24 de outubro de 2011
AUXÍLIO ESPIRITUAL AOS FALECIDOS
O cristianismo foi iluminado e convencido pelos ensinamentos do Senhor Jesus, Filho de Deus, de que o ser humano não foi criado apenas para viver um tempo limitado na vida terrena, mas para viver uma outra forma de vida, após sua morte: uma vida eterna.
Foi iluminado e convencido, também, de que a vida que se inicia com a morte, terá um, de dois destinos diferentes: ou a felicidade gerada pela posse plena e definitiva de Deus, que chamamos de Céu, ou a infelicidade gerada pela perda culposa da presença de Deus para sempre, que se chama inferno. São inúmeras as citações bíblicas comprobatórias dessa verdade.
A própria vinda do Salvador, a centralidade de sua doutrina, a instituição da Igreja com todos os seus instrumentos sacramentais, doutrinários e espirituais, têm essa finalidade: levar o ser humano a crer em Deus e na vida eterna, e por isso a viver de tal forma segundo os ensinamentos divinos que chegue a “conquistar” a sua felicidade celeste. Vale a pena buscar na parábola do “Pobre Lázaro e do Rico Epulão” a profundidade do ensino de Jesus a respeito dessas verdades (Lc 16,19-31).
Tais verdades de fé levaram os cristãos, desde os primeiros anos após Pentecostes, quando, aliás, se iniciaram os martírios e a morte natural dos fiéis, a prestarem um culto aos falecidos. Não apenas um culto de memória, de saudade, de admiração, de gratidão, de imitação de suas virtudes, mas também de oração e de celebrações e ofertas do santo Sacrifício Eucarístico, como forma de beneficiá-los para sua nova vida. Essa prática religiosa, baseada na fé cristã, prossegue até os nossos dias.
Purgatório
Para que orar, celebrar Santas Missas, realizar atos de caridade, alcançar indulgências etc. em favor dos falecidos? Faz sentido? Eles são realmente beneficiados? Os que vão para o Céu já estão na plena felicidade e os que vão para o inferno, já não há o que fazer por eles, pois o inferno é eterno, como o Céu. Então, para que orar pelos mortos?...
Baseada na Sagrada Escritura, iluminada pelo Espírito Santo e pela reflexão teológica, a Igreja – desde os primórdios – tem a certeza da existência do purgatório, ou seja, de um período de purificação para aqueles que morreram na amizade de Deus (em estado de graça), mas que levam consigo “impurezas, imperfeições” que precisam ser “purificadas”, para poderem entrar no céu.
Eis o ensinamento da Igreja: “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após a morte, por uma purificação, a fim de terem uma santidade necessária para entrarem na alegria do Céu”. “A Igreja denomina “Purgatório” esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados”. (Leia mais no Catecismo da Igreja ns. 1030-31-32) Nesse texto está uma certeza fortemente iluminadora: todos os que estão no purgatório “estão salvos e irão para o Céu”.
Na Bíblia não ocorre o nome “purgatório”, mas sim a realidade da “purificação”. Já no A.T., no segundo livro dos Macabeus conhecemos essa prática de “purificação dos falecidos”.
Após uma grande batalha onde morreram muitos de seus soldados, o general Judas Macabeu, animado por sua fé, assim fez: “No dia seguinte, Judas e seus companheiros foram tirar os corpos dos mortos, como era necessário, para depô-los na sepultura ao lado de seus pais.(...) Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas”. (Cf. 2Mc 12, 39. 43-46) Saboreie o leitor atentamente a riqueza desse texto... (Cf. também Mt 12, 31; 1Cor 15; 1Pd 1,7)
PURIFICAÇÃO FINAL PARA ENTRAR NA GLÓRIA
Purificação
Purificar de quê? 1.Dos pecados veniais não perdoados antes da morte. 2. Das seqüelas que permaneceram na pessoa, por causa dos pecados mortais perdoados em vida, ou de todos os outros pecados veniais perdoados. “Todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas, que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no purgatório” (CIC n.1472). Um exemplo: alguém pratica adultério, ou prostituição, ou relações sexuais de solteiros. Arrepende-se e confessa sinceramente seus pecados. A culpa é perdoada, mas permanece a experiência erótica que muitas vezes grita para voltar ao prazer. Essa seqüela precisa ser “purificada”, ou antes da morte ou no purgatório. Outros levam consigo, na morte, ressentimentos, mágoas, sentimentos de vingança; outros, apegos fortes a bens materiais; outros, tropeços na fé causados pelo busca de soluções de problemas em falsas religiões; outros por más ações ou intenções no exercício de sua profissão etc. Todas as seqüelas “sujas” dos pecados, mesmo perdoados, precisam ser “purgadas”, para se poder entrar na visão beatífica.
Sofrimento
Os falecidos que estão no purgatório sofrem. A tradição da Igreja descreve, desenha e pinta o purgatório como “um lugar cheio de chamas de fogo purificador”. É evidente que se trata apenas de “dar uma idéia material, visual” daquele sofrimento. O sofrimento purificador é causado principalmente pelo fato de a pessoa estar ali pertinho de Deus e do Céu e ainda não poder entrar, “por própria culpa”, por causa de seus pecados. O desejo de estar com Deus, com os Anjos e os Santos é tão profundo, tão intenso, que a espera e a demora causam “sofrimento”, como um “fogo” na alma. Tal desejo da posse do Céu vai intensificando na pessoa o amor por Deus. E é esse amor que “purga”, limpa o coração para a posse plena e eterna de Deus.
O sofrimento do purgatório é tão intenso e profundo exatamente por causa da intensidade do desejo de querer entrar no Céu, e “ainda não poder”. Tal sofrimento não deixa a pessoa infeliz, revoltada, por três razões: 1. Porque sabe que o seu Céu está garantido e que vai chegar sua hora de possuí-lo. 2. Porque sabe que a “espera e a demora” foram causadas por suas próprias culpas. 3. Porque sabe que a Igreja e seus amigos vivos podem e irão socorrê-los, apressando sua purificação e sua entrada no Céu.
SOCORRO ESPIRITUAL PARA OS FALECIDOS
Socorro purificador
Após o que foi escrito acima, fica muito fácil compreender o significado e a importância de socorrer espiritualmente os falecidos que se encontram na purificação.
Todo sufrágio que realizarmos pelos falecidos tem como objetivo alcançar-lhes o perdão divino e a purificação plena, a fim de que o mais depressa possam sair do sofrimento e entrar na glória dos Céus.
O objetivo de “tirarmos do sofrimento” e de “levarmos para o Céu” o mais depressa possível os nossos entes queridos falecidos, deveria induzir-nos a realizar de imediato o maior número possível daqueles auxílios espirituais mais perfeitos e apropriados, a eles aplicáveis. Por que deixá-los sofrer, se podemos levá-los para a felicidade do Céu? Por que deixá-los esperar no sofrimento, talvez por muito tempo, se podemos socorrê-los rapidamente?
Os socorros mais indicados são: A celebração da Santa Missa oferecida pelos que partiram. Todas as orações dirigidas a Deus em sufrágio dos que partiram. Obras de generosidade e caridade realizadas e oferecidas a Deus, pelos falecidos. As indulgências aplicáveis aos falecidos, como aquelas dos dias de finados.
A melhor de todas, a mais apreciada por Deus, a que maior poder possui para purificar os falecidos é, sem dúvida, a Santa Missa oferecida por eles. Isso porque na Santa Missa se torna realmente presente o “Santo Sacrifício de Jesus, oferecido na cruz”. O sacrifício da vida de Jesus, oferecido na cruz, é tão meritório e poderoso que pôde salvar a humanidade toda. Ora, por vontade expressa de Jesus, seu sacrifício oferecido na cruz se torna realmente presente em cada Santa Missa celebrada. Oferecer uma Santa Missa por um falecido é como “fazer uma troca” com Deus Pai. Nós lhe entregamos o Corpo sacrificado e o Sangue derramado, com todo o amor com que Jesus se imolou, para que “em troca”, o Pai perdoe e purifique o falecido, e o leve para o Céu. O que de mais eficaz poderíamos fazer por um falecido?...
Quem compreende o que está dito acima, vai “superar a tradição” de apenas oferecer missas de 7º, 30º e de aniversário de morte. Por que não oferecer Santas Missas no 1º, no 2º, no 3º, no 4º dia, todos os dias, por muitas semanas e até meses seguidos? Se, por nossa falta de fé e de piedade, não conseguirmos tirar da purificação nosso ente querido na missa de 7º dia, vamos deixá-lo sofrer e esperar nosso socorro até a Missa de 30º dia?... Ou até a Missa de um ano depois de sua morte?
Leitor, deu para compreender?...
14 de outubro de 2011
13 de outubro de 2011
OS ANJOS CELESTES
A existência de seres espirituais, que na Bíblia são chamados de anjos, é uma verdade de fé, confirmada pela Sagrada Escritura e pela Tradição da Igreja. O Antigo e o Novo Testamentos citam mais de trezentas vezes a presença de anjos. Não há, portanto, por que duvidar.
A palavra anjo vem da língua grega: “ânguelos”, e do latim:”ângelus”, que significa “mensageiro, portador de mensagens, noticiador”. Na verdade, o nome “anjo” não indica a “natureza”, ou seja, “aquilo que o anjo é”, mas indica a sua missão, aquilo que ele faz. Santo Agostinho diz que “anjo é designação de encargo, de trabalho, de missão, e não de sua natureza. Se perguntamos pela natureza do anjo, por aquilo que ele, a resposta é: ele é um ‘espírito’. Se perguntamos pelo encargo, por sua missão, a resposta é: ele é ‘anjo’ ou seja, mensageiro, noticiador. Ele é espírito, por aquilo que ele é. É é anjo, por aquilo que ele faz”. Portanto, ao falar de anjos está se discorrendo sobre “espíritos”, seres espirituais, dotados de individualidade, inteligência, vontade e liberdade.Os Anjos.
Os anjos são seres espirituais, criados por Deus, amados por Deus, amigos de Deus e servidores dos desígnios de Deus. São seres espirituais incorpóreos, isto é, não têm um corpo material como o nosso. Se na Bíblia, algumas vezes, eles se mostraram com um corpo humano, é porque, para realizar a sua missão, eles precisavam “aparecer”, precisavam serem vistos. E como eles cumpriam uma missão dada por Deus, Ele os tornava visíveis aos olhos humanos.Os anjos são seres espirituais dotados de inteligência. São seres inteligentes. Por sua inteligência são capazes de compreender a soberania e a grandeza de Deus. São capazes de compreender que são criaturas divinas, criadas por amor, e que devem adorar e servir a Deus com submissão amorosa. Com sua inteligência, sabem reconhecer que sua existência, sua grandeza e santidade foram dadas por Deus. Por sua inteligência, eles sabem que é na adoração e no servir a Deus que reside a sua felicidade celestial.
Os anjos são seres espirituais dotados de vontade própria. Sua vontade lhes dá a possibilidade de decisão em sua vida nos seus relacionamentos com Deus e nas missões dEle recebidas. Mas porque compreendem que Deus é o bem supremo e a fonte de sua felicidade celestial, os anjos têm sua vontade totalmente voltada para Deus, e jamais se decidem por algo que pudesse ser contra a vontade de Deus.
Os anjos são dotados de liberdade. São seres livres. Mas sua liberdade deve ser compreendida no seu verdadeiro significado. “Livre é aquele que escolhe o bem, o verdadeiro, o justo e o bom, por “própria iniciativa”. Sabemos que lúcifer e outros anjos abusaram da liberdade, quiseram ser “deuses”, se rebelaram contra Deus e foram condenados. Os anjos, por serem inteligentes e saberem que sua felicidade reside em estar com Deus, livremente “escolhem”estar com Deus e servi-Lo com amor.
OS ANJOS - SERVIDORES DE DEUS
Servidores de Deus
Os anjos são “servidores e mensageiros de Deus”, “poderosos executores de sua palavra, e obedientes ao som de sua voz ( Sl. 103, 20).
Baseados em diversas citações bíblicas, alguns escritores sagrados os dividem três hierarquias. Cada hierarquia é formada por três categorias, formando nove categorias ou ordens de espíritos angélicos.
A primeira hierarquia é formada pelos espíritos Serafins, pelos Querubins e pelos Tronos. Esses três grupos se mantém junto do trono de Deus, O adoram, contemplam, servem e engrandecem. Os Serafins são os “inflamados” do amor de Deus. Os Querubins são os portadores da plenitude da ciência divina. Os Tronos vivem a “fruição perpétua” da presença de Deus.
A segunda hierarquia é formada pelos espíritos Dominações, pelos Virtudes e pelos Potências. Os Dominações presidem, organizam, dão ordens a outros espíritos. Os espíritos Virtudes são os executores: agem, fazem. E os Potências exercem o poder. Têm poder de remover obstáculos aos planos divinos e favorecer sua implantação.A terceira hierarquia é formada pelos espíritos chamados: Principados, pelos Arcanjos e pelos Anjos. Os Principados exercem poderes em nome de Deus, para o reino de Deus, em regiões maiores: países, províncias, estados. Os Arcanjos, exercem domínios sobre cidades. Os Anjos, exercem o cuidado de pessoas. (Cf Legenda Áurea, pg. 813-824)
A bem da verdade, é preciso dizer que alguns escritores sacros divergem, não dos nomes das nove categorias de anjos, mas das atribuições de cada classe, descritas acima.
Todos esses espíritos celestes são criados por Deus, estão na felicidade dos céus, servem em profundo amor e obediência a Deus, são profundamente unidos entre si na execução da missão geral dada por Deus, bem como nas incumbências pessoais.
OS ANJOS
Os anjos e Jesus
Jesus Cristo é o centro de todas as classes de anjos. Lemos em Mateus 25, 31 “Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os “seus” anjos...” Os anjos são de Jesus porque foram criados “por Ele e para Ele”. Lemos em Colossenses 1, 16: ”Pois foi nele que4 foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele”. Os anjos são de Jesus porque Ele os fez mensageiros de seu projeto de salvação. Lemos em Hebreus, 1, 14: “Porventura não são eles todos espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação”?
Desde a Encarnação até a Ascensão a vida de Jesus Cristo é cercada da adoração e do serviço dos anjos. Quando Deus introduziu o primogênito no mundo, diz:”Adorem-no todos os anjos”(Hb 1,6) No nascimento de Jesus, um coro celestial cantou o “Glória a Deus nas alturas...” (Lc 2,14) Protegem a infância de Jesus, avisando José a fugir porque Herodes queria matar o Menino (Mt 1,20.2,13.19). Servem a Jesus no deserto (Mc. 1, 12). Reconfortam Jesus na sua agonia no Getsêmani (Lc 22,43). Foi um anjo que anunciou a Maria a Encarnação do Filho de Deus. Foram anjos que anunciaram a Ressurreição do SenhorOs Anjos da Guarda
Desde a concepção até a morte a vida humana é cercada pela proteção e pela intercessão de anjos. Cada fiel é acompanhado por um anjo protetor e pastor para conduzi-lo pelos caminhos da vida cristã até chegar à vida eterna. Esse anjo nós o chamamos de Anjo da Guarda.Um Anjo da Guarda recebeu do Pai celeste a missão de nos acompanhar por toda a nossa vida, a fim de nos auxiliar a viver uma vida cristã capaz de ser aprovada por Deus, no fim dos nossos dias. O Anjo da Guarda procura nos preservar e auxiliar a vencer as tentações, as infestações e as opressões que nos são feitas pelos anjos maus, os demônios. Ele nos dá inspirações e moções a fim de sabermos distinguir o certo do errado, o bom do mau, o bem do mal. Ele nos adverte, por meio de intuições e pensamentos quando estamos fazendo escolhas erradas que levam ao pecado. O Anjo da Guarda é um intercessor valioso a nosso favor diante de Deus. Ele apresenta a Deus as nossas boas ações, as nossas necessidades, as nossas intenções.
Importante é 1. Reconhecer e acreditar na presença do nosso bom Anjo da Guarda. 2. Reconhecer a importância de termos esse “guarda-costas pessoal” no caminho de nossa vida. 3.Criarmos uma amizade com ele, e cultivar diariamente essa amizade por meio de alguma forma de oração a ele dirigida. 4. Sermos dóceis e obedientes às suas inspirações e moções. 5. Recorrermos a ele com confiança em nossas necessidades.
7 de outubro de 2011
NOSSA SENHORA APARECIDA
Quero identificar a imagem encontrada e aprofundar os privilégios divinos concedidos à mulher retratada na imagem encontrada.
Imaculada Conceição
A imagem encontrada no rio Paraíba é uma imagem da Imaculada Conceição de Maria, mãe de Jesus. O enegrecimento da imagem deve-se ao fato de ter permanecido por muito tempo nas águas. Mas a imagem encontrada foi feita para celebrar o grande privilégio espiritual concedido por Deus Pai a Maria de Nazaré, em preparação à sua maternidade divina.
Maria de Nazaré – que entre nós recebe o nome de Nossa Senhora Aparecida - foi escolhida por Deus Pai, antes da criação da humanidade, para ser a mãe do Filho de Deus, que viria como Messias e Salvador da humanidade. Deus Pai preparou essa mulher desde a sua concepção no seio de Santa Ana. A primeira grande maravilha realizada pelo Pai celeste no coração de Maria foi preservá-la do pecado original e de suas conseqüências maléficas. Esse privilégio gloriosos de uma concepção imaculada só foi concedido a Ela e a seu filho Jesus. E nós identificamos esse glorioso privilégio com o título de “Imaculada Conceição”.
Pela concepção imaculada, Maria foi preservada de todas aquelas forças do mal que se encontram no coração de todos os seres humanos, quais sejam: orgulho, egoísmo, inveja, vaidade, mágoa, ressentimento, impiedade, preguiça espiritual, tendências a todos os prazeres pecaminosos, erotismos de toda espécie etc. Maria, por ser a escolhida para ser a mãe do salvador, não poderia ser “uma escrava” do pecado. Por isso o Pai, pelos méritos futuros de Jesus, e pela ação do Espírito Santo, a preservou desse pecado.
Nossa Senhora Aparecida é Maria, concebida sem pecado, assim preparada para sua missão de Mãe do Salvador.
O culto a Nossa Senhora Aparecida
O culto de veneração a Nossa Senhora imaculada Conceição de Aparecida difundiu-se por todo o Brasil. São muitas as igrejas, as capelas e os oratórios a ela dedicados, em todo o território nacional, sinal evidente do grande carinho, do amor e da devoção do nosso povo à santa e imaculada mãe de Jesus. Como também é impossível saber a quantidade de imagens e de quadros de Nossa Senhora Aparecida, presentes nos lares católicos do Brasil.
Se perguntarmos por que esse culto publico atrai oito milhões de peregrinos por ano a Aparecida do Norte, e por que essa devoção popular está em centenas de milhares de lares brasileiros, as respostas podem ser múltiplas, das quais me atenho a duas.
Primeira: as inumeráveis graças e bênçãos de todo tipo e de toda espécie que os devotos recebem por intercessão dela. Verdadeiros milagres são freqüentemente testemunhados por pessoas e por famílias, realizados por Deus, pela intercessão da Virgem de Aparecida. Como também graças e bênçãos de toda espécie, como: conversão de pessoas que estavam afastadas de Deus e dos sacramentos; reconciliações de casais que estavam em crise matrimonial; filhos que tinham abandonado a família retornaram à casa paterna; curas físicas de tantas doenças e de toda espécie; proteção miraculosas em graves acidentes com veículos, como em grandes tempestades causadores de destruições de casas, e tantas outras bênçãos.
Segunda: o amor e o carinho que o povo brasileiro sempre teve e mantém para com a mãe de Jesus. O amor a Maria, mãe de Jesus, é algo tão presente na alma do católico brasileiro que já faz parte de sua vida de cada dia manifestá-lo de alguma forma, quer por meio de alguma oração decorada repetida todos os dias, quer por meio da oração do terço, quer portando algum santinho da Virgem na carteira, ou um tercinho na bolsa ou no bolso, quer colocando um decalque ou um terço no carro etc.
A CHEIA DE GRAÇAS - A VIRGEM - A ASSUNTA - A MÃE DE DEUS -
Maria, Cheia de Graça
Maria Imaculada, que é Nossa Senhora Aparecida, não foi apenas preservada do pecado original com todas as suas tristes conseqüências, mas recebeu outro grande privilégio: foi plenificada de toda graça divina. Quando o Anjo Gabriel foi anunciar-lhe que seria a mãe do Messias, exclamou: “Salve, cheia de graça!” Maria, desde sua concepção imaculada, foi plenificada de todas as graças de santidade, em função de sua divina maternidade. A mãe do Salvador devia ser uma mulher perfeita e santa no espírito, na mente e no corpo. Por isso, em previsão dos futuros méritos de Jesus Cristo, pela ação do Espírito Santo, o Pai celeste A preencheu de todas as graças que possam ser recebidas por um ser humano. Ficou tão plena que não poderia receber mais. Nossa Senhora Aparecida é essa mulher, Maria, cheia de toda a graça e beleza.
A Virgem Mãe Aparecida
O terceiro grande privilégio concedido a Maria, a Imaculada Conceição de Aparecida foi a sua virgindade “antes, durante e após o perto”. Quase um milênio antes de Maria de Nazaré ser concebida, os profetas já anunciaram que “uma virgem daria luz ao menino”, que seria o Messias esperado.
Maria, porque era imaculada e cheia de graça, conservou santamente sua virgindade de mulher. E de comum acordo com seu noivo José, Ela permaneceu virgem, isto é, sem relações sexuais com seu esposo, por toda a vida.
Maravilha muito maior e milagre bendito foi Ela ter permanecido virgem durante o parto. Maria de Nazaré deu à luz, sem ter rompido o “selo” de sua virgindade. O Pai celeste respeitou Sua decisão de viver para sempre virgem, e ao nascer o seu Filho, por ação poderosa de Deus, Ela permaneceu intacta. Esta é uma maravilhosa verdade que professamos em nossa Igreja : a Virgindade da Virgem Mãe Aparecida.
Assunta aos Céus
A Virgem e Imaculada Mãe Aparecida foi privilegiada, também, na sua passagem desta vida para a eternidade. A Assunção de Maria aos céus em corpo e alma é uma verdade dogmática professada com alegria e ação de graças pela Igreja, povo de Deus.
Diz-nos o Vaticano II “Terminados os seus dias terrenos, Maria foi elevada aos Céus em Corpo e Alma”. Quando Nossa Senhora “adormeceu” no seu último sono na terra, Deus Pai, pelos méritos de Jesus e pela ação do Espírito Santo, “ressuscitou” seu corpo, transformando-o e glorificando-o, e a fez entrar “em corpo e alma” na glória dos céus.
Deus Pai, que A criou “imaculada e cheia de graça”, não permitiu que seu corpo, que aliás havia gerado Jesus, se corrompesse. Ele o transformou num corpo glorioso como o de Jesus Ressuscitado e A elevou aos Céus.
A Virgem e Imaculada Mãe de Aparecida é a “Maria, Assunta aos Céus”, aquela que junto do trono de Deus intercede por nós, seus filhos tão amados.
Mãe de Deus
Todos os maravilhosos privilégios divinos concedidos pelo Pai à Virgem Mãe, Nossa Senhora Aparecida, dos quais quatro deles foram descritos acima, foram dados em função da Maternidade Divina. Maria de Nazaré, a Imaculada Virgem de Aparecida, é honrada com a dignidade de poder ser chamada de “Mãe de Deus”. Ela é, de fato, Mãe de Deus, pois seu Filho é Deus, Filho de Deus Pai. Seu Filho é Deus como o Pai e como o Espírito Santo. Maria de Nazaré, a Virgem Imaculada de Aparecida, fecundada pelo Espírito Santo, gerou em seu ventre santíssimo o corpo humano do Filho de Deus.
A maternidade divina de Maria é o centro de toda a sua existência e de todos os seus privilégios e glórias terrenos e eternos.
O SANTUÁRIO DE APARECIDA
O santuário de Aparecida com sua pastoral tão exemplarmente organizada, a rádio Aparecida com seus programas religiosos, e agora mais recentemente a TV Aparecida, são mediações poderosas e importantes para o estímulo, a conservação e o crescimento da vida de fé cristã dos católicos brasileiros, do culto e da devoção a Nossa Senhora Aparecida, bem como da conservação dos valores cristãos da família e das comunidades.
Méritos sem conta têm os padres Missionários Redentoristas que ali desenvolvem uma exemplar pastoral desde o ano de 1894. Já foram centenas e centenas os padres redentoristas que nestes cento e quinze anos ali trabalharam incansavelmente, deram parte de suas vidas servindo aos romeiros que ali estiveram, buscando auxílio espiritual para suas vidas e suas famílias, ou agradecendo bênçãos recebidas.
Méritos também incalculáveis tem a Radio Aparecida, que já por tantos anos leva seus programas tão edificantes para milhões de lares brasileiros, consolidando a fé cristã católica, anunciando os verdadeiros valores humanos, cristãos, familiares e comunitários.
Mais recentemente, juntou-se àqueles meios, também a TV Aparecida, com o mesmo espírito e os mesmos objetivos. Quanto bem já está fazendo às famílias católicas esse canal de televisão!
Por essas três mediações: os Missionários Redentoristas, a Rádio e a TV Aparecida, a igreja católica no Brasil tem sido muito abençoada, todos os dias. Só Deus sabe todo o bem realizado na vida dos católicos que abrem seus corações para as graças divinas que chegam a eles por meio dessas mediações.
Os peregrinos
Em torno de oito milhões de peregrinos, de todas as classes sociais, de todas as idades, de todos os estados brasileiros e do exterior, chegam a Aparecida do Norte, todos os anos. Aliás, num número que cresce de ano para ano.
Quais os motivos que os levam? O que buscam? Para que vão até lá?
Sem dúvidas, a primeira e mais forte razão é “o amor cheio de fé e de confiança naquela mulher-mãe” que ali eles encontram: a Virgem Imaculada Mãe de Jesus e nossa Mãe. Esses peregrinos, movidos pela fé e pela confiança na Mãe Maria, sabem “transfigurar”, sabem “ir além das aparências” daquela imagem pequenina, colocada no alto do nicho. Nela sabem encontrar a Mãe viva, a Mãe amorosa, carinhosa e bondosa, que os acolhe de braços abertos. Ali eles se sentem acolhidos por Ela como na “casa da Mãe”. Ali eles abrem os ouvidos do coração para “a voz da Mãe” que lhes fala claramente, os inspira, os ilumina, lhes fala alto ao coração aconselhando-os, e até questionando com amor materno seus atos que não são cristãos, que não são bons e nem edificantes, chamando-os a confessar seus pecados, a voltar à vida cristã, a participar de suas paróquias, das missas dominicais, enfim, a viverem como bons filhos de Deus e Seus próprios.
Seria extremamente comovente se pudéssemos saber o que se passa no coração de muitos peregrinos naqueles momentos passados ali diante da imagem da Mãe. Quantas verdadeiras conversões! Quantas transformações de vida matrimonial e familiar! Quantas mudanças de propósitos de atitudes profissionais! Quantas renovações de vida cristã! Quantas iluminações para decisões importantes de vida! Quantas bênçãos de toda espécie!
A Mãe Aparecida, que bem conhece a vida dos filhos, sabe falar a cada um segundo as suas vidas e as suas necessidades! E como Mãe poderosa sempre presente diante do trono divino da Trindade, onde está seu filho Jesus, ela intercede sem cessar em favor daqueles que ali acorrem para pedir bênçãos; ela aceita com amor materno aqueles pedidos veementes feitos em promessas às vezes heróicas; ela acolhe com alegria todos os agradecimentos que lhe manifestam por graças alcançadas.
Quanta alegria deve sentir a Mãe Aparecida ao ver a longa fila das confissões, onde os Seus filhos são perdoados, e quando se decidem a viver uma vida melhor, ou até a viver uma nova vida, totalmente transformada! Quanta alegria deve sentir a Mãe Aparecida ao ver os casais partirem dali, renovados, reconciliados, decididos a viver melhor o matrimônio! Quantas alegrias deve sentir a Virgem Mãe Aparecida quando vê jovens, casais de namorados e noivos sendo tocados pela graça divina, e partindo para viver uma vida cristã autêntica, decididos a viver sem vícios, a realizar um namoro ou noivado castos e santos, em preparação para um matrimônio feliz.
Infinitos são os benefícios de toda sorte alcançados pela Mãe Aparecida a seus filhos devotos que a ela recorrem. Mas também são inúmeras as alegrias que a essa Mãe colhe no amor, na gratidão, na obediência, na vida cristã bem vivida por seus filhos.
Nossa Senhora Aparecida, intercedei por nós!
6 de outubro de 2011
2 de outubro de 2011
JOVENS MISSIONÁRIOS
Outubro é o mês do rosário e das missões. Rosário: tem por finalidade homenagear Maria, a grande missionária e a estrela da evangelização, oferecendo-lhe rosas espirituais. Missões: objetivam levar Jesus ao coração dos que ainda não o conhecem, onde quer que estejam.
O termo missão vem da língua latina, do verbo mítere, que se traduz por enviar. Missão é um envio. Missionário é um enviado. Missionário é um enviado por Jesus, através da Igreja, para anunciar a verdade anunciada por Ele. Como, porém, a verdade é essencialmente uma “pessoa”, a pessoa de Jesus, ser missionário é, antes e acima de tudo, anunciar Jesus ressuscitado, Salvador e Senhor. Este anúncio, aliás, se chama, hoje, evangelização. Ser missionário é ser evangelizador. E ser evangelizador é anunciar Jesus de tal forma que ele aconteça na coração das pessoas. Ou seja, que Jesus se transforme num acontecimento maravilhoso na vida das pessoas.
Perguntaram a Madre Teresa de Calcutà o que é evangelizar. Ela respondeu: “Evangelizar é ter Jesus no coração, e levar Jesus ao coração dos irmãos. Eis a “missão” do “missionário”: primeiro, ter Jesus no coração, e depois, levar Jesus ao coração dos irmãos. Foi o que fez Maria na visita a Isabel: porque tinha Jesus no coração (estava grávida!) levou Jesus ao coração de João Batista, Isabel e Zacarias.
Maria era jovem! Talvez uns dezoito anos. Ninguém foi missionária e evangelizadora como ela! Aliás, continua sendo. Ninguém sabe “fazer Jesus entrar no coração das pessoas como ela!
João evangelista também era jovem quando foi chamado e enviado em missão por Jesus! Que missionário! Que evangelizador! Também ele continua sua missão até hoje!
Em nossos dias, vemos a Igreja do Brasil florir com a presença de um número sempre maior de jovens que, tendo tido um encontro pessoal profundo com Jesus vivo, por ele se apaixonam de tal forma que se lançam como missionários evangelizadores a levar o mesmo Jesus ao coração de outros jovens. E para consegui-lo, usam de todos os meios legítimos, ao seu alcance. Ei-los na televisão, nos shous evangelizadores, gravando CDs de músicas religiosas, promovendo acampamentos evangelizadores para jovens, evangelizando corpo a corpo, promovendo e pregando retiros espirituais para seus colegas jovens. Com sua experiência profunda de Jesus vivo, com sua coragem de falar a verdade sem rodeios, com sua coragem de testemunhar sua conversão, com sua autenticidade de enfrentar e fazer desafios, eis os jovens, hoje, constituindo-se numa força missionária de grande poder e de resultados surpreendentes e admiráveis na Igreja.