DEZ VIRTUDES CRISTÃ
VIRTUDE DA GENEROSIDADE
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A generosidade é a virtude do dom, ou seja, do dar, do doar gratuitamente a alguém, aquilo que lhe falta e lhe seja necessário. É o gesto de lhe oferecer o que não é dele, mas que passa a ser dele, quando foi feita a doação.
Todos temos algo para dar. Pode ser dinheiro ou bens materiais. Esta é, aliás, a associação mais comum que fazemos quando pensamos em generosidade. Mas esse objeto da doação também pode ser um conhecimento, coisas que nós sabemos e que podemos partilhar para ajudar os outros. Essa doação pode ser um abraço, uma palavra de conforto, um carinho. Afinal, a generosidade é, antes de mais nada, uma inclinação do espírito para fazer o bem, por amor gratuito.
Generosidade é a virtude que a pessoa tem, quando acrescenta algo ao próximo. Generosidade se aplica também quando a pessoa que dá algo a alguém tem o suficiente para dividir ou não. Não se limita apenas em bens materiais. Generosos são tanto as pessoas que se sentem bem em dividir um tesouro com mais pessoas porque isso lhes fará bem, quanto aquelas que dividem um tempo agradável para outros, sem a necessidade de receber algo em troca.
A generosidade é um vocábulo que vem do latim generósitas, que significa bondade, boa qualidade. A generosidade é uma virtude que diz respeito à posse de bens e, sobretudo, no dar parte deles a quem precisa e na quantidade apropriada, tendo em conta a propriedade da pessoa que dá, e as necessidades de quem recebe.
A generosidade é uma virtude da dádiva. Distingue-se da justiça pelo fato de não se limitar a dar ao outro aquilo que é dele ou lhe pertence, mas sim aquilo que, sendo nosso, faz falta ao outro. A generosidade depende mais do coração e do temperamento.
É bom fazer uma distinção entre altruísmo e generosidade. Segundo o filósofo e educador Mario Sergio Cortella, as duas virtudes são boas, mas diferentes. Agir esperando alguma espécie de retribuição seria altruísmo, representado no lema "faça aos outros o que queres que façam contigo". A generosidade seria a prática da doação desinteressada, feita mesmo quando se sabe que não haverá recompensa, cujo mote é "faça o bem porque é bom fazer". Na prática, a pessoa generosa não fica se gabando porque doou dinheiro para uma entidade beneficente. Mas não é pecado se sentir bem depois de uma boa ação.
Se a generosidade se tornou artigo raro, um pouco da culpa é da sociedade atual, calcada em valores como o egoísmo e o individualismo. "Pensamos muito em nosso próprio umbigo e pouco no dos outros", diz Mario Sergio Cortella. Para ele, isso é ainda mais forte nas classes mais altas. "Na favela, se desaba um barraco, a vizinha acolhe os filhos da que perdeu a casa, dizendo 'onde comem dez comem 15'. Na classe média, às vezes, as pessoas nem sabem o que fazer com os pais idosos". Isso acontece porque, nas favelas, ainda impera o espírito de cooperação que guiou nossos antepassados na época das cavernas. Nas favelas, sem a ajuda do vizinho, não se sobrevive.
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