VIRTUDE
DA GENEROSIDADE
A generosidade é a virtude do dom, ou seja, do dar, do doar gratuitamente a alguém, aquilo que lhe falta e lhe seja necessário. É o gesto de lhe oferecer o que “não é dele”, mas que passa a “ser dele”, quando foi feita a doação.
Todos
temos algo para dar. Pode ser dinheiro ou bens materiais, ou bens psicológicos,
ou bens espirituais. Doar bens materiais é, aliás, a associação mais comum que fazemos quando
pensamos em generosidade. Mas esse objeto da doação também pode ser um
conhecimento, coisas que nós sabemos e que podemos partilhar para ajudar os outros.
A doação pode ser um abraço, uma palavra
de conforto, um carinho. Afinal, a generosidade é, antes de mais nada, uma
inclinação do espírito para fazer o bem, por amor gratuito.
Generosidade
é a virtude que a
pessoa tem, quando ela acrescenta algo ao próximo. Generosidade se aplica
também quando a pessoa que dá algo a alguém tem o suficiente para dividir ou
não. A generosidade não se limita apenas em doar bens materiais. Generosas são
tanto as pessoas que se sentem bem em dividir um tesouro com mais pessoas,
porque isso lhes fará bem, quanto aquelas que dividem um tempo agradável para
outros, sem a necessidade de receber algo em troca.
A generosidade é uma virtude que diz respeito à posse de bens e,
sobretudo, no dar parte deles a quem precisa e na quantidade apropriada, tendo
em conta a propriedade da pessoa que dá, e as necessidades de quem recebe.
A generosidade é uma
virtude da dádiva. Distingue-se da justiça pelo fato de não se limitar a dar ao
outro aquilo que é dele ou lhe pertence, mas sim aquilo que, sendo nosso, faz
falta ao outro. A generosidade depende mais do coração e do temperamento.
É
bom fazer uma distinção entre altruísmo e generosidade. As duas virtudes são
boas, mas diferentes. Agir esperando alguma espécie de retribuição seria
altruísmo, representado no lema "faça aos outros o que queres que façam
contigo". A generosidade seria a prática da doação desinteressada, feita
mesmo quando se sabe que não haverá recompensa, cujo ditado é "faça o bem
porque é bom fazer". Na prática, a pessoa generosa não fica se gabando
porque doou dinheiro para uma entidade beneficente. Mas não é pecado se sentir
bem depois de uma boa ação.
Se
a generosidade se tornou artigo raro, um pouco da culpa é da sociedade atual,
calcada em valores como o egoísmo e o individualismo. "Pensamos muito em nosso próprio umbigo e pouco no dos outros.
Isso é ainda mais forte nas classes mais altas. "Na favela, se desaba um barraco, a vizinha acolhe os filhos da
que perdeu a casa, dizendo 'onde comem dez comem 15'. Na classe média, às
vezes, as pessoas nem sabem o que fazer com os pais idosos. Isso acontece
porque, nas favelas, ainda impera o espírito de cooperação e generosidade que
guiou nossos antepassados na época das cavernas. Nas favelas, sem a ajuda do
vizinho, não se sobrevive.
Um
dos mecanismos que a sociedade sempre teve para educar para a generosidade
foram as religiões. Porque sempre foram preocupadas com a moral, as crenças em
um poder superior costumam estimular as virtudes como a generosidade, a
solidariedade, a compaixão.
"Ninguém
nasce generoso". "É preciso aprender". No cristianismo, por
exemplo, costumam-se contar as histórias de Jesus Cristo como inspiração para
os fiéis. Uma das mais conhecidas é a do milagre da multiplicação de pães e
peixes. "O que Cristo fez foi juntar o pouquinho que havia, e realizar o
milagre da multiplicação e de repartir entre todos". Exercitar todos os
dias as virtudes como a generosidade é uma forma de combater os vícios, como o
egoísmo.
Em
uma sociedade que pede apenas que você receba, nunca doe, a generosidade é um
treino. O primeiro passo para a generosidade é saber se somos individualmente
capazes de oferecer. O desafio é estar atento às necessidades da vida em comum,
não só às nossas. Para poder ajudar o outro, o primeiro passo é enxergá-lo,
ouvi-lo, perceber suas necessidades. Uma vez que percebemos a necessidade do
outro, é hora de partir para a ação. Porque ser generoso é, antes de tudo, uma
escolha.
Há uma
distinção a ser feita entre a generosidade e a justiça: "É certo que a
justiça e a generosidade têm ambas a ver com as nossas relações com os outros,
mas a generosidade é mais subjetiva, mais singular, mais afetiva, mais
espontânea, ao passo que a justiça, mesmo aplicada, conserva algo de objetivo,
de mais universal, de mais intelectual ou mais refletido".
A generosidade é uma
virtude porque procura finalidades retas, isto é, dar às pessoas certas, nas
quantidades adequadas, no momento certo e da forma correta.
Há algumas condições
inerentes aos atos generoso. Não depende da quantidade que se dá, mas das
possibilidades do doador. O que se dá tem de provir de fontes corretas. Não
pode ser furto de roubo, de corrupção. Dá-se apenas porque se gosta de dar, sem
quaisquer outras finalidades ou razões. O generoso é o que dá de acordo com as
suas posses e em função de finalidades retas. O generoso é mais pronto a dar
benefícios do que a receber.
1 Comentários:
Excelente
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