20 de junho de 2011

CORPUS CHRISTI - FESTA EUCARÍSTICA


A Igreja toda, no mundo inteiro, em todas as comunidades onde haja sacerdotes, ou até mesmo onde haja apenas ministros extraordinários da Eucaristia, celebra cheia de louvor e de ação de graças, em meio a solenidades, procissões festivas ou outras comemorações, a festa de Corpus Christi, a festa da Sagrada Eucaristia.
A finalidade primeira dessa solenidade é agradecer e louvar a Jesus, pelo dom da Eucaristia. Diz o Missal popular: “A festa do Corpo de Deus é a solene comemoração do Santíssimo Sacramento do Altar. Por ela agradecemos e louvamos o amor de Jesus, pelo dom inefável da Eucaristia”.
O nome “Corpus Christi” se traduz como “Corpo de Cristo”. Na verdade, é a festa do “Corpo e Sangue” de Cristo Jesus, presentes na sagrada Eucaristia. Aliás, ha também outras designações para essa festa, como: “Corpus Dómini”, que se traduz por “Corpo do Senhor”, “Solenidade do Santíssimo Sacramento do Altar”, “Festa do Corpo de Deus”, e outras. São nomes diversos para designar a mesma maravilha: a “Presença real de Jesus Cristo” sob as espécies e aparências do Pão e do Vinho consagrados na Santa Missa.
O grande mistério da “Presença Real de Jesus na Eucaristia” foi instituído por Jesus, na quinta-feira santa, durante a Santa Ceia. Naquela histórica noite, terminada a ceia judaica do Cordeiro Pascal, Jesus pôs fim à antiga aliança, à antiga ceia, bem como a todo o ritual dos sacrifícios oferecidos no templo. De imediato inaugurou o Novo Testamento, instituindo a Nova C  eia do Novo Cordeiro Pascal, a Eucaristia.
Jesus, em seu infinito e divino amor, quis permanecer na Igreja de forma sacramental, num sinal visível revelador de Sua presença, a Sagrada Eucaristia. Na Eucaristia, Jesus deixou à Igreja o único, eterno e supremo sacrifício de Sua vida, oferecido na Cruz, a fim de que Ela o possa oferecer ao Pai celeste em cada Santa Missa celebrada. Ao mesmo tempo, na Eucaristia, Jesus quer dar-se aos seus, em forma de “Comunhão”, para ser companheiro de caminhada, para ser força, ânimo, remédio, libertação, salvação e fonte de santidade para o ser humano.

A Festa de Corpus Christi
É preciso conhecer em profundidade o que é a Eucaristia, seu significado, sua riqueza, a torrente de graças que dela emana, para se compreender melhor a festa de Corpus Christi.
Na verdade, essa festa deveria ocorrer todos os anos na quinta-feira santa, pois foi nesse dia que Jesus a instituiu e no-la deu como dom supremo. No entanto, porque no dia seguinte celebra-se a sexta-feira santa da paixão e morte de Jesus, não há tempo, clima e ambiente para uma celebração eucarística alegre, festiva, solene, pública. Por isso, a hierarquia da Igreja achou por bem instituir uma festa especial, solene, litúrgica e pública, para adorar, louvar, agradecer e exaltar a Jesus, pelo dom de si mesmo na Eucaristia.
A festa litúrgica de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV no século XIII, e estabelecida na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade. Aliás, o que motivou ainda mais esse Papa a instituí-la, foi a triste realidade de que, naquela época, estava se difundindo cada vez mais a “heresia eucarística”, que negava a presença real de Jesus na Eucaristia, e portanto negava também a presença de Seu sacrifício em cada Santa Missa, bem como a realidade da comunhão no Corpo e Sangue de Jesus.
Coube, porém, ao Papa Clemente V, em 1314, propagar e incentivar a realização da procissão solene, pública, de Corpus Christi. O Papa desejou que essa festividade tomasse o significado de uma grande soleni-dade de “Ações de Graças” ao coração de Cristo, pelo dom da Eucaristia, e por todos os benefícios que o povo de Deus recebe cada dia, todos os dias, pelos séculos, através de Sua presença real na Eucaristia.

De onde vieram as procissões
A fé na presença real de Jesus na Eucaristia, o culto litúrgico, a devoção à Eucaristia, o sentimento profundo de gratidão a Jesus vivo por sua presença real entre nós, a admiração dos corações pelas graças sem fim recebidas de Jesus eucarístico, levaram o povo de Deus a preparar e realizar procissões solenes, com toda espécie de enfeites e decorações, com corais e bandas de música solenizando as procissões, com janelas, portas e frentes de casas religiosamente decoradas, tudo para expressar a fé, a gratidão e o encantamento por Jesus, presente no “Sinal Eucarístico” conduzido na procissão.
Talvez a comparação que faço seja banal, mas é feita para ajudar na compreensão. Quando a seleção brasileira voltou da copa do mundo com a taça da vitória, em todas as cidades por onde passava, faziam-se manifestações populares para enaltecer o feito esportivo. Em Corpus Christi, nós católicos realizamos uma festividade religiosa e social, conduzindo o nosso Salvador, Jesus Cristo ressuscitado, pelas ruas de nossas cidades e vilas, glorificando-o pelo imenso amor com que nos ama a cada dia por sua presença na Eucaristia. Eis o significado público das procissões!

O Amor quer expandir-se
Compreendemos até com facilidade, portanto: 1º. porque a Igreja realiza com toda festividade, todos os anos, a procissão de Corpus Christi; 2º. qual é o espírito, a intenção, a mística que deve mover esse aconte-cimento; 3º. quais os frutos que essa festa deve produzir no coração dos católicos.
Respondendo: 1º. Imaginemos o infinito bem, as imensas graças que Jesus realiza todos os dias, em milhares e milhares de corações, em todas as Santas Missas celebradas no mundo todo; imaginemos todas as bênçãos e graças que os corações recebem, todos os dias, nas Santas Comunhões realizadas, nas adorações, eucarísticas, nas visitas a Jesus no sacrário, nas bênçãos eucarísticas. Lembremo-nos que essa torrente caudalosa de graças acontece cada dia, todos os dias, nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Diante dessa realidade, não há como não celebrar, como não festejar solene, pública e gloriosamente a Jesus Euca-rístico.
2º. O espírito, a mística, a intenção dessa festividade decorre exatamente do que você leu acima. Não pode ser outro, senão, a expressão da profunda fé, a manifestação pública da imensa e cordial gratidão a Jesus pelo tesouro da Eucaristia, fonte inesgotável de salvação e santificação. Em síntese: “Porque o coração reconhece profundamente agradecido, induz a adorar, celebrar e agradecer”. Ou seja, a realizar a festa e as procissões.
É verdade que em certas cidades brasileiras, as maravilhosas decorações das ruas, e até os concursos da rua mais bem decorada, já não são realizados por causa de Jesus eucarístico, para glorificá-lo e agradecê-lo pelo dom da Eucaristia. São realizados, sim, por causa do turismo que traz dinheiro, e da competição entre os decoradores. É lastimável. Que Jesus seja glorificado também por esse vazio de corações superficiais, e que um dia eles venham a conhecer Jesus eucarístico e a realizar as decorações por causa dele e Para Ele.
3º. Os frutos desta fé e festividade devem ser inúmeros: aprofundamento da fé na presença real de Jesus na Eucaristia; baseado na fé, um despertar mais consciente para a celebração e participação da Santa Missa dominical e até diária; um afervoramento da piedade eucarística, manifesta na santa Comunhão, nas adorações mais freqüentes e freqüentadas, nas visitas a Jesus vivo presente no sacrário das Igrejas; na conversão maior dos corações para uma vida mais santa; no despertar de uma consciência maior para servir aos irmãos, em qualquer situação ou necessidade; num amor maior à Igreja, corpo de Cristo ressuscitado, e outros.
Que nesta festa de Corpus Christi, Jesus eucarístico seja ainda mais reconhecido, aceito, obedecido, amado, adorado, glorificado e agradecido. “Graças e louvores sejam dados a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento”.








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