31 de agosto de 2011

O ESPÍRITO SANTO É MESTRE DE ORAÇÃO


           Uma das maiores honras, alegrias, grandezas e riquezas do ser humano é poder relacionar-se, é poder conversar com o Deus vivo.           Alguns consideram honra e privilégio poderem conversar com o presidente da república. Fotografam o acontecimento e o exibem até com vaidade. Uma das grandes alegrias de minha vida foi poder conversar por um breve minuto com o Papa João Paulo II. Ver as fotos renova as emoções daquele dia inesquecível.  Percebamos então a maravilha, a honra e a graça de podermos conversar, sempre que quisermos, com o Deus vivo: com o Pai celeste, com Jesus ressuscitado, com o Espírito Santo.

Orar é conversar com Deus
     Toda conversa, toda fala com Deus é oração. Mas só é verdadeira oração aquela comunicação escrita e lida, ou espontânea, que seja uma  “conversa”, uma forma de comunicação com Deus. Só é verdadeira oração aquela prece que põe em contato o coração humano com o coração de Deus.
   O Espírito Santo é mestre em ensinar, formar e educar para a melhor oração, aquela que seja comunicação com Deu
    Porque sabe quanto Deus ama o ser humano e quer perdoá-lo, libertá-lo, curá-lo, preenchê-lo de bens, santificá-lo, realizá-lo e fazê-lo feliz, o Espírito Santo quer levar o ser humano a escutar, a falar, a comunicar-se com o Deus vivo. É principalmente por meio desse  relacionamento que Deus realiza sua obra no coração humano.
            Também porque sabe quanto o ser humano é pobre, frágil, necessitado, enfermo  e  pecador  que  o  Espírito  Santo   quer conduzi-lo a se relacionar com Deus. Ele sabe que só Deus tem todas as soluções e respostas para todos os problemas humanos.
            Diante desses dois porquês, o Espírito Santo quer ensinar o ser humano a elevar-se para Deus, a comunicar-se com Deus, a orar a Deus, a ouvir e dar respostas a Deus. Numa palavra: o Espírito Santo quer ensiná-lo a orar.
           
O Espírito Santo leva à oração
 Basta que a pessoa conheça e acolha o Espírito Santo como amigo, para que Ele se manifeste e a induza à oração, à comunicação com Deus. O Espírito Santo pode até manifestar-se com um Dom infuso de oração. Isto é, pode conceder uma capacidade imediata de abrir o coração e a boca, e começar imediatamente a adorar, louvar, glorificar, bendizer, agradecer, ou pedir perdão a Deus. Mesmo que a pessoa nunca o tenha feito antes.
            O Espírito quer ensinar todas as melhores formas de oração como: contemplação, meditação, oração de quietude, escuta, adoração, louvor, ação de graças, salmodia, intercessão, oração penitencial e outras. Pode até conceder o dom de orar numa linguagem ininteligível.
            Mais do que ensinar, Ele pode conceder um dom imediato, pelo qual o coração passa a orar por uma capacidade infusa.
            “Espírito Santo, ensinai-me a orar! Ensinai-me a conversar com Deus! A ouvir o Deus vivo! Ensinai-me a me relacionar com o Deus da minha vida e do meu coração! Educai-me para a melhor comunicação com Deus! Dai-me o dom da oração! Sede meu mestre de oração. Amém!”

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27 de agosto de 2011

O SANTO GRAAL - O CÁLICE SAGRADO

O Santo Graal, realidade ou ficção?
Janice Bennett fala sobre a legendária taça da Última Ceia


A história do Santo Graal inspirou vários livros de ficção e imaginação, incluindo filmes muito populares. A verdade sobre a atual localização da taça é menos clara.
Uma pesquisadora, Janice Bennett, autora do livro publicado nos Estados Unidos “St Laurence and the Holy Grail” (Ignatius.com) crê que a história da taça pode ser seguida desde a viagem de São Pedro a Roma, até São Lourenço no século III, e logo sua localização definitiva na Espanha.
Bennett possui um mestrado em Literatura espanhola pela Universidade de Colorado e um certificado de “Advanced Bible Sudies” da Escola Católica Bíblica de Denver. É membro do centro espanhol de Sindonologia, com sede em Valência, Espanha.
Compartilhou com ZENIT suas razões para crer que o Santo Cálice que se venera em Valência é a taça usada por Jesus na Última Ceia.
--O que é exatamente o Santo Graal? Como responde a quem diz que é só uma lenda?
--Bennett: Para os cristãos, o Santo Graal é e sempre foi a taça usada por Jesus para consagrar o vinho na Última Ceia, o autêntico receptáculo que recebeu o sangue de Cristo no apenas instituído sacramento da Eucaristia.
Foi tido em grande estima como um objeto autêntico historicamente falando, que foi usado pelo próprio Jesus, uma relíquia de singular importância para a cristandade porque é um símbolo do Pão da Vida.
O povo de todos os tempos ficou um pouco perplexo de que esta preciosa relíquia tenha originado um importante número de histórias fantásticas sobre guerreiros, monges e reis que se embarcaram em sua busca.
Isto foi assim não só para o povo medieval, mas para pessoas de nosso tempo, dada a atual popularidade das lendas sobre o Santo Graal e filmes tais como “Indiana Jones e a Última Cruzada”, no qual Indiana Jones descobre um grande número de possíveis graals na inverossímil localização de Petra, Jordânia.
Lamentavelmente, o graal que Indiana diz ser autêntico é o menos provável, historicamente falando, porque está feito de madeira, um material poroso que estava proibido na celebração da Páscoa judaica.
É inegável que Jesus utilizou uma taça para a consagração e que esta taça é um objeto histórico, não um mito. Talvez por causa do mistério e fantasia que rodearam esta relíquia por excelência, alguns pesquisadores atuais criaram um cenário pelo qual o Santo Graal poderia estar relacionado com temas que vão desde o Santo Sudário até Maria Madalena.
Outros definem o Graal como nada mais que um questionamento pessoal ou uma exploração do ser, ou o relacionam com toda sorte de antigas lendas e ritos da fertilidade, conduzindo a uma grande confusão como a que temos atualmente.
--Por que chegou a interessar-lhe sua existência e paradeiro?
--Bennett: Meu marido e eu visitamos a Capela do Santo Graal na catedral de Valência no princípio dos anos 90. Pensei que era muito estranho que disseram ter a taça usada por Jesus na Última Ceia, porque nunca ouvi nada parecido nos Estados Unidos.
A única informação disponível era um pequeno folheto, não muito bem traduzido ao inglês, que mencionava o Papa Sisto II, confiando a taça a São Lourenço no ano 258 depois de Cristo, e que São Lourenço a enviou para a Espanha nas mãos de um soldado espanhol. Também oferecia uma breve história da relíquia na Espanha. Anos mais tarde, quando pesquisava sobre relíquias na Biblioteca Nacional de Madri, recordei aquele folheto. Busquei informação sobre São Lourenço e encontrei uma tradução muito interessante de um documento que se diz escrito por São Donato, no século XI, que não só contém uma biografia dos primeiros anos de São Lourenço, mas que confirma que esta mudança aconteceu.
Ao mesmo tempo, encontrei um livro, escrito pelo sacerdote responsável por cuidar a relíquia, no princípio da guerra civil espanhola de 1936. Quando examinei as fotos de onde havia sido escondida durante o conflito --dentro das espumas do sofá, no compartimento secreto de um armário e atrás de uma parede de pedra--, fiquei verdadeiramente surpresa das dificuldades que a relíquia sofreu através dos séculos.
Imediatamente me dei conta de que tinha de pesquisar a história desta taça em profundidade. O Santo Cálice de Valência não só reivindica sua autenticidade mas tem detrás uma longa tradição e uma história fascinante que apóiam completamente esta afirmação.
--Que se pensa que sucedeu ao Santo Graal imediatamente depois da Última Ceia?
--Bennett: Muitos estudiosos crêem que o Cenáculo --a casa na qual aconteceu a Última Ceia-- , e o Santo Cálice eram propriedade da família de São Marcos, o evangelista, que se fez de intérprete de São Pedro em Roma.
São Marcos e São Pedro viviam em relação estreita e parece ter sentido que São Marcos desse a Santa Taça a São Pedro, pela simples razão de que era muito importante para os primeiros cristãos usar relíquias na liturgia, e Pedro era a cabeça da Igreja.
A tradição espanhola afirma que São Pedro levou o Santo Cálice consigo para Roma, onde o passou para seus sucessores até a perseguição de Valeriano, no ano 258. Devido ao grave perigo de que a preciosa relíquia caísse em mãos dos romanos, São Sisto II, sabendo que logo seria martirizado, confiou a taça a seu tesoureiro e diácono, São Lourenço. Este, por sua vez, deu-a a um soldado espanhol, pedindo-lhe que a levasse para Huesca, Espanha, onde sabia que sua família se faria cargo dela. Esta muito antiga tradição se apóia em muitos fatores: o cânon romano da Missa, o fato de que a taça não se menciona em Roma até o século III, vários documentos, e a presença tradicional e histórica do Santo Cálice na Espanha.

--Qual é sua teoria sobre a história do Santo Gral e a atual localização?
--Bennett: Muita gente crê que há centenas de possibilidades sobre o autêntico Santo Graal, na linha do velho dito de que se se reunissem os pedaços da Verdadeira Cruz estendidos pelo mundo, haveria madeira suficiente para uma dúzia de cruzes. Não é este o caso.
É verdade que no século XVI havia umas 20 taças que reivindicavam a honra de ser a autêntica usada por Jesus na Última Ceia. Mas hoje nenhuma delas é considerada autêntica, com a exceção do Santo Cálice de Valência e a taça de Antioquia.
A taça de prata de Antioquia tem uma capacidade para dois litros e é demasiado grande para poder passar de mão em mão, em torno à mesa da Última Ceia, durante a comunhão eucarística. O interessante, contudo, é o fato de que São Jerônimo mencionasse que havia duas taças sobre a mesa da Última Ceia, uma taça de prata que continha o vinho para a ceia, e uma de pedra que foi usada para a instituição da Eucaristia.
Só o Santo Cálice de Valência, com a parte superior de pedra de ágata, responde à descrição de São Jerônimo acerca da taça usada por Cristo na consagração. Quando se examina sua tradição e história em detalhe, é completamente evidente que tudo concorda. Não creio que alguém possa desautorizar a teoria de que o Santo Graal é, com efeito, o Santo Cálice de Valência, Espanha.
--Que fábulas modernas equivocadas detectaram os modernos estudiosos sobre o Santo Graal e sobre quem esteve envolvido em seu traslado?
--Bennett: Quando falamos do Santo Cálice de Valência, um dos problemas foi uma lacuna de informação substancial e sobre os fatos que vão mais além da tradição de São Lourenço, e outra foi a afirmação errônea de que há muitos graals que reclamam ser o que o Papa Sisto II deu a São Lourenço. Os fatos com freqüência se mesclam com afirmações falsas e material legendário, de tal maneira que fazem duvidar sobre a possibilidade de chegar alguma vez a saber a verdade. Um sério rival da tradição de São Lourenço, ao menos na opinião popular, é a lenda de que São José de Arimatéia, do poeta Robert de Boron, que confirma a lenda apócrifa de Nicodemos, acrescentando que José de Arimatéia levou o Graal a Glastonbury, para unir a cristandade aos ossos do legendário Artur, que se supunha estar enterrados ali.
Narra que José de Arimatéia recolheu o sangue de Cristo em uma vasilha que foi usada como bandeja para o pão e o cordeiro pascal na Última Ceia, e logo a entregou ao deus celta Bron, que a levou ao Ocidente como um talismã de imortalidade.
Não é difícil ver que esta lenda não se baseia em nada jamais provado e o graal neste caso não é uma taça histórica, mas uma bandeja que não existiu na realidade. Este é um exemplo perfeito de mescla de fantasia e realidade, literatura e lenda que permite muitas discussões sobre o Santo Graal.
--Por que o Santo Graal deveria interessar aos cristãos na atualidade?
--Bennett: O Santo Graal deveria interessar aos cristãos de hoje pela mesma razão pela qual sempre foi venerado, através dos séculos, como a taça usada por Cristo para instituir a Eucaristia.
É muito apropriado que esta última “descoberta” sobre o Santo Graal coincida com o Ano da Eucaristia, que foi proclamado pelo Papa João Paulo II, na festa de Corpus Christi em junho e começou em outubro. Na celebração deste sacramento, tão central à fé, ao longo de todo o ano, os católicos estão chamados a honrar a Eucaristia para recebê-la com mais fé e refletir mais profundamente seu significado em suas vidas e na vida da Igreja.
A história do Santo Cálice de Valência é uma maravilhosa recordação da importância deste sacramento na vida da Igreja, tão evidente no cuidado por conservar através dos séculos o recipiente usado por Cristo na instituição da Eucaristia.
A história inicia com São Pedro, primeira cabeça da Igreja, que levou a taça sagrada a Roma para usá-la na liturgia da Missa. Segue com os santos Sisto e Lourenço, ambos martirizados por recusar entregá-lo aos romanos.
A Igreja da Espanha protegeu a taça da invasão muçulmana no século VIII e anos mais tarde vemos o mesmo respeito e heróico valor em quem salvou a taça da destruição durante a Guerra de Independência e a Guerra Civil espanholas.
Graças a seu desejo pessoal, em 1982 o Santo Padre foi o primeiro Papa a celebrar a Missa com a relíquia desde São Sisto II, no século III, e hoje os cristãos de todo o mundo podem venerar esta taça tão especial.
Este é um milagre de nossos dias que pode dar-nos ocasião para profundas reflexões sobre a importância da Eucaristia em nossa vida diária, de maneira que podemos publicamente proclamar que o sacrifício de Cristo é para a salvação do mundo inteiro, como deseja o Santo Padre. 

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24 de agosto de 2011

O PRECIOSO SANGUE DE JESUS

Inicio minha reflexão reproduzindo as próprias declarações de Jesus, extraídas da belíssima pregação que fez na sinagoga de Cafarnaum, escrita no capítulo sexto do evangelho de São João (Cf. Jo 6, 14-69) “Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. (Jo 6,53-56)
            É importante destacar algumas afirmações de Jesus para descobrir o significado daquilo que Jesus “quis dizer”, e para perceber a gravidade de suas palavras.
1. Se não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Portanto, para se ter uma vida cristã autêntica, remida, salva, santificada e divinizada é preciso “beber o sangue de Jesus”.
2. Quem bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Nesta declaração, Jesus não poderia ter sido mais claro e determinante: beber o sangue garante a vida eterna e a ressurreição para a glória celeste.
3. Meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Trata-se de uma bebida mística, espiritual, que hidrata e sacia a sede da “vida cristã sobrenatural”, presente em nós.
4. Quem bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Beber do sangue de Jesus garante a permanência em seu amor, em sua salvação, em suas palavras, em sua amizade, em suas bênçãos.
            Essas declarações de Jesus demonstram toda a importância, a necessidade e a seriedade de realizar a Santa Comunhão com o Seu Sangue precioso.

Beber o Sangue de Jesus?
            Mas como se pode – hoje – beber o sangue de Jesus?
Para os corações católicos que conhecem o dogma da presença real de Jesus na Eucaristia, que nele crêem firmemente com o coração, não há problema de compreender “como e quando” se bebe o Sangue de Jesus. O dogma católico definido no Concílio Ecumênico de Trento diz: “"No santíssimo sacramento da Eucaristia, estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente, o Corpo e o Sangue, em união com a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, o Cristo todo" (Can. 1, DS 1651, FC 745). "O Corpo está presente sob a espécie do pão, e o Sangue sob a espécie do vinho, em virtude das palavras (de Jesus, na ceia), mas o Corpo está sob a espécie do vinho, e o Sangue sob a espécie do pão, e a Alma sob ambas as espécies, em virtude dessa relação e dessa concomitância natural, pela qual, as partes do Cristo Senhor, que 'ressuscitado dos mortos, não morre mais' (Rm 6,9), estão liga­das entre si. Quanto à divindade, ela está presente por causa da sua admirável união hipostática com o Corpo e a Alma" (DS 1640, FC 838).
Aconselho o leitor a reler, parte por parte, e a procurar compreender toda a dimensão, a clareza e a beleza das verdades declaradas pelo Concílio, no texto acima citado.
            Portanto, quando realizamos uma Comunhão Eucarística, ao recebermos a Hóstia Consagrada, estamos acolhendo e comungando Jesus todo: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Recebemos Jesus todo: vivo, ressuscitado, glorioso, como está no céu. E se a alguém, na Comunhão Eucarística, não lhe fosse dada a Hóstia, mas bebesse do cálice sagrado, estaria comungando igualmente Jesus todo: Corpo, Sangue, alma e divindade, vivo, ressuscitado e glorioso, como está no céu. Já não se pode beber o Sangue, excluindo-se o corpo, a alma e a divindade do Senhor.

O Sangue Precioso de Jesus
            O valor preciosíssimo e divino do Sangue, bem como todo seu poder de lavar o pecado, de libertar das forças malignas espirituais, psicológicas, emocionais, físicas e até diabólicas, vem exatamente da realidade de “ser o Sangue de Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor da humanidade”. Se Jesus fosse apenas um ser humano comum – e não Deus – mesmo que tivesse passado por toda a sua paixão e morte de cruz, seu sangue não teria valor como o tem o  sangue de Jesus, e não teria poder algum sobre nada e sobre ninguém. Essa verdade precisa ser ressaltada, a fim de podermos valorizá-lo, adorá-lo, cultuá-lo, comungá-lo e invocá-lo de forma correta. “Dar o sangue” é uma expressão que equivale a “dar a vida”, “entregar-se até morrer”. O derramamento do Sangue de Jesus significa a entrega de sua vida, voluntariamente, por amor, até a morte de cruz.
            A verdade de que o valor e o poder do Preciosíssimo Sangue vêm da Pessoa Divina de Jesus precisa ser sempre subentendida em todas as maravilhosas afirmações bíblicas e em todos os mais belos textos escritos sobre o Precioso Sangue.
            Meditemos alguns textos:
Diz-nos São Pedro:  “Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata  e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa maneira pecaminosa de viver, (...) mas pelo precioso sangue de Cristo(1 Pe 1,18). Explico. Éramos todos escravos do pecado e do maligno. Jesus nos “comprou” para nos dar a liberdade. Mas o preço pago foi altíssimo: dar sua vida até a morte de cruz, com o derramamento de seu sangue.
Aos Efésios, São Paulo declara: “Agora, porém, graças a Jesus Cristo, vós, que antes estáveis longe, vos tornastes presentes, pelo Sangue de Cristo. (Ef 2,13). Explico. A entrega da vida de Jesus, com o consequente derramamento de seu sangue, foi a causa da reconciliação entre Deus e cada um de nós. Estávamos “longe, afastados, separados” de Deus. Jesus fez “as pazes” entre nós e Deus, pelo dom de sua vida, até o derramamento de seu Sangue..
Aos Hebreus, Paulo declara: “Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus,  pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo”.( Hb 10,19-20) Entendemos que, por termos sido resgatados pelo sangue de Jesus, nos é garantida a grande esperança de entrar na glória eterna.
            Há ainda outros textos nos quais nos é revelado que somos perdoados, somos resgatados e salvos pelo sangue derramado de Jesus: “Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu Sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,9). “Nesse Filho, pelo seu Sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1,7). “Quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu como vítima sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas para o serviço do Deus vivo?” (Hb 9,14)

Culto litúrgico e devocional do Sangue de Jesus
            Por ser a expressão mais eloquente e tão comovente da entrega que Jesus fez de sua vida pela nossa salvação, passando por todos os passos da cruenta paixão e morte de cruz, o preciosíssimo Sangue de Jesus sempre mereceu e obteve um culto litúrgico, como também um culto devocional popular. São belíssimos os textos da “Santa Missa Votiva do Preciosíssimo Sangue de Cristo”, que encontramos no missal. Aprecio muito celebrá-la, e faço-o não poucas vezes, quando a liturgia me permite uma escolha. Tanto mais que o precioso Sangue sempre está sobre o altar, na Santa Missa.
            Existem muitas orações devocionais, novenas, e até uma belíssima ladainha de adoração e glorificação do precioso Sangue. Para quem desenvolveu sua capacidade pessoal de realizar orações espontâneas de toda espécie, com certeza, inúmeras vezes, tem recorrido e invocado o poder e os méritos do precioso sangue do Salvador.
            Se algum leitor se interessar por obter a “Ladainha do Precioso Sangue”, posso enviá-la por e-mail, e o farei com satisfação.

7 de agosto de 2011

ASSUNÇÃO DA IMACULADA

No mês de agosto, na festa da Assunção, celebramos o glorioso acontecimento da elevação de Maria, mãe de Jesus, aos céus, em corpo e alma. Diz o Vaticano II, no número 147: “Terminado o curso da via terrestre, Maria foi assunta em corpo e alma à glória celeste”. Em síntese. Ao final de sua vida terrena, certo dia, a Virgem “adormeceu”, seu corpo foi imediatamente glorificado, e Ela – completa – com seu corpo e alma – foi elevada aos céus. Seu corpo não se corrompeu. Foi transformado, glorificado, imortalizado, à semelhança do corpo ressuscitado de Jesus.
Maria não morreu?... Uma corrente de teólogos diz que não. Aliás, eles indicam argumentos teológicos e bíblicos muito fortes. Para esses, ela teria apenas “adormecido” num sono semelhante ao da morte. Seu espírito – sua alma – não teria deixado seu corpo. Neste estado de “dormição - adormecimento”, foi sepultada, e imediatamente transformada, glorificada e elevada, inteira, para a glória do céu.
Maria morreu?... Outra corrente de reflexão teológica diz que sim, e aponta seus argumentos. Afirmam que Maria quis seguir o mesmo caminho de seu Filho. À semelhança de Jesus, Maria teria morrido, teria sido sepultada e imediatamente ressuscitada. Seu corpo teria sido glorificado, e Ela – inteira – teria sido elevada à glória dos céus, em corpo e alma.
Como foi exatamente a “passagem”, a “páscoa” de Maria para o céu, por certo, só o saberemos quando estivermos com Ela, na glória.

O túmulo de Nossa Senhora.
O túmulo onde a Virgem “repousou por um pouco de tempo” está em Jerusalém, na Igreja da Assunção. Um documento de alta antiguidade, chamado “Dormício Vírginis”, “A Dormição, o Adormecer da Virgem”, conhecido desde o segundo século, revela o lugar onde o corpo de Maria deveria ser colocado. Diz o documento: “Nesta manhã, tomai convosco a senhora Maria e andai para fora de Jerusalém, pelo caminho que conduz à cabeceira do vale, além do monte das Oliveiras. Ali existem três grutas: uma larga, externa; depois outra, dentro dessa; e uma pequena câmara interna, com um banco elevado, de argila, na parte leste. Colocai a Bendita sobre aquele banco”. Alguns atribuem esse documento ao Apóstolo São Tiago, bispo de Jerusalém.
Essa tumba era venerada pela comunidade judeu-cristã deste os primórdios da Igreja, como sendo, de fato, o túmulo de Nossa Senhora. No século V, a “câmara” onde foi colocado o corpo de Nossa Senhora foi separada e isolada do conjunto das duas outras salas anteriores, e em torno, e sobre ela, foi construída uma igreja, como se pode ver atualmente. Essa igreja foi dedicada à Assunção de Maria. (Cf. Guida di terra Santa, pg 104, ano 1973)

A igreja da Assunção, em Jerusalém
No lugar do túmulo de Nossa Senhora foi construída a igreja da Assunção. A construção passou por várias modificações, inclusive por destruições feitas por Saladino (1187) e reconstruções realizadas pelos cruzados, e mais tarde, pelos frades franciscanos. Atualmente, se desce por uma longa escadaria até o corpo da igreja subterrânea, onde se encontra a tumba, “onde a Imaculada dormiu seu breve sono”. Desde 1757, quando os frades franciscanos foram expulsos do local e lhes foi tirado o direito de cuidar do local, à comunidade católica sobra a possibilidade de ali prestar um culto público e comunitário, de forma oficial, apenas três vezes por ano, dentre as quais, o dia 15 de agosto, quando se celebra a Assunção de Maria. (Cf. Guida di terra Santa, pg 104, ano 1973)

A Assunção na Bíblia
Não encontramos textos bíblicos “explícitos” que relatem a verdade da Assunção de Maria aos céus, em corpo e alma. Os estudiosos do assunto, contudo, dão fortes razões para explicar o fato de os escritores sagrados do Novo Testamento não relatarem esse acontecimento.
Esses mesmos mariólogos, em suas reflexões teológicas, apontam para alguns textos bíblicos onde vêem “implicitamente” a presença da verdade da Assunção, ou seja, da ressurreição e glorificação imediata da Virgem, após sua “dormição”. Eis alguns textos. 1. No proto-evangelho: Gn 3,15. 2. Na saudação do Arcanjo a Maria: Lc 1,28 3. Salmo 131, 8. 4. Salmo 44, 10. 5. Apoc 12, 1.
A algum possível leitor que não aceita essa verdade porque não há textos bíblicos explícitos que falem a palavra “Assunção”, e nem relatem claramente o fato ocorrido com Maria, precisamos lembrar que nós, católicos, temos duas fontes principais da revelação: a Bíblia e a Tradição. É bom recordar que os Evangelhos, antes de serem escritos como os temos hoje, também eram “tradição”. Eram falados, contados, pregados, escritos por partes. A Tradição é muito forte na transmissão do acontecimento da Assunção, deste os inícios do cristianismo. Ela é, para nós, fonte segura da verdade sobre a Assunção da Virgem.

A voz da Tradição
O conhecimento da verdade da Assunção, a aceitação feliz e agradecida desse fato, as narrativas orais feitas de geração para geração, os escritos apócrifos descritivos, o culto junto à tumba da Virgem, toda essa tradição foi ininterrupta na Igreja, desde os tempos apostólicos.
A literatura do povo fiel daqueles dias longínquos afirma de forma mais explícita a Assunção corpórea de Maria. Os escritos apócrifos, tão numerosos e difundidos nas línguas orientais, relatam com abundância de pormenores a Assunção de Maria. Se neles há piedosas considerações feitas por fantasias estimuladas pela fé e amor para com Maria, em sua substância encontra-se o relato do pensamento e das crenças dos cristãos daqueles tempos, sobre a verdade da Assunção da Imaculada.
O cuidado para com o lugar do túmulo de Maria, a construção da igreja sobre o túmulo, as disputas contra os hereges pela posse do local, as várias reconstruções da igreja, aliás em séculos tão distantes, mostram desde os tempos apostólicos a forte convicção e certeza dos cristãos quanto à Assunção da mãe de Jesus. Essa tradição torna-se uma muito forte prova da veracidade do acontecimento da Assunção de Maria.

A festa e o dogma
A festa da Assunção já foi instituída nos longínquos anos trezentos, e logo aparece como uma festa de uso universal e comum, não somente entre os cristãos, mas também entre antiqüíssimas igrejas nacionais, como a dos armênios e dos etíopes.
A partir do século V, a Assunção de Maria já se encontra afirmada em muitos documentos. No século VII a doutrina e a festa da Assunção se difundem por todo orbe católico.
No Concílio Ecumênico Vaticano I, mais de duzentos bispos solicitaram ao Papa a declaração do dogma da Assunção de Maria aos céus em corpo e alma. Mas essa verdade só foi declarada como “verdade de fé”, como Dogma de fé, em primeiro de novembro de 1950, pelo Papa Pio XII.
Com a declaração do dogma, a Igreja nos garante a certeza de que, de fato, a Virgem Maria foi elevada aos céus em corpo e alma, e está na gloria, junto da Trindade.
“Maria, assunta aos céus, tu és a glória de Jerusalém, a alegria de Israel e a honra do nosso povo”!

5 de agosto de 2011

MARIA E O SACERDOTE

Maria vê com alegria o menino que como seu Filho cresce em estatura, graça e sabedoria, e desperta em si a divina vocação ao sacerdócio.
Maria vê, no jovem vocacionado, repetido o seu SIM ao chamado de Deus e que como ela se entrega plenamente a missão com confiança e disponibilidade.
Maria vê no sacerdote que vive com intensidade o seu ministério o Seu próprio FilhoJesus, como o Bom Pastor que conduz aqueles que lhes foram confiados, buscando a salvação de cada um, animando-os pelo perdão, pelas bençãos e dando-lhes o Alimento de Vida. E no mesmo silencio com que acompanhou Jesus o cobre e protege com seu manto materno.
Maria vê no sacerdote que passa por tribulações, por enfermidades e pelas limitações de sua humanidade, o sofrimento de Cristo na Cruz, e assim como esteve ao Seu lado também se coloca presente na vida de cada padre os consolandoe os amparando nas dificuldades da missão.
Maria vê feliz cada sacerdote que ao fim de sua jornada terrrena se encontra com seu Filho Jesus recebendo Dele sua gratidão eterna por ter vivido com amor, zelo e fidelidade o sublime ministério do sacerdócio e para com Ele participar do Reino de Deus que com o seu testemunho de vida tornou conhecido por todos.
(irc arlete)