31 de outubro de 2018

O Auxílio Espiritual Aos Falecidos


        
Resultado de imagem para Imagens do Purgatório            Para que orar, celebrar Santas Missas, realizar atos de caridade, alcançar indulgências em favor dos nossos falecidos? Faz sentido? Eles são realmente beneficiados? Ora, os que vão para o Céu já estão na plena felicidade, e os que vão para o inferno já não há o que fazer por eles, pois o inferno é eterno, como é o Céu. Então, para que orar pelos mortos?
            Baseada na Sagrada Escritura, iluminada pelo Espírito Santo e pela reflexão teológica, a Igreja – desde os primórdios – tem a certeza da existência do purgatório, ou seja, de um período de purificação para aqueles que morreram na amizade de Deus (em estado de graça), mas que levam consigo “impurezas, imperfeições” que precisam ser “purificadas”, para poderem entrar no céu.
            Purificar de quê? 1.Dos pecados veniais não perdoados antes da morte. 2. Das sequelas que permaneceram na pessoa, por causa dos pecados mortais perdoados em vida, ou de todos os outros pecados veniais perdoados. “Todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas, que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no purgatório” (CIC n.1472). Um exemplo: alguém pratica adultério ou relações sexuais entre solteiros. Arrepende-se e confessa sinceramente seus pecados. A culpa é perdoada, mas permanece a experiência erótica que muitas vezes grita para fazer voltar ao prazer. Essa sequela precisa ser “purificada”, ou antes da morte ou no purgatório. Outros levam consigo, na morte, ressentimentos, mágoas, sentimentos de vingança; outros, apegos fortes a bens materiais; outros, tropeços na fé causados pela busca de soluções de problemas em falsas religiões; outros por más ações ou intenções no exercício de sua profissão etc. Todas as sequelas “sujas” dos pecados, mesmo perdoados, precisam ser “purgadas”, para se poder entrar na visão beatífica.
Os falecidos que estão no purgatório sofrem. A tradição da Igreja descreve, desenha e pinta o purgatório como “um lugar cheio de chamas de fogo purificador”. É evidente que se trata apenas de “dar uma ideia material, visual” daquele sofrimento. O sofrimento purificador é causado principalmente pelo fato de a pessoa estar ali pertinho de Deus e do Céu, e ainda não poder entrar “por própria culpa”, por causa de seus pecados. O desejo de estar com Deus, com os Anjos e os Santos é tão profundo, tão intenso, que a espera e a demora causam “sofrimentos”, como um “fogo” na alma.
            Após o que foi escrito acima, fica muito fácil compreender o significado e a importância de socorrer espiritualmente os falecidos que se encontram na purificação. Todo sufrágio que realizarmos pelos falecidos tem como objetivo alcançar-lhes o perdão divino e a purificação plena, a fim de que o mais depressa possam sair do sofrimento e entrar na glória dos Céus.
            O objetivo de “tirarmos do sofrimento” e de “levarmos para o Céu” o mais depressa possível os nossos entes queridos falecidos, deveria induzir-nos a realizar de imediato o maior número possível daqueles auxílios espirituais mais perfeitos e apropriados, a eles aplicáveis. Por que deixá-los sofrer, se podemos levá-los para a felicidade do Céu? Por que deixá-los esperar no sofrimento, talvez por muito tempo, se podemos socorrê-los rapidamente?
            Os socorros mais indicados são: 1º A celebração da Santa Missa oferecida pelos que partiram. 2º Todas as orações dirigidas a Deus em sufrágio dos que partiram. 3º Obras de generosidade e caridade realizadas e oferecidas a Deus, em favor dos falecidos. 4º As indulgências aplicáveis aos falecidos, como aquelas dos dias de finados.
A melhor de todas, a mais apreciada por Deus, a que maior poder possui para purificar os falecidos é a Santa Missa oferecida por eles. Isso porque na Santa Missa se torna realmente presente o “Santo Sacrifício de Jesus, oferecido na cruz”. Oferecer uma Santa Missa por um falecido é como “fazer uma troca” com Deus Pai. Nós lhe entregamos o Corpo sacrificado e o Sangue derramado, com todo o amor com que Jesus se imolou, para que “em troca”, o Pai perdoe e purifique o falecido, e o leve para o Céu.          Quem compreende o que está dito acima, vai “superar a tradição” de apenas oferecer missas de 7º, 30º e de aniversário de morte. Porque não oferecer Santas Missas no 1º, no 2º, no 3º, no 4º dia, todos os dias, por muitas semanas e até meses seguidos? Se, por nossa falta de fé e de piedade, não conseguirmos tirar da purificação nosso ente querido na missa de 7º dia, vamos deixá-lo sofrer e esperar nosso socorro até a Missa de 30º dia? Ou até a Missa de um ano depois de sua morte? Deu para compreender?...  


30 de outubro de 2018

O SANTO SACRIFÍCIO NA MISSA


                            PARA VOCÊ QUE PARTICIPA FREQUENTEMENTE DA SANTA MISSA                    

Você já se perguntou por que, na Igreja Católica, quase todo o culto se concentra na celebração da Santa Missa? Você já percebeu como a Santa Missa é celebrada todos os dias, e mais vezes por dia, em todas as igrejas paroquiais, em muitas capelas e em tantos outros lugares sacros? Já constatou como se celebra a Santa Missa nos sepultamentos, como "missa de corpo presente", como se celebra para realizar casamentos, batizados ou a unção dos enfermos? Já notou como se celebra para festejar o Santo padroeiro de um bairro ou de uma vila, para iniciar alguma festa social, cultural ou tradicional, para inaugurar uma escola, um centro comunitário, e até um campo de futebol?
Será que a celebração da Santa Missa está presente em quase todas as manifestações do culto católico porque a Igreja não tem outras formas de culto, mais significativas ou apropriadas? Ou seria porque os padres não sabem fazer outra coisa melhor, ou lhes diria menos trabalho celebrar sempre a Santa Missa? Ou seria porque a Santa Missa tem algo muito especial, talvez invisível aos olhares menos atentos, que a torna, na verdade, o melhor, o mais perfeito, o mais importante ato de culto da Igreja Católica? O que você responderia a essas indagações?
Para ser verdadeira a resposta precisa necessariamente ser baseada no conhecimento daquilo que é a essência, o coração, a razão de ser dessa celebração. Aliás, essa essência, a razão maior de ser, eu diria, o coração da Santa Missa é desconhecido pela grande maioria dos católicos de missa dominical ou até os de missa mais freqüente. Infelizmente esta é a verdade.
O Concílio Ecumênico Vaticano II diz, no documento da liturgia que "A Eucaristia é o ponto 'mais alto' da vida da Igreja e a 'fonte' de todas as graças". Se o Concílio afirma que a Eucaristia, a Santa Missa, é o "ponto mais alto" da vida da Igreja, então se deduz que não há outro ato de culto mais significativo e importante, mais santo e mais agradável a Deus.
Se o Concílio falou... está falado! Cabe-nos, então, descobrir o que é a Santa Missa, o que há nela, o que ocorre durante sua celebração, para que seja o "ponto mais alto da vida da Igreja e a fonte de todas as graças".
Digamo-lo logo: o que faz a diferença entre a Santa Missa e todos os outros atos de culto, por mais lindos, piedoso, solenes ou emocionantes que sejam, é exatamente isto: na Santa missa se faz presente, real e verdadeiramente, o sacrifício que Jesus ofereceu ao Pai, na cruz, pela salvação da humanidade. Esse sacrifício se faz presente a fim de que Ele, Jesus sacerdote  e vítima, e todos nós, por Ele, com Ele e nEle, o ofereçamos sempre de novo ao Pai celeste.
Eis a diferença extraordinária entre a Santa Missa e os demais atos de culto!

O SACRIFÍCIO DE JESUS EM CADA SANTA MISSA

Os desígnios do Pai celeste para a nossa salvação determinavam que o seu Filho viesse ao planeta  terra, se encarnasse, vivesse uma vida humana igual aos humanos, menos no pecado, anunciasse a  Boa Nova do Reino de Deus, se entregasse à morte de cruz, ressuscitasse e voltasse aos Céus.  Jesus, por amor ao Pai e para salvar a humanidade, realizou plenamente os desígnios da vontade de seu Pai.
Jesus, no auge de sua vida terrena, entregou-se à paixão e morte, oferecendo-se na cruz como vítima, como sacrifício de salvação. Este foi o maior ato de amor que já foi dado ao Pai e, ao mesmo tempo, a maior prova de amor dada ao ser humano. Jesus deu sua vida por nós, a fim de que pudéssemos obter a reconciliação com Deus e a vida plena e eterna. A morte de Jesus na cruz foi um verdadeiro sacrifício. Aliás, um sacrifício de méritos infinitos, de valor infinito, pois a natureza que morreu é humana, mas a Pessoa que fez e faz a oferta do sacrifício é divina, pois Jesus é Deus.
Assim como Jesus ofereceu ao Pai, na cruz, o maior gesto de amor imaginável, Ele quis que os seus discípulos, em sua Igreja, pudessem cultuar a Deus com um culto que fosse o mais perfeito, o mais santo, o mais agradável e o mais extraordinário. Jesus não quis mais que os remidos pelo seu sacrifício,
pelo dom de sua vida, tivessem que continuar, como no Antigo Testamento, a  oferecer bois, cordeiros, aves ou cereais em sacrifício, para o culto divino. O seu Coração, apaixonado pelo Pai, pedia algo verdadeira e extraordinariamente digno da divindade, da grandeza e da santidade do Pai  celeste.
Foi então que Jesus, movido por seu infinito amor ao Pai e aos seus discípulos de todos os tempos, encontrou uma forma, criou um ritual, instituiu uma celebração, criou uma ação humana e  divina, que contém em si mesma, que torna presente, aqui e agora, o seu ato máximo de amor, o  seu próprio sacrifício oferecido na cruz, cada vez que esse ritual é celebrado.
            Jesus instituiu a Santa Missa exatamente como forma de tornar presente o seu sacrifício oferecido na cruz. Em carta a Santa missa tornam-se presentes o Corpo e o Sangue de Jesus. O mesmo Corpo crucificado e o mesmo Sangue derramado. Portanto, durante a celebração da Santa Missa, na hora da consagração, torna-se presente sobre o altar o próprio Jesus sacrificado, o Cordeiro divino, imolado na cruz! O sacrifício de Jesus se torna presente, a fim de que nós possamos oferecê-lo sempre de novo ao Pai, como ato máximo de nosso culto.
Eis porque a Santa Missa é o ponto mais alto da vida da Igreja: "porque nela se faz presente o sacrifício que Jesus ofereceu na Cruz"! Eis também porque a Santa Missa é a fonte de todas as graças, como disse o Vaticano II: "porque Jesus sacrificado e ressuscitado é o autor e a fonte de todas as graças."
Diz o Concílio de Trento: " Na missa é oferecido um sacrifício verdadeiro e autêntico e este oferecimento não consiste só no fato de que Cristo se deu em alimento. O sacrifício da missa não é apenas um sacrifício de louvor  e ação de graças, nem uma simples comemoração do  sacrifício propiciatório".
Nos primeiros textos cristãos, a Eucaristia não foi vista apenas como uma ceia, mas como um sacrifício. A Didaquê, por exemplo, a firma como todas as letras que a celebração eucarística é um sacrifício. São Justino repete freqüentemente a mesma afirmação. A tradição que veio em seguida, com santo Irineu, Orígines e São Cipriano, mantém essa doutrina. Orígenes defendeu mais especificamente a natureza propiciatória do sacrifício eucarístico. Já o papa a Paulo VI afirma que o mistério eucarístico é apresentado, de modo admirável, o sacrifício da Cruz consumado, uma vez, no calvário".
Disse ainda o concílio de Trento: é uma única e idêntica vitima (Jesus), é o mesmo que agora se oferece mediante o ministério dos sacerdotes, Aquele que uma vez se ofereceu a si mesmo na cruz. O que difere é o modo de oferecer-se". No sacrifício eucarístico, ou a seja, na Santa Missa, é oferecido o próprio Cristo. É sempre Ele, e somente dele o preço pago para a nossa salvação. Por isso, na celebração eucarística, o corpo e o sangue de Cristo tornam-se presentes, são eles, com a presença do Salvador ao qual pertencem, a serem apresentados como oferenda ao Pai pela salvação da humanidade, e por todas as graças vinculadas a essa salvação.

DEDUÇÕES INTERESSANTES

Primeira: A Santa Missa é o ato máximo de culto da Igreja Católica, porque ela é celebrada exatamente para tornar realmente presente sobre o altar o sacrifício que Jesus ofereceu uma vez por todas, na cruz, pela nossa salvação.
Segunda: O sacrifício de Jesus se torna presente sobre o altar na hora da Consagração, quando, pelas palavras de Jesus, pronunciadas pelo celebrante, e pela ação do Espírito Santo, o pão e o vinho são transformados em Corpo e Sangue de Jesus. Portanto, a Consagração não existe, em primeiro lugar, para que possamos comungar, mas para que Jesus possa oferecer de novo ao Pai o seu Sacrifício realizado na cruz.
Terceiro: Este sacrifício do dom da vida de Jesus torna-se presente por vontade expressa de Jesus  pois na última ceia, após Ele mesmo ter realizado essa maravilha, disse: "Todas as vezes que  fizerdes isto, fazei-o em minha memória".
Quarto: O sacrifício torna-se presente, a fim de que nós - a Igreja toda - possamos oferecê-lo sempre de novo ao Pai, como nossa oferta mais perfeita e santa. Esta oferta é expressa nas orações realizadas logo após a Consagração. Vale a pena dar atenção a essas orações.
Quinto: O sacerdote que faz a oferta do sacrifício é o próprio Jesus. O faz por meio do celebrante.  Mas consigo, Jesus nos oferece conjuntamente ao Pai. Podemos exprimir essa oferta desta forma: Jesus se oferece e nos oferece com Ele. Nós O oferecemos e nos oferecemos com Ele ao Pai.
Sexto: Na consagração nós oferecemos o sacrifício de Jesus ao Pai. Na Comunhão, o Pai nos oferece   Jesus vivo, como companheiro de caminhada.
Sétima: Quando saímos de casa para ir à Santa Missa, na verdade, não estamos indo em primeiro lugar para rezar, para cantar, para ouvir a Palavra de Deus e a pregação, mas sim, para "oferecer o sacrifício de Jesus ao Pai e oferecermo-nos com Ele". E se estivermos preparados, poderemos receber Jesus vivo em Comunhão de vida.
Oitava: Porque contém a presença real do sacrifício de Jesus para ser oferecido, a Santa Missa é o maior ato de adoração (adorara ao Deus Uno e Trino), de louvor (elogiar a Deus Uno e Trino por  aquilo que Ele é, fez a faz), de ação de graças (agradecer por benefícios recebidos de Deus), de propiciação (fazer as pazes com Deus por causa dos pecados), de intercessão (pedir bênçãos para nossos irmãos), de sufrágio das almas do purgatório (para que sejam perdoadas e entrem na  felicidade celeste).
Nona: Vale a pena tomar o livrinho feito para acompanhar a Santa Missa e ler as orações do ofertório e após a consagração, prestando atenção às palavras "sacrifício" e "oferta-oferecimento " a fim de perceber a realidade da presença e da oferta do sacrifício de Jesus.
Décima: Será uma grande riqueza e uma fonte inesgotável de graças para nossa vida cristã, se procurássemos estudar a fundo a Santa Missa, a fim de podermos participar "ativa, consciente e plenamente" como diz o Vaticano II.