QUARTO PECADO CAPITAL
PECADO
CAPITAL DA IRA
A Ira é um intenso e
descontrolado sentimento que se manifesta compulsivamente no psíquico de uma
pessoa, o qual passa a dominar a mesma, e que produz diversos sentimentos
irados, de acordo com a gravidade daquilo que gerou a ira. A Ira pode se
manifestar como raiva, mágoa, ódio, rancor,
ressentimento, tristeza, amargura, depressão momentânea, tudo por ter
sido maltratada . Às vezes a ira pode até gerar sentimentos de vingança.
A ira torna a pessoa furiosa e
descontrolada, com o desejo de destruir aquilo que a provocou. A ira não atenta
apenas contra os outros, mas pode voltar-se contra si mesmo, contra aquele que
deixou o ódio, o ressentimento, a raiva tomar conta de seu coração.
A ira é um
movimento das paixões que deve ser
dirigido pela razão e regido pela vontade, para não conduzir ao mal. O ser
humano repele instintivamente tudo o que lhe é contrário. É legítimo reagir
diante de obstáculos ao bem. Por exemplo, a ira santa quando leva a defender os
valores divinos e humanos pisoteados bisonhamente por alguém. Em exemplo disso foi a atitude de Jesus
expulsando os vendilhões do templo.A ira
torna-se pecaminosa se ela implicar em desordem a ponto de desejar fazer vingança, de cometer injustiças,
de provocar brigas, de conferir golpes físicos, de levar a proferir insultos, e
de chegar a rogar pragas. “Sentir” a ira não é pecado. “Consentir” na ira,
deixando-se levar a más atitudes e ações é que gera o pecado.
Como remédio
para a ira, recomenda-se o exercício da prudência, de modo que ninguém proceda
de acordo com o ímpeto imediato das paixões.
A ira pode
ser, muitas vezes, conseqüência de sofrimentos emocionais ou desamores causados
de alguma forma por alguém. Esses desamores “ferem” o coração. Essas “feridas”
emocionais geram dores que recebem o nome de: raiva, mágoa, ressentimento, ódio
ou até vingança. Essas feridas são muito prejudiciais ao psiquismo humano. O
melhor remédio para curar as férias e, portanto, para livrar-nos desses
sentimentos dolorosos é o perdão. O perdão cura as feridas. Curadas as feridas,
ficaremos livres dos sentimentos de raiva, mágoa, ressentimento, ódio ou até da
vingança. A ira pode brotar também de um conflito pessoal interior,
e se manifestar contra nós mesmos. Nestes casos,
a ira se manifesta contra nós mesmos sob a forma de raiva de nós, mágoas
de nós mesmos, ressentimentos contra nós mesmos, e até formas de auto
vinganças. Estes sentimentos provém de erros que a pessoa cometeu e dos quais
se acura. Então surgem a auto condenação, a autopunição, a raina de si mesmo, as
mágoas de si mesmo e até vinganças feitas contra si mesmo.
Essa forma de ira com seus filhotes é próprio de
pessoas mal resolvidas, que têm ira de si mesmas e transferem essa raiva para o
mundo ao seu derredor. É a ira dos fracos! Essas pessoas têm pouco ou nenhum
controle sobre si mesmas e são mais propensas á outra e pior face da ira, a
mais destrutiva: o ódio. O ódio é o sentimento dos fracos. Enquanto a ira é
passageira, o ódio é prolongado. Enquanto a ira é barulhenta, o ódio é sutil e
silencioso. A ira brota como um vulcão por alguma contrariedade, desilusão,
por noticias de TV, ou acontecimentos fortuitos. Na ira a pessoa explode, mas logo
volta á razão. A ira é cálida, o ódio é frio. A vingança é um prato que se come
frio, dizem os vingativos. O ódio é um sentimento visceral, enquanto a ira
nasce do coração. Quem odeia quer vingança.
O mecanismo da
razão tem controle sobre a ira. É só deixar esfriar um pouco a cabeça e as
pessoas voltam ao seu normal. O homem consegue controlar sua
agressividade através da razão, ou seja, utilizando a racionalização como um
mecanismo de defesa, mas quando tomado por uma forte emoção nem sempre esses
mecanismos funcionam. A agressividade gerada pela ira demonstra a incapacidade
de racionalizar quando se deixa dominar pela emoção, sobrepondo muitas vezes,
conteúdos inconscientes, como por exemplo, pode indicar uma incapacidade
exagerada de amar aos outros, muitas vezes como resultado do amor que não
recebeu na infância, ou da agressividade que recebeu, repetindo assim o mesmo
padrão. Nesses casos, é preciso identificar a emoção que foi mobilizada e que
não permitiu a atuação do mecanismo de defesa. E se se tratar de “feridas do
coração”, é preciso curar-se por meio do perdão repetido 70X7, como disse
Jesus.
A virtude
contrária que combate o vício da ira e todas as suas conseqüências é a
mansidão. A mansidão é uma energia
psicológica e espiritual presente no psiquismo da pessoa que faz com que ela
tenha naturalmente um controle espontâneo sobre suas emoções e sentimentos no
tratamento com as pessoas e com os acontecimentos, capaz de manter-se
tranquila, serena, calma, sem ansiedades ou estresses, relacionando-se e
interagindo com serenidade e paz de espírito.
A mansidão do coração faz com que
a pessoa ao se relacionar com os outros
não seja agressiva, compulsiva, agitada, estressada, ofendendo, ferindo,
agredindo o próximo. Ao mesmo tempo ela tem a capacidade de não se deixar ferir,
ofender com facilidade. Imaginemos uma almofada fofa coberta de veludo. Se lhe
dermos um soco, ela não nos machuca e nem se ofende. Ela permanece a mesma,
fofinha como antes. Assim é o coração manso: não ofende e nem se deixa ofender
com facilidade.
Pensemos
num boi manso, num cavalo manso, num cordeiro manso. Podemos lidar com eles com
facilidade e sem medo, pois não tem reações agressivas. Assim é a pessoa mansa.
A
mansidão tem muito a ver com bondade e humildade. Porque o coração é bom, trata
as pessoas com mansidão, evitando por todos os meios ofender, magoar, ferir,
fazer sofrer.
Para
haver um clima interior de mansidão é preciso que esse coração não seja
possuído de mágoas, raivas, ódios, vinganças, ressentimentos. Essas emoções
feridas geram sempre um comportamento agressivo e impaciente. Portanto, para
haver mansidão é preciso que esses sentimentos de desamor sejam eliminados por
meio do perdão assumido e repetido muitas vezes. O perdão tem poder de curar as
feridas do coração e de eliminar esses sentimentos de desamor.
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