30 de janeiro de 2015
Nono
Mandamento:
“Não desejar a mulher –
o marido - do próximo”
"Todo
aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com
ela em seu coração" ( Mt 5,28). “Não desejar a mulher –
o marido - do próximo”(Ex 20,17)
A mística deste mandamento está – como em todos os outros – no amor. O
amor só quer e só faz o bem. Jamais o amor admite destruir um matrimônio, um
lar, uma família, pela sedução e conquista da mulher ou do marido do próximo,
que é irmão. Porque a “carne é fraca”, o Pai celeste propõe este mandamento
como um indicativo especial para que haja todo cuidado sobre as possíveis
tentações que possam surgir no coração, em relação à mulher ou ao marido de
outro casal. Quantos lares desfeitos, quantos sofrimentos familiares, quantos
filhos, esposas ou maridos traumatizados, por causa da queda nesta tentação. É
por grande amor para com as famílias, para com os casais e para com seus filhos
que Deus dá este mandamento.
A
cobiça da mulher ou do marido do casal próximo pode ser uma tentação de
momento, porque os desejos carnais estão sempre presentes nas pessoas de ambos
os sexos. Quando a pessoa tentada de cobiça cultiva a castidade, ela reage de
imediato contra a tentação e consegue guardar a castidade dos desejos. A cobiça
do marido ou da esposa do próximo se torna fato consumado quando o tentado não
é casto, não tem um firme amor para com o seu cônjuge, ou é uma pessoa que tem
fraqueza moral ou hábitos adulterinos, e encontra alguém que também não tem
continência, e por isso, quando dois querem, o adultério acontece.
O nono mandamento adverte contra a cobiça ou concupiscência
carnal. A luta contra a cobiça carnal passa pela purificação do
coração e a prática da temperança. A pureza do coração nos permitirá ver a Deus
e nos permite desde já ver todas as coisas segundo Deus. A
purificação do coração exige a oração, a prática da castidade, a pureza da
intenção e do olhar. A pureza do coração exige o pudor que é paciência,
modéstia e discrição. O pudor preserva a intimidade da pessoa.
29 de janeiro de 2015
Oitavo
Mandamento:
“Não apresentar falso testemunho”
"Não levantarás falso testemunho contra teu próximo"(Ex 20,16). Os discípulos de Cristo "revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade" (Ef 4, 24).
A verdade ou veracidade é a virtude que consiste em mostra-se verdadeiro no agir e no falar, fugindo da duplicidade, da simulação e da hipocrisia.
O espírito deste mandamento consiste na importância e na necessidade da verdade, de sempre se usar a verdade em todos os relacionamentos humanos, desde os mais íntimos, como entre marido e mulher, pais e filhos, bem como para com todas as outras pessoas. Deus é a verdade. Revelou toda a verdade a seus filhos, e quer que estes aprendam, vivam, falem e propaguem a verdade.
Portanto, este mandamento nos chama a viver, a falar, a defender e a testemunhar a verdade dos fatos e dos acontecimentos. Em sentido oposto, este mandamento nos impõe a jamais testemunhar a favor da falsidade, da mentira, do erro, do crime. Este mandamento exclui: ser ou apresentar testemunho falso, jurar falso, mentir, caluniar, difamar, maldizer, bajular, adular, revelar segredos confiados, não guardar segredos profissionais.
Este mandamento proíbe falsear a verdade nas relações com os outros. Essa proibição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunha de seu Deus, que é e quer a verdade.
O respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia. A mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar o próximo, que tem direito à verdade.
"O sigilo sacramental é inviolável". Os segredos profissionais devem ser guardados. As confidências prejudiciais a outros não devem ser divulgadas. A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade e na justiça. E conveniente que se imponham moderação e disciplina no uso dos meios de comunicação social.
28 de janeiro de 2015
Sétimo
Mandamento:
“Não furtar”
"Não roubarás"(Dt 5,19) disse Deus. "Nem os ladrões, nem os avarentos...herdarão o Reino de Deus"(1Cor 6,10), escreveu São Paulo.
O sétimo mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens. Os bens da criação são destinados a todo o gênero humano. O direito à propriedade privada não abole a destinação universal dos bens.
O amor de Deus gera o amor ao próximo, pois ele - Deus - nos faz filhos seus e irmãos entre nós. Este amor do próximo motiva e gera o respeito pelos bens dos irmãos. Dois irmãos de sangue que se amam, jamais furtarão um do outro, jamais tomarão os bens um do outro. Eis a mística deste mandamento: o amor respeita os bens alheios.
O Pai celeste que criou todas as coisas para todos os seus filhos, quer que esses bens sejam bem distribuídos, e que cada qual respeite as posses do outro. O amor exige esse respeito. Aquele que furta, rouba, prejudica a seu irmão, demonstra que “não é irmão” que não ama, que é egoísta, interesseiro e não merece confiança. Acaba, pois, prejudicando-se a si mesmo, adquirindo má fama e desprestígio pessoal.
O sétimo mandamento proíbe o roubo. O roubo é a usurpação de um bem de outrem contra a vontade razoável do proprietário. Toda a forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça comutativa exige a restituição do bem roubado.
O domínio concedido pelo Criador sobre os recursos minerais, vegetais e animais do universo não pode ser separado do respeito às obrigações morais inclusive para com as gerações futuras. Os animais são confiados à administração do homem que lhes deve benevolência. Podem servir para justa satisfação das necessidades do homem.
A esmola dada aos pobres é um testemunho de caridade fraterna e é também uma prática de justiça que agrada a Deus. Na multidão de seres humanos sem pão, sem teto, sem terra, como não reconhecer Lázaro, mendigo faminto da parábola? Como não ouvir Jesus que diz: "Foi a mim que o deixastes de fazer" (Mt 25,45)
27 de janeiro de 2015
Sexto Mandamento:
“Não pecar contra a castidade”
A mística
deste mandamento está na maravilha do amor de Deus que deu ao homem e à mulher
o dom de gerar vidas humanas. Deus é o criador. O Homem e a mulher são
procriadores do ser humano, com Deus. Para que se realize este plano divino da
procriação, Deus criou o masculino e o feminino e lhes deu os órgãos genitais,
necessários para a procriação. Daqui se deduz a grandeza, a santidade, a
importância e a beleza da sexualidade e da genitalidade humanas e, ao mesmo
tempo, a finalidade do seu uso, dentro do plano da procriação. Portanto, todo
uso da sexualidade fora do contexto da procriação, contexto que inclui a
comunhão de amor manifesta permanentemente dentro do casamento abençoado, se
torna “abuso”, torna-se “pecado contra a castidade”.
Só na ótica do
amor é possível perceber a grandeza e a santidade da sexualidade e da
genitalidade, bem com das relações sexuais santificadas pelo sacramento do
matrimônio. A convicção da santidade da sexualidade e da genitalidade faz com
que os casais evitem todas as tentações que chamam para práticas desnaturadas,
depravadas e viciosas.
As relações
sexuais normais, naturais, abençoadas pelo sacramento do matrimônio, incluem
todas aquelas intimidades físicas e sentimentais que preparam o ato conjugal,
ou que o complementam. Essas relações, bem conduzidas tem o condão de
aprofundar os laços de amor, de curar feridas de desamor ocorridas, de sedar a
tendência natural para a busca do prazer genital.
O abuso sexual
inclui: a masturbação caracterizada, a fornicação (a relação sexual entre
pessoas livres: solteiros, viúvos...) a prostituição, o adultério, o
homossexualismo, o lesbianismo, bem como toda forma mental de erotismos
alimentados para gozar o prazer da genitalidade, como a pornografia, os filmes
eróticos, o erotismo da internet etc.
26 de janeiro de 2015
Quinto
mandamento:
“Não matar”-“Não se matar”
Deus é o autor da vida humana, é o criador do ser humano e só a ele cabe o direito e o poder de dar a vida e de tirar a vida. (Cf. Jó 12,10).
A vida humana é o dom supremo oferecido por Deus ao ser humano, que aliás, foi criado à imagem e semelhança de Deus. Só depois de existir, de estar vivo, é que se pode receber todos os demais dons, graças, bênçãos e a própria vida eterna.
Eis o espírito deste mandamento: amar e valorizar o dom da vida que se recebeu, e aquela que é vivida por todo ser humano, desde sua concepção até a eternidade.
A vida humana é sagrada porque desde a sua origem ela encerra a ação criadora de Deus, e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é o dono da vida, do começo ao fim; ninguém em nenhuma circunstância pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano.
Considere-se com atenção que a vida humana é eterna. Ela tem início no útero materno, é vivida por um período no planeta terra, mas depois, a partir da morte, se projeta na eternidade. Portanto, quem a recebeu deve valorizá-la como um dom maior. Ao mesmo tempo, tem todo o direito de ser respeitado no que tange à sua existência.
Este mandamento de amor à vida inclui: valorizar a vida, cuidar da saúde, curar enfermidades, realizar tratamentos necessários etc. Exclui: suicídio, homicídio, aborto, eutanásia. Exclui tortura física, moral, psicológica e espiritual; exclui mutilações, maus tratos, violências, quer físicas, quer psicológicas e morais.
Desde a concepção a criança tem o direito á vida. O aborto direto, isto é, o que se quer como um fim ou como um meio, é uma "prática infame" gravemente contrária à lei moral. O assassinato de um ser humano é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador. A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os motivos, constitui um assassinato. É gravemente contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador. O suicídio é gravemente contrário à justiça, à esperança e à caridade. E proibido pelo quinto mandamento.
23 de janeiro de 2015
Quarto
Mandamento:
“Honrar Pai e mãe”
"Honra
teu pai e tua mãe"(Dt 5.I6; Mc 7,8).
"Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, porque isso é justo”. Este é o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa divina: “Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra" (Ef 6,1-3).
Deus nos criou por amor e para o amor. O ser humano só se realiza se conseguir realizar-se no amor. Deus criou a família e a unifica pelos laços de sangue para que seja um “ninho de amor”, aliás, imprescindível para a felicidade e a realização humana. Eis o ponto de partida para entender este mandamento: o amor profundo entre pais e filhos para formar uma família que seja um ninho de amor, onde todos os membros se sintam realizados e felizes. Quando há amor permanentemente cultivado entre os pais, eles o transbordam para os filhos. Filhos bem amados, amam e retribuem com amor, o amor recebido dos pais. Esse amor leva os filhos a amarem, honrarem, cuidarem, defenderem e promoverem seus Pais.
De acordo com o quarto mandamento, Deus quis que, depois dEle, honrássemos nossos pais e os que Ele, para nosso bem, investiu de autoridade. A comunidade conjugal está fundada na aliança e no consentimento dos esposos. O casamento e a família estão ordenados para o bem dos cônjuges, a procriação e a educação dos filhos.
Os filhos devem a seus pais respeito, gratidão, justa obediência e ajuda. O respeito filial favorece a harmonia de toda a vida familiar. E a harmonia familiar gera o clima de intercâmbio de amor entre todos os membros. Os filhos jovens e adultos tem o dever de amor de cuidar de seus pais em qualquer circunstância: na velhice, na enfermidade, nas dificuldades materiais, nas crises familiares.
Quando os pais conseguem fazer de sua família um verdadeiro ninho de amor, favorecem a alegria e a felicidade dos filhos, e eles mesmos se sentem realizados em sua missão paterna e materna. Felizes são todos os membros de uma família, onde o clima natural permanente seja o amor.
22 de janeiro de 2015
Terceiro mandamento :
“Guardar – celebrar – o
Domingo
e
os Dias Santos”.
"Guardarás o dia de sábado (Domingo) para santificá-lo"( Dt 5,12). "No sétimo dia se fará repouso absoluto em honra do Senhor" (Ex 31,15).
O sábado do A.T. é substituído pelo domingo, que lembra a criação nova, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. A Igreja celebra o dia da Ressurreição de Cristo no oitavo dia, que é corretamente chamado dia do Senhor, ou domingo.
Qual a mística deste mandamento? Por amor paterno, Deus nos prescreve este mandamento para mantermos, crescermos e amadurecermos sempre mais o nosso relacionamento com ele, e neste relacionamento, mantermo-nos em nosso processo perene de salvação e de santificação. Celebrar o domingo, participar da santa Missa ou de outras celebrações, celebrar santamente os sacramentos, dedicar-se a acolher mais a palavra de Deus é uma necessidade e garantia de se poder manter no amor de Deus, de crescer e amadurecer nas virtudes cristãs e nas boas obras.
Aquele que deixa de santificar o Domingo, que se ausenta da santa missa dominical e dos sacramentos, aos poucos vai se distanciar de Deus, e vai perder o “bem supremo” com tudo quanto Deus traz ao coração e à vida. Quando alguém se distancia e se esvazia de Deus, de seus mandamentos e de seus conselhos, passará a se encher das coisas mundanas, a acolher as paixões e vícios, a entrar por atalhos que levam ao pecado, à falta da bênção divina, e pior, ao caminho da condenação. É por isso, aliás, que Deus nos quer manter perto de si: para nos abençoar e conduzir pelo caminho do bem.
O descanso dominical também está na ótica do amor. A saúde é um grande dom de Deus. Descansar no Domingo é preservar e cultivar a saúde. É por isto que o Pai nos ordena o descanso dominical.
No domingo e em outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa, evitando as atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo.
A instituição do domingo contribui para que todos tenham tempo de repouso e de lazer suficiente para lhes permitir cultivar sua vida familiar, cultural, social e religiosa. Todo cristão deve evitar de impor sem necessidade aos outros aquilo que os impediria de guardar o dia do Senhor.
21 de janeiro de 2015
Segundo
Mandamento:
“Não tomar – não pronunciar –
o santo nome de Deus, em vão”.
"Senhor
nosso Deus. quão poderoso é teu nome em toda a terra"( Sl 8.11).
O nome é a revelação de uma pessoa. Dizer o nome de uma pessoa é dizer quem ela é. Dizer quem é a pessoa é revelar o que ela é. Assim, dizer o nome de Deus é chamar a Sua presença. Porque o nosso Deus é santíssimo, Seu nome também é santíssimo.
A mística deste mandamento é o amor para com Deus. Por amor, por devoção, por afeto e carinho, por gratidão para com Ele, que aliás nos ama com amor divino, devemos alimentar em nossos corações um grande respeito para com Seu santo nome. Ao pronunciar o santo nome de Deus, devemos fazê-lo em clima de amor, de respeito e de devoção.
Aquele que tem a Deus como bem supremo, como o “amor mais amado”, com certeza terá um grande carinho, respeito e veneração pelo Seu santo nome. Uma forma de orar com profundidade e devoção é repetir diversas vezes o santo nome de Deus Pai, de Jesus Cristo, do Espírito Santo. Outra forma de orar pela repetição do santo nome de Deus é repetir mais vezes o “glórias ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”.
Este segundo mandamento nos ensina a não abusar do nome santo de Deus, a não usá-lo inconvenientemente, a não blasfemar contra Deus, a não jurar falsamente, a não desafiar a Deus.
A blasfêmia consiste em usar o Nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos de maneira injuriosa, profana, maldosa. O juramento falso é invocar a Deus como testemunha de uma mentira, é fazer de Deus participante de uma falsidade. 0 perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, sempre fiel a suas promessas. "Não jurar nem pelo Criador, nem pela criatura, se não for com verdade, necessidade e reverência".
Nós, cristãos começamos nossas orações e nossas ações com o sinal-da-cruz, chamando o nome de Deus. Dizemos que fazemos aquela ação "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém" Este mandamento prescreve respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é Santo.
20 de janeiro de 2015
Primeiro
Mandamento:
“Amar a Deus sobre todas as coisas”.
Amar a Deus mais do que todas as coisas é colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida. Porque Ele é amor infinito e nos ama com amor eterno, personalizado, misericordioso, gratuito e incondicional, deve ocupar o primeiro lugar em nosso coração. Porque ele é o maior tesouro, a maior riqueza e a fonte de todas as bênçãos para nossas vidas, merece e precisa ser o primeiro entre todos os valores, precisa ocupar o primeiro lugar. Quando damos a Deus o “seu lugar”, “o altar principal” no nosso coração, saberemos colocar todos os outros valores e todas as outras coisas no seu devido lugar. E saberemos substituir os não-valores por valores preciosos.
Para colocar Deus em primeiro lugar, para amá-Lo com toda vibração do coração, e para tê-Lo como a maior riqueza, é preciso “sentir-se amado por ele”, é preciso perceber todas as provas de amor que Deus Pai, que o Filho-Jesus e que o Espírito Santo já nos deram e nos dão a cada dia. É a vivência de uma amizade profunda e cultivada com o Deus-Trindade, é um amor entranhado e experimentado para com ele que nos levam a colocar “Deus em primeiro lugar”.
Ao colocarmos Deus em seu devido lugar, isto é, em primeiro lugar, todas as outras pessoas e coisas passarão a ocupar o seu respectivo lugar na verdadeira escala de valores. Aliás, só quando colocamos a Deus em primeiro lugar é que encontraremos a melhor forma de amar, de valorizar e de servir às pessoas humanas, e de usar de forma correta e sábia toda a criação divina.
Quando Deus ocupa o seu devido lugar em nossos corações e em nossas vidas, viveremos a verdadeira fé, sentiremos a força da esperança, e saberemos o significado da caridade, bem como de tudo quanto ela é capaz de realizar em relação a Deus e aos irmãos. Mais. A adoração, o louvor, a glorificação, a ação de graças, a rendição, a busca do perdão divino, enfim, todas as formas de oração brotarão do coração, naturalmente, como de uma fonte.
Quando vivemos no amor supremo de Deus, sentiremos horror a todo tipo de idolatria, superstição, magia, adivinhação, irreligião, enfim, a tudo o que queira ocupar o lugar de Deus em nossas vidas. Sentiremos horror a todo pecado, pois ele ofende a Deus, o bem supremo. Amar a Deus sobre todas as coisas: eis a fonte de todas as bênçãos.
19 de janeiro de 2015
OS
DEZ MANDAMENTOS
Os
dez mandamentos dados por Deus ao ser humano, e a cada um de nós em particular,
são um sinal luminoso do seu grande amor para conosco. Um bom pai, porque ama
seus filhos e os quer sadios, felizes, bons, honestos, trabalhadores e realizados,
procura ensiná-los, dar-lhes bons conselhos e sábias orientações de vida. Assim
também, porque nos ama, e quer sempre o nosso bem, nosso Pai celeste nos dá dez
grandes ensinamentos em forma de mandamentos. Eles são grandes provas do amor do Pai para conosco.
Qual
a mística dos dez mandamentos? Uso a
palavra “mística” no sentido de “espírito”, de “ótica espiritual”, de “objetivo
íntimo”, de “finalidade última”. A mística, o espírito, a ótica, o objetivo, a
finalidade dos dez mandamentos está no amor, encontra-se no grande amor de
Deus, Uno e Trino, para com o ser humano. Deus, que nos criou à sua imagem e
semelhança e que nos ama com amor eterno, quer orientar-nos pelos caminhos da
verdade, do bem e da felicidade. Deus demonstra seu grande amor para conosco, também
por meio dos dez mandamentos.
Nos
dez mandamentos, Deus Pai nos educa para que vivamos em profundidade o “amor a
Deus”, e o “amor ao próximo”. Os primeiros três mandamentos nos educam para o
nosso relacionamento de amor para com o Deus Trindade. Os outros sete
mandamentos nos educam para um verdadeiro amor ao próximo.
Quando
um bom pai ensina, dá conselhos, exorta, chama atenção, e até dá ordens ao
filho, sempre o faz por amor e para o bem do mesmo, porque o ama. É por
infinito amor para conosco, seus filhos, que o Pai celeste nos dá os dez
mandamentos. São diretivas de amor para o nosso bem maior. São setas
indicativas do caminho verdadeiro para nossa vida. Quem vive esses mandamentos
vive a verdadeira hierarquia de valores, caminha na verdade, faz sempre e só o
bem, é mais feliz e sadio, granjeia o respeito, a estima e a admiração de seus
irmãos. E sobretudo, tem a garantia do bem-querer e da bênção do Pai celeste,
exatamente por lhe ser obediente. Obedecer aos mandamentos é obedecer e amar a
Deus Pai, a Jesus e ao Espírito Santo. A fidelidade na obediência aos dez
mandamentos traz as melhores bênçãos divinas.
6 de janeiro de 2015
Prezado(a) Visitante.
Faço votos de um ano novo muito abençoado!
Venho comunicar que devido a uma saída para uma reunião de família
as postagens não serão realizadas
por um período de 12 dias.
Nesse tempo, lhe desejo todo bem e bênçãos.
Pe. Alírio scj
5 de janeiro de 2015
ADORAÇÃO
Quando se pensa ou se fala de “adoração”, logo vem à
mente a imagem de uma igreja ou capela, onde sobre o altar, Jesus está exposto
no Santíssimo Sacramento, e um grupo maior ou menor de pessoas está orando,
cantando, lendo textos bíblicos, enfim, orando de várias formas.
Sim, aquilo é adoração. Por certo de muito boa qualidade
e muito agradável ao Senhor Jesus. Mas adoração é muito mais do que aquilo. A
adoração é uma forma de culto muito especial no seu conteúdo e no seu sentido.
Adorar é entrar em contato, é estabelecer uma comunhão com Deus, reconhecendo-O
como Deus, proclamando-O como Deus, bendizendo-O por Ele ser Deus,
glorificando-O por seus atributos, virtudes e qualidades divinas, declarando-O
como o Deus único, verdadeiro, Uno e Trino.
A essência da adoração está no reconhecimento da
divindade, na proclamação de que “Deus é Deus”! E tudo o demais que se faça
naquele culto, antes de tudo é dirigido à Divindade de Deus. O adorador põem-se
diante de Deus, entra em contato direto com Deus, ora, fala, canta, escuta a
voz de Deus, aceita-O como seu Deus, rende-se a Ele inteiramente, acolhe sua
Palavra, procura modelar sua vida de acordo com os mandamentos divinos e as
vontades divinas. O objeto da adoração, portanto, é a Divindade, é o Deus
verdadeiro, único, Uno e Trino.
Depois
de ter entrado e de estar na verdadeira adoração pela presença e comunhão com
Deus, tudo o mais que o adorador realiza se situa dentro do espírito da
adoração. Ou seja, do reconhecimento da divindade. O pedido de perdão é
dirigido a Deus. O louvor por todas as criaturas se dirige a Deus. A ação de
graças por todos os benefícios é feita a Deus. O intercessão é dirigida a Deus.
Os pedidos de cura e libertação são dirigidos a Deus. Enfim, tudo o que se
faça, em última análise é dirigido a Deus. Isto é adoração.
A adoração pode ser dirigida ao Deus Uno e Trino, único e
verdadeiro, Pai e Filho e Espírito Santo. Mas pode ser dirigida a uma pessoa
divina determinada. Podemos realizar uma ótima adoração dirigida ao Pai eterno.
Podemos fazer uma excelente adoração ao Espírito Santo. E podemos realizar um
significativa adoração ao Filho eterno.
É muito comum e tradicional realizarmos adorações a Jesus
sacramentado. Talvez nunca tenhamos feito meia hora de adoração ao Pai eterno
ou ao Espírito Santo. Não fomos ensinados. Não se fazem nas nossas igrejas. É verdade
que onde se encontra Jesus sacramentado encontram-se também o Pai e o Espírito
Santo. E por certo, Estes se alegram com a adoração a Jesus Eucarístico. Mas,
em nossa vida de culto e oração deveríamos também incluir o Pai e o Espírito
Santo.
Para realizar uma adoração ao Pai eterno e ao Espírito
Santo, não precisamos ir à igreja e expor Jesus santíssimo sobre o altar.
Podemos realizar essa adoração em qualquer lugar nobre, onde possamos estar
tranquilos em oração.
Assim como a adoração a Jesus sacramentado traz muitos
furtos espirituais para os adoradores, igualmente a adoração ao Pai e ao
Espírito trazem excelentes graças para a nossa vida cristã.
Prezado leitor, cara leitora, como meu espaço de escrever
é tão limitado, posso adiantar que nos próximos meses continuarei a esclarecer
o tema. Assim me foi solicitado pela direção da Revista.
3 de janeiro de 2015
A Adoração dos Reis Magos
Tendo Jesus nascido em Belém de Judá, eis que magos
vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram: “Onde está o rei dos judeus que
acaba de nascer? Vimos sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”. (...) E eis
que a estrela que tinham visto no oriente os foi precedendo até chegar sobre o
lugar onde estava o Menino, e ali parou. A aparição daquela estrela os encheu
de profunda alegria. Entrando na casa,
encontraram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele o adoraram.
Depois, abrindo seus tesouros ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e
mirra.. (Mt 2, 1-2. 9b-12)
Os três presentes oferecidos pelos
Reis Magos são profundamente proféticos e inspiradores. O ouro é um metal
precioso tradicionalmente oferecido aos reis. Ao oferecer o ouro, os Magos
reconhecem e proclamam a “realeza do Menino, Jesus Cristo Rei”. O incenso é
religiosamente usado como sinal do reconhecimento da divindade e simboliza a
adoração. Ao oferecer o presente do incenso, os Magos misteriosa, profética e
maravilhosamente reconhecem a divindade do Menino. Reconhecem, proclamam e
exaltam a divindade de Jesus Cristo, filho de Deus Pai, Deus como o Pai e o
Espírito Santo. A mirra é uma resina que, ressequida e pulverizada, era usada
como anestésico nas dores incômodas. Ao oferecerem a mirra, os Magos reconhecem
e profetizam que esse Menino é humano e irá ter sua cota de sofrimentos e
dores. Profetizam que Ele, um dia, sofreria todas as torturas da paixão e morte
de cruz.
Nesta
festa da Epifania não podemos deixar de oferecer esses mesmos presentes, com um
simbolismo particular. O “ouro” que podemos oferecer a Jesus é o nosso amor
incondicional de discípulos e amigos, amor manifesto por uma vida digna,
honesta e santa, cheia de profunda fé e culto ao Deus vivo, recheada de amor em
forma de boas obras realizadas pelos irmãos. O “incenso” que devemos oferecer é
o nosso desejo e decisão de prestar a Jesus Cristo nosso culto religioso,
reconhecendo-o sempre mais profundamente como nosso Deus e Senhor. Culto esse,
manifesto de forma permanente e perseverante na participação de todas as formas
cultuais que se realizam na Igreja, de forma especial, na celebração e recepção
dos sacramentos. A “mirra” que desejamos oferecer nesta Epifania é a oferta
humilde, mas paciente, conformada e assumida dos sofrimentos que a vida humana
e pessoal nos apresenta. Unimos nossos sofrimentos aos de Jesus Cristo, para
que sejam fonte de conversão e santificação para nós e para os nossos
familiares e irmãos de caminhada.
O ouro é o
símbolo do amor, o incenso é da adoração e a mirra é do sofrimento acolhido na
paciência. Percebamos que esses três presentes devem percorrer todo o curso de
nossa vida. O amor, a adoração e o sofrimento assumido devem ser expressões
permanentes do nosso relacionamento com Jesus ressuscitado. São os presentes
que podemos oferecer todos os dias, até o fim de nossos dias terrenos.