30 de setembro de 2013

OS FRUTOS DO 
ESPÍRITO SANTO

            A celebração do Santo Natal, por certo, gerou em nós muitas graças divinas para vivermos ainda mais e melhor a nossa vida cristã. Nosso coração transborda das graças do Natal!
            O Espírito Santo, que produziu todas as graças do nosso Natal, quer continuar a fazê-las crescer, a fim de gerar em nós a santidade.
A obra que o Espírito Santo quer fazer crescer no coração daqueles que têm amizade com Ele, daqueles que lhe são devotos, é a “produção” dos chamados “Frutos do Espírito Santo”. Os encontramos citados em Gálatas 5, 22. São: Amor (caridade), alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão, auto domínio.
            A palavra “fruto” nos ajuda na compreensão. O fruto da laranjeira é a laranja, da goiabeira é a goiaba, da jaqueira é a jaca. Imaginemos agora uma árvore que produza nove frutas diferentes... A “árvore” é o Espírito Santo que mora em nós. Ele, em nós, produz todos os nove frutos.
                    1. AMOR – Caridade – Ágape
            São Paulo escreveu: O Fruto do Espírito “É”. Ele não escreveu: “Os frutos do Espírito são...”. O Fruto do Espírito é “amor-caridade”. Parece que São Paulo intencionava dizer que o amor-caridade é a “árvore” dos outros frutos, e que os demais dependem do primeiro. Se lembrarmos que o Espírito Santo é o “Amor - Ágape”  do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai, e que Ele procede do amor do Pai e do Filho, pode-se compreender que esse primeiro fruto se identifica com o próprio “Amor” que é o Espírito Santo. Portanto, o primeiro fruto é o Amor do Espírito Santo que se faz presente no coração humano que o recebe, e de fato, resume todos os demais.
            O amor-caridade é o fruto mais importante do Espírito Santo. Ele não desaparece jamais. Subsiste para além da morte. No céu se vive no amor: "A fé e a esperança hão de desaparecer, mas o amor jamais desaparecerá" (1 Cor. 13,8).
            O amor é o fundamento da própria vida cristã e o resumo de todos os mandamentos da Lei de Deus. A palavra grega que expressa o amor de Deus é “ágape”, traduzida por “caridade”, por se tratar do próprio amor de Deus presente e atuante no coração humano. Com esse fruto, o coração humano passa a amar com o próprio amor de Deus, presente nele.
            O amor que o Espírito Santo produz como fruto Seu é, antes de tudo, o amor de Deus Pai. Ele gera o amor do Pai celeste no coração, de forma experiencial. Ele faz “experimentar” a beleza e a doçura do amor paterno de Deus Pai. A pessoa passa a se sentir amada pelo Pai, com provas de amor muito conscientes. O Espírito clama Aba! É a voz do coração que diz: papai, paizinho, meu pai! Ele cria uma amizade e um relacionamento muito concretos do coração humano com Deus Pai. Esse coração cresce na alegria e na necessidade de adorar, louvar, glorificar, engrandecer e exaltar o Pai Celeste. O Pai passa a ser uma Pessoa muito presente no dia a dia da pessoa. E esta passa a amar, valorizar, publicar e defender tudo aquilo que é do seu Pai.


25 de setembro de 2013

MARAVILHA EM MEDJUGORJE

MAIS UM GRANDE SINAL DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE. UMA VENHA IMAGEM COMEÇOU A BRILHAR NO ESCURO COMO SE FOSSE FOSFORESCENTE

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MARAVILHA EM MEDJUGORJE

A cerca das 21:20 da noite do dia 23 de setembro de 2013, a estátua da Virgem Maria, que tem cerca de 40 anos e que se encontra na antiga casa dos pais da vidente Vicka Ivankovic-Mijatovic no começo da colina das aparições em Medjugorje, começou a brilhar no escuro. Como um portal de noticias local anunciou, uma multidão de peregrinos e de moradores de Medjugorje reuniram-se para entrar na sala e ver a imagem.

Brilhando no escuro quando não há luz acesa, uma velha estátua da Virgem Maria que pertencia à família da vidente Vicka Ivankovic-Mijatovic há 40 anos tornou-se rapidamente o centro das atenções em Medjugorje nesta segunda-feira, 23 de setembro, à noite.
“Mamma mia, hoje em torno de 21,20 a estátua de Nossa Senhora no quarto de Vicka começou a emanar luz por si só! Como fósforo! As pessoas vieram de todos os lados para ver! Você não pode tirar fotos, o flash não mostra nada, só a olho nu pode ver. Linda! “a Laura Marcazzan Budimir, moradora de Medjugorje relatou pelo Facebook.

Para verem por si mesmos, centenas de moradores e peregrinos enfileirados no pátio de Vicka e na rua, ao subir as escadas para o primeiro andar da casa, em pequenos grupos.
“Centenas e centenas de peregrinos chegaram, e alguns estão esperando na fila por duas horas para vê-lo”  relatou Medjugorje 1981/06/25.
A guia exclusiva das peregrinações Medjugorje Brasil, Katarina Verbanac, acaba de nos dar hoje (24/09/2013) a informação de que a estátua de Nossa Senhora está pulsando !
Vejam o trecho do email enviado para Gabriel Paulno, editor do site www.medjugorjebrasil.com

AVE MARIA, AVE MARIA; AVE MARIA!!!!!!!!
Deus seja louvado!!!
Meus amados irmãos e amigos, agora me ligaram de Medjugorje, mais um presente do ceu, mais um abraco da Gospa. Nossa Senhora deu mais um sinal forte que Ela esta em MEDJUGORJE.
ONTEM DE NOITE  A  IMAGEM DA NOSSA SENHORA QUE SE ENCONTRA NA CASA AZUL, COMEÇOU SE  ILUMINAR, DANDO SINAIS DE LUZ, FICA ILUMUINADA, DEPOIS PARA E DEPOIS SE ILUMINA DE NOVO!!!!!!!!

                  Maesinha, Jesus,  agradeço por este presente 

24 de setembro de 2013

A Temperança       
  Ou   Auto domínio)

            A temperança é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres, e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos, e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade.
            A pessoa temperante orienta para o bem seus apetites sensíveis, guarda uma santa discrição e “não se deixa levar pelas paixões do coração” (Eclo, 5,2) Não te deixes levar pelas paixões e refreia os teus desejos. (Eclo 18, 30)
Ela é o freio da nossa alma. A temperança é a virtude pela qual usamos com moderação dos bens temporais, quer eles sejam comida, bebida, sono, diversão, sexo, conforto, etc. Ela nos ensina a usar essas coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados a certas situações.  
A Temperança nos ajudará a vencer os maus pensamentos e maus desejos, ajudará um casal a nunca trair o sacramento do matrimônio pelo adultério, etc. Todos esses maus pensamentos e maus desejos e ocasiões de pecado devem ser combatidos imediatamente, sem perda de tempo, com muita coragem e força, para que não se tornem pecados mortais.  Na verdade, todas as quatro virtudes cardeais se unem no combate da alma para praticar os Mandamentos de Deus.
A temperança é o auto-controle, o auto-domínio, a renúncia, a moderação. A temperança ordena afetos, domestica os instintos, sublima as paixões, organiza a sexualidade, modera os impulsos e apetites. Abre o caminho para a continência, a castidade, a sobriedade, o desapego. É próprio da temperança o cuidado conosco mesmos, com os outros e com a natureza. A temperança não permite que sejamos escravos, mas livres e libertadores, e nos encaminha para o cumprimento dos deveres e para a maturidade humana. Sem renúncia não há maturidade. Grande fruto da renúncia é a alegria e a paz.
Essa temperança é uma virtude humana, que pode existir na vida de uma pessoa sem fé e sem Deus.

Mas existe o “fruto do Espírito” que também se chama temperança ou auto domínio. Esta temperança é produzida no coração da pessoa que cultiva sua fé e mantém um bom relacionamento com o divino Espírito Santo.  É graça de Deus. É o Espírito agindo no coração.

23 de setembro de 2013

A Fortaleza
            A fortaleza é a virtude cardeal ou moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na busca do bem. Ela firma a resolução de resistir às tentações e superar os obstáculos na vida moral.  A virtude da fortaleza torna capaz de vencer o medo, inclusive da morte, de superar as provações e as perseguições. É capaz de dispor alguém a aceitar até a renúncia e o sacrifício de sua vida para defender uma causa justa. “Minha força e o meu canto é o Senhor” (Sl 118, 14). “No mundo tereis muitas tribulações, mas tende coragem, eu venci o mundo” (Jo 16, 33)
A fortaleza é a virtude que dá à nossa vontade a energia necessária para vencer os obstáculos que nos atrapalham na prática do bem.  Devemos resistir, quer dizer, permanecer firmes na fé, apesar dos ataques dos nossos inimigos e das nossas fraquezas pessoais. Ter fortaleza é manifestar espírito de iniciativa, alegria na realização do dever de estado, perseverança no combate contra nossas paixões: o orgulho, o egoísmo, a raiva, a sensualidade, etc. Praticando os atos da virtude de fortaleza, conseguiremos, com a graça de Deus, vencer as tentações, fugir dos pecados e das ocasiões de pecado que nos chamam com tanta força para o mal.
A fortaleza faz-nos fortes no bem, na fé, no amor. Leva-nos a perseverar nas coisas difíceis e árduas, a resistir à mediocridade, a evitar rotina e omissões. Pela fortaleza vencemos a apatia, a acomodação e abraçamos os desafios.. É a virtude dos profetas, dos heróis, dos mártires e dos pobres. A fortaleza dos mártires e a ousadia dos apóstolos, como também a força dos pequenos e dos fracos é um sinal do dom da fortaleza na vida humana e na história da Igreja. Hoje a fortaleza nos leva a enfrentar a depressão, o stress, o câncer, a AIDS, os golpes da vida. Grandes são os conflitos humanos, porém maior é a força para superá-los. A vida é luta renhida, dizia nosso poeta, e a fé é um combate espiritual. “Coragem, Eu venci o mundo!” (Jo 16,33).
Esta fortaleza é uma virtude humana, conquistada pela educação da vontade que, repetindo atos de decisão, forma o hábito de praticar os atos bons com decisão. Uma pessoa sem fé em Deus pode ter até em alto grau essa fortaleza. (Os militares... Os desportistas...)
Existe, porém, o dom infuso da fortaleza. Essa fortaleza é dada em gérmen pelo Espírito Santo no santo Batismo. Neste caso, a graça do Espírito Santo vai inspirando e movendo o coração a agir com prontidão. A repetição dessa obediência ao Espírito Santo desenvolve o dom da fortaleza. Essa fortaleza é muito superior à virtude humana.


21 de setembro de 2013

A Justiça
            A justiça é a virtude que consiste na vontade constante e firme de dar ao outro ( a Deus e ao próximo) o que lhe é devido. “Suum cuique”, isto é, a cada um o que lhe pertence.
A justiça para com Deus se chama “virtude da religião”. A justiça para com os homens dispõe a respeitar os direitos de cada um, e a estabelecer nas relações humanas que promove a equidade em prol da pessoas e da comunidade. O homem justo distingue-se pela correção habitual de seus pensamentos e pela retidão de sua conduta para com o próximo.
Deus entregou a terra a Adão para que ele e seus filhos a plantassem e tirassem dela o seu sustento. O homem usou e usa as coisas da natureza para comer, para vestir, para fabricar objetos necessários à sua vida. Como filhos de Deus e tendo recebido a terra como herança, os homens podem possuir suas coisas, sua terra, sua casa, seus objetos, que lhe são necessários para viver e para alimentar sua família. É fácil compreender que nem sempre haverá um acordo entre os homens sobre a possessão desses bens materiais. 
Para ajudá-los a viver em paz e a possuir com boa medida o que lhes é necessário, Deus nos deu a virtude de justiça, pela qual nós queremos, com nossa boa vontade, dar aos outros o que lhes é devido, protegendo também o que nos pertence e, sobretudo, dar a Deus o que Ele nos pede, no seu amor por nós: amor, dedicação, louvor, etc.
Vamos ilustrar o que dissemos com alguns exemplos:
Quando tomamos emprestado um objeto, a virtude da justiça nos leva a querer devolvê-lo no tempo estipulado, pois sabemos que a pessoa que nos emprestou pode ficar prejudicada se não recebê-lo de volta. Quando compramos um objeto, é justo que paguemos o seu valor.  Quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo (como o matrimônio é um contrato passado diante de Deus, a virtude da justiça nos impede de querer nos separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver para sempre com a pessoa com quem casamos.
Porém, não basta que os homens tenham entre si esse relacionamento de justiça. A vida na sociedade é muito complicada e foi preciso se organizar um governo que ajudasse os homens a viverem juntos numa mesma cidade, num mesmo país.  Por isso, a virtude da justiça vai também atuar no relacionamento dos homens com o governo, quer ele seja um prefeito, um guarda de trânsito, o presidente ou um rei. Os homens devem obedecer às leis estabelecidas pelas autoridades, enquanto que a autoridade deve atuar de forma igual para com todos, ajudando os bons e castigando os maus.

A justiça regula nossa convivência, possibilita o bem comum,  defende a dignidade humana, respeita os direitos humanos. É da justiça que brota a paz. Sem a justiça, nem o amor é possível. É a virtude da vida comunitária e social que se rege pelo respeito à igualdade da dignidade das pessoas. Da justiça vem a gratidão, a religião, a veracidade. Não se pode construir o castelo da caridade sobre as ruínas da justiça. Pelo contrário, o primeiro passo do amor é a justiça, porque amar é querer o bem do outro. A justiça é imortal (Sab 1,15). Esta virtude trata de nossos direitos e nossos deveres e diz respeito ao outro, à comunidade e à sociedade. 

17 de setembro de 2013

As virtudes cardeais
 ou morais
            Quatro virtudes tem um papel central, em torno das quais se agrupam as demais. Recebem o nome de virtudes cardeais. O nome vem do latim “cardo”, que se traduz por gonzo, dobradiça, porque em torno delas se movem todas as demais virtudes humanas.
            São elas: a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança.

                                                       A Prudência
            A prudência é a virtude que ilumina a razão para discernir com segurança, aquilo que é bom, justo, digno, favorável, verdadeiro, e que torna pronta a vontade para buscar decididamente esse bem, e realizá-lo com firmeza e satisfação.
            A prudência leva a distinguir com segurança entre o bem e o mal, o bom e o mau, o justo e o injusto, o certo e o errado, o que faz bem e o que prejudica. E ao mesmo tempo imprime um impulso de praticar o que é bom, justo, certo.
            “ A prudência é a regra certa da ação” escreve Santo Tomás.
            A prudência não se confunde com o medo de agir, nem com timidez pessoal, nem com duplicidade ou dissimulação.
            É a prudência que guia o juízo (julgamento) da consciência. E o homem prudente decide e ordena sua conduta seguindo esse juízo. Graças a esta virtude, aplicamos sem medo os princípios morais aos casos particulares e superamos as dúvidas sobre o bem a praticar e o mal a evitar. (CIC 1806)
Prudência é a virtude que nos ajuda a escolher. Não se trata de escolher coisas fúteis e bobas. A Prudência nos ajuda a escolher os meios adequados para realizar o bem e vencer o mal. É uma escolha muito importante e que a qualquer momento precisamos fazer.
Vou estudar ou vou brincar? Depende da hora! Se for hora de estudar, vamos estudar, se for hora de brincar, vamos brincar. É a prudência que nos ajuda a compreender essas coisas. Ela aproveita a hora propícia, o lugar acertado onde devemos estar e nos impede de tomar decisões precipitadas. O lema dela é: fazer o que é certo, na hora certa, no lugar certo. A Prudência, iluminada pela nossa fé e ajudada pela graça santificante, nos leva a escolher os atos bons que são o caminho da nossa salvação.
É sobre esta Prudência que Jesus fala no Evangelho: «Eis que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como a serpente e simples como as pombas.» (S. Mat 10,16)
Prudência é o reto agir, o bom senso, o equilíbrio. Cuida do lado prático da vida, da ação correta e busca os meios para agir bem. Prudência é o mesmo que sabedoria, previdência, precaução. O prudente é previdente e providente. É pessoa que abandona as preocupações e abraça as soluções. Deixa as ilusões e opta pelas decisões. Rejeita as omissões e se empenha nas ocupações. O lema dos prudentes é: “Ocupação sim, preocupação não.” A prudência coloca sua atenção na preparação dos fatos e eventos e nunca na precipitação nem no amadorismo ou improvisação. Ciência sem prudência é um perigo.


16 de setembro de 2013

AS VIRTUDES HUMANAS
 E CRISTÃS
A palavra “virtude” vem do latim, “virtus”, que significa uma força interior que procede do psiquismo humano e que lhe possibilita realizar com mais facilidade, coragem e fortaleza, os atos bons que deseja realizar.
O termo “virtus”, por sua vez, vem de “vir” que significa varão, varonil. e sugere força, vigor; E “tus”, que sugere incenso, incensado, cultuado. Portanto, “virtus” é o cultivo voluntário de uma força interior para realizar o bem.  
          Virtude, pois, é um vigor, uma força presente no psiquismo humano que facilita e possibilita realizar coisas boas, o bem, com maior prontidão, facilidade e êxito.
            Virtude é um habito bom. Hábito é uma força interior que leva a realizar os “atos” que deram origem ao “hábito”. É pela repetição voluntaria dos ”atos bons” que se cria o “hábito bom”.
            O contrário da virtude é o vício. Este é uma força interior que leva o ser humano a praticar atos maus. Foi pela repetição dos atos maus que se criou o vício.
            “Com todas as forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, persegue-o e o escolhe na prática” (CIC = Catecismo da Igreja Católica - 1803)

As virtudes humanas
            As virtudes humanas são forças interiores que geram atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade, que regulam nossos atos, pondo em ordem nossas paixões e guiando-as segundo a razão e a fé. Possibilitam, assim, facilidade, domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem.
As virtude morais são adquiridas humanamente. (sem a graça... ou com ela...) São os frutos e os germens de atos moralmente bons. (CIC 1804)
            São virtudes humanas: o amor natural, a bondade, a solidariedade, a generosidade, a compaixão, a fidelidade, a nobreza, a justiça, a honradez. a pureza da sexualidade, a humildade,  etc. Elas são humanas e podem existir em alguém que não tenha fé, nem religião. Mas essas mesmas virtudes humanas podem ser “cristianizadas” e se tornarem virtudes cristãs.
            Adquire-se uma virtude mediante algumas ações decisivas:
1. Pelo conhecimento da mesma, pela admiração por ela, pelo desejo de possuí-la.
2. Pela decisão da vontade de realizar os atos próprios dessa virtude, toda vez que houver oportunidade. A repetição do ato gera o hábito.
3. Repetir sempre de novo os mesmos atos até tornar-se um hábito.
4. Criado o habito bom da virtude em questão, reforçá-lo sempre de novo com os atos repetidos com satisfação e alegria. As virtudes humanas precisam ser adquiridas. Porque nascemos com o pecado original, e por causa de suas consequências, não trazemos as virtudes na nossa natureza. Pelo contrário. Trazemos, sim, as tendências para o mal. Trazemos tendências ao orgulho, ao egoísmo, à mentira, à falsidade, ao materialismo, à conservar mágoas e ressentimentos,  etc.

            A raiz primeira das virtudes humanas pode estar já no útero materno. O modo de viver e o comportamento da mãe, durante a gestação, já pode transmitir ao bebê os inícios das virtudes humanas. E o desabrochamento das mesmas se dá na forma de comportamento dos pais, e principalmente da educação que a criança recebe na família, na escola.

11 de setembro de 2013

A VIRTUDE DA MISERICÓRDIA

Uma virtude é uma força que vem do espírito e do psiquismo de uma pessoa, que a leva a praticar com facilidade os atos próprios dessa virtude. Por exemplo: quem possui a virtude da mansidão, pela energia que vem de dentro da pessoa mansa a leva a praticar os atos de mansidão. Dessa mesma forma, a virtude da misericórdia é uma força interior que leva a pessoa a praticar os atos de misericórdia. Toda virtude é um hábito bom. Esse hábito surge pela repetição dos atos dessa virtude. Esse hábito produz os atos da virtude. Por sua vez, a repetição dos atos solidifica sempre mais o hábito ou virtude da mansidão.
Misericórdia é uma palavra composta por “miséria e coração”. É olhar para a miséria do outro, do próximo, de uma pessoa, com o coração, ou seja, com amor. A misericórdia segue cinco passos. 1º Conhecer a miséria do outro. 2º Aceitar que tenha caído na miséria. 3º Compreender – ter compreensão – pela miséria da pessoa. 4º Perdoar a miséria  5º. Tirar a pessoa da miséria. O objetivo final é sempre tirar a pessoa de sua miséria.
Quais são as misérias? Todos os pecados, todos os vícios, todos os problemas que afetam a vida da família, das pessoas, de uma comunidade são as misérias de que alguém é portador. Os vícios do alcoolismo, da droga, da prostituição, do adultério, da fornicação, da mentira, da corrupção, do ódio, da vingança, dos ressentimentos, da gula, da ira, da inveja, da preguiça etc.
Para tirar alguma pessoa de sua miséria é preciso seguir os cinco passos citados acima, e perseverar no empenho de conseguir o objetivo desejado.
Jesus insiste na virtude da misericórdia: “Eu quero a misericórdia e não o sacrifício” (Mt 9,13). “Sede misericordiosos como vosso Pai dos Céus é misericordioso”. Então aqueles que têm o espírito de Jesus misericordioso terão a mesma atitude de Deus que é o amor, atitude de perdão, de compaixão, de compreensão, de ajuda, de partilha, de solidariedade. Como recompensa pelas ações misericordiosas,  as pessoas serão felizes porque alcançarão a misericórdia. Na verdade todos temos necessidade da misericórdia de Deus, pois todos temos algumas misérias.
            A virtude da misericórdia nasce da virtude teologal da caridade-amor. Aquele que é animado pelo amor, sente compaixão por ver alguém nas suas misérias e sente o desejo de libertá-lo das mesmas. É então que a virtude da misericórdia se manifesta, e esse coração se empenha para salvar alguém de suas misérias.
Jesus incluiu entre as oito bem aventuranças a misericórdia, Aquele que é misericordioso é bem aventurado porque alcança a misericórdia divina nas suas misérias. Para ser misericordioso é preciso possuir a virtude da misericórdia. É ela que induz a realizar os atos de misericórdia.
Como é bela a virtude da misericórdia! Como é belo o coração misericordioso! Este coração jamais faz crítica negativas, pejorativas, em relação a alguém que tem as suas misérias. Ele não acusa ninguém por causa de suas misérias. Ele não julga e nem condena as pessoas por causa de suas misérias. Ele sabe ser benigno, sabe explicar e minimizar as misérias alheias. Até mesmo porque ele sabe que também tem suas lutas contra as suas misérias, não acusa, não julga, não condena aqueles que carregam suas misérias humanas. Procura, sim, restaurá-lo e salvá-lo,

Podemos pedir ao Espírito Santo que nos conceda as graças para podermos criar a virtude da misericórdia, a fim de praticarmos essa virtude, sermos misericordiosos e alcançarmos a misericórdia divina.

10 de setembro de 2013

  VIRTUDE DA BENIGNIDADE

            O nome “benignidade” vem de “bem”, “benigno”. A benignidade é uma virtude e um fruto do Espírito que também nasce do amor-caridade. Quando a pessoa ama a alguém, quanto maior for esse amor, maior será o bem que deseja e quer para o amado.
         Precisamos fazer uma distinção entre bondade e benignidade. A bondade nasce do amor e realiza ações boas de toda espécie para o amado. A benignidade nasce do amor, e faz o bem ao amado, compreendendo suas fraquezas, minimizando seus erros, perdoando com generosidade, não guardando mágoas por causa de suas fragilidade. A pessoa benigna  procura “minimizar”  o grau e a culpa dos erros, das fraquezas, dos pecados, das misérias das pessoas. A pessoa que tem esse fruto, sempre procura “minorar”, “minimizar”, “desculpar” e “absolver” aqueles que erram de qualquer modo. A benignidade está associada à ideia de misericórdia, de amabilidade, de brandura e de compaixão.
            O contrário da benignidade é a facilidade de denunciar, de julgar e de condenar com rigor exagerado aqueles que cometem algum erro. São aqueles que de “um mosquito fazem um camelo”. São os exagerados diante dos erros alheios. Uma pequena falta é considerada por eles como se fosse um grande crime. Por detrás desses exageros sempre está o orgulho que aprecia humilhar, criticar, condenar, sobrepor-se.
             A pessoa que tem benignidade faz o contrário. Movida pelo amor e pela compreensão, pela misericórdia e pela bondade, sempre procura desculpar, explicar, minimizar e absolver o erro e o culpado. Deus é um “Juiz Benigno”. Na liturgia nós pedimos a Deus que seja um juiz benigno para conosco, diante dos nossos erros e pecados. A sua misericórdia supera o juízo, nos diz a escritura.
            Na base da benignidade humana está a humildade. Porque a humildade se baseia sobre a verdade das pessoas, das ações, das fraquezas e dos pecados, a pessoa humilde tem a necessidade de ser benigna para com o próximo. O Orgulho é o oposto da benignidade. Os que tem temperamento colérico, se não receberam o fruto da benignidade, pecam muito contra essa virtude, por causa do orgulho que sempre está embutido no temperamento colérico.
Uma das virtudes que abençoa muito o nosso relacionamento com as pessoas é a “benignidade”, que é o comportamento de uma pessoa que está voltada apenas para fazer o bem e querer apenas o bem de todos. E este bem querer se manifesta de modo especial na compreensão das fragilidades das pessoas e, por isso, na facilidade de desculpar, minimizar e perdoar.
Benignidade é a qualidade de ser afetuoso, bondoso, serviçal, generoso, dócil e doce. É tratar bem as pessoas, sempre! É um estado de espírito, um estilo de vida, um sentimento íntimo bondoso, em especial para compreender e perdoar os erros das pessoas, minimizando sua culpabilidade.
A pessoa com esse sentimento da benignidade tem o desejo e o prazer em fazer o bem aos outros e o faz sempre com alegria no coração. O resultado é a felicidade multiplicada em seus relacionamentos sociais.  “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade: ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens.” (Pv.3, 3-4)
            A benignidade é a irradiação da mansidão, uma perfeita compreensão das necessidades alheias, de suas fraquezas humanas, de suas limitações pessoais, agindo com misericórdia. É uma atitude inspirada por Deus que nos leva a procurar o bem do nosso próximo, reerguendo-o de suas fraquezas e necessidades morais.
             A benignidade é a virtude e o fruto do Espírito que desafia o nosso caráter e a nossa personalidade, porque é uma forma inabalável de amar, que ama o próximo apesar de suas fraquezas e limitações, jamais acusando-o, julgando-o ou condenando-o. Ao contrário, esse amor compreende, desculpa, minimiza o erro e perdoa por amor.
            A benignidade é uma irmã gêmea da misericórdia. A palavra misericórdia vem de ‘miséria’ e ‘coração’. A misericórdia é o amor de um coração que se debruça sobre a miséria de alguém, a fim de tirá-lo de sua miséria, de recuperá-lo de seus pecados, vícios e fraquezas. A benignidade é o amor que leva a misericórdia a compreender, aceitar, acolher e perdoar a pessoa que está na miséria, não acusando-a, não julgando-a, não condenando-a, mas procurando retirá-la do seu estado de miséria.
A benignidade é uma das marcas da sabedoria que vem de Deus: estimula o amor, promove a paz, engrandece o nome de Jesus, confronta o egoísmo, vence o ódio, une as pessoas e socorre os carentes (Tiago 3:17-18). A Bíblia ensina que uma pessoa benigna deve evitar brigas, refletir a tolerância de Jesus e exercitar a paciência no Senhor (II Timóteo 2:24-25).
            A pessoa que possui a virtude da benignidade é afável e gentil para com seus semelhantes, não se mostrando inflexível e amargo, julgador, acusador e condenador. Deus é a fonte dessa qualidade, e Cristo o melhor exemplo. Ele foi uma pessoa imensamente gentil, conforme o evangelho o retrata. E o seu amor o fazia mostrar-se plenamente benigno. Foi como ele agiu com a adúltera que iria ser apedrejada. Com sua benignidade Ele a perdoou, e com sua misericórdia a tirou do adultério: “Vai, e não tornes a pecar”.  Essa virtude torna o fiel benigno, desejoso do bem a todos, principalmente para os seus inimigos.


9 de setembro de 2013

VIRTUDE DA GENEROSIDADE

A generosidade é a virtude do dom, ou seja, do dar, do doar gratuitamente a alguém, aquilo que lhe falta e lhe seja necessário.  É o gesto de lhe oferecer o que não é dele, mas que passa a ser dele, quando foi feita a doação.
Todos temos algo para dar. Pode ser dinheiro ou bens materiais. Esta é, aliás, a  associação mais comum que fazemos quando pensamos em generosidade. Mas esse objeto da doação também pode ser um conhecimento, coisas que nós sabemos e que podemos partilhar para ajudar os outros. Essa doação pode ser um abraço, uma palavra de conforto, um carinho. Afinal, a generosidade é, antes de mais nada, uma inclinação do espírito para fazer o bem, por amor gratuito.
Generosidade é a virtude que a pessoa tem, quando acrescenta algo ao próximo. Generosidade se aplica também quando a pessoa que dá algo a alguém tem o suficiente para dividir ou não. Não se limita apenas em bens materiais. Generosos são tanto as pessoas que se sentem bem em dividir um tesouro com mais pessoas porque isso lhes fará bem, quanto aquelas que dividem um tempo agradável para outros, sem a necessidade de receber algo em troca.
A generosidade é um vocábulo que vem do latim generósitas, que significa bondade, boa qualidade. A generosidade é uma virtude que diz respeito à posse de bens e, sobretudo, no dar parte deles a quem precisa e na quantidade apropriada, tendo em conta a propriedade da pessoa que dá, e as necessidades de quem recebe.
A generosidade é uma virtude da dádiva. Distingue-se da justiça pelo fato de não se limitar a dar ao outro aquilo que é dele ou lhe pertence, mas sim aquilo que, sendo nosso, faz falta ao outro. A generosidade depende mais do coração e do temperamento.
É bom fazer uma distinção entre altruísmo e generosidade. Segundo o filósofo e educador Mario Sergio Cortella, as duas virtudes são boas, mas diferentes. Agir esperando alguma espécie de retribuição seria altruísmo, representado no lema "faça aos outros o que queres que façam contigo". A generosidade seria a prática da doação desinteressada, feita mesmo quando se sabe que não haverá recompensa, cujo mote é "faça o bem porque é bom fazer". Na prática, a pessoa generosa não fica se gabando porque doou dinheiro para uma entidade beneficente. Mas não é pecado se sentir bem depois de uma boa ação.
Se a generosidade se tornou artigo raro, um pouco da culpa é da sociedade atual, calcada em valores como o egoísmo e o individualismo. "Pensamos muito em nosso próprio umbigo e pouco no dos outros", diz Mario Sergio Cortella. Para ele, isso é ainda mais forte nas classes mais altas. "Na favela, se desaba um barraco, a vizinha acolhe os filhos da que perdeu a casa, dizendo 'onde comem dez comem 15'. Na classe média, às vezes, as pessoas nem sabem o que fazer com os pais idosos". Isso acontece porque, nas favelas, ainda impera o espírito de cooperação que guiou nossos antepassados na época das cavernas. Nas favelas, sem a ajuda do vizinho, não se sobrevive.      Um dos mecanismos que a sociedade sempre teve para educar para a generosidade foram as religiões. Como sempre foram preocupadas com a moral, as crenças em um poder superior costumam estimular as virtudes como a generosidade, a solidariedade, a compaixão. "Ninguém nasce generoso". "É preciso aprender". No cristianismo, por exemplo, costumam-se contar as histórias de Cristo como inspiração para os fiéis. Uma das mais conhecidas é a do milagre da multiplicação de pães e peixes. "O que Cristo fez foi juntar o pouquinho que cada um tinha, e realizar o milagre de repartir entre todos". Exercitar todos os dias as virtudes como a generosidade é uma forma de combater os vícios, como o egoísmo.
Em uma sociedade que pede apenas que você receba, nunca doe, a generosidade é um treino. O primeiro passo para a generosidade é saber se somos individualmente capazes de oferecer. O desafio é estar atento às necessidades da vida em comum, não só às nossas. Para poder ajudar o outro, o primeiro passo é enxergá-lo, ouvi-lo, perceber suas necessidades. Uma vez que percebemos a necessidade do outro, é hora de partir para a ação. Porque ser generoso é, antes de tudo, uma escolha.
            Há uma distinção a ser feita entre a generosidade e a justiça: "É certo que a justiça e a generosidade têm ambas a ver com as nossas relações com os outros, mas a generosidade é mais subjetiva, mais singular, mais afetiva, mais espontânea, ao passo que a justiça, mesmo aplicada, conserva algo de objetivo, de mais universal, de mais intelectual ou mais refletido".
A generosidade é uma virtude porque procura finalidades retas, isto é, dar às pessoas certas, nas quantidades adequadas, no momento certo e da forma correta.
Há algumas condições inerentes aos ato generoso. Não depende da quantidade que se dá, mas das possibilidades do doador. O que se dá tem de provir de fontes corretas. Dá-se apenas porque se gosta de dar, sem quaisquer outras finalidades ou razões. O generoso é o que dá de acordo com as suas posses e em função de finalidades retas. O generoso é mais pronto a dar benefícios do que a receber.
 A maneira pessoal de viver a Generosidade
1. Me esforço por reconhecer as necessidades reais dos demais.
2. Reconheço meus próprios talentos (capacidades, qualidades, conhecimentos) e os  coloco a serviço dos demais.
3. Reconheço o que valem minhas próprias posses, meu tempo, meu esforço, etc.
4. Realizo ações buscando o autêntico bem dos demais com bastante freqüência.
5. Realizo as seguintes ações com bastante freqüência: emprestar coisas próprias, dar algo meu, estar disponível, escutar aos demais, exigir dos demais razoavelmente.
6. Permito aos demais realizar ações em meu favor.
7. Perdôo.
8.Faço esforços para superar o cansaço, a doença, a preguiça como fim de atender aos demais
9. Atuo a favor dos demais buscando seu bem mais que a própria satisfação e sem pensar no que posso pedir em troca.
10. Esforço-me em atender às pessoas que mais necessitam de minha atenção.
11. Ajudo aos meninos/meninas a concretizar suas preocupações para ajudar aos demais.
12. Busco e ofereço oportunidades para que os alunos/filhos possam decidir livremente se estão dispostos a realizar ações em favor dos demais.
13. Ajudo-os a descobrir as necessidades reais dos demais.
14. Ajudo- os a distinguir entre o que são caprichos dos demais e o que são necessidades reais.
15. Ajudo- os a reconhecer o valor de suas próprias posses, de seu tempo etc.
16. Ajudo- os a reconhecer quais são os motivos que realmente têm quando atuam em favor dos demais.
17. Ajudo os jovens não apenas a dar, mas também a receber.
18. Consigo que os jovens realizem ações em favor dos demais por motivos elevados.
19. Busco maneiras de conseguir que os alunos/filhos superem a comodidade, a preguiça e a inércia com o fim de centrar sua atenção nos demais.
20. Falo com os meninos/meninas para que aprendam a relacionar a generosidade com o amor e especialmente com o amor a Deus e com o amor de Deus.



7 de setembro de 2013

A  VIRTUDE  DA  MANSIDÃO

            A virtude da mansidão também é filha do amor-caridade. Porque a pessoa vive a experiência de sentir-se amada pelo Deus-Trindade e pelos irmãos, e de sentir-se amando-os com alegria e felicidade, naturalmente ela se torna uma pessoa mansa.
            A mansidão é uma energia psicológica e espiritual presente no psiquismo da pessoa que faz com que ela tenha naturalmente um controle espontâneo sobre suas emoções e sentimentos no tratamento com as pessoas e com os acontecimentos, capaz de manter-se tranqüila, serena, calma, sem ansiedades ou estresse, relacionando-se e interagindo com serenidade e paz de espírito.
A mansidão do coração faz com que a pessoa  ao se relacionar com os outros não seja agressiva, compulsiva, agitada, estressada, ofendendo, ferindo, agredindo o próximo. Ao mesmo tempo ela tem a capacidade de não se deixar ferir, ofender com facilidade. Imaginemos uma almofada fofa coberta de veludo. Se lhe dermos um soco, ela não nos machuca e nem se ofende. Ela permanece a mesma, fofinha como antes. Assim é o coração manso: não ofende e nem se deixa ofender com facilidade.
            Pensemos num boi manso, num cavalo manso, num cordeiro manso. Podemos lidar com eles com facilidade e sem medo, pois não tem reações agressivas. Assim é a pessoa mansa.
            A mansidão tem muito a ver com bondade e humildade. Porque o coração é bom, trata as pessoas com mansidão, evitando por todos os meios de ofender, magoar, ferir, fazer sofrer.
            Para haver um clima interior de mansidão é preciso que esse coração não seja possuído de mágoas, raivas, ódios, vinganças, ressentimentos. Essas emoções feridas geram sempre um comportamento agressivo e impaciente. Portanto, para haver mansidão é preciso que esses sentimentos de desamor sejam eliminados por meio do perdão assumido e repetido muitas vezes. O perdão tem poder de curar as feridas do coração e de eliminar esses sentimentos de desamor.
A palavra mansidão transmite o sentido de brandura, de ternura. Uma pessoa mansa transmite paz e segurança, porque acomodou a agitação do dia a dia, e porque  venceu a ira.
A mansidão não é uma qualidade com a qual se nasce. Para se possuir essa virtude é preciso: 1º conhecê-la e desejá-la ardentemente; 2º purificar o coração de todo sentimento de desamor, como foi citado acima; 3º pedi-la ao Espírito Santo e 4º cultivá-la conscientemente dentro de si.  A mansidão está incluída entre os frutos do Espírito Santo. Por isso se almejamos ser mansos, devemos entender que mansidão precisa de um cultivo espiritual, que sempre leva à harmonia e não à discórdia.
O que não é mansidão
A mansidão não é morosidade, não está ligada a ser moroso, a não ter iniciativa, a aceitar tudo do jeito que está para não se irar. Não é isso. Uma pessoa mansa vive muito mais com qualidade de vida do que uma pessoa iracunda, agitada, amargurada, porque administra melhor situações difíceis. Portanto, quando pensamos em alguém manso, lancemos fora da nossa mente a idéia de que manso é alguém inerte, sem vida, passivo, que não tem direção, que não está apto para reivindicar os seus direitos. Mansidão não está ligada a nada disso.
Mansidão também não é timidez. Não podemos pensar que uma pessoa mansa seja alguém tímida. O manso é naturalmente uma pessoa calma e tranqüila, mas segura de si e de suas emoções.
Uma pessoa mansa não é alguém frio e calculista, mas sim, alguém que mesmo calada, analisa o que está acontecendo de errado ao seu redor e consegue reverter o quadro, porque não age na impulsividade das emoções. Sabe tomar decisões precisas.
Jesus Cristo é nosso maior exemplo de mansidão. Se seguirmos seus exemplos seremos pessoas mansas para agradar ao Pai e colher êxito em todas as áreas da nossa vida.  Jesus convidou a todos para virem a Ele, pois Ele é manso e humilde de coração. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:28,29).
 Os mansos são pessoas que sofrem com paciência as perseguições injustas. Nas adversidades os mansos mantêm o ânimo sereno, humilde e firme, e não se deixam levar pela ira ou pelo abatimento. A virtude da mansidão é muito necessária para a vida cristã. Normalmente, as frequentes manifestações externas de irritabilidade procedem da falta de humildade e de paz interior.
A virtude da mansidão parece fadada ao esquecimento e desprezo, já que não se vê como se pode coadunar com o homem moderno e competitivo. É preciso um profundo senso cristão para compreender que a mansidão não é “a fraqueza de caráter que dissimula, alguém que manifesta debaixo de um exterior adocicado um profundo ressentimento. A mansidão é uma virtude interna que reside ao mesmo tempo na vontade e na sensibilidade, para lá fazer reinar a serenidade e a paz, mas que se manifesta exteriormente, nas palavras e nos gestos, por maneiras afáveis.
A mansidão, como virtude, não se confunde com a inércia e a omissão. Faz a pessoa atuar e não ser vingativa, compreendendo os limites dos outros e cooperando com sua superação, com atitude de quem aceita o outro e tudo faz para o seu bem. Eis o que diz São Francisco de Sales, mestre e modelo da mansidão: "A humilde mansidão é a virtude das virtudes que Deus tanto nos recomendou. É necessário praticá-la sempre e em toda parte".  
A mansidão deve ser praticada especialmente com os pobres, os quais normalmente, por causa da sua pobreza, são tratados asperamente pelos homens. Deve-se ainda usar da mansidão particularmente com os doentes que se encontram aflitos e, as mais das vezes, recebem pouco cuidado dos outros. Devemos exercer a mansidão principalmente com os inimigos. É preciso “vencer o mal com o bem", isto é, o ódio com o amor, a perseguição com a mansidão. Assim fizeram os santos e por esse meio conseguiram o afeto de seus maiores inimigos.
Uma pessoa emocionalmente ajustada, amadurecida é também aquela que aprende a conviver com o inesperado, com as circunstâncias diante das quais nós não temos nenhum tipo de controle. Por isso mesmo, é que presenciamos a violência muitas vezes no trânsito, no trabalho, na família. A falta de mansidão, a falta de domínio próprio, a falta de controle, leva muitas pessoas a agirem de forma violenta.

A mansidão revela o ser tranqüilo, não-passivo, mas tem auto-controle. Por isso a Bíblia é muito clara “os mansos herdarão a terra”. Isso quer dizer, viverão mais e sofrerão menos, terão menos motivos para a ansiedade, e por conseguinte, serão menos agressivos e menos violentos. Os mansos aprendem a ver a vida, as coisas, as pessoas com mais praticidade, sob uma ótica diferente, por isso até a sua maneira de falar passa a ser também diferente, com brandura e mel, ao invés de violência e fel. 

6 de setembro de 2013

A VIRTUDE DA FIDELIDADE

            O nome “fidelidade” tem ligação com fé. Do latim, “fídes” e “fidélitas”, que se traduzem por fé e fidelidade. Também essa virtude é “descendente” do amor-caridade. Quando um coração se sente muito amado pelo Deus-Trindade e pelos irmãos, e corresponde a esse amor decididamente, ele se torna rigorosamente fiel para com eles. Porque tem compromissos de amor com Eles, não quer decepcionar e nem ofender, não cumprindo todos os compromissos assumidos com Eles, e por isso, naturalmente se torna fiel.
            A Fidelidade é uma virtude que o Espírito Santo molda em nosso coração de cristãos, que nos faz fiéis em todos os compromissos, nas promessas e nos deveres para com Deus, para com o próximo e para conosco mesmos. Esta virtude nos leva a sermos fiéis ao Senhor, ao próximo e a nós mesmos.
            A fidelidade nos leva a sermos honestos e fiéis nos dízimos, nas ofertas, na observância do domingo; nos deveres matrimoniais, familiares e sociais; nos relacionamentos com os amigos e associados; no pagamento das dívidas; no dar ao próximo aquilo que lhe pertence.
            A fidelidade nos torna fiéis conosco mesmos, não nos vendendo por preço algum, não abrindo mão dos valores espirituais, familiares, morais, sociais e comunitários. “Os que permanecerem fiéis até a morte receberão a Coroa da Vida”.
            Somos fiéis quando mantemos a palavra dada. Também somos considerados fiéis se cumprimos com nossas obrigações e compromissos – na hora em que devem ser cumpridos - apesar das eventuais dificuldades. 
Somos fiéis quando mantemos os compromissos de toda a vida estabelecidos com Deus, com o conjugue, com os amigos e com aqueles que dependem de nós, como clientes, empregados, e outros.   
A virtude da fidelidade se conquista  com sua prática cotidiana, no cumprimento fiel do pequeno dever de cada dia, como levantar cedo todos os dias, fazer a ginástica nos dias determinados, cumprir com os deveres de casa, quer profissionais  quer familiares, sem adiamentos. 
Pelo exercício da fidelidade nas pequenas coisas cotidianas acabamos desenvolvendo a virtude da fidelidade nas coisas que custam mais. Quem já não experimentou a boa sensação de que uma atividade que inicialmente nos custava, aos poucos, à medida que a cumprimos fielmente, ela vai se tornando cada vez mais fácil a ponto de nos admirarmos que isso pudesse nos custar tanto?
Os sentimentos e os estados de ânimo do homem são mutáveis, e sobre eles não se pode construir uma vida de fidelidade. A virtude da fidelidade é conquistada pela prática  de obras reais de amor, o qual apesar dos sacrifícios, adquire a firmeza do amor verdadeiro. Sem amor, aparecem logo as infidelidades nos compromissos assumidos.   
A fidelidade nos compromissos por toda uma vida é possível por meio da fidelidade nas  pequenas coisas, e por recomeçar toda vez que saímos um pouco do caminho. 
É porque se crê na importância de um determinado valor, como por exemplo o valor da família, do matrimônio, da amizade, que a fidelidade adquire o seu valor ativo. Através da fidelidade transcendemos nossas limitações. A fidelidade é uma vitória sobre as dificuldades internas e externas, é uma perenização do que vale a pena no tempo. 
 A função da fidelidade é exatamente aperfeiçoar a pessoa no tempo vivido. Se acreditamos que alguma coisa é um grande valor, também cremos que este valor é durável, é eterno. Isso é fidelidade. Percebemos a eternidade do valor que escolhemos.
Não podemos ser fiéis ao ideal de família, mudando de esposa quando nos convém, nem podemos nos dizer defensores da família, se estamos vivendo situações contrárias, como, por exemplo, ser amante de um homem casado. Por isso a fidelidade não pode ser coisa de momento ou apenas de discurso, mas é uma prática duradoura e dever ser tão profunda a ponto de mover o nosso modo de ser.   
A virtude da fidelidade é construída na vida cotidiana pela repetição de pequenos atos e fidelidade. Se nos deixarmos levar pelos caprichos, pelas inconstâncias, ou pelas pequenas infidelidades, inviabilizamos um projeto pessoal, não só porque as circunstâncias variáveis do instante acabam por nos escravizar, como também porque o tempo não volta para refazermos nossa reputação de outra forma. 
Somos fiéis quando mantemos a palavra dada. Se cumprimos com nossas obrigações e compromissos apesar das eventuais dificuldades então temos a virtude da fidelidade. Somos fiéis quando mantemos os compromissos assumidos, aqueles estabelecidos por Deus, aqueles referentes ao nosso cônjuge, os de amizade, e todos aqueles compromissos referentes à nossa vida profissional, como compromissos de qualidade para com os clientes, de honestidade e justiça para com os empregados, etc. A fidelidade é uma virtude que dá muita dignidade à nossa pessoa e à nossa vida em sociedade.   
Quando aderimos a uma causa nobre e lutamos por ela, é ela que nutre a nossa fidelidade. Por isso, o amor verdadeiro, grande, não pode ser dedicado a ninharias, porque logo desistimos. Onde o amor é pequeno, a fidelidade é curta, o tempo se torna longo, e os sacrifícios,, mesmo pequenos, se tornam insuportáveis. É preciso estar unido a Deus, o próprio amor, fonte de todo bem, para mantermos a fidelidade. 
Se formos infiéis nos pormenores da vida, certamente seremos infiéis nas grandes coisas. Quem é fiel nas pequenas coisas, o será também nas grandes. (Jesus Cristo).