filho de Deus Pai havia “descido” dos Céus, se encarnado no seio da Virgem, vivido 30 anos no escondimento, durante três anos anunciou o Reino de Deus, entregou-se à morte de cruz para a salvação da humanidade, ressuscitou, apareceu durante quarenta dias aos Apóstolos, e agora voltou para lá, de onde tinha vindo. Veio do Céu e voltou para o Céu. Veio de junto da Trindade e voltou para junto da Trindade. Ele é “uma” das três Pessoas da Trindade.
            O relato acima, de Atos, fala que Jesus “se elevou da terra”, que os Apóstolos “vendo afastar-se para o Céu”, nos daria a entender que o Céu fica no alto, além das nuvens. Se assim ocorreu, foi para que os Apóstolos se convencessem de que agora Jesus não estava mais com Eles, como esteve antes e depois de sua ressurreição.
            O Céu, sim, está “no alto”, “acima” de nosso mundo material. O Céu, para onde foi Jesus, onde se encontra a Santíssima Trindade, onde se encontram os Anjos e todos os Santos, não é um lugar material, mas um lugar sobrenatural, espiritual. Lugar espiritual que não ocupa espaço material. Céu é onde se encontra o Deus Trindade. E a presença junto do Deus Trindade cria o “Céu do Coração”, isto é, a felicidade completa, perfeita, plena, imperdível.
            A presença e a posse imperdível de Deus é que gera a felicidade para a qual fomos criados e salvos pela Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
            Fomos criados para o Céu. A vontade do Pai é de dar-nos o Céu. Sua vontade chegou ao ponto de nos enviar Jesus, O Salvador, para nos indicar o caminho do Céu, para nos resgatar daquilo que nos afasta do Céu, para nos salvar dos males que desviam do Céu, para nos levar para o Céu.
            Disse Jesus: “Não se perturbe o vosso coração. Vós credes em Deus? Crede também em mim!”. Na casa de meu Pai tem muitas moradas. E quanto eu tiver ido e tiver preparado o lugar, voltarei para tomar-vos comigo, a fim de que lá onde estou, estejais também Vós, E Vós sabeis o caminho...”(Jo 14, 1-5)

            Fomos criados para o Céu. Fomos resgatados para irmos para o Céu. Precisamos querer o Céu. Viver em função do Céu.

14 de março de 2016

RESSUSCITOU AO TERCEIRO DIA


            Em nossa profissão de fé católica nós afirmamos que cremos que Jesus, o Cristo, o Senhor, “ressuscitou ao terceiro dia”. Os quatro Evangelhos falam da ressurreição de Jesus e de suas aparições aos Apóstolos durante quarenta dias.
            A ressurreição de Jesus é uma luminosa verdade que nos confirma em todas as outras verdades: 1ª. Se Jesus ressuscitou é porque há uma outra vida, depois da morte. Se não houvesse, Jesus não poderia ter ressuscitado. 2ª A ressurreição de Jesus é uma vitória sobre a morte, que nos garante a possibilidade de nossa futura ressurreição. 3ª Jesus foi o primeiro a ressuscitar. Nós, que cremos nele, também ressuscitaremos, para que o nosso corpo também participe da glória eterna.
            O Pai eterno não podia deixar o Seu Filho ficar prisioneiro da morte. Porque Jesus havia vencido todo pecado por sua morte de cruz, era preciso que Ele vencesse a morte pela ressurreição.
            A ressurreição de Jesus é a marca da autenticidade de Jesus. O Pai O ressuscitou para nos dar a garantia absoluta de que Jesus era verdadeiramente o Seu filho, o Salvador, o Messias.
            Ele havia afirmado várias vezes que iria morrer, mas que iria ressuscitar. Ora, essa afirmação era realmente incrível, inimaginável. E Ele cumpriu a palavra. Ele, portanto, falou a verdade, pois ressuscitou. Se Ele falou essa verdade e a confirmou, então nós podemos crer nEle. E se podemos crer nEle quanto a essa verdade, podemos ter a certeza de que Ele também falou a verdade a respeito de todas as outras verdades reveladas.
            São Paulo vem nos garantir essa verdade da ressurreição quando diz: “Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição de mortos? Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. Além disso, seríamos convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado testemunho contra Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou (se os mortos não ressuscitam). 1 Cor 12-15)
            Não apenas sabemos e cremos que Jesus ressuscitou, mas nós comprovamos e experienciamos sua presença entre nós, pelos milagres, graças e bênçãos que recebemos dEle, que continuam a ser realizadas por Ele em nossa comunidades de fé e de culto.
            Jesus ressuscitado continua conosco presente na Eucaristia, quer na Santa Missa e na Comunhão, quer no sacrário. Ele se põe “no meio de nós” quando nos reunimos em seu nome. Ele se faz presente pela proclamação do Evangelho. E nós o encontramos também presente na vida dos que nEle crêem e com Ele convivem.
            Um encontro muito pessoal com Jesus ressuscitado é um ponto de partida excelente para se viver uma verdadeira vida cristã. Após esse encontro pessoal, nasce uma admiração crescente por Sua Pessoa, por Suas verdades reveladas, por Sua Igreja. Por essa admiração crescente, por meio dos contatos pessoais com Ele, se fundamenta uma amizade, um relacionamento cada vez mais profundo com Ele, e com isso se solidifica sempre mais a vida cristã e a certeza da salvação.

            Viver “com O“ ressuscitado, viver “como O” ressuscitado e viver “como” ressuscitados: eis a vida cristã.

11 de março de 2016

DESCEU À MANSÃO DOS MORTOS


            Em nossa profissão de fé católica nós declaramos que cremos que Jesus, o Cristo, o Senhor, após a sua morte de cruz “desceu à mansão dos mortos. O que é essa “mansão dos mortos”?
            Em primeiro lugar, por este artigo de fé, nós professamos que, de fato, Jesus morreu, experimentou a passagem pela morte, fez a sua experiência de morrer, como todos os mortais.
            Para onde teria ido a alma de Jesus, nesse tempo, entre a sua morte e a sua ressurreição? Baseados nas Escrituras sagradas, sabemos que Jesus “desceu” à mansão dos mortos, à região dos que morreram, desde Adão e Eva, até o dia da morte de Jesus. Na verdade, as almas dos falecidos são espirituais e, por isso, não ocupam espaços. Como somos humanos e restritos à matéria, usamos comparações materiais para “localizar” as almas dos falecidos, como: mansão dos mortos, região dos mortos, os infernos (não o inferno!), o Sheol, o Hades. Aliás, Jesus, ao falar do céu Ele disse: “ Na casa de meu Pai existem muitas moradas... muitas mansões” (Cf Jo 14, 2-3)
            Sabemos que todos os falecidos, desde Adão até a morte de Jesus, não tinham ainda ido para a glória dos céus ou para o inferno. Todas essas almas estavam à espera do Salvador. Após morrer, Jesus foi para “onde” todas as almas estavam, a fim de se apresentar e anunciar o Evangelho da salvação, a fim de que todos os que o aceitassem e nele cressem, fossem resgatados e salvos, para entrarem com Ele na glória dos céus.
São Pedro, em sua primeira carta nos diz: “Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes” (!Pd 3, 18-19)
            É interessante notar que Pedro fala de que Jesus foi “pregar” aos que estavam no “cárcere”. Portanto, todos os que morreram antes de Jesus, tiveram a chance de conhecer Jesus, de ouvir a sua pregação, de aceitá-lo ou negá-lo. E de acordo com essa escolha receber a salvação ou a condenação.
            Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica: “Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos, e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá foi como Salvador, proclamando a Boa Nova aos espíritos que ali estavam aprisionados” (CICnº 632).
            São Pedro confirma o que está no catecismo: “Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito”. (1 Pe 4,6 )
            João, no Apocalipse, põe nos lábios de Jesus esta afirmação”:  Pois estive morto, e eis-me de novo vivo pelos séculos dos séculos; tenho as chaves da morte e da região dos mortos. (Ap 1,18) Jesus tem as chaves da morte, isto é, por sua ressurreição Ele venceu a morte, vitória esta para si mesmo e para todos aqueles que nele crêem. E Ele tem também a chave da região dos mortos. Após ir para junto dos mortos para “pregar” a salvação, Jesus levou consigo todos os que nEle creram e o aceitaram como Salvador pessoal.
            “São precisamente estas almas santas que esperavam o seu libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer aos infernos. Jesus não desceu aos infernos para ali libertar os condenados, nem para destruir o inferno, mas para libertar os justos que o haviam precedido”. (CIC nº 633)
            Cristo desceu, portanto, às “profundezas da morte” a fim de que “os mortos ouçam a voz do filho do homem, e os que a ouvirem, vivam”(Jo 5,25).

            É preciso ainda dizer que todos aqueles que morreram a partir da ressurreição de Jesus, já foram ou vão diretamente para o céu, se morreram em paz com Deus e em plana graça santificante; já foram ou vão para o purgatório, a fim de purificar suas almas de pecados leves ou seqüelas de pecados perdoados;  já foram ou irão para o inferno se foram reprovados e condenados por sua má vida.          

9 de março de 2016

FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO


            Em nossa profissão de fé católica proclamamos que Jesus, o Cristo, o Senhor, foi crucificado, morreu e foi sepultado.
            A pena para aqueles que eram condenados à morte, no império romano era a crucificação. Portanto, Jesus foi considerado um criminoso tão mau que merecia a pena máxima, a pena de morte, a morte por crucificação.
            Os condenados à crucificação eram amarrados à cruz. Jesus foi crucificado, pregado com grossos pregos, nas mãos e nos pés. Como já havia sido flagelado, coroado de espinhos e carregado a cruz, três horas depois de ser crucificado, Jesus morreu.
            A morte de Jesus estava prevista nos planos de Deus Pai para o perdão e a salvação da humanidade. Era o preço exigido por Deus Pai para perdoar e salvar a humanidade. Portanto, de um tremendo mal: a morte de Jesus, nasceu um infinito bem: a salvação de todo aquele haveria de crer em Jesus crucificado e ressuscitado, a salvação de todos aqueles que já estão no céu e no purgatório, bem como a salvação de todos os seres humanos que vivem agora e que viverão no futuro, crerão em Jesus e viverão de acordo com seus ensinamentos.
            As dores de Jesus foram “dores de parto”: Enquanto Ele sofria, nós estávamos nascendo para a salvação, para uma vida nova, para a vida eterna. A aparente derrota de Jesus na cruz suscitou a grande vitória sobre o inimigo, sofre o inferno, sobre a própria morte e sobre o pecado. Pela fé em Jesus e em seus ensinamentos, nós somos vencedores contra todas as formas de pecados e de males.
            Os méritos da morte de Jesus entram em nós pela “porta da fé”. Pela fé, cremos que Jesus, que foi crucificado e morreu, é o Filho de Deus, é Deus como o Pai e como o Espírito Santo, é o nosso Salvador, é o Senhor de nossa vida, é o mestre divino que nos revelou todos os segredos de nossa fé. Por causa dessa fé, aceitamos e vivemos os mandamentos e ensinamentos de Jesus, em nossa vida cristã. Por nossa vida de fé, por nossa vida cristã, pela vivência dos sacramentos e pela participação na vida da igreja, nós nos “apropriamos” dos méritos da paixão e morte de Jesus, e com isso nós vivemos como pessoas salvas, já nesta vida, e após a morte receberemos a salvação eterna.
            Jesus morreu por todos. Mas não todos se salvam. A salvação pessoal é um  processo personalizado. Cada um precisa crer em Jesus, aceitá-lo como salvador pessoal, viver de acordo com seus ensinamentos e mandamentos. Portanto, a salvação pessoal é um processo de uma vida toda, a qual, aliás, se inicia no Santo Batismo e se prolonga até a eternidade.
            Jesus foi sepultado. José de Aritmateia, Nicodemos e São João, com a permissão de Pôncio Pilatos, retiraram o corpo de Jesus da cruz, e depois de envolve-lo com aromas e com faixas, como faziam os judeus, depositaram-no num sepulcro novo, escavado no pé na própria rocha do calvário, e que era de propriedade de José de Aritmateia.
            Graças à morte de Jesus, nós temos a esperança de sermos sempre de novo perdoados dos nossos pecados, de podermos viver uma vida cristã verdadeira, e dessa forma sermos aprovados e recebermos a glória celeste que nos foi conquistada por Jesus.       

            

7 de março de 2016

PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS


            Em nossa profissão de fé católica declaramos que Jesus, o Cristo, o Senhor, padeceu uma multiforme seqüência de sofrimentos no tempo e sob a autoridade do governador Pôncio Pilatos.
            Todos esses sofrimentos de Jesus fizeram parte do projeto de Deus Pai para a redenção e salvação da humanidade. Precisavam acontecer. Jesus se encarnou também para isto. Fizeram parte de Sua missão terrena.
            Todos os quatro Evangelhos descrevem com detalhes o itinerário da Paixão e Morte de Jesus. Os sofrimentos do Salvador se iniciaram no Jardim da Oliveiras, na quinta feira santa, à noite. Em oração, Jesus anteviu todos os pecados da humanidade de todos os tempos, pelos quais devia responder diante do Pai, como se Ele fosse o único pecador. Anteviu todos os sofrimentos a que deveria se submeter a partir desse momento. Tal visão lhe trouxe uma angústia tão grande, um sofrimento espiritual e psicológico tão profundos que Jesus chegou a suar sangue. Poderia ter morrido ali.
            Ainda ali no horto, Jesus sofreu a traição de Judas e a prisão com os maus tratos dos guardas e soldado. Logo Jesus foi levado à mansão do sumo sacerdote onde foi humilhado e desprezado.
            Apresentado a Pilatos e interrogado por ele, por causa da opressão dos inimigos de Jesus, Ele foi condenado ao suplício da flagelação. Uma tortura física terrível que deixou Seu corpo cheio de hematomas profundos, de muitas feridas a sangrar. Sofrimentos que poderiam levar à morte. Mas não era a hora. Faltavam mais sofrimentos.
            Após a flagelação, os soldados tiveram a terrível idéia da coroação de espinhos, que aliás, foi um deboche tremendo e uma tortura psicológica destruidora. Porque Jesus havia se declarado Rei, os soldados montaram uma tragi-comédia: revestiram Jesus com um manto velho de púrpura (em lugar de um manto real...)
fizeram-no sentar-se num cepo, (em lugar de um trono real...) colocaram-lhe nas mãos uma vara(em lugar de um cetro real...) e coroaram-no com uma coroa de espinhos, encravando os espinhos na cabeça. Em seguida debochavam dEle, davam bofetadas, cuspiam nEle.
            Pressionado pelo inimigos de Jesus, Pôncio Pilatos acabou condenando-O à morte de cruz. Jesus carregou sua própria cruz. Foi um martírio terrível sua caminhada até o alto do calvário.
            No calvário foi crucificado entre dois bandidos, também condenados à morte. Eles foram amarrados à cruz. Jesus foi pregado com grossos pregos, e suspenso na cruz por três horas.

            Após três horas, Jesus, o Filho de Deus Pai, o Salvador da humanidade, entregou o seu Espírito. Doou o que de mais precisos possuía: a Sua vida, por amor ao Pai e à humanidade.