31 de março de 2015

SEDE DO DEUS VIVO

Todo ser humano tem sede de felicidade. Todo coração humano busca insistentemente satisfazer seus anseios íntimos de plenitude. A grande maioria lança-se pelos mais diversos caminhos na busca de algo que possa satisfazer. Busca nas riquezas, nos prazeres de toda sorte, no poder, na fama e nas glórias humanas. Todos esses ficam frustrados, pois o coração humano não pode se satisfazer com essas soluções. Só o amor pode fazer feliz, realizado e satisfeito o coração humano, pois foi criado “para” o amor. Ora, o amor absoluto, perfeito e plenificante que o pode satisfazer e deixar feliz é Deus, pois “Deus é amor”(1Jo 4,8.16). Só a posse de Deus pode fazer o coração feliz.

Ao encontrar o Deus vivo, ao mergulhar no maravilhoso oceano do seu mistério, do seu amor, do seu poder, da sua bondade e fidelidade, da sua misericórdia e salvação, o coração humano se satisfaz, sente-se pleno, realizado, feliz. Esta felicidade o leva a buscar ansiosamente um relacionamento pessoal, a construir uma amizade única com o seu Deus vivo. A amizade com Deus o impulsiona sempre mais a querer possui-lo, abrangê-lo, admirá-lo, envolver-se com ele, e a ele se render sem restrições e medidas. Esta “fascinação por Deus” se torna insaciável. Quanto mais o possui e é por ele possuído, tanto mais quer possuí-lo e ser possuído. Esse “crescendo” vai até à eternidade, pois só ali há a absoluta e definitiva “mútua posse”.
O autor do salvo 62 faz uma oração-declaração, profundamente reveladora do “crescendo” que ocorre com o coração que é possuído e que possui a Deus. Este salmo revela as emoções de felicidade diante da posse de Deus, e da possibilidade de intensificá-la mais e mais.
“Sois vós, ó Senhor, o meu Deus”! - O coração revela aqui, sutilmente, a alegria e a sorte de conhecer o Deus vivo e verdadeiro, e de possuí-lo como “seu” Deus.
“Desde a aurora ansioso vos busco! Penso em vós, no meu leito, de noite! Nas vigílias suspiro por vós”!- Deus gera tal satisfação e felicidade que o coração o procura insistentemente “desde a aurora”, desde o abrir os olhos na madrugada, antes de entregar-se ao sono, e até nas noites maldormidas. Porque anseia pela felicidade e encontrou a sua fonte, o coração é induzido a buscar a Deus e a querer estar com ele em todos os momentos.
“A minh’alma tem sede de vós! A minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água”! – Alma e carne, espírito e corpo, “tem sede e desejam” uma posse mais intensa, pois então será maior a felicidade, a satisfação, a plenitude, o repouso feliz em Deus.
“Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder”! O templo é o lugar privilegiado da presença do Deus-Amor, que faz o coração feliz. O templo mais próximo, mais revelador da presença divina é o próprio coração amante de Deus, empolgado com Deus. Revela São Paulo: “Não sabeis que sois templos de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós”? O coração amante de Deus sempre o procura para contempla-lo, para admirá-lo, para descobrir nele, progressivamente, seus atributos, suas belezas divinas, sua grandeza e poder.
“Vosso amor vale mais do que a vida, e por isso meus lábios vos louvam. Quero, pois, vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos”! Ao contemplar o Deus vivo e amado, o coração descobre que “ele é amor”, e que esse amor é dom preciosíssimo, que “vale mais do que o próprio viver”. Diante dessa descoberta, o coração não pode calar, não consegue silenciar. “Abre os lábios” e “eleva as mãos” para adorar, louvar, engrandecer, exaltar e render-se a Deus.
“A minh’alma será saciada como em grande banquete de festa! Cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós o meu louvor”! Ao contemplar, louvar, possuir e ser possuído por Deus, o coração se satisfaz “no banquete do amor”, e sente a plenitude que tanto anseia. Nesta “festa do coração”, a alegria intensa faz jorrar o louvor ao Deus vivo.
Só o amor “do e pelo” Deus vivo pode satisfazer o coração humano, pode gerar a verdadeira e duradoura felicidade tão ansiada por ele. Todos queremos e buscamos a felicidade. Eis onde ela se encontra: na amizade profunda com o Deus vivo, uno e trino, cultivada com perseverança e fidelidade, por meio de toda forma de relacionamentos religiosos, espirituais e místicos.



30 de março de 2015

CUIDADO! - ELES MENTEM !
Alguém foi chamado de “mentiroso, e pai da mentira”. Se é pai da mentira, gera mentirosos. Todos os que são gerados por ele são mentirosos. Ele é o “inimigo  de todos os seres humanos. Os que são mentidos, enganados, ludibriados por ele, e o seguem, são como filhos, discípulos, e tornam-se mentirosos como ele. Ele é o demônio... Foi Jesus quem o disse, não eu! Seus discípulos são todos os que propagam a mentira, o erro, o mal, a imoralidade, a inverdade. São os que glorificam, exaltam, defendem e propagam os vícios, as aberrações sexuais, a desonestidade, o aborto, o adultério, o homossexualismo, o lesbianismo, o sexo livre na juventude, a corrupção, o divórcio e tantos outros erros e pecados.
O pai da mentira e seus filhos, com meios poderosos, com argumentos sutis, com ares de donos da verdade, com arrogância poderosa para sufocar quem queira desmenti-los, dominam os meios de comunicação, a sociedade e a opinião pública. Trabalham com tanto ardor e sofisticação, que suas mentiras convencem multidões. Alienam a razão. As pessoas perdem o senso crítico e simplesmente engolem tudo, como se fosse verdadeiro, correto, normal, bom, justo, necessário para ser feliz, para realizar-se, para vencer na vida. Mentem! Mentem descaradamente! Desavergo-nhadamente! Inescrupulosamente!
Cuidado! Muito cuidado! Você é um alvo muito visado por eles: pelo pai da mentira e por seus discípulos e parceiros. Eles mentem. Cuidado! Eles apresentam o produto mentiroso de uma forma tão bela, tão convincente e com tantos argumentos, que chegam a seduzir. E seu produto é atraente, convidativo e sedutor, pois gera muito prazer, satisfação, exaltação, sensação de sucesso e de vitórias, de liberdade e de importância. Mas tudo é um péssimo veneno com gosto de chocolate. No primeiro momento, nos primeiros tempos, tudo é uma maravilha. Depois vêm as consequências. Consequências de todo tipo. Consequências destruidoras.
Quando vêm as consequências, eles olham para a vítima e riem; e a criticam; e a julgam; e a condenam; e dizem que é irresponsável, marginal, degenerada; e exigem que seja presa, metida na cadeia, porque é bandido. Cuidado! Eles seduzem, criam e exploram as vítimas, para depois condená-las.
Eles mentem! Suas vidas são mentirosas! Suas propostas de vida são rigorosamente mentirosas, pois geram a infelicidade, a destruição de adolescentes e jovens, de casais e de famílias. Suas mentiras destroem vidas no aborto, traumatizam crianças e adolescentes pela separação dos casais, geram jovens revoltados, inseguros, desequilibrados. Seus produtos destroem a saúde, o equilíbrio pessoal, a moralidade, o bom senso, o respeito para com o outro, a palavra dada, o compromisso assumido, o juramento feito e assinado.
Causados tantos males, eles nem tomam conhecimento, pois sua conta bancária está alta, sua fama vai longe, sua vaidade chega às nuvens, sua arrogância por terem conseguido seus objetivos é um rolo compressor que massacra quem queira se opor, sua consciência de dominação destrói impiedosamente qualquer proposta alternativa.
Cuidado! Eles mentem para você! Mentem sempre, sem parar! Mentem para conquistar você, para seduzi-lo e explorá-lo. Cuidado! Tenha muito senso crítico. Analise muito bem o produto que oferecem. Analise o que aconteceu com os que já foram aliciados, seduzidos e envenenados por eles. Pelos resultados, você pode saber com toda certeza que eles vendem veneno com sabor de chocolate.
Onde buscar a verdade? Em Jesus! Ele é a verdade! Ele ensina a verdade! Porque Ele ama você, sua verdade gera vida, saúde, realização e felicidade. Siga Jesus, e você vencerá o “pai da mentira” e todos os seus associados.



27 de março de 2015

SE ARREPENDIMENTO MATASSE

Muitas pessoas carregam o pesado fardo do remorso, da auto-condenação, da raiva ou mágoa de si mesmos, da vergonha por erros cometidos, por fracassos ou quedas acontecidas. Esses sentimentos de auto-desamor geram um clima psicológico e emocional muito ruim e prejudicial para a própria pessoa, bem como dificuldades a todo bom relacionamento, como também criam problemas à saúde física.
Uma forma simples, mas poderosa e eficaz de curar todos esses sentimentos de auto-desamor é a prática do auto-perdão. O perdão dado a si mesmo, perdão generoso, misericordioso e repetido muitas vezes, é capaz de curar profunda e complemente todos os sentimentos de auto-desamor.
É preciso compreender que perdoar-se não é apenas justificar-se, racionalizar os erros cometi-dos, pôr panos quentes, ou isentar-se de culpa. Perdoar-se é reconhecer o erro, reconhecer que agiu de forma equivocada e negativa, que causou prejuízos a si ou a outras pessoas e, por ter errado, tomar a decisão consciente de absolver-se, de perdoar-se dos erros cometidos.

A cura pelo auto-perdão
Como concretizar essa terapia do auto-perdão? - Você procura um lugar silencioso, como: seu quarto, a sala da casa, o escritório ou uma igreja. Concentra-se. Ora por uns instantes e pede a Jesus a força interior de poder perdoar-se profundamente. Em seguida, fala consigo mesmo, diz seu próprio nome e perdoa-se detalhadamente de tudo quanto seu coração o acusa. Perdoa-se, absolve-se dos erros cometidos e de suas consequências. Por exemplo: “Eu, Joacir, me perdoo de todo coração por ter ofendido tão gravemente minha esposa, na discussão que tivemos. Eu me perdoo de todo coração. Eu me perdoo por tê-la agredido com palavras tão duras. Perdoo-me por tê-la entristecido tanto, e tê-la feito chorar tanto. Eu me perdoo por ter criado aquele clima tão triste e penoso dentro do lar. Eu errei muito, mas eu me perdoo de todo coração”.
Dessa forma, você vai se absolvendo de tudo aquilo que está sendo causa de seus sentimentos de auto-desamor. Você pode percorrer toda sua vida e perdoar-se dos possíveis erros cometidos contra seus pais e irmãos, contra o cônjuge e filhos, contra sua própria pessoa, ou contra outros.
É importantíssimo repetir essa terapia mais vezes. Uma ou duas vezes ao dia, até sentir-se profundamente perdoado, curado e liberto de todo auto-desamor. O segredo da cura está na “repetição” do auto-perdão.
Curar-se de todos os sentimentos de auto-desamor é uma bênção para sua própria vida.



25 de março de 2015

VOCAÇÃO: CHAMADO DIVINO


Quando se fala em “vocação” pensa-se, quase sempre, no chamado feito por Jesus a um ser humano para que assuma o sacerdócio ou a vida religiosa consagrada, masculina ou feminina. Verdade é que o enfoque que se dá atualmente às vocações está mudando lentamente esse quadro. Fala-se claramente em vocação para o sacerdócio, para a vida consagrada, para o matrimônio, para uma consagração leiga, para um celibato leigo etc. A realidade das múltiplas vocações eclesiais está sendo melhor definida, e melhor compreendida pelo povo de Deus.
Sacerdócio e vida consagrada
Todo católico que vive sua fé e caminha na Igreja, conhece os sacerdotes e compreende sua vocação, seu chamado divino para esse ministério. Conhece a vocação das religiosas consagradas, também chamadas de freiras ou irmãs. Talvez entenda pouco a respeito das diversas congregações, mas tem conhecimento da realidade dessas vocações.
Existe também a vocação à vida religiosa consagrada masculina. São homens chamados por Jesus para se consagrarem a Deus e servirem a seu povo, mas fora do sacerdócio. Esses se consagram ou numa congregação, ou num instituto religioso como, por exemplo, os Irmãos Maristas, os Irmãos Lassalistas, os Irmãos do Sagrado Coração de Jesus e outros.
Outros homens, chamados por Jesus para essa forma de vida consagrada, se consagram a Deus em ordens, congregações ou institutos, onde a maioria é de sacerdotes.
Nessas há sacerdotes e há consagrados não sacerdotes. Duas classes? Não. Duas vocações diferentes dentro de uma mesma ordem, congregação ou instituto.
Há ainda outras vocações destinadas a diferentes formas de consagração a Deus, diferente da feita em ordens, congregações e institutos de vida consagrada. São as vocações para uma consagração a Deus em
institutos seculares, em associações de vida apostólica, ou mesmo, para uma consagração individual leiga.
As novidades do Espírito
Em nossos dias, principalmente a partir da presença e da ação renovadora da Renovação Carismática, bem como de outras “espiritualidades”, estão surgindo muitas novas comunidades de vida, nas quais os vocacionados por Jesus, fazem algum tipo de consagração, para servir aos irmãos, na Igreja, dentro do carisma específico de cada comunidade. A novidade do Espírito Santo, neste campo, é a diversidade de pessoas chamadas para a mesma comunidade: solteiros e casados, homens e mulheres, famílias inteiras. É tão surpreendente essa realidade, que esse tipo novo de comunidade ou instituição ainda não é contemplado no Código de Direito Canônico. No entanto, a realidade é de tal forma exuberante e incontestável, na Igreja dos nossos tempos, que a Santa Sé a está estudando com atenção e interesse, a fim de poder abrir-lhe espaço no Código e conceder-lhe legitimidade canônica.




24 de março de 2015

VOCAÇÃO OU DOM NATURAL?

“Vocação é como um jogo de quebra-cabeça. À medida que a pessoa encontra os pedaços adequados e progressivamente vai formando o quadro, se sente estimulada a prosseguir. Ao concluir a montagem, sente o sabor da vitória alcançada e a gratificação da obra realizada”. Bem. Esta definição comparativa e explicitativa da vocação não é minha. De todo modo pode ser uma boa “chave de compreensão” para quem deseja compreender o que é uma vocação.
O termo ‘vocação’ vem da língua latina, do verbo “vocare”. Vocação se traduz por ‘chamado’. Este termo é usado em diversos sentidos, pois seu significado se abre como as muitas e diferentes palhetas de um belo leque.

Vocação ou dom natural?
Algumas pessoas chamam de ‘vocação’ os dons naturais congênitos dados por Deus às pessoas. Por exemplo: o dom de pintar, de esculpir, de desenhar, de cantar, de composição musical, de tocar instrumento musical, de escrever com arte, de falar com perfeição, de dramaturgia, de algum esporte específico etc. etc. Em última análise, esses dons procedem de Deus Pai, devem ser cultivados e colocados a serviço do bem das comunidades e das pessoas. Pergunta-se: são vocações, são dons naturais especiais, ou são carismas? Talvez a designação não seja muito importante. Significativo é desenvolver este pendor e colocá-lo a serviço do bem comum.
Pessoalmente prefiro chamar de “dons naturais”, congênitos, a essas capacidades especiais e personalizadas, embutidas na própria natureza da pessoa. Em sentido muito amplo, e analisados a partir do doador, Deus Pai, que os concede para que a pessoa os coloque a serviço do bem de todos, poder-se-ia, talvez, chamá-los de “vocação”. O leitor tem aqui a possibilidade de avançar na reflexão e optar por uma definição mais pessoal.

Vocação e realização
Quando alguém consegue encontrar todas as peças e chega a montar um grande jogo de ‘quebra-cabeça’, tem a grata sensação de vitória alcançada, e de gratificação por ver que aquele amontoado de pecinhas se tornou um belíssimo quadro. Não é exatamente assim que se sente aquele de abraçou sua vocação e a fez uma fonte de bem para seus irmãos?...
Quando alguém caminha em sua vida com o coração aberto para Deus e para o amor dos irmãos, algum dia poderá sentir uma misteriosa voz interior, chamando, chamando, convidando para alguma missão. Quando esse coração der ouvidos à voz que chama, prestar atenção ao convite, der uma resposta positiva e se empenhar para cumprir a missão recebida, encontrará muito mais sentido em seu viver, descobrirá a alegria e a grandeza de poder servir a Deus na pessoa dos irmãos, fará um grande bem a muita gente, será uma bênção para a comunidade e, ele mesmo, perceberá o valor maior de sua vida, feita ‘dom’ para os irmãos.
Vocação é um ‘quebra-cabeça’?... Sim! Mas só até o momento de reconhecer, assumir e realizar a missão confiada por meio da vocação. Depois, ‘vocação é realização’!... “Realização-cumprimento” diário da missão recebida e assumida, e “realização-felicidade” do coração, por cumprir a missão.



23 de março de 2015

VOCAÇÃO UNIVERSAL
O termo ‘vocação’ vem da língua latina, e se traduz por ‘chamado’. Esse termo é usado em diversos sentidos, pois seu significado se abre como as muitas e diferentes palhetas de um belo leque.
Em seu significado mais específico, evangélico e eclesial, vocação é o chamado que Jesus ressuscitado faz a determinadas pessoas, propondo-lhes algum “estilo diferente de vida’ e/ou alguma ‘missão’ a ser realizada. Foi o que ocorreu com os doze Apóstolos. Foi o que aconteceu com milhões de homens e mulheres, nestes 2.000 anos, desde a ressurreição de Jesus até os nossos dias. Estes todos, chamados por Jesus, disseram um “Eis-me aqui, envia-me, Senhor!”, e se tornaram padres, bispos e papas. E as mulheres tornaram-se religiosas consagradas em ordens, congregações, institutos ou comunidades de consagradas.

Uma vocação universal
Em sentido muito amplo e abrangente, pode-se falar em ‘vocação à vida’, pois todo ser humano é chamado por Deus a existir para sempre, isto é, para uma rápida peregrinação por este planeta, e depois a viver a vida eterna.
Junto com o chamado à vida, existe a vocação ao ‘cristianismo’. Todos os seres humanos são criados pelo Pai celeste a fim de se tornarem ‘filhos de Deus’ pelo conhecimento e aceitação de Jesus e pelo recebimento do Espírito Santo, no santo Batismo. Mesmo que muitos, muitíssimos não cheguem a sê-lo, a vontade do Pai é esta: ‘que todos cheguem ao conhecimento da Verdade, que é Jesus, se tornem filhos de Deus e se salvem’. Estas vocações à vida e à filiação divina são universais. Isto é, são para todos os seres humanos.

Vocacionados a servir
Em nossos dias, na Igreja, toma-se cada vez mais consciência de um chamado para uma diversidade cada vez maior de ministérios, pastorais e serviços a serem prestados nas comunidades católicas. Este chamado pode ser para o exercício dos ministérios leigos como: do Batismo, do Matrimônio, da Eucaristia, da Esperança etc. Outros se sentem chamados aos diversos trabalhos de evangelização querigmática ou de catequeses. Outros, para as mais diversas pastorais. À medida que os leigos estão assumindo seu lugar específico na Igreja e a hierarquia abandona o habitual clericalismo e abre espaço para eles, estes ministérios, pastorais e serviços passam a ser dinamizados por pessoas mais conscientes, mais bem preparadas e, principalmente, por pessoas que assumem “não por serem ‘chamadas’ pelo padre”, ou “porque têm vontade de fazer alguma coisa”, mas porque descobriram em seu coração o chamado de Jesus. Portanto, assumem a sua missão ‘por vocação’, por causa do chamado do Mestre.



20 de março de 2015

Vocação para o Matrimônio

O termo ‘vocação’ vem da língua latina, e se traduz por ‘chamado’. Esse termo é usado em diversos sentidos, pois seu significado se abre como as muitas e diferentes palhetas de um belo leque.
Em sentido amplo, pode-se falar em ‘vocação para o matrimônio’, para a ‘paternidade ou para a ‘maternidade’. Estas são vocações implícitas na própria natureza criada. Pelo fato de alguém ser criado ‘homem’, em sua natureza está ‘embutido’ o chamado ao matrimônio e à paternidade. Da mesma forma, aquela que é gerada ‘mulher’ traz em si mesma a vocação ao matrimônio e à maternidade. As exceções são muito raras, e quase sempre determinadas por algum tipo de problema pessoal.
É preciso afirmar de imediato que aqueles que são chamados ao sacerdócio e à vida consagrada, quer masculina quer feminina, trazem, sim, em sua natureza, essa vocação ao matrimônio, à paternidade e à maternidade. Se estes todos assumem o celibato, não é por falta da vocação ao matrimônio, mas sim por uma ‘opção positiva’ diante do chamado de Jesus para uma vida celibatária. Estes todos podem afirmar: “Eu não renunciei ao matrimônio!... Eu aceitei o convite de Jesus, e optei, e escolhi livre, voluntária e positivamente viver esse tipo de vida para o qual Ele me chamou!”
Na verdade, a família é tão importante para o ser humano, que o matrimônio, a paternidade e a maternidade deveriam ser sempre assumidos “como uma vocação personalizada” do Pai celeste. O conhecimento da responsabilidade, da importância e da grandeza de formar um lar deveria ser tão profundo que induzisse os jovens a se prepararem para o matrimônio com todo cuidado, esmero e honestidade. Aliás, deveria ser exatamente com a mesma seriedade como um jovem se prepara para o sacerdócio, ou uma jovem se prepara para a vida consagrada.
Para os jovens poderem se preparar muito bem para o matrimônio, precisam possuir um conhecimento claro e profundo do “projeto divino da procriação humana”. Esse conhecimento lhes mostrará o verdadeiro significado do “masculino e do feminino”, da “genitalidade” masculina e feminina, do sentido da “mútua atração” entre o homem e a mulher, do significado do namoro, do noivado e do casamento, bem como da importância de formar um lar que seja “ninho de amor”, para a realização e felicidade do casal e dos filhos.



19 de março de 2015

OS VALORES ETERNOS 
DA FAMÍLIA

Sem os valores essenciais da família, o ser humano se sente sem raízes, se desestrutura, perde-se nos caminhos da vida, não se realiza, se torna infeliz, e como conseqüência, vem muitos outros males. As agressões que se fazem hoje contra a família são tremendas. Principalmente no Brasil, os meios de comunicação são tremendamente direcionados no sentido de desfazer as verdadeiras hierarquias de valores, e de quererem implantar a inversão de todos os valores de uma família bem constituída. Percebemos que, por todos os lados, se fazem tentativas para a destruição da estabilidade da família, ninho de amor necessário para realização do ser humano. A família, portanto, é o lugar onde a pessoa humana se desenvolve, cresce e amadurece no amor. Realizando-se no amor, torna-se feliz.
Percebamos a importância de uma família bem constituída, de uma família que vive no amor, tanto para a felicidade do marido, como para a felicidade da esposa, bem como para a felicidade dos filhos. Sabemos que os filhos que têm a graça de viver numa família bem constituída, eles têm muito mais chance de formar uma personalidade sadia e equilibrada, de se realizar na vida, e de encontrar um melhor caminho para sua realização pessoal. Ao contrário, quando filhos são concebidos, nascem e são criados em famílias desajustadas, herdam uma história de sofrimentos, de desajustes e de traumas. E por causa de sua família desajustada, vão percorrer pelos caminhos da vida carregando seus sofrimentos, talvez sem nunca encontrar uma verdadeira realização pessoal. A não ser que tenham a grande sorte de poderem curar sua história, equilibrar sua personalidade e fazer acontecer uma realização pessoal feliz.
Percebemos o quanto é importante que a família seja um ninho de amor. Um ninho, onde todos possam amar e se deixar amar, e nesse diálogo de amor, haja um crescimento tal que todos cheguem à maturidade do coração, já que é na maturidade do amor que o ser humano se realiza.

18 de março de 2015

RECEBER AMOR, 
PARA APRENDER A AMAR
Fazendo uma comparação teórica, em números, poderíamos dizer que, ao ser concebida e gerada, bem como até aos dois ou três anos, a criança tem 100% de necessidade de receber amor e 0% de dar amor. Aos seis, sete, oito anos, a criança tem 90% de necessidade de receber amor, e apenas 10% de necessidade de corresponder ao amor recebido. À altura dos catorze, quinze anos, o adolescente tem 70% de necessidade de receber amor, mas já possui 30% de necessidade de corresponder ao amor recebido. Poderíamos dizer que, lá pelos 22, 25 anos de idade, se o jovem recebeu muito amor, poderá ter chegado aos 50% de necessidade de receber e 50% de necessidade de dar amor. Aqui está a linha divisória entre a imaturidade e a maturidade do coração. É a passagem para a maior necessidade de dar amor, do que de recebê-lo. Quando a pessoa humana passa a sentir mais necessidade de amar do que de ser amada, ela chegou a entrar na maturidade afetiva. Maturidade esta que deve prosseguir pela vida afora, até chegar, talvez, a ter 90% de necessidade de dar amor, e apenas 10% de necessidade de recebê-lo.
É preciso esclarecer que a maturidade do coração não chega naturalmente com a idade. Ela acontece pela quantidade de amor recebido e oferecido ao longo da vida. Existem pessoas que nunca chegam à maturidade do amor, mesmo que cheguem aos 90 anos. Não amadurecem, porque não receberam bastante amor, nem na infância, nem na meninice, nem na adolescência, nem na juventude e nem no matrimônio.
Usando uma comparação, eu diria que a maturidade do coração se assemelha à alimentação do corpo. Por exemplo. Se uma criança é mal alimentada desde os primeiros meses, e a má alimentação prossegue nos primeiros anos, na adolescência e na juventude, ela se torna uma pessoa mal nutrida e raquítica. No amor pode ocorrer exatamente o mesmo processo. Quando uma criança não recebe tanto amor quanto deveria receber, e a falta de amor se prolongar pela vida afora, a pessoa fica raquítica no coração. Pode ficar imatura, e pior ainda, pode se tornar uma pessoa portadora de profundas carências afetivas.
Reafirmo que é por esse jogo de amor, por esse diálogo de amor que consiste em dar e receber amor dos pais, dos irmãos, na família, na comunidade, que o coração amadurece, que a pessoa chega à maturidade, e passa a sentir a realização do seu coração.



17 de março de 2015

O SEU JESUS É O VERDADEIRO?

É belo, gratificante e causa alegrias ao coração saber que Jesus está vivo, está conosco, agora e em todos os momentos de nossa vida diária. Saber que Ele nos ama profundamente. Saber que quer agir poderosamente em nossa vida para libertar, salvar, curar nossos males e produzir vida melhor. É estimulante sabermos que Jesus vivo quer manter e crescer numa amizade profunda conosco, quer manter um relacionamento crescente e diário.
Jesus quer ser alguém muito presente e significativo para nós. Quer manter e aprofundar uma amizade sólida, bem como deseja cultivar um relacionamento diário, exatamente para poder ser nosso Salvador pessoal, para poder fazer acontecer em nossa vida um processo permanente e progressivo de salvação.
Oxalá não, mas talvez a nossa formação religiosa nos tenha criado uma imagem falsa de Jesus. Talvez tenham nos apresentado um Jesus não muito verdadeiro e, por isto mesmo, não muito simpático, atraente e cativante. Pode ocorrer que o nosso, seja um Jesus até interessante por aquilo que viveu, falou e fez, mas seja um Jesus distante de nós, inatingível, que não se interessa por nós, que não se importa com nossa vida, com nossos problemas, com nossas necessidades. Pior. Talvez o nosso seja um Jesus incompreensivelmente exigente, um juiz que fica anotando e condenando os mínimos erros ou tropeços. Quero dizer-lhe que esse Jesus é falso. Aliás, não existe! Se foi dessa forma que no-lo apresentaram, mentiram. Enganaram-nos. Caricaturaram Jesus. Mesmo que o tenham feito com boa vontade...



16 de março de 2015

O PAI CELESTE CHAMA !
Para aqueles católicos que abandonaram sua fé, sua Igreja, sua vida de oração, sua vida cristã, o Deus misericordioso e preocupado com a salvação desses seus filhos que o abandonaram, tem um chamado todo especial: “Converte-te ao Senhor, abandona os teus pecados! Volta para o Senhor! (Cf. Eclo 17,21-23) Diz mais: “Volta ao Senhor teu Deus, porque foi teu pecado que te fez cair. Volta ao teu Senhor” (Cf Os 14,1-2) E diz ainda: “Desde o tempo de vossos pais vos apartastes de meus mandamentos, e não os guardastes. Voltai a mim e eu me voltarei para vós”. (Mal 2,7) Sim, Deus se preocupa muito com aqueles que dEle se afastaram, e por isso vivem no pecado, correndo o risco de perde-rem-se para a vida eterna. Essa perda seria a pior desgraça que poderia ocorrer na vida de alguém: perder o céu e ser condenado à separação eterna de Deus e dos Santos.
Quais são os motivos pelos quais o nosso Deus nos chama com tanta insistência, com tanta misericórdia e com tanta bondade para que nós nos voltemos a Ele de todo coração? É porque Ele nos ama com amor divino e eterno. É porque Ele sabe que se nós vivermos no seu amor e no amor ao próximo, estaremos vivendo no melhor caminho para nosso verdadeiro bem, realização e felicidade. Vivermos numa profunda amizade com Deus nos dá a sabedoria que procede se seus ensinamentos, os quais são todos para o nosso maior bem, durante esta vida, e como garantia de uma futura vida eterna feliz. O chamado de Deus à conversão e às ressurreições, na verdade, é um chamado a sermos santos. Viver em santidade na vida cristã de cada dia é a graça máxima que um batizado pode ter.


15 de março de 2015

O OXIGÊNIO DO AMOR
O oxigênio mais importante e necessário para o seu coração jovem, o alimento mais desejado e melhor saboreado por você, é o amor. De forma particular, o amor afetivo.
A fase tão bela e importante de sua juventude está, natural e necessariamente envolta pela atmosfera do amor. O seu coração jovem deseja e espera receber muito amor dos pais e irmãos, dos familiares e amigos, enfim, de todos aqueles com quem se relaciona. É próprio do seu coração esperar receber amor, muito amor, pois necessita dessa seiva vital para amadurecer, para sentir-se pleno, realizado e feliz. O maior vazio, o mais doloroso e angustiante vazio, é o do coração carente de amor.
Além de desejar e esperar receber muito amor, o seu coração jovem sente uma necessidade incontida de amar, de dar amor afetivo, de sentir-se amando afetivamen-te. Essa experiência faz vibrar seu coração e lhe proporciona uma sensação de felicidade e plenitude, de sucesso e maturidade.
Apesar da experiência desejada do corte definitivo do cordão umbilical, isto é, da busca da liberdade e independência em relação aos seus pais e irmãos, você se sente muito bem quando percebe que está amando afetivamente aos pais, e por isso, consegue dialogar, questionar com amor, conviver em harmonia com eles. É que seu coração sente necessidade de amar afetivamente e gosta de perceber o sucesso desta experiência de amor.
Mais ainda. O seu coração jovem sente necessidade imperiosa de amar a alguém de outro sexo, em quem “achou graça”, e por quem se afeiçoou. Aliás, este impulso é movido por dupla força: o anseio natural de amar, e o desejo existencial de se completar, formando casal.
Embora o anseio de amar a alguém do sexo oposto sempre contenha uma par-cela menor ou maior de desejo erótico, nesse anseio predominam: o êxtase do amor afetivo, a realização que proporciona, a sensação de sucesso no amor, e a plenitude do coração.
Esta experiência do sucesso no amor deixa você feliz. Mais. Ela é importante para sua maturação humana e segurança pessoal. É uma experiência e ventura muito desejáveis para todos os jovens. Quero dizer: oxalá todos os jovens, todos, sem exceção, realizassem com sucesso pleno tal experiência e ventura do “ser amado e do amar”. O fracasso que nenhum jovem deveria experimentar é o do “não ser amado, não sentir-se amado e não conseguir amar”. Esse fracasso quebra a espinha dorsal da personalidade do jovem, gera uma profunda sensação de vazio e infelicidade, leva-o a procurar satisfazer-se com aquilo que não pode preencher, e que muitas vezes, aumenta ainda mais o vazio interior e a sensação de infelicidade.
O oxigênio mais importante é o amor!



13 de março de 2015

MARIA DO CORAÇÃO DE JESUS
O coração é o símbolo universal do amor. Usado, aliás, com muita frequência, por quem deseja exprimir seu amor por uma pessoa, por uma cidade, por um time de futebol etc. 
Porque o coração é o símbolo do amor, quando dizemos “Coração de Jesus”, queremos exprimir todo o amor de Jesus Cristo ressuscitado por seu Pai, por seu Espírito Santo, por seus pais: Maria e José, por sua Igreja, por todos os seres humanos, por você e por todos os seus familiares, por mim e minha família, enfim, por todos nós. Jesus é uma pessoa que só soube e só sabe fazer uma coisa: amar. Tudo quanto Jesus pensou e pensa, falou e fala, realizou e realiza, quis e quer, tudo brota e jorra do seu coração, ou seja, do seu amor. Jesus não sabe fazer outra coisa senão amar.
Da mesma forma, quando dizemos “Coração de Maria”, entendemos o amor que sempre impulsionou a vida da mãe de Jesus. Em Maria, o coração é o símbolo de todo seu amor pelo Pai celeste, por seu Filho, pelo Espírito Santo, por São José, pela Igreja e por todos os seres humanos. Preservada do pecado das origens e cheia da graça divina, Maria foi a pessoa humana com a maior capacidade natural e sobrenatural de amar. Por ser imaculada, nela não havia barreiras ao amor. Cheia de graça, nela havia a força da perfeição da caridade, ou seja, a perfeição do amor.
Podemos intuir, admirar, contemplar e encantar-nos com a profundidade, a perfeição, a dimensão, a gratuidade e a comunicação-comunhão de amor existentes entre os corações de Jesus e de Maria. Incluindo, necessariamente, nessa intuição, o amor afetivo intenso e permanente que foi vivenciado por eles, durante sua vida terrena!
Maria é todinha do Coração de Jesus. E Jesus é todinho do Coração de Maria. O lugar principal, ou seja, o altar principal no coração de Maria é ocupado por Jesus. E Maria ocupa, no coração de seu Filho, um lugar imediatamente abaixo do lugar do Pai e do Espírito Santo. Jamais, outro filho com sua mãe, souberam amar-se tão abrangentemente, como o souberam e sabem Jesus e Maria.
O Coração de Jesus escolheu e preparou para si u’a mãe, a mais perfeita e bela no espírito, no psíquico e no físico. Para entendê-lo, basta dizer que foi “preservada do pecado original” e “cheia de graças divinas”, em função de sua maternidade, e pelos méritos futuros de seu próprio filho. Por sua vez, o Coração de Maria, por ser mãe sem deficiências pelo fato de ser imaculada, e por ser perfeita no amor por ser cheia de graças, amou e ama com amor perfeito e irretocável a seu filho, acolhendo-o generosamente, entregando-se inteiramente para servi-lo como mãe, colaborando de forma perfeita com ele, em sua missão salvífica.
Estes dois corações: o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria tornaram-se inseparáveis, indivisíveis. Quem penetra no amor desses corações percebe de imediato que aquilo que Maria mais quer, é que seu Filho seja conhecido, acolhido, correspondido no amor, obedecido e seguido, a fim de que ele possa salvar aos que nele creem; e que aquilo que Jesus muito quer é que sua mãe seja conhecida, acolhida e correspondida em seu amor materno. Prova é que, crucificado, em dores inimagináveis, Jesus não esqueceu de nos dar em testamento, como herança, sua própria mãe para ser também nossa mãe: “Mulher, eis aí teu filho! Filho eis aí tua mãe”!(Jo 19,25-27)
Sagrado Coração de Jesus, ensinai-nos a ser filhos amorosos de vossa e nossa mãe! Imaculado Coração de Maria, ensinai-nos a corresponder ao amor de vosso filho Jesus.


11 de março de 2015

O ESPÍRITO SANTO
 É MESTRE DE ORAÇÃO
            Uma das maiores honras, alegrias, grandezas e riquezas do ser humano é poder relacionar-se, é poder conversar com o Deus vivo.           Alguns consideram honra e privilégio poderem conversar com o presidente da república. Fotografam o acontecimento e o exibem até com vaidade. Uma das grandes alegrias de minha vida foi poder conversar por um breve minuto com o Papa João Paulo II. Ver as fotos renova as emoções daquele dia inesquecível.  Percebamos então a maravilha, a honra e a graça de podermos conversar, sempre que quisermos, com o Deus vivo: com o Pai celeste, com Jesus ressuscitado, com o Espírito Santo.
Orar é conversar com Deus
     Toda conversa, toda fala com Deus é oração. Mas só é verdadeira oração aquela comunicação escrita e lida, ou espontânea, que seja uma  “conversa”, uma forma de comunicação com Deus. Só é verdadeira oração aquela prece que põe em contato o coração humano com o coração de Deus.
   O Espírito Santo é mestre em ensinar, formar e educar para a melhor oração, aquela que seja comunicação com Deu
    Porque sabe quanto Deus ama o ser humano e quer perdoá-lo, libertá-lo, curá-lo, preenchê-lo de bens, santificá-lo, realizá-lo e fazê-lo feliz, o Espírito Santo quer levar o ser humano a escutar, a falar, a comunicar-se com o Deus vivo. É principalmente por meio desse relacionamento que Deus realiza sua obra no coração humano.
   Também porque sabe quanto o ser humano é pobre, frágil, necessitado, enfermo  e  pecador  que  o Espírito  Santo   quer conduzi-lo a se relacionar com Deus. Ele sabe que só Deus tem todas as soluções e respostas para todos os problemas humanos.
            Diante desses dois porquês, o Espírito Santo quer ensinar o ser humano a elevar-se para Deus, a comunicar-se com Deus, a orar a Deus, a ouvir e dar respostas a Deus. Numa palavra: o Espírito Santo quer ensiná-lo a orar.
O Espírito Santo leva à oração
 Basta que a pessoa conheça e acolha o Espírito Santo como amigo, para que Ele se manifeste e a induza à oração, à comunicação com Deus. O Espírito Santo pode até manifestar-se com um Dom infuso de oração. Isto é, pode conceder uma capacidade imediata de abrir o coração e a boca, e começar imediatamente a adorar, louvar, glorificar, bendizer, agradecer, ou pedir perdão a Deus. Mesmo que a pessoa nunca o tenha feito antes.
    O Espírito quer ensinar todas as melhores formas de oração como: contemplação, meditação, oração de quietude, escuta, adoração, louvor, ação de graças, salmodia, intercessão, oração penitencial e outras. Pode até conceder o dom de orar numa linguagem ininteligível.
            Mais do que ensinar, Ele pode conceder um dom imediato, pelo qual o coração passa a orar por uma capacidade infusa.

            “Espírito Santo, ensinai-me a orar! Ensinai-me a conversar com Deus! A ouvir o Deus vivo! Ensinai-me a me relacionar com o Deus da minha vida e do meu coração! Educai-me para a melhor comunicação com Deus! Dai-me o dom da oração! Sede meu mestre de oração. Amém!”

10 de março de 2015

O ESPÍRITO SANTO 
E A ESPIRITUALIDADE


A vida cristã se alimenta, cresce, amadurece e se perpetua necessariamente por meio da espiritualidade cristã. Todos os atos religiosos: a santa Missa, a santa Comunhão, a celebração dos Sacramentos, todas as formas de oração pessoal ou comunitária, enfim, toda prática religiosa, encontra seu sentido pleno, sua graça, importância, beleza e necessidade, na espiritualidade. Sem espiritualidade, as práticas religiosas são vazias, sem graça e sem fruto, sem significado e sem importância.
Dessa realidade nasce e se torna evidente a necessidade da pessoa do Espírito Santo. Ele é o autor, a fonte jorrante, o alimentador e o condutor da espiritualidade cristã. Aliás, o temo “espiritualidade” veio exatamente do nome do Espírito Santo.
A garantia de adquirir, desabrochar, amadurecer e viver uma autêntica espiritualidade cristã, bem como uma frutuosa vida cristã, é criar e cultivar uma profunda amizade com a pessoa do Espírito Santo.
O primeiro passo deve ser o conhecimento da pessoa divina do Espírito Santo, de suas formas espirituais de operar, de sua obra a realizar nos corações. Precisamos dizê-lo: o Espírito Santo ainda é o “Deus desconhecido e o amor não amado”, na quase totalidade dos católicos. Por isso, as conseqüências são muito tristes: mais de noventa por cento dos católicos não vivem vida cristã, e não praticam com convicção sua religião. Não possuem a mínima espiritualidade.
Para conhecer o Espírito Santo é preciso estudá-lo, quer no Catecismo da Igreja Católica, quer em livros que tratam de sua pessoa e obra, quer fazendo algum curso específico. Fazer esse estudo, não apenas para ter um conhecimento racional, mas para aprender a admirá-lo, a encantar-se por Ele, a amá-lo e a criar uma verdadeira amizade com Ele.
Eis o segredo para que o Espírito realize sua obra no coração: criar e cultivar uma profunda amizade com Ele. A amizade é cultivada pela convivência feliz, pela comunicação freqüente, por gestos concretos de amor e atenção.
A fim de que essa amizade ocorra, é preciso ter o Espírito Santo como “uma pessoa viva”. Ele não pode ser apenas “uma idéia religiosa”, “algo abstrato e incomunicável”. É necessário que Ele se torne progressivamente uma pessoa viva, divina, maravilhosa, amante e amável. Tão concreta como Jesus e como Deus Pai. Ou, se estes ainda forem “abstratos”, o Espírito Santo precisa tornar-se tão vivo, concreto e comunicável como Nossa Senhora ou como o Santo de sua devoção, mas observando a diferença de que estes são “pessoas humanas” glorificadas, Ele, porém, é pessoa divina, gloriosa.
A amizade com o Espírito Santo amadurece à medida que alguém se comunica com Ele pelas melhores formas de oração, aprendidas, desenvolvidas e utilizadas. Ao leitor interessado em criar uma amizade com Ele e desejoso de crescer em sua capacidade de comunicação, indico o livrinho “Vinte Conversas sobre o Espírito Santo”. Por Ele, o leitor “conhece, cria amizade e aprende a comunicar-se com essa pessoa maravilhosa”, o divino Espírito Santo.

6 de março de 2015


FOMOS CRIADOS PARA O AMOR
O objetivo deste escrito é fundamentar a vivência matrimonial e a vida familiar sobre os alicerces sólidos do amor. É o amor quem dá sentido, fundamento, realização e gratificação à vida matrimonial. A atmosfera do amor deve envolver toda a vida familiar. O oxigênio do amor precisa ser respirado por todos os membros de uma família. Mas, ao mesmo tempo, todos devem transbordar e transpirar amor, se quiserem ser felizes, realizados, sadios e belos, na família.
Busco na Palavra de Deus, na Bíblia sagrada, a inspiração para esta reflexão.
Diz o texto do Gênesis: "Então Deus disse: façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra. Deus criou o homem à sua imagem. Criou-o à imagem de Deus. Criou o homem e a mulher. Deus os abençoou e lhes disse: frutificar, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1, 26-28).
Este breve texto, por três vezes declara que o ser humano foi criado à “imagem e semelhança” de Deus. Retomando o texto: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”... “E Deus criou o homem à sua imagem”... “Criou-o à imagem de Deus... Criou o homem a mulher”.
Precisamos nos perguntar de imediato: “O que é ser imagem de Deus?” “Quando é que somos imagem e semelhança de Deus”? É importante que procuremos penetrar nessas palavras e desejemos compreender a riqueza dessa afirmação divina. Sim, é importante penetrá-la e compreendê-la, a fim de que se possa avaliar e abranger o profundo sentido existencial dessa verdade para nossas vidas.
Para sabermos o que é ser “imagem e semelhança” de Deus, precisamos nos perguntar: “O que Deus é”? Se nós soubermos responder corretamente à pergunta “O que Deus é”, saberemos também o que significa “ser imagem e semelhança” de Deus.
O próprio Espírito Santo inspirou o evangelista São João a escrever em sua primeira carta que “Deus é amor!” Ora, se Deus é amor, imagem e semelhança de Deus só pode ser alguém que “seja amor”. Se nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus, que é amor, fomos criados para “sermos amor”. Atenção! Não apenas para “termos” amor. Não diz a Bíblia que Deus “tem” amor. Diz que Deus “é” amor.



5 de março de 2015

O CORPO MÍSTICO DE JESUS CRISTO

A verdade da fé católica a respeito do Corpo Místico de Cristo é pouco ensinada aos fiéis, e por isso, pouco conhecida. O prezado leitor, por certo, nunca ouviu uma bela pregação sobre essa verdade, numa missa dominical, ou em outra celebração católica.

O Corpo Místico é a Igreja viva, formada por todos os batizados: quer os que ainda vivem pelos caminhos da vida terrena, a quem chamamos de “Igreja Militante”, quer os que se encontram no purgatório, a quem denominamos de “Igreja Padecente”, quer os que já se encontram na glória dos Céus, que formam a “Igreja Triunfante”.
Essa Igreja viva é o Corpo Místico, cuja cabeça é Jesus Cristo. Numa comparação com o corpo humano, dizemos: Jesus Cristo é a cabeça, e nós, Igreja viva, somos o seu corpo, formado por muitos membros.

Corpo Místico
A palavra “corpo” é usada comumente para designar o nosso corpo humano, material, mas também em outros sentidos que, aliás, nos auxiliam a compreender o Corpo Místico, formado de “cabeça e membros”. Dizemos: “corpo de bombeiros”, para designar um grupo de militares que prestam serviços específicos à comunidade. Nesse grupo há um chefe – um cabeça – que comanda, e há os que trabalham sob suas ordens. Falamos também em “corpo médico” do hospital, que é o conjunto de médicos que juntos trabalham no hospital; “corpo de professores”, para designar o conjunto de professores de um colégio.
É nesse sentido mais existencial que compreendemos o Corpo Místico. Jesus ressuscitado é “O” cabeça, e todos os batizamos formamos o seu grupo, o seu corpo vivo, seus comandados, seus seguidores, seus discípulos.
A palavra “místico” revela que essa verdade do Corpo de Cristo é um mistério de ordem espiritual, sobrenatural. Só a compreendemos à luz da fé e da revelação divina.
São Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, e fazendo uma comparação com o corpo humano, escreveu: “Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. Assim o corpo não se consiste em um só membro, mas em muitos. (1Cor 12,12-14)

A (O) Cabeça
A (O) cabeça desse corpo é Jesus Cristo ressuscitado e glorioso. Foi Ele quem chamou os seus primeiros seguidores, formando um “corpo de discípulos” e um “corpo de Apóstolos”. Depois, em Pentecostes, fundou a sua Igreja que reúne todos os batizados.
É pelo santo Batismo que um ser humano começa a fazer parte do Corpo Místico, que é a Igreja viva. Pelo Batismo fomos enxertados, transplantados no Corpo Místico. A partir desse “transplante” começamos a receber a vida sobrenatural, que nos foi conquistada pelo cabeça, e que nos foi dada por meio do Espírito Santo.
Jesus – O cabeça - continua a dirigir o seu Corpo Místico, a Igreja, quer agindo pessoalmente em favor de um membro, de um grupo ou de todo o corpo; quer por meio do Espírito Santo; quer por meio de sua Palavra e dos seus sacramentos; quer por meio da hierarquia da Igreja, ou de outras mediações humanas ou materiais.
Ao voltar para os Céus, Jesus nomeou São Pedro e seus sucessores, os papas, para serem Sua presença visível. O Papa é o “vicárius Christi”, o vigário de Cristo, o substituto imediato, aquele que age em nome e no lugar de Jesus Cristo.

3 de março de 2015

A Mãe do Rei
          Ao ser interrogado, quando estava sendo acusado e julgado, o governador Pôncio Pilatos perguntou a Jesus: “Tu és rei?” Jesus respondeu: “Sim, eu sou rei! Para dar testemunho da verdade é que nasci e vim a este mundo... Mas o meu reino não é deste mundo...” (Cf. Jo18, 36-37) Jesus é Rei.
            O termo “rei” vem da língua latina, da palavra “rex”. Esta dá origem ao verbo “régere”, que se traduz por “reger, reinar, dirigir, orientar, dar a direção correta”. Portanto, rei deve ser aquele que tem “autoridade e poder” para dirigir, direcionar, orientar, dar a direção correta a todas as pessoas e a todas as coisas, para o bem de todos os seus súditos. É uma traição ao próprio nome, e mais ainda à sua missão, um rei usar de sua autoridade e poder para seu próprio bem, para privilegiar sua família e seus bem quistos, em detrimento da maioria de seus súditos.
            Entendemos o reinado de Jesus a partir da origem e do significado da palavra “rei”. Jesus é rei, pois veio ao mundo e nasceu para orientar, dirigir, direcionar, dar a direção correta à vida da humanidade e a de cada ser humano. A humanidade estava transviada de Deus e, por isto, de seu verdadeiro destino. O ser humano caminhava pelos desvios de uma vida sem Deus, sem destino correto, sem rumo, pelas vias do paganismo, da idolatria e de toda sorte de mentira existencial e de vivência do mal. Jesus veio para direcionar e orientar a humanidade e o próprio ser humano, personalizadamente, para o Deus verdadeiro, para os caminhos de Deus, para a verdade revelada por Deus, para a fraternidade, a vida de amor, a convivência solidária fraterna, enfim, para o seu destino correto, para a qual havia sido criada.
             A missão Jesus Cristo como rei, isto é, a missão de orientar, de dar a direção correta à vida humana e a todas as coisas, está sendo cumprida desde o seu nascimento, em todos os corações, em todos os lares e  lugares onde Ele é conhecido, aceito e obedecido. Muitos milhões, talvez bilhões de pessoas regidas por Jesus já atingiram seu destino: estão no céu. E muitos milhões vivem hoje esta realidade do reino de Jesus, pois se deixam orientar por Ele em suas vidas pessoais, familiares e sociais.
          Jesus Cristo Rei teve e tem uma colaboradora extraordinária na missão de reger a humanidade: Maria, sua mãe. Ninguém jamais deixou-se dirigir, orientar e  reger tão radical e perfeitamente pela verdade divina, e para o destino supremo, como ela. Ao mesmo tempo, ninguém pôde colaborar com a missão do seu filho, Jesus Cristo Rei, como ela. Aliás, ela prossegue firmemente nessa missão desde sua Assunção, e continuará até que haja um ser humano para salvar.  Por isto ela pode com justiça receber o nome de “Rainha”.
            Maria, a mãe do Rei, merece o título de rainha exatamente porque sempre colaborou e colabora, quer com sua missão materna, quer com o exemplo de sua vida, quer com suas palavras, quer também por sua incessante intercessão junto à Santíssima Trindade, em favor de seus filhos peregrinos, a fim de que sejam fiéis ao rei Jesus e vivam como filhos de Deus.
             O que a Mãe Rainha mais deseja de seus filhos é que orientem firmemente suas vidas segundo os ensinamentos, os conselhos e os mandamentos de seu filho, Jesus Cristo Rei. Aliás, afirma-se que “mãe de rei é rainha”. No entanto, nas rainhas humanas dos reinos deste mundo, muitas renegaram e traíram sua missão, em nada colaborando para “dirigir todas as pessoas e todas coisas para o bem de todos os súditos”. Tiveram ou tem o nome de rainhas, mas não o são de verdade.
            Maria é rainha “de fato”, pelo cumprimento de sua missão já realizada, e ainda em realização no mundo, em unidade com Jesus Cristo Rei. A festa de Nossa Senhora Rainha ocorre no dia 22 de agosto. E a oração à Mãe Rainha, o leitor muito bem conhece, e por certo a tem rezado muitas vezes, desde criança: “Salve, Rainha,  Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!...”


2 de março de 2015

O JESUS VERDADEIRO

O Jesus real, verdadeiro, é bem diferente. Que Ele é o Filho de Deus, o Messias prometido, que veio como salvador da humanidade, é verdade! Que Ele tomou um corpo humano no seio da Virgem, viveu trinta e três anos, anunciou e inaugurou o Reino de Deus entre nós, morreu na cruz, ressuscitou e, depois de quarenta dias, voltou ao seio da Trindade santa, é tudo verdade! Mas é absolutamente certo e verdadeiro que, vivo, ressuscitado, está conosco, todos os dias, nos ama profundamente e quer participar vivamente do nosso viver, tanto dos momentos bons, gozosos e gloriosos, como também dos momentos de sofrimentos, de problemas e tropeços.
Jesus é o Emanuel. É o Deus que veio em forma de gente para estar conosco, para caminhar lado a lado na nossa história, para dar todo apoio, força e colaboração eficaz nos nossos trabalhos e boas realizações, bem como para agir com poder na solução de nossas necessidades, problemas e sofrimentos. Ele pode realizar em nossa vida muito mais do que imaginamos, pois Ele é Deus salvador, e tem todo poder. Ele é amor, e por isso quer intervir e realizar o que precisamos e desejamos, quando for para nosso verdadeiro bem.
Jesus vivo está sempre disponível, à nossa espera. À espera que O procuremos, O chamemos, queiramos ter um momento de conversa, de diálogo; à espera que Lhe peçamos ajuda, Lhe abramos o coração, clamemos por socorro; à espera que queiramos realizar um encontro amigo, íntimo, profundo; à espera que queiramos Sua companhia amiga; à espera que Lhe peçamos alguma intervenção libertadora, curativa, consoladora; à espera que Lhe peçamos para ser o nosso Cireneu que nos ajude a carregar as nossas cruzes de cada dia. É sempre confortante lembrar o que Ele prometeu: “Estarei convosco todos os dias!” Ter uma presença tão significativa e manter com Ele um relacionamento amistoso é, sem dúvidas, uma dádiva que só Seu imenso amor pode oferecer.
“Eis que estou à porta e bato! Se você abrir a porta (de seu coração) Eu entrarei, e cearemos juntos: você comigo e eu com você!” (Apoc 3,20)
Por que não abrir a porta para tão importante amigo?