31 de janeiro de 2016
Nós professamos
que Deus, que é Pai e que é todo poderoso, é o criador dos céus e da terra.
Cremos que Ele é o criador, é a origem inicial de todos os seres que existem.
Cremos que antes dEle nada existia e nem poderia existir. Cremos que se houve
alguma evolução entre os seres criados, ela veio a se iniciar por uma criação
de Deus Pai. Ele é o princípio não principiado.
Cremos
que o Pai eterno criou o céu. A essa expressão “céu”, damos dois sentidos.
Primeiro, professamos que o Pai criou o céu onde Ele se encontra, o céu onde a
vida é eterna, onde moram todas as categorias de Anjos, e para onde foram e vão
os seres humanos que, pela fé em Jesus Cristo, e por viverem uma vida de
santidade e obediência aos mandamentos e ensinamentos divinos, são aprovados e
recebem a glória de Deus, no céu.
O
outro sentido de céu é aquele que designa o infinito universo onde circulam
todos os astros, todas as galáxias, todas as estrelas, planetas, cometas e satélites.
Se houve, no início um “Caos”, do qual surgiram todos os astros, esse caos foi
criado por Deus, e se houve o “Big Band”, a grande explosão que formou todos os
astros, tudo foi controlado por Deus. E se fosse verdade que todo o universo
originou-se de uma única célula criativa, essa célula também teria sido criada
por Deus. Portanto, nossa fé certeza é que Deus, nosso Pai eterno é o criador
do céu universal.
Em
nossa profissão de fé, cremos que o Pai celeste é também o criador da terra, do
nosso planeta tão pequeno em comparação com o universo, mas tão maravilhoso.
Portanto, tudo o que existe em nosso planeta, na terra firme, no mar e no ar,
tudo foi criado por Deus Pai criador.
A
beleza, a diversidade de valor e a diversidade de variedade do mundo mineral é
criação divina. Desde a simples areia até todas as espécies de solo que
produz vegetais; desde uma pedra comum e
sem valor, até as pedras mais preciosas, como o diamante, o ouro, a prata e
outros; bem como todas as jazidas e minas dos mais variados metais, tudo foi
criação criativa do Pai eterno.
As
maravilhas do mundo vegetal, desde uma simples grama até todas as espécies de
cereais que alimentam os seres humanos e os animais; todas as mil espécies de
árvores que produzem frutas; todas as florestas com suas mil espécies de
árvores; todas as muitas variedades de flores, desde as mais singelas até as
mais exóticas e preciosas; enfim, todo o mundo dos vegetais é criação do Pai
eterno criador que presenteou a todos os seres humanos essas maravilhas.
O
mundo animal irracional, com todas as espécies de animais, também é criação de
Deus Pai criador. Desde os micro mosquitos até os gigantes elefantes, desde os
mais mansos e amigos do ser humano até os mais agressivos, desde aqueles que
servem para a sobrevivência das pessoas até aqueles cujas vidas são um perigo,
enfim, todos os animais que vivem sobre a face do planeta são criações divinas.
O
mundo animal que vive nas águas dos lagos, dos rios e dos mares, desde os
minúsculos peixes até as gigantes baleias, desde os mais comuns até os mais
exóticos, são todos criaturas de Deus.
Enfim,
a obra prima da criação no planeta terra, o ser humano, criado à imagem e
semelhança de Deus, com uma alma imortal,
com toda a sua riqueza de capacidades, destinado a vida eterna, também ele é criação do Pai eterno.
Cremos,
admiramos, adoramos, louvamos e glorificamos o Pai eterno, nosso Pai celeste
por ser o criador do céu e da terra.
27 de janeiro de 2016
CREIO EM DEUS PAI TODO PODEROSO
Ao contemplarmos o Pai eterno com os
olhos de nossa fé, percebemos que Ele é o criador de tudo quanto existe. Porque
Ele é Deus, é o início de tudo o que já foi criado e do que ainda é criado a
cada dia. Olhando com penetração e criatividade para a criação do reino
mineral, vegetal, animal e humano, percebemos Sua grandeza e Seu poder. Então
professamos que Ele é todo poderoso. Tem todo poder de criar e recriar aquilo
que Ele quer.
Olhando para o reino mineral: desde
a simples areia até a terra mais fértil que produz toda espécie de vegetais,
desde os minerais mais comuns até os metais e pedras mais preciosas, tudo foi
criado pelo nosso Pai, que é todo poderoso.
Revisando com o nosso pensamento
todo o reino vegetal, desde uma simples grama até os inúmeros cereais tão
importantes para a alimentação humana e animal; desde a mais simples laranja
até todas as inúmeras frutas de sabores e utilidades mais significativas, tudo
foi criado pelo nosso Pai eterno, que é todo poderoso.
Percorrendo com nossa inteligência
todo o reino animal, desde uma micro formiguinha até todos os insetos e
borboletas as mais variadas; desde um simples rato até os grandes mamíferos
mais variados; desde um peixinho mais comum até a multiplicidade de variedades
de peixes belíssimos, e até as baleias, tudo foi criado por nosso Pai todo
poderoso.
Passando para a observação do ser
humano, com sua alma imortal que o eterniza, com seu psíquico maravilhoso que o
torna inteligente, livre e dotado de vontade própria, com seu físico que é de
uma complexidade, grandeza, beleza e de profundos segredos ainda não
conhecidos, percebemos a grandeza do Pai eterno, todo poderoso.
Pensando em todas as incríveis
descobertas e realizações do ser humano em todos os campos das ciências, da
tecnologia, da informática, da medicina, das artes, ficamos admirados das
capacidades do ser humano. Pois bem. Essas capacidades foram dadas ao ser
humano pelo nosso Pai eterno, todo poderoso.
Ainda não é só. Precisamos ir para o
além onde encontramos os Anjos de diversas hierarquias, que se encontram junto
de Deus Pai na eternidade, servindo-O e cumprindo Suas ordens. Também eles são
criaturas criadas e santificadas pelo nosso Pai todo poderoso.
Ao proclamarmos que o nosso Pai é
todo poderoso, precisamos gerar em nossos corações uma segurança e confiança
que envolvam o nosso viver de cada dia. Se Ele nos ama com um amor de pai e de
mãe, amor esse que é perfeito e divino,
podemos nos confiar a Ele, podemos nos sentir seguros e tranqüilos.
O segredo da confiança, da segurança
e da tranqüilidade está em nós crermos firmemente nEle, voltarmo-nos para Ele,
darmos o lugar que é dEle em nosso coração, mantermos uma relacionamento
filial, pelo qual acolhemos todo o seu amor, damos-lhe uma resposta de amor
manifesta principalmente por uma vida diga de filhos de Deus Pai.
20 de janeiro de 2016
DEUS É PAI E É MÃE
Em nossa vida familiar, o amor do
nosso pai é metade do amor de que necessitamos. Outra metade é o amor da mãe.
Faltando uma dessas duas metades, cria-se uma carência, um vazio no coração e
uma deficiência na personalidade.
O Pai eterno, pelo Espírito Santo,
inspirou palavras que revelam seu amor de pai e de mãe. Por exemplo: em Isaías
43, 1-4, o Pai age com a firmeza e a prontidão de um pai: ““E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que
te criou, Jacó, e te formou, Israel: Nada temas, pois eu te resgato, eu te
chamo pelo nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os
rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama
não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, teu
salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação.* Porque
és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti,
entrego nações em troca de ti. Fica, tranqüilo, pois estou contigo, (Is 43,
1-5) Percebe-se
claramente no texto um comportamento paterno.
No texto de Isaías 49, 14-16, o
próprio Pai se compara a um amor materno:
“O filho (Sião) dizia: O Senhor
abandonou-me, o Senhor esqueceu-me. Pode uma mulher esquecer-se do filho que
amamenta? Pode uma mãe não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo
que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas
mãos, tenho sempre sob os olhos tuas muralhas.*
A imagem de uma mãe amamentando um
filho proclama a maravilha do amor materno que concebeu, gerou, deu à luz,
cuida com desvelo, o amamenta com seu próprio leite. O Pai celeste pergunta: “Pode uma mulher esquecer-se do filho
que amamenta? Pode uma mãe não ter ternura pelo fruto de suas entranhas?” Impossível !
Impossível!, Pois bem, diante desse impossível o Pai declara: “Pois mesmo
que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas
mãos, tenho sempre sob os olhos tuas faces”.
O Pai, ao comparar o Seu amor com o
amor de uma mãe, chega a admitir que uma mãe pode esquecer o filho, mas Ele não
esquecerá jamais.
O amor materno é profundamente
afetivo, cuidadoso, amoroso, delicado, íntimo, até preocupado, previdente e
providente, cheio de ternura e mansidão. Esse amor é uma necessidade premente
na formação da personalidade de um filho.
O
amor do Pai eterno para conosco, seus filhos de criação e adotivos, se reveste das
mesmas qualidades do amor de uma mãe zelosa em amor. O amor do Pai eterno
também é afetivo, pois quando nós descobrimos o Seu amor e nós nos sentimos
amados, somos envolvidos também nas nossas emoções e afetos. Como o da mãe, o
amor do Pai também é cuidadoso e providente no dia a dia de nossa vida. Como o
de uma mãe, o amor do Pai também é delicado e íntimo. Ele nos acolhe como somos
para nos transformar naquilo que é melhor para nós. Como o da mãe, o amor do
Pai eterno também é previdente e muito providente. Cada dia Ele providencia só
bons momentos e boas coisas para nós. Como o de uma mãe, o amor do Pai celeste
também é muito cuidadoso, cheio de ternura e mansidão. Enfim, o amor do Pai
eterno é semelhante e muito mais completo e perfeito do que o amor de nossa
mãe.
Sim, o Pai celeste nos ama com um
amor divino, à semelhança da combinação do amor de um pai e de uma mãe. Podemos
dizer: Deus Pai é pai e é mãe! E nós podemos perceber e experimentar todo esse
amor divino.
19 de janeiro de 2016
O AMOR DO PAI
Creio em Deus Pai. Sabemos e cremos
que Deus é Pai. Sabemos que o Pai é amor. Amor feito Pessoa divina. Ora, se o
Pai é amor, todo seu relacionamento conosco, seres humano, é um relacionamento
de amor. O Pai não faz outra coisa do que nos amar. Por isso, tudo o que Ele
realiza em nossas vidas é movido por seu amor. Desde a criação de nossa alma
imortal, desde o dar-nos nossos pais e familiares, desde cuidar de nós todos os
dias, desde o preservar-nos dos males, desde o nos perdoar todos os dias, enfim,
tudo o que Ele realiza é por amor.
Por causa do nosso pecado original e
dos nossos pecados pessoais, temos dificuldades de “percebermos” o amor do Pai
a cada dia, até nas pequenas coisas de cada dia. Somos “cegos” e não vemos as
providências paternas de cada dia. Somos “surdos” e não ouvimos as vozes do Pai
nos sons que entram em nós a cada momento. Não nos sentimos amados e, por isso,
não amamos. Pelo menos não amamos como deveríamos amar, correspondendo ao
grande amor do Pai.
Percebendo nossas dificuldades de
nos sentirmos amados e de corresponder, o Pai toma iniciativas para nos fazer
perceber o seu amor. Ele se utiliza de pessoas para nos falar do Seu amor. Quer
em conversas amigas, ou por programas cristãos de televisão, ou por leituras da
Bíblia, ou por algum bom livro, ou por acontecimentos às vezes belamente
comoventes ou chocantes, Ele procura nos fazer perceber a sua presença e o seu
amor.
É impressionante o que nos diz pelo
profeta Isaías: “E agora, eis o que diz o Senhor,
aquele que te criou, Jacó, e te formou, Israel: Nada temas, pois eu te resgato,
eu te chamo pelo nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei
contigo. E os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te
queimarás, e a chama não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo
de Israel, teu salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em
compensação.* Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo,
permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Fica, tranqüilo, pois
estou contigo, (Is 43, 1-5)
Entendemos que
Jacó e Israel somos cada um de nós. O Pai inicia afirmando que é Ele quem fala:
“E agora, eis o que diz o Senhor,
aquele que te criou, aquele que te formou”. Portanto, Ele é aquele que é nosso Pai e que nos ama com amor perfeito.
O
Pai diz: Nada temas, pois eu te resgato, eu te
chamo pelo nome, és meu. Sabendo
das nossas limitações e pecados que nós arrastamos como correntes presas aos
nossos pés, Ele diz: “Nada
temas, pois eu te resgato”. Sim, o
Pai não pode vernos escravos e amarrados, e em seu amor Ele nos perdoa e
resgata de nossos males. Porque é Pai, Ele nos conhece e chama a cada um por
nosso nome. E declara de forma impressionante: “és meu”. Ele faz questão de declarar que a Ele nós pertencemos
porque somos Seus filhos.
Nos
seus cuidados para conosco o Pai afirma: “Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os rios não te
submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te
consumirá”. Todos
precisamos atravessar as águas perigosas do “mar da vida” Mas nessa travessia o Pai diz: “estarei contigo. E os rios não te submergirão”.
Todos,
na vida, precisamos passar pelo fogo das provações, tentações, doenças e
problemas de toda sorte. Neste caso o Pai nos diz: se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá”. Por que? O Pai
responde: Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo
de Israel, teu salvador.
No
caso de sermos “seqüestrados” pelo inimigo para andar no caminho do pecado e da
condenação, o Pai promete pagar o “resgate” de forma extraordinária, para nos
reaver junto de si. Ele diz: “Dou o
Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação.* Porque és precioso a
meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego
nações em troca de ti. Fica, tranqüilo, pois estou contigo. Por que o Pai
é capaz de dar países em troca do nosso resgate? “Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo”.
Que
maravilha! Nós somos preciosos para o coração do Pai. Ele nos aprecia e nos
ama! Precisamos nos sentir muito amados para gozarmos da comunhão de amor com o
Pai eterno.
17 de janeiro de 2016
O P A I
1º Creio, 2º em Deus, 3º no Pai. São
três afirmações que iniciam a nossa profissão de fé católica. 1º Creio:
declaração da existência da fé no coração. 2º Em Deus: fé no único e
verdadeiro, uno e trino Deus. 3º Pai: afirmação de que o Deus uno e trino, no
qual cremos, é Pai.
Deus é Pai, em primeiro lugar,
porque desde a eternidade gerou o seu Filho, Deus Filho, o Verbo eterno, que um
dia tomou um corpo humano no seio de Virgem Maria, e recebeu o nome de Jesus.
Esta é a realidade fundamental da paternidade de Deus. Deus é Pai porque gerou
o Filho eterno.
Deus é Pai, também, porque adotou e
adota como filhos adotivos, todos os seres humanos que crêem em seu Filho e
recebem o santo Batismo.
Deus é Pai, ainda, por ser aquele
que criou todas as coisas, por ser a origem de tudo quanto existe fora dEle.
Porque Ele é o criador, é chamado de Pai.
Por ser Pai, Ele é o possuidor de um
coração paterno que ama tudo quanto gerou com um amor divino e eterno. Um amor
perfeito. O Espírito Santo inspirou São João a escrever que “Deus é amor” (1 Jo
4, 8.16) Deus não apenas “tem” amor. Ele “é” amor. Sua natureza e essência é o
amor. Por isso sabe e pode amar com amor divino, infinito, perfeitíssimo,
eterno.
Antes de tudo, o Pai ama com amor
divino ao Seu Filho eterno, a quem chamamos de Jesus. Tanto no batismo de
Jesus, quanto no monte Tabor, o Pai proclamou seu amor pelo Filho, dizendo:
“Este é o meu Filho muito amado no qual ponho toda a minha afeição”. O amor
recíproco entre o Pai e o Filho é perfeitíssimo e máximo. A tal ponto que esse
amor recíproco se tornou Pessoa, o Espírito Santo.
Deus Pai tem um amor profundo e
perfeito também para conosco, seres humanos, pois nos criou à sua imagem e
semelhança para fazer-nos participantes de sua vida, para fazermos “comunhão”
com Ele, e dessa forma, fazer-nos felizes. Todos os seres humanos são amados
por Deus Pai como criaturas suas. Mas de forma especial aqueles que pelo Santo
Batismo são adotados pelo Pai como seus filhos adotivos.
Pelo ato sacramental do Batismo, o
Pai nos adotou oficialmente como filhos Seus, e ao olhar para nós, batizados,
Ele nos reconhece como filhos, e por ser um Pai perfeito no amor, Ele nos ama
com amor divino, eterno, perfeito, gratuito e incondicional.
O Pai tem um projeto de amor para com
cada um de seus filhos. Esse projeto de amor tem por finalidade fazer com que o
amor do Pai possa realizar tudo aquilo que cada filho necessita em sua vida
para se realizar e ser feliz. Mais. Para que o filho se sinta amado e
corresponda ao amor do Pai. E nesse diálogo, nessa troca de amor, o filho
queira viver no amor a sua vida terrena, para um dia entrar no amor eterno, na
eternidade.
O lamento é que o ser humano, por causa do
pecado original e os seus pecados pessoais, tem muita dificuldade de “perceber”
o plano de amor do Pai, de constatar as provas do amor do Pai, de sentir-se
amado. Essa insensibilidade do coração humano faz com que as pessoas não creiam
em Deus Pai, não se sintam amadas, e por isso não amem e não percebam a felicidade
de ser amado e de amar a Deus Pai. Sem o amor de Deus, a vida terrena é um
deserto árido e sofrido. Quem se sente amado e ama o Pai se sente num oásis
onde corre água viva abundante que sacia plenamente o coração humano.
15 de janeiro de 2016
A REVELAÇÃO DA TRINDADE
O mistério da Santíssima Trindade só
pôde ser conhecido porque Deus mesmo se revelou. Foi Ele quem nos contou esse
incrível segredo da existência do Deus Uno e Trino.
A invocação de Deus como Pai é
conhecida em muitas religiões. A divindade é considerada, muitas vezes, como
pai dos deuses e dos homens. Em Israel, Deus é chamado do Pai, enquanto criador
do mundo. Deus é chamado de Pai, mais ainda, em razão da aliança que Deus fez
com seu povo.
Ao designar Deus com o nome de Pai,
a linguagem da fé designa dois aspectos: 1º Que Deus é a origem de tudo e a autoridade
transcendente, e 2º que a bondade e o amor de Deus para com todos os seus
filhos são divinos.
No entanto, Deus não é apenas Pai
enquanto é o Criador, ou porque adotou os batizados como filhos seus, mas antes
de tudo, e de forma verdadeira, Ele é Pai por ter gerado, na eternidade, o seu
Filho único. Deus é Pai desde toda a eternidade, pois Ele gerou o Filho na
eternidade. Mesmo se não houvesse seres humanos na Terra, Deus seria Pai por
ter gerado o Filho eterno. “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém
conhece o Pai senão o Filho,e a quem o Filho quiser revelar.(Mt 11,27)
Foi o Pai quem nos revelou que Jesus
é o seu Filho eterno. No Batismo de Jesus, no Jordão, do alto dos céus, o Pai
exclamou: Este é o meu Filho muito amado no qual ponho toda a minha afeição(Lc. 3,22) E
no Monte Tabor o Pai também falou do meio da nuvem e disse” Este é o meu Filho muito amado no qual
ponho toda a minha afeição, escutai-o”(Mt 17,5)
Foi o Filho, Jesus, quem revelou o
Pai. Já aos 12 anos, no templo de Jerusalém, Jesus disse à sua mãe:”Não sabíeis que devo ocupar-me com as
coisas de meu Pai?”. Depois, em suas pregações, o Filho Jesus
falou muitíssimas vezes de seu Pai. O Filho Jesus era um apaixonado por seu
Pai. Em Mateus, Jesus fala 70
vezes do Pai. Em Marcos Jesus fala 22 vezes do Pai. Em Lucas, Jesus fala 62
vezes do Pai. E em João, Jesus fala 118 vezes do Pai. Vemos, pois, toda a
revelação a respeito do Pai eterno nos quatro Evangelhos.
Foi o Filho Jesus quem nos revelou o
Espírito Santo. Diversas vezes, nos Evangelhos, Jesus nos fala sobre o Espírito
Santo. Em Mateus 28,19 Jesus deu a ordem: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo” . Em Marcos 3,29 Jesus declarou: “Mas todo o que tiver blasfemado contra
o Espírito Santo jamais terá perdão” Em Marcos 13,11
Jesus garantiu. “Quando
vos levarem para vos entregar, não premediteis no que haveis de dizer, mas
dizei o que vos for inspirado naquela hora; porque não sois vós que falais, mas
sim o Espírito Santo”. Em Lucas 11,13 Jesus disse: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar
boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito
Santo aos que lho pedirem. Em João 14,26 Jesus disse: “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito”. Em João 20,22,
Depois dessas palavras, soprou sobre
eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
O Espírito Santo, por sua vez,
sempre revela o amor do Pai e a salvação de Jesus. Em Romanos 5,5 está escrito:
“E a esperança não engana. Porque o
amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado.
Em 1 Coríntios, 12,3 Está escrito: “Por isso, eu vos declaro: ninguém,
falando sob a ação divina, pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer:
Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo”.
Portanto, todo o mistério Trinitário
foi uma maravilhosa revelação do próprio nosso Bom Deus. E nós, pela fé, cremos
firmemente neste mistério grandioso e glorioso.
12 de janeiro de 2016
O DEUS TRINDADE
Pela “porta da fé” saímos do mundo
material e penetramos no mundo sobrenatural onde vive o Deus em quem cremos, e
com quem vivem os Anjos e todos os Santos, salvos pela redenção de Jesus e
santificados pelo Espírito Santo.
O Deus a quem conhecemos pela fé é
um Deus Uno e Trino. Um só Deus verdadeiro, que vive em três Pessoas: o Pai, o
Filho e o Espírito Santo.
Nós não poderíamos jamais saber que
o nosso Deus é Trindade, se Ele mesmo não se tivesse revelado, se Ele não nos
contasse esse segredo maravilhoso de sua Trindade.
Nos escritos bíblicos do Antigo
Testamento não encontramos alguma revelação explícita da Trindade com os nomes
das Pessoas divinas. Possuímos apenas alguns indícios da Trindade, como aquele
do início do Gênesis: “Façamos
o homem à nossa imagem e semelhança”(Gn 1,26) O verbo “façamos” é um plural
que indica mais pessoas na mesma ação. Essa expressão é interpretada como sendo
uma ação da Trindade.
Quem nos revelou a Trindade foi
Jesus. Ele falou inúmeras vezes do Pai, falou dEle mesmo como sendo o Filho, e falou
do Espírito Santo.
Na
primeira frase saída dos lábios de Jesus, escrita nos Evangelhos, Ele fala do seu Pai.
No episódio da perda de Jesus e do seu reencontro no templo, Ele disse à sua
mãe: “Não sabíeis que devo ocupar-me das
coisas de meu Pai”?(Lc 2,49)
Nos evangelhos há inúmeras citações
que falam do Pai e do Espírito Santo. Em Mateus encontramos 70 citações do nome
Pai e 5 vezes do nome do Espírito Santo. Em Marcos, são 22 as citações do Pai e
4 vezes do Espírito Santo. Em Lucas 62 citações do Pai e 14 do Espírito Santo.
Em João 118 citações do Pai e 3 do Espírito Santo.
No Batismo de Jesus aparecem as três
pessoas: o Filho é batizado, o Espírito Santo desceu em forma de pomba, e o Pai
fala do alto dos céus: “Este é o meu Filho muito amado”.
A ordem de Jesus para o Batismo foi:
“Batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Nestas palavras estão
citadas as duas verdades: “Em nome”, e não “nos nomes”. Portanto em nome do
Deus uno, que é Pai, é Filho e é Espírito Santo.
A Trindade é um mistério glorioso e
grandioso. Tão misterioso e grandioso que não podemos abrangê-lo com nossa
pequena inteligência. Diante desse mistério, declaramos: “Eu creio! Eu creio
porque Ele mesmo assim se revelou!”
Um Deus em três pessoas. O Pai é
Deus. O Filho é Deus. O Espírito Santo é Deus. Não três deuses, mas um só. O
Pai “gerou” o Filho, na eternidade. Do amor divino do Pai pelo Filho, e do amor
divino do Filho pelo Pai “procede” o Espírito Santo. Conhecemos e aceitamos,
nos maravilhamos e adoramos este mistério, iluminados pela luz da fé.
O mistério da Santíssima Trindade é
o mistério central da fé e da vida cristã. É a fonte de todos os outros
mistérios da fé. É a luz que nos ilumina para crermos em todas as outras
verdades.
Não podemos compreender esse
mistério com nossas pequenas capacidades humanas. Mas podemos compreendê-lo com
o coração. Quando, pela fé, cremos na Trindade, e passamos a adorar, louvar,
glorificar ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, a realidade da Trindade se
torna uma “experiência” luminosa que convence o coração.
11 de janeiro de 2016
O NOME DE DEUS
Quando professamos a fé católica,
sempre iniciamos dizendo; “Creio em Deus”. O nome “Deus” designa para nós que
cremos, o único Deus verdadeiro.
Ao
seu povo de Israel, Deus revelou-se, dando a conhecer o seu nome. O nome
exprime a essência, a identidade da pessoa e o sentido de sua vida.
Deus tem um nome. Revelar o próprio
nome é dar-se a conhecer aos outros, é abrir-se a si mesmo tornando-se acessível,
capaz de ser conhecido e chamado pessoalmente.
Deus revelou-se progressivamente.
Foi a Moisés que Ele revelou o nome pelo qual queria ser invocado. Deus chamou
Moisés do meio da sarça e lhe disse: “Eu
sou o Deus de teus pais, o Deus de Abrasão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó” (Ex
3,6) Moisés disse a Deus: “Quando eu for
para junto dos israelitas e lhes disser que o Deus de seus pais me enviou a
eles, que lhes responderei se me perguntarem qual é o seu nome?” Deus
respondeu a Moisés: “EU SOU AQUELE QUE É”.
E ajuntou: “Eis como responderás aos
israelitas: O EU SOU envia-me junto de vós.
Deus
disse ainda a Moisés: “Assim falarás aos
israelitas: É JAVÉ, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e
o Deus de Jacó, quem me envia junto de vós. Este é o meu nome para sempre, e é
assim que me chamarão de geração em geração”. (Ex. 3,13-15)
A Moisés que pediu para ver a sua
glória, Deus respondeu: “Farei passar
diante de ti toda a minha beleza, e diante de ti pronunciarei o nome de Iahweh
(Ex.33,18) E o Senhor passa diante de Moisés e proclama: Iahweh, Iahweh, Deus
de ternura e de piedade, lento para a cólera e rico em amor e fidelidade.(Ex
34,5-6).
Por respeito à
santidade de Deus, o povo não pronunciava o nome de Deus. Nas Escrituras, o
nome de Deus foi substituído pelo título de “Senhor” = “Adonai” = “Kyrios”.
Na revelação que Deus fez de si
mesmo, encontramos muitos dos seus atributos divinos: eterno, imenso, imutável,
incompreensível, todo-poderoso, inefável, fiel, compassivo, santíssimo, terno,
piedoso, lento na cólera, amoroso, verdadeiro, justo. Imortal, bondoso, benevolente,
confiável, constante, misericordioso.
Deus é eterno: não teve começo e não terá fim. Deus é imenso: não pode ser medido em sua grandeza, também por se tratar
de um espírito perfeitíssimo. Deus é Imutável:
que permanece sempre o mesmo. Nele não há mudanças. Ele é incompreensível: não pode ser compreendido por ser um mistério
insondável. Ele é todo poderoso:
para Ele tudo é possível. Ele é inefável:
sua Pessoa é de uma doçura divina. Ele é fiel:
Sua fidelidade é divina, portanto, absolutamente fiel. Ele é compassivo: pleno de compaixão para com
o ser humano pecador. Ele é santíssimo:
tem uma santidade em grau divino, incomparável. Deus é terno: movido por uma ternura divina, incomparável. Ele é piedoso: sua manifestação é divinamente
paterna. Lento na cólera: porque é
misericordioso, é lento, demorado para corrigir e punir. Deus é amoroso: Ele é o próprio amor. Deus é verdadeiro: Ele é a própria verdade. Deus
é justo: sua justiça é absoluta,
porque é Deus. Ele é Imortal: nunca
terá fim. Ele é bondoso: sua bondade
é divina, portanto perfeitíssima. Ele é benevolente:
Ele só quer e só pode querer o bem, por ser Deus. Ele é confiável: porque é imutável e fiel. Ele é constante: sua constância é divina, portanto perfeitíssima. Deus é misericordioso: sua misericórdia é sem
limites.
Todos esses atributos nós os
encontramos nas revelações que Deus fez de si mesmo, especialmente por meio de
Jesus Cristo.
10 de janeiro de 2016
EU CREIO EM DEUS
A fé religiosa é aquela energia
espiritual e aquela iluminação do psiquismo que possibilita crer em Deus. Pela
fé descobrimos e encontramos, acolhemos e amamos a Deus e a tudo o que lhe diz
respeito e lhe pertence. Pela fé, nós nos sentimos amados por Deus, pois
descobrimos todas as suas manifestações de amor para conosco, no dia a dia de
nossa vida. Pela fé, fazemos comunhão de amor com Deus, criamos um
relacionamento que exprimimos pelas diversas formas do nosso culto, de nossa
devoção. Vivendo a fé, encontramos Aquele que preenche o vazio de nosso
coração, satisfaz nossos anseios de felicidade.
No caminho da fé podemos distinguir
duas direções: 1ª “crer em quem”, ou seja, crer na pessoa de Deus. Ou 2ª crer
em quê, ou seja, crer nas verdades reveladas por Deus: a) a respeito dEle
mesmo, b) a respeito do ser humano e c) a respeito do mundo criado.
Antes de tudo, a fé religiosa se
direciona para Deus: “crer em Deus”! Ao
focalizar Deus pela luz da fé, vamos descobrindo quem Ele é, como Ele é, o que
Ele faz, o que Ele quer do ser humano.
Pelo dom da fé conhecemos que só
pode existir “um” Deus verdadeiro. Deus é único. Se disséssemos que existem
dois ou mais deuses, precisaríamos declarar alguma diferença entre eles, pois
seria impossível existirem dois ou três absolutamente iguais. Ora, alguma
diferença existente nos indicaria que um seria o mais perfeito do que os
outros. Sendo assim, o mais perfeito, o totalmente perfeito, seria o Deus
verdadeiro e os outros já não poderiam ser deus, por trazerem alguma diferença
de imperfeição.
Para ser Deus, o ser divino precisa
ter todos os atributos, todas as virtudes e todas as perfeições em grau
supremo. Num grau que só um Deus pode possuir. Portanto, Deus é o ser existente
absolutamente perfeito em todos os atributos, em todas as virtudes e em todas as qualidades.
Declarar: “eu creio em Deus” é
realizar a afirmação mais fundamental da fé. É colocar o fundamento
absolutamente mais sólido da fé. É abrir a fonte de todas as demais verdades de
fé.
“A
declaração da Unicidade de Deus – que existe um único Deus – é
inseparável da declaração de que Deus existe. Deus existe e Deus é único. Só
existe um Deus.
Ao povo do Antigo. Testamento. Deus
mesmo se revelou como único Deus. Ele declarou: “Ouve, ó Israel, O Senhor nosso Deus é o único Senhor! Portanto amarás o
Senhor, teu Deus, com todo o coração, com toda a tua alma e com toda a tua
força. (Dt. 6,4-5) “Voltai-vos para
mim e sereis salvos, todos os confins da terra, porque eu sou Deus e não há
nenhum outro! (Is 45,21)
A fé no Deus único e verdadeiro nos
conduz a crermos em sua revelação. Ele mesmo se revelou e nos contou como Ele
é. E a revelação mais surpreendente é que Ele é Trindade: é Pai, é Filho e é
Espírito Santo. Sabemos, desde então, que o Pai é nosso criador, que o Filho é
o nosso salvador, e o Espírito santo é o nosso santificador.,
Crer no Deus único e verdadeiro é
uma bênção suprema, pois Ele é a origem e a fonte de todas as respostas para
todas as questões ligadas à existência de Deus, à existência e destino do ser
humano, e ao mistério de toda a criação do universo.
6 de janeiro de 2016
EU CREIO
Em
nossa profissão de fé católica, sempre iniciamos afirmando: “creio”! Em sentido
religioso, quando alguém afirma “Eu Creio!” ele está dizendo que no seu
coração, no íntimo de seu ser, existe uma energia espiritual e uma iluminação psicológica
que lhe possibilite “crer” na existência de um ser supremo, ao qual ele dá o nome de Deus. Essa energia e
iluminação interiores são uma realidade concreta, experimentável e dinâmica,
capazes de conduzir a pessoa a se submeter e a viver sua vida de acordo com o
seu “crer no seu Deus.”
A
essa energia espiritual e a essa iluminação interiores damos o nome de fé, fé
religiosa. Pela fé se “descobre”, se “conhece”, se “aceita”, se “rende”, se
“obedece” e se “cultua” a Deus.
A
fé é como uma porta que se abre para se poder “entrar”em contato com Deus, para
se criar uma relacionamento com Deus, a fim de conhecê-lo e de manter uma
comunhão com Ele. Aquele que não tem uma fé religiosa não “vê” a Deus, o
desconhece, não crê na sua existência e nas suas manifestações.
A
fé é um dom de Deus. Isto é, aquela energia espiritual e aquela iluminação
interiores que possibilitam “crer em Deus” são doadas pelo próprio Deus. Porque
Deus quer a “comunhão de amor” com o ser humano, Ele lhe concede o dom da fé e
toma iniciativas para que a pessoa
humana O encontre, nEle creia, se sinta amada e O ame. Deus quer essa
“comunhão amorosa”, pois sabe que o ser humano busca a felicidade, e esta só se
encontra plenamente em Deus. Exclamou Santo Agostinho: “Meu coração anda irrequieto
enquanto não repousa em Ti, meu Deus”.
Pelo
dom da fé, conhecemos e cremos em Deus. Porque cremos em Deus, cremos e
aceitamos toda a maravilhosa revelação das realidades que se referem a Deus,
que revelam os segredos da vida humana, que revelam o destino eterno do ser
humano.
Porque
cremos em Deus, cremos em Jesus Cristo e nas verdades por Ele anunciadas.
Cremos com muita alegria que Deus é Pai, é nosso Pai e nos ama com amor divino.
Cremos com gratidão que Jesus é o nosso Salvador pessoal, Senhor de nossa vida.
Cremos no Espírito Santo como nosso santificador pessoal. Cremos que existe uma
vida eterna para a qual fomos criados e para onde nós nos dirigimos. Cremos nos
mandamentos e ensinamentos de Jesus, os quais nos orientam para viver uma vida
cristã de qualidade e até de santidade.
Se
a fé religiosa é um dom do próprio Deus, devemos pedi-la, pois Ele quer doá-la.
Se nós já recebemos esse dom, podemos pedir, dizendo: “Eu creio, meu Deus, mas
aumentai a minha fé”. Os pais devem pedi-la para seus filhos e vice-versa.
Podemos pedi-la para todas as pessoas a quem amamos e que carecem do dom da fé.
Conquistar o dom da fé para alguém é doar-lhe o maior tesouro do mundo: Deus.
Sim, Deus é a maior riqueza que alguém pode possuir.
A fé é um processo crescente
que percorre toda uma vida terrena. Ela deixará de ser necessária somente
quando entramos no céu, pois ali estaremos na “visão facial” de Deus, e o
veremos como Ele é.
O dom da fé religiosa
gera um processo dinâmico que conduz para uma “ vida de comunhão” com Deus,
manifesta por meio dos muitos atos de religião. Ao mesmo tempo gera um estilo
de vida pessoal, familiar, social e profissional baseado nos valores revelados
por Deus. A vida de fé gera necessariamente a vida cristã. A vida cristã é uma garantia
de sabedoria tal que garante a vida eterna.
2 de janeiro de 2016
OS SANTOS REIS
Tendo Jesus nascido em Belém de
Judá, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram: “Onde está o
rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.
(...) E eis que a estrela que tinham visto no oriente os foi precedendo até
chegar sobre o lugar onde estava o Menino, e ali parou. A aparição daquela
estrela os encheu de profunda alegria. Entrando
na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele
o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros ofereceram-lhe como presentes: ouro,
incenso e mirra. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para
sua terra, por outro caminho. (Mt 2, 1-2. 9b-12)
Natal! O Salvador, Jesus Cristo,
enviado pelo Pai para salvar a humanidade, nasce da Virgem Maria, em Belém.
Este acontecimento divide a história da humanidade entre “antes” e “depois” de
Cristo, ou seja, entre antes e depois do Natal de Jesus. Eis aí a importância
daquele que nasceu e é sempre de novo celebrado nas festas do santo Natal.
Para que Jesus, o Salvador, possa
realizar sua missão salvadora no coração de cada indivíduo, é preciso que Ele
seja conhecido, aceito, adorado, obedecido e seguido. Para que as pessoas O
conheçam, é preciso que Jesus seja anunciado e testemunhado, sempre de novo.
A festa dos Santos Reis é chamada de
“Epifania”, que se traduz por “manifestação”. É a manifestação, a apresentação
de Jesus aos povos todos da terra, representados pelos três Reis Magos.
A solenidade dos Santos Reis não tem
como finalidade apenas recordar e celebrar esse acontecimento interessante, mas
sim anunciar novamente Aquele que veio, apresentar e fazer a “epifania” de
Jesus Cristo vivo, como Salvador e Senhor, às crianças, aos adolescentes,
jovens, adultos e idosos, de todas as raças e línguas do planeta.
Principalmente, àqueles que ainda não conhecem ou não aceitaram Jesus como seu
Salvador pessoal.
Epifania é festa de evangelização.
Epifania é festa que “envia” a evangelizar, a “fazer Jesus acontecer” na vida das pessoas. Sem essa dimensão
anunciadora, essa festa será como névoa que passa...
Ser
Estrela de Belém
Deus Pai usou a estrela de Belém
para fazer a “epifania” de Jesus aos Reis Magos. A estrela que lhes apareceu e
a inspiração do Espírito Santo nos seus corações revelando-lhes o nascimento do
Salvador, os levou a realizar uma longa e até perigosa viagem à procura do
recém nascido Rei dos judeus. Deus Pai, pela estrela, os levou até onde estava
o menino. Diz o evangelho: “A aparição
daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, encontraram o
Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram”.
A maior de todas as bênçãos recebidas
pelos Santos Reis foi essa: “Encontraram
o Menino, com sua mãe”. Encontraram Jesus, o Salvador. Encontraram a
salvação. Por isso os Reis Magos são venerados, apreciados e imitados como
“Santos” Reis.
Somos chamados a ser “estrelas de
Belém”. Somos convocados e honrados com a missão de ser “estrelas de Belém”,
para levar as pessoas até Jesus ressuscitado, para provocar encontros profundos
entre as pessoas e Jesus, afim de que o conheçam, aceitem, adorem e obedeçam, e
com isso sejam salvos e santificados.
A maior e mais importante missão dos
pais é serem “estrelas de Belém” para seus filhos, genros, noras e netos,
levando-os a Jesus, convertendo-os a Jesus, fazendo-os discípulos de Jesus
vivo.
Os maridos são chamados a ser “estrelas
luminosas” para suas esposas, e estas para eles. Os filhos são chamados a ser “estrelas
brilhantes” para seus pais e irmãos. Os namorados são convocados a ser “estrelas
de Belém”, um para o outro. A maior prova de amizade é ser “estrela de Belém”
para os amigos. O Papa, os bispos, os padres, os religiosos consagrados e todos
os ministros de Igreja têm como missão maiúscula e essencial, ser “estrelas de
Belém” para todo o povo de Deus. Nada há de maior em nossa fé e vida cristã do
que “ser estrela” e “fazer Jesus salvador acontecer” na vida das pessoas.
As estrelas têm luz própria e
iluminam os astros que não a possuem. A estrela chamada sol tem luz própria e
ilumina a terra que não a tem. Todos nós, chamados a ser “estrelas de Belém”
para os nossos irmãos, precisamos ter luz própria, a fim de iluminar os que
“andam nas trevas”. Nossa luz é a fé esclarecida, profunda e evidenciada no
Deus vivo, em Jesus ressuscitado, nas verdades reveladas. Fé essa, confirmada
por uma vida honrada e santa, expressa por muitas boas obras. Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo! Brilhe vossa luz
diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai
que está nos céus”. A fé viva, esclarecida e professada, manifesta numa
vida santa e cheia de boas obras é a luz da “estrela de Belém” a que todos
somos chamados a ser, a fim de iluminar o coração dos nossos irmãos que ainda
vivem nas trevas do desconhecimento de Jesus Cristo.
Ofereceram-Lhe
presentes
“Abrindo seus tesouros
ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra”. Os três presentes
oferecidos pelos Reis Magos são profundamente proféticos e inspiradores. O ouro
é um metal precioso tradicionalmente oferecido aos reis. Ao oferecer o ouro, os
Magos reconhecem e proclamam a “realeza do Menino, Jesus Cristo Rei”. O incenso
é religiosamente usado como sinal do reconhecimento da divindade e simboliza a
adoração. Ao oferecer o presente do incenso, os Magos misteriosa, profética e
maravilhosamente reconhecem a divindade do Menino. Reconhecem, proclamam e
exaltam a divindade de Jesus Cristo, filho de Deus Pai, Deus como o Pai e o
Espírito Santo. A mirra é uma resina que, ressequida e pulverizada, era usada
como anestésico nas dores incômodas. Ao oferecerem a mirra, os Magos reconhecem
e profetizam que esse Menino é humano e irá ter sua cota de sofrimentos e dores.
Profetizam que Ele, um dia, sofreria todas as torturas da paixão e morte de
cruz.
Nesta festa da Epifania não podemos
deixar de oferecer esses mesmos presentes, com um simbolismo particular. O
“ouro” que podemos oferecer a Jesus é o nosso amor incondicional de discípulos
e amigos, amor manifesto por uma vida digna, honesta e santa, cheia de profunda
fé e culto ao Deus vivo, recheada de amor em forma de boas obras realizadas
pelos irmãos. O “incenso” que devemos oferecer é o nosso desejo e decisão de
prestar a Jesus Cristo nosso culto religioso, reconhecendo-o sempre mais
profundamente como nosso Deus e Senhor. Culto esse, manifesto de forma
permanente e perseverante na participação de todas as formas cultuais que se
realizam na Igreja, de forma especial, na celebração e recepção dos
sacramentos. A “mirra” que desejamos oferecer nesta Epifania é a oferta
humilde, mas paciente, conformada e assumida dos sofrimentos que a vida humana
e pessoal nos apresenta. Unimos nossos sofrimentos aos de Jesus Cristo, para
que sejam fonte de conversão e santificação para nós e para os nossos
familiares e irmãos de caminhada.
O ouro é o símbolo do amor, o
incenso é da adoração e a mirra é do sofrimento acolhido na paciência.
Percebamos que esses três presentes devem percorrer todo o curso de nossa vida.
O amor, a adoração e o sofrimento assumido devem ser expressões permanentes do
nosso relacionamento com Jesus ressuscitado. São os presentes que podemos
oferecer todos os dias, até o fim de nossos dias terrenos.