31 de maio de 2010

UM JOVEM DE CORAÇÃO UNIVERSAL


O coração é o símbolo do amor. Símbolo do amor declarado, oferecido, doado, operante. Mostrar um coração pintado, desenhado, bordado ou pichado, é fazer uma declaração de amor.
O amor “encarna-se” num coração, numa pessoa, para tornar-se operante: para ter boca para amar, para ter ouvidos para amar, para ter braços e mãos para amar, para ter emoções para amar, enfim, para ter corpo, meios, possibilidades de se manifestar.
Um dia, um amor divino, um amor maravilhoso, um amor eterno, o maior amor existente “encarnou-se” num jovem, tomou posse de um coração de carne, e de todo o corpo regado pelo sangue desse coração. E esse amor assumiu, envolveu, encharcou e arrebatou a vida, as palavras, as atitudes e todas as obras desse jovem. E o mundo nunca mais foi o mesmo. E todos os dias não é mais o mesmo, por causa do amor desse jovem.
Esse jovem “movido a amor”, tudo fez e tudo faz na força do seu coração. Ele se fez gente por amor. Viveu numa família só para amar. Trabalhou sempre por amor. Conviveu com todos com amor. Teve compaixão pelos doentes e curou a muitos, sempre por amor, só por amor. Libertou os escravos do demônio e de tantas escravidões, sempre por amor. Chegou a ressuscitar mortos, só por amor. Alimentou os famintos de amor, de orientação, de verdade, e de fome material, sempre e só por amor. Combateu os vícios, as maldades, as hipocrisias, as ganâncias, as explorações e todas as demais expressões do mal, sempre por amor, só por amor. Defendeu, protegeu, perdoou e promoveu pecadores, adulteras, ladrões e prostitutas, sempre por amor.
Esse jovem só soube fazer uma coisa: amar! E porque amou, porque amou sem medidas, porque amou sem restrições, marcou profunda e indelevelmente a história da humanidade e a vida sobre a face da terra.
Quando um jovem se decide a amar, o mundo ao seu derredor se transforma, e não será mais o mesmo.
Esse jovem, porém, não deixou de amar. De repente, movido por seu coração, decidiu ir muito mais longe do que sua terra e pátria, para fazer lugar das expressões de seu amor, o planeta terra, toda a humanidade. Seu país já não comportava o seu coração. Seu amor era grande demais para limitar-se a um povo. E esse jovem, sempre e só por amor, entregou-se a um projeto divino, também projeto de amor, e morreu crucificado. Por amor. Esse gesto tornou-se a expressão máximo do amor de um jovem, que marcou para sempre a face da humanidade.
Porque morreu por amor, morreu para ressuscitar... O amor era tão grande, que o fez ressuscitar, para poder continuar a amar. Ressuscitou por amor! Para um amor maior. Ressuscitado, não tem mais limites! Tornou-se universal! Fez-se cidadão do mundo, habitante de todos os continentes, países, cidades e aldeias. Agora, onde haja alguém que precise de amor, esse jovem ali se encontra. E seu amor continua tomando todas as expressões concretas possíveis.
Seu coração transbordante de amor, presente a cada ser humano em algum lugar da humanidade, continua a realizar suas obras de amor: ensina, anima, consola, liberta, cura, orienta, alimenta, abençoa, promove, corrige, alegra, fortalece. Tudo o que o amor é capaz de fazer, e tudo o que alguém precisa que o amor lhe faça, esse jovem o faz. O faz por amor. Gratuitamente. Incondicionalmente. Pois Ele só sabe fazer uma coisa: amar! E o amor mudou um pouco seu nome. Esse jovem é conhecido pelo nome de Jesus. Mas, por causa do seu amor, é também reconhecido universalmente pelo nome de “Coração de Jesus”.






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25 de maio de 2010

TRINDADE SANTÍSSIMA


O nosso Deus é Trindade. O Deus em quem cremos é Trindade. Um Deus só, em três Pessoas. Cada Pessoa é divina, isto é, cada Pessoa é Deus. O Pai é Deus. O Filho também é Deus. O Espírito Santo é igualmente Deus. Três Pessoas, mas um Deus só. Quem poderá compreendê-lo? Quem pode-ria sabê-lo, se Ele mesmo não nos tivesse revelado tão insondável mistério, tão grande segredo? Eis o grande mistério de nossa fé: “Um Deus em três Pessoas.”
O mistério não é uma verdade obscura. O mistério é uma verdade tão luminosa, tão grande, tão excelsa, tão profunda e abrangente, que nossa pequenina inteligência não o pode abranger, nem com-preender. É como uma concha marítima mergulhada nas ondas do mar: ela está cheia, mas não pode conter toda a água do oceano. Diante da Trindade devemos ser como essa concha: estarmos cheios, repletos e transbordantes de fé, de adoração, de amor e submissão a Ela, mas certos de que jamais poderemos abrangê-la, compreendê-la ou esgotá-la com nossa ínfima capacidade humana.
O mistério também não é uma verdade que não devamos compreender. Ao contrário. Devemos procurar penetrar ao máximo que pudermos, conhecer o quanto mais formos capazes, chegarmos ao mais íntimo e profundo que nos for possível, mas sempre certos, certíssimos, de que jamais poderemos compreendê-lo na totalidade, exatamente por causa de nossa limitação ínfima, diante da grandeza do mistério. Assim como a concha...
Diante da impossibilidade de compreendermos o mistério do nosso Deus, que é Trindade, o nosso coração não deve sentir-se frustrado, desiludido, duvidoso ou descrente. Seria o reino do orgulho humano que não quer aceitar seus limites. Ao contrário, o nosso coração deve sentir-se feliz, profunda-mente agradecido, jubiloso e gratificado por ter sido grandemente honrado com tão grande revelação divina, bem como por poder penetrar pelo menos em parte neste mistério majestoso. Mais ainda. O nosso coração deve exultar de alegria e gratidão por saber que foi criado e adotado, que é amado, salvo e santificado por este Deus tão maravilhoso e misterioso, o Deus Uno e Trino.
Que neste domingo da Trindade Santíssima o nosso coração agradecido, honrado e transbor-dante de amor, exclame muitas vezes, sem cessar:
“Glórias ao Pai, glórias ao Filho, e glórias ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.”

SANTÍSSIMA TRINDADE


Neste domingo, dia 30, celebramos o grande mistério da Santíssima Trindade.
Este é um momento muito especial para penetrarmos com nossa mente e, mais ainda com nosso co-ração, no mistério magnífico do nosso Deus, que é Uno e Trino. É um momento destinado a desenvolver e aprofundar mais e mais nossa amizade e relacionamento com nosso Deus.
“Deus é amor”, diz a Bíblia (1Jo 4,8.16). Por ser amor, nosso Deus é família, é Trindade: três Pessoas em um só Deus. Aliás, nós sabemos que Deus é Trindade porque Ele mesmo se revelou. Por nós mesmos jamais o poderíamos saber. Por revelação divina sabemos que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Sabemos, também, que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo também é Deus. Não três, mas um só Deus.

COMO SURGIRAM AS PESSOAS?
Nosso desejo de conhecer as verdades da nossa fé nos leva a indagar: “Como surgiram as três pes-soas? Como poderíamos tentar compreender ou poderíamos explicar o surgimento das Pessoas divinas?”
Evidentemente trata-se do maior mistério de nossa fé cristã, e em princípio sabemos que jamais po-deremos compreendê-lo plenamente. No entanto é louvável que se procure penetrar nessa verdade para conhecê-la o quanto seja possível à limitação humana.
Sabemos que Deus, por ser Deus, porque é “ser supremo”, deve ser “eterno”. Isto é, não teve princí-pio, não teve início ou começo, e jamais poderá ter fim. Jamais poderá acabar, deixar de existir. Um deus que tivesse início ou fim, não seria Deus. Para ser Deus é preciso que seja eterno. Ora, como as Três Pes-soas são Deus, todas são eternas. Todas sempre existiram. Nenhuma começou a existir antes da outra, ou depois da outra.
Nas nossas tentativas de explicar o surgimento das Pessoas na Trindade, usamos comparações humanas, termos humanos. Sabemos que desta forma não podemos explicar toda a realidade em questão, pois em Deus todas as categorias são divinas, completamente diferentes das categorias humanas.
O Pai é Deus. É eterno. Sempre existiu. Ele é o princípio não principiado, o início não iniciado, a causa não causada, a origem de tudo. Inclusive a origem eterna do Filho e do Espírito Santo.
O Pai “gera” o Filho, não no tempo, mas na eternidade, por uma geração de amor divino. O Pai con-templa-se a si mesmo e admira de forma divina suas próprias perfeições, seus atributos e virtudes. O Pai forma de si mesmo uma “imagem” perfeitíssima, irretocável. Ao contemplar sua própria imagem, e ao perce-ber nela a sua própria infinita e divina perfeição, o Pai a ama com um amor divino e infinito. Com um amor igual ao que sente por si mesmo. Esta imagem perfeita do Pai, amada por Ele com amor divino, “personali-za-se”, “torna-se” Pessoa, “torna-se” o Filho eterno. O Filho, portanto, é a imagem perfeitíssima do Pai, tor-nada Pessoa.
Ao contemplar o Filho, o Pai vê nele a imagem perfeita de si mesmo, e a ama com o mesmo amor divino e infinito com que se ama a si mesmo. Ao mesmo tempo vê no Filho tanta perfeição e beleza, tanta grandeza e santidade, que o ama com amor divino e eterno. O Filho, por sua vez, contempla o Pai, e vê nele toda sua perfeição divina, todos os seus atributos e virtudes divinas. E o ama com amor infinito e divino.
Este intercâmbio de amor divino e infinito entre o Pai e seu Filho torna-se Pessoa: a Pessoa do Espí-rito Santo. O Espírito Santo, portanto, “procede” do amor do Pai pelo Filho, e do amor do Filho por seu Pai. É o amor mútuo entre o Pai e o Filho.
Eis porque as três Pessoas divinas são um só Deus: porque o amor entre elas é tão divino, infinito e perfeito que as une num Deus único.
Na teologia usa-se esta terminologia: O Pai “gerou” o Filho. O Filho foi “gerado” pelo Pai, por uma ge-ração eterna de amor. O Espírito Santo não é gerado. Ele “procede” do Pai e do Filho. Procede do mútuo amor entre o Pai e do Filho.
Como é maravilhoso, grandioso e misterioso o nosso Deus! Quem pode compreendê-lo? No íntimo do coração, com profunda gratidão e imorredouro amor nós exclamamos: Eu Creio! Sim, eu creio porque Ele mesmo se revelou!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, seja agora e para sempre! Amém!

20 de maio de 2010





ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO
1. Espírito de Deus,
enviai dos céus
um raio de luz!
2. Vinde, Pai dos pobres,
dai aos corações
vossos sete dons!
3. Consolo que acalma,
hóspede da alma,
doce alívio, vinde!
4. No labor, descanso,
na aflição, remanso
no calor, aragem!
5. Ao sujo lavai,
ao seco regai,
curai o doente!
6.Dobrai o que é duro,
guiai no escuro,
o frio aquecei!
7. Enchei, luz bendita,
chama que crepita,
o íntimo de nós!
8. Sem a luz que acode,
nada o homem pode
nenhum bem há nele!
9. Dai à vossa Igreja,
que espera e deseja,
vossos sete dons!
10. Dai em prêmio ao forte
uma santa morte,
alegria eterna.
Amém! Amém!

5 de maio de 2010

O C o n g r e s s o E u c a r í s t i c o


Vivemos um momento solene, importante e valioso na Igreja Católica do Brasil. Celebramos um Congresso Eucarístico Nacional. Embora seja celebrado em Brasília, todas as dioceses, paróquias, comunidades e todos os católicos são convocados a participar de alguma forma, e a viver este profundo momento de fé e de culto a Jesus Cristo vivo, ressuscitado, realmente presente nos sinais sacramentais que Ele mesmo escolheu para ficar conosco e conosco caminhar em todos os tempos.
Brasília estará em festa, não só pelos 50 anos de fundação da cidade, como também pelo Jubileu da Arquidiocese de Brasília, bem como pela realização do XVI Congresso Eucarístico Nacional, que será realizado de 13 a 16 de maio. O Congresso, terá como tema: “Eucaristia, pão da unidade dos discípulos missionários”, e por lema “Fica conosco, Senhor!”
Um Congresso Eucarístico quer ser uma grande celebração para a qual são convocadas todas as pessoas que professam a fé católica na verdade da presença real de Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia, a fim de dar um testemunho público dessa sua fé, e com isso renovar, revigorar, aprofundar e consolidar toda a vida cristã, vivida como discípulos missionários do Divino Mestre, presente no meio de nós, de forma especial na Eucaristia.
Objetivos de um Congresso Eucarístico.
Desde os primeiros Congressos Eucarísticos realizados na Igreja Católica da Europa, sempre se indicaram três objetivos essenciais:
1. Aprofundar a doutrina cristã sobre a presença real de Jesus na Eucaristia.
2. Prestar culto público e solene a Jesus presente no Santíssimo Sacramento.
3 Manifestar a universalidade e unidade da Igreja em torno de Jesus Cristo.
Desdobrando esses objetivos, podemos alargar a compreensão da oportunidade de celebrar a cada quatro anos um Congresso.
1º. Despertar, avivar e aprofundar a fé na “presença real de Jesus Cristo, vivo, ressuscitado e glorioso” presente na Eucaristia, ou seja, presente sob as aparências do pão e do vinho consagrados. 2º. Baseados, movidos e até induzidos pela fé na presença real de Jesus vivo, realizar durante o Congresso, o mais solene, devoto e grato culto público a Jesus vivo, realmente presente na Eucaristia. 3º. A partir do Congresso, promover, renovar, aprofundar e avivar em todas as comunidades católicas, todas as melhores formas do culto eucarístico: a Santa Missa, a adoração, as procissões, as visitas ao Senhor no sacrário. 4º. Firmados numa fé viva e num culto consciente e apropriado a Jesus presente na Eucaristia, renovar a vida cristã católica de todo o povo, para que busque a santidade na caridade. 5º. Tendo como fontes poderosas de vitalidade as celebrações eucarísticas, sempre centradas na pessoa de Jesus Cristo vivo, ressuscitado, presente na Eucaristia, motivar as comunidades cristãs a viverem verdadeira fraternidade, e a fazer Jesus vivo acontecer na vida dos que ainda não o conhecem.
O Segredo do êxito: a fé
O ponto de partida para todos esses objetivos, bem como para muitos outros a serem almejados, planejados e buscados, num Congresso Eucarístico, é a “fé viva na presença real de Jesus Cristo vivo” na Eucaristia, que o torna “realmente presente” em todos os momentos do Congresso, em todas as atividades e em todas as celebrações realizadas. Sem essa fé viva e explicitada, tudo num Congresso se dilui, tudo empalidece. Sem a fé verdadeira na presença real de Jesus, proclamada vigorosamente durante todo o Congresso, as celebrações, por mais belas, perdem o significado, ficam vazias, pois faltaria a “presença viva e real” do celebrado: Jesus. Sem essa fé na presença real, os esforços de evangelização para a conversão dos corações perdem sua força intrínseca, pois falta Aquele que é o Evangelho. Sem essa fé, as motivações para a promoção humana caem logo no vazio, pois não há a força nos corações, produzida pelo amor por Jesus. Sem essa fé, o apelo para que o católicos sejam missionários não atinge e não convence, pois sem fé viva, não há “paixão” por Jesus, e portanto, não há motivações para anunciá-lo.
O segredo do êxito, a chave de todo sucesso de um Congresso Eucarístico está única e exatamente numa “viva e profunda fé na presença real de Jesus Cristo ressuscitado, na Eucaristia”. Eis o ponto de partida, portanto, de todo Congresso: Anunciar da forma mais cristalina, convicta, convincente, repetida e insistente, o “Mistério Eucarístico”, ou seja, a “presença real de Jesus Cristo ressuscitado, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade”, no divino Sacramento. Se o fogo da fé na presença real de Jesus na Eucaristia for ateado nos corações, tudo o demais virá por acréscimo. Todas as melhores conseqüências advirão. Todos os objetivos almejados serão atingidos. Pois “se permanecerdes em mim e eu vós, dareis muito fruto”, disse Jesus,
Fé desafiadora
Crer na presença real de Jesus na Eucaristia é uma graça maravilhosa, extraordinária. Mas, sem dúvida, essa verdade é desafiadora. Quando Jesus anunciou aos Apóstolos e discípulos, em Cafarnaum, que “Ele era o Pão vivo descido dos céus”, que “sua carne era verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida”; quando disse: “Eu sou o Pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu hei de dar é minha carne para a salvação do mundo; quando afirmou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia”, muitos discípulos disseram: “Quem o pode admitir”? Sabendo, Jesus, que os discípulos murmuravam, perguntou-lhes: Isto vos escandaliza? “Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. Mas Jesus havia falado a verdade, por isto disse aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: “Senhor, a quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna!... E nós cremos e sabemos que tu és o santo de Deus (Cf Jo 6, 48-69)
A decisão de Jesus de instituir a Eucaristia era definitiva. Jesus exigiu dos doze a fé na sua palavra, na sua proposta de ser “o Pão vivo”. Jesus estava preparado para ser abandonado por todos os discípulos, ficar sozinho e recomeçar tudo de novo. Mas Jesus não abria mão de instituir a sua presença real na Eucaristia.
Fé Bendita!.
Crer em Jesus, na sua palavra: eis o segredo de entrar no tesouro da Eucaristia. Diz Santo Tomás de Aquino: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo, neste sacramento, “não se pode descobrir só pelos sentidos, mas sim pela fé, baseada na autoridade de Deus” (CIC-1381). Seguindo esse raciocínio, afirmamos que cremos, não porque podemos provar a presença de Jesus em laboratório. Mas cremos, porque foi Ele, Jesus, quem o afirmou! Nós podemos nos enganar. Mas Jesus não pode nos enganar! Ele é Deus! Um Deus não pode ser falso e enganar os que nEle crêem. Por isso São Cirilo acrescenta: “Não ponhas em dúvida se é ou não é verdade! Aceita com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a verdade, não mente”! (CIC-1381)
Crer é ter absoluta certeza que a Eucaristia não é uma coisa... mas sim uma Pessoa! A Pessoa de Jesus Cristo vivo, oculto, “disfarçado” num pedaço de pão. Crer é ter absoluta certeza que a Hóstia Consagrada não é uma coisa...mas sim a Pessoa de Jesus ressuscitado, “disfarçado” daquela forma. Crer é ter absoluta certeza que no sacrário não temos guardada uma “coisa” preciosa, mas que ali está realmente presente Jesus ressuscitado, nosso Salvador e Mestre.
Crer é ter absoluta certeza que quando dizemos: Eucaristia, Santíssimo Sacramento, Sacramento do Amor, Sacramento do altar, Santa Ceia, Ceia do Senhor, Pão dos Anjos, Pão dos céus, Santos mistérios, estamos declarando a “presença real de Jesus ressuscitado, glorioso, sob as aparências do Pão e do Vinho consagrados.

O DESCONHECIDO CORAÇÃO DA SANTA MISSA


Na quinta-feira santa, durante a santa Ceia, Jesus ofertou à sua Igreja, e portanto, a cada a um de nós, católicos, o maravilhoso dom da santa Missa. Queremos nos perguntar: “O que, de fato, Jesus queria dar à sua Igreja quando transformou o pão em seu Corpo e o vinho em seu Sangue?” Pelas próprias palavras de Jesus percebermos os seus dois grandes objetivos: 1º deixarmo-nos um sacrifício perfeitíssimo e santíssimo para oferecer ao Pai celeste, como nosso maior ato de culto; e 2º comunicar-nos a salvação merecida pelo seu sacrifício, por meio do encontro com Ele mesmo, pela da santa Comunhão eucarística.
Jesus disse: "Tomai e comei, isto é o meu ‘corpo entregue’ por vós". "Tomai e bebei, este é o sangue ‘derramado’ por vós". As expressões: “corpo entregue” (na cruz) e “sangue derramado” (na Paixão) não deixam dúvidas de que Jesus falava da realidade do sacrifício de sua vida, oferecido na cruz, ao Pai, pela salvação da humanidade. Eis o escondido “coração da santa Missa”! Aliás, muito desconhecido até pelos católicos de Missa dominical. É sobre esse ‘coração desconhecido’ que desejo escrever estas poucas linhas.
Saiba com toda certeza que a santa Missa é celebrada exatamente “para tornar presente o sacrifício que Jesus ofereceu na cruz, a fim de podermos oferecê-lo sempre de novo ao Pai, como nosso dom maior, como nosso maior ato de culto”.
Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica: "O sacrifício de Cristo (oferecido na cruz) e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: ‘é uma só e mesma vítima (Jesus), é o mesmo Jesus que se ofereceu a si mesmo na cruz, que se oferece, agora, na santa Missa, pelo ministério dos sacerdotes” (CIC 1367).
Diz ainda: “A Eucaristia é, portanto, “um sacrifício” porque re-presenta (torna presente) o sacrifício da cruz, porque dele é o memorial, e porque amplia seus frutos(...). Todavia,(...) Jesus quis deixar à Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível (...) em que se tornaria presente o sacrifício cruento que iria realizar uma vez por todas, na cruz; sacrifício este cuja memória haveria de perpetuar-se até o fim dos séculos” (na celebração da santa Missa). (CIC 1366)
Se você prestar atenção particular às orações que compõe a liturgia da santa Missa, perceberá de imediato a múltipla presença da palavra “sacrifício”, sempre indicando o “sacrifício de Jesus”. Penetrando com o coração nas orações da santa Missa, perceberá de imediato que se trata de uma celebração cuja finalidade primeira é tornar presente sobre o altar o sacrifício que Jesus ofereceu uma vez na cruz, a fim de podermos oferecê-lo ao Pai. E após, recebê-lo em comunhão pela santa Comunhão com Jesus vivo.
Em sua próxima participação na santa Missa, preste atenção às palavras que o sacerdote dirige aos fiéis, após oferecer o pão e o vinho ao Pai: "Orai, irmãos, para que o “nosso sacrifício” seja aceito por Deus Pai"... A comunidade aceita o pedido e responde: "Recebo o Senhor por tuas mãos “este sacrifício”... Pergunto: que sacrifício é esse...? É o sacrifício de Jesus, na cruz, que se tornará presente na hora da consagração, para que se possa ofertá-lo novamente.
As orações que se seguem à Consagração expressam claramente a entrega que se faz do sacrifício de Jesus ao Pai. Se você repassar todas as orações eucarísticas, examinando as orações feitas após a Consagração, descobrirá que sua finalidade é de “oferecer o sacrifício de Jesus ao Pai”. Depois, em nome, pelos méritos e pelo valor divino do sacrifício oferecido, elevam-se ao Pai a orações em favor da Igreja, da comunidade presente, dos falecidos etc.
Se eu lhe perguntar: “para que você sai de casa aos domingos e vai até sua Igreja”? A resposta não poderia ser outra senão: “para me reunir à comunidade na celebração da santa Missa, a fim de tornar presente sobre o altar, pelo sacerdote, o maior tesouro do mundo, que é o sacrifício de Jesus Cristo; e tornado presente, oferecê-lo ao Pai, como o maior ato de culto imaginável. Em seguida, para fazer comunhão com Jesus vivo, a fim de que os méritos infinitos do seu sacrifício novamente oferecido, cheguem à minha vida, ao meu coração.
Podemos sintetizar a santa Missa em duas expressões: “sacrifício oferecido”, “Comunhão recebida”. Todas as outras orações, leituras, cantos e ações litúrgicas que compõem o todo da celebração, existem em função da oferta do sacrifício de Jesus ao Pai, e da Comunhão com Jesus. E em Jesus, de comunhão com Deus e com os nossos irmãos.

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MISSA: FONTE DE CULTO E GRAÇA


A santa Missa é o maior e o mais perfeito ato de culto católico prestado à Santíssima Trindade. É o maior ato de culto, exatamente porque em cada santa Missa celebrada torna-se real e verdadeiramente presente, e é sempre de novo oferecido, o sacrifício que Jesus entregou ao Pai, na cruz, pela salvação da humanidade. Este sacrifício se faz presente em cada santa Missa, por vontade expressa de Jesus, a fim de que Ele, Jesus, sacerdote e vítima, e por Ele, com Ele e nEle, todos nós o ofereçamos ao Pai celeste. Eis a extraordinária diferença existente entre a santa Missa e os demais atos de culto: na santa Missa torna-se presente e é oferecido ao Pai o sacrifício de Jesus, oferecido na cruz.
Assim como Ele próprio ofereceu ao Pai, na cruz, o maior gesto de amor imaginável, por meio do sacrifício de sua própria vida, Jesus quis que os seus discípulos, em todos os tempos, também pudessem cultuar a Deus com um culto que fosse o mais perfeito, o mais santo, o mais agradável e o mais extraordinário. O seu Coração, apaixonado pelo Pai, pedia algo verdadeira e extraordinariamente grande, importante e digno da divindade, da grandeza e da santidade de seu Pai celeste. Por isso, Jesus nos deixou seu próprio sacrifício, presente em cada santa Missa.
Porque na santa Missa se torna sempre presente o sacrifício de Jesus para ser oferecido ao Pai, podemos avaliar o seu valor diante de Deus, o quanto agrada ao Pai essa oferta de Jesus sacrificado. Podemos, também, deduzir sua importância como culto divino, e como fonte de graças. Aliás, o Vaticano II diz que a “Eucaristia é o ‘ponto mais alto’ da vida da Igreja e a ‘fonte’ de todas as suas graças.
Tiremos de tudo isso algumas conclusões.
Primeira. A Santa Missa é o ato máximo de culto da Igreja Católica, porque ela é celebrada exatamente para tornar realmente presente sobre o altar o sacrifício que Jesus ofereceu uma vez por todas, na cruz, pela nossa salvação.
Segunda. O sacrifício de Jesus se torna presente sobre o altar, na hora da Consagração, quando, pelas palavras de Jesus, pronunciadas pelo celebrante, e pela ação do Espírito Santo, o pão e o vinho são transformados em Corpo e Sangue de Jesus. Portanto, a Consagração não existe, em primeiro lugar, para que possamos comungar, mas sim para que Jesus possa oferecer de novo ao Pai o seu sacrifício realizado na cruz.
Terceira. Este sacrifício do dom da vida de Jesus torna-se presente por vontade expressa de Jesus, pois na última ceia, após ter realizado essa maravilha, disse: "Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em minha memória".
Quarta. O sacrifício torna-se presente, a fim de que nós - a Igreja toda - possamos oferecê-lo sempre de novo ao Pai, como nossa oferta mais perfeita e santa. Esta oferta é expressa nas orações realizadas logo após a Consagração. Vale a pena dar atenção a essas orações.
Quinta. O ‘sacerdote’ que faz a oferta do ‘sacrifício’ é o próprio Jesus. O faz por meio do sacerdote celebrante. Consigo, Jesus nos oferece, nos entrega ao Pai. Podemos exprimir essa oferta desta forma: Jesus ‘se’ oferece e ‘nos’ oferece com Ele. Nós ‘O’ oferecemos e ‘nos’ oferecemos com Ele ao Pai.
Sexta. Após a Consagração nós oferecemos o sacrifício de Jesus ao Pai. Na Comunhão, o Pai nos oferece Jesus vivo, para ser nosso companheiro de caminhada.
Sétima. Quando saímos de casa para ir à santa Missa, na verdade, não estamos indo em primeiro lugar para rezar, para cantar, para ouvir a Palavra de Deus e a pregação. Vamos para "oferecer o sacrifício de Jesus ao Pai e oferecermo-nos com Ele". E se estivermos preparados, para podermos receber Jesus vivo em Comunhão de vida.
Oitava. Porque contém a presença real do sacrifício de Jesus para ser oferecido, a Santa Missa:
1º. É o maior ato de ‘adoração’ à Trindade.
2º. É a maior expressão de louvor, de elogios ao Deus Uno e Trino, por aquilo que Ele é, fez e faz.
3º. É a melhor ação de graças, para agradecer por benefícios recebidos de Deus.
4º. É o mais forte clamor de propiciação, a fim de alcançar o perdão dos pecados.
5º. É a mais convincente intercessão para alcançar as bênçãos em favor dos nossos irmãos.
6º. É o mais valioso sufrágio em favor das almas do purgatório, a fim de que sejam perdoadas, e entrem na felicidade celeste. Tudo, por causa que se faz a oferta de tão extraordinário tesouro: o sacrifício de Jesus.
Nona. Vale a pena tomar o livrinho feito para acompanhar a santa Missa e ler as orações do ofertório, bem como as que são feitas após a consagração, prestando sempre atenção às palavras "sacrifício" e "oferta-oferecimento" a fim de perceber a realidade da ‘presença’ e da ‘oferta’ do sacrifício de Jesus.
Décima. Será uma grande riqueza espiritual e uma fonte inesgotável de graças para sua vida cristã, se procurar estudar a fundo a santa Missa, a fim de poder dela participar "ativa, consciente e plenamente", como sugere o Vaticano II.

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EUCARISTIA - PRESENÇA DO SACRIFÍCIO DE JESUS


A Celebração Eucarística, que chamamos também de Santa Missa, é a celebração do Mistério Pascal Redentor de Jesus. A Páscoa-passagem realizada por Jesus em sua vida, celebrada em cada Santa Missa, aconteceu através dos seguintes passos: 1º. Passagem de Jesus da vida para a morte. 2º. Passagem de Jesus da morte para a vida plena, pela ressurreição. 3º. Passagem da vida terrena para a vida eterna, junto do Pai nos céus.
No Mistério Pascal de Jesus, aconteceu a “oferta de si mesmo até à morte de cruz, como sacrifício total de sua vida, para a glorificação do Pai e para a salvação da humanidade”. Portanto, porque a Santa Missa é a Celebração Pascal de Jesus, nela se faz presente o seu sacrifício perfeito e santo, oferecido ao Pai na cruz.
Jesus nos deixou o seu sacrifício único e verdadeiro, perfeito e santo, oferecido na cruz, para que nós tenhamos o ato de culto mais perfeito e santo para glorificar da forma mais perfeita ao nosso Deus, e para fazer acontecer cada vez mais a salvação em nós.
Infelizmente, esta verdade da presença real do sacrifício de Jesus em cada Santa Missa celebrada escapa ao conhecimento e à participação da maior parte dos que se a ela se fazem presentes. É lamentável.
Podemos afirmar com toda certeza que a intenção primeira que levou Jesus a instituir a Eucaristia foi, exatamente, de enriquecer a sua Igreja com o dom do seu sacrifício perfeitíssimo e santíssimo. Possuindo esse tesouro presente em cada Santa Missa, a Igreja pode glorificar ao Pai da forma mais excelsa e perfeita, bem como, por essa oferta, atrair sempre de novo os méritos de Sua morte e ressurreição sobre a humanidade toda e, em particular, sobre os participantes da Eucaristia.
O Santo Sacrifício da Missa
Aliás, nós chamamos a Santa Missa também de “Sacrifício da Santa Missa” ou “Santo Sacrifício da Missa”, ou “Santo Sacrifício Eucarístico”. O que entendemos com estes nomes? Perguntemo-nos: “Que é sacrifício”?
A palavra sacrifício vem de duas palavras latinas: “Sácrum” que se traduz por “sagrado”, e “fácere”, por “fazer, tornar”. Portanto, “sacrifício” significa: “fazer com que alguma coisa se torne sagrada”. Em religião, alguma coisa ou pessoa se torna “sagrada”, quando é
“dada”, “ofertada”, “entregue” ao “sagrado”, que é Deus. Portanto, alguma coisa ou pessoa se torna “sacrifício” quando é dada a Deus, e por isto se torna propriedade divina, pertença divina. Pelo fato de passar a pertencer a Deus, torna-se sagrada.
Jesus, por desígnio do Pai, devia “tornar-se sacrifício na cruz”. Isto é, devia entregar sua vida na paixão e morte, como oferta para a nossa salvação. Dizer “sacrifício de Jesus” é dizer “a oferta que Jesus fez de si, até à morte de cruz”.
Os Sacrifícios do Antigo Testamento
A fim de podermos compreender melhor o que seja sacrifício, lembro que todo o culto do Povo de Deus no Antigo Testamento era realizado por meio da oferta de sacrifícios de cordeiros, ovelhas, cabritos, bois, pombas, cereais, bolos, tortas, pães etc. O próprio Deus havia pedido e prescrito esse culto de sacrifícios. (Lev Cap 1-9) No templo de Jerusalém, todas as manhãs os sacerdotes ofereciam o “sacrifício matutino”. Isto é, preparavam e queimavam sobre o altar de Deus, no templo, um cordeiro, como oferta de adoração, ação de graças, propiciação e intercessão a Deus, em nome e em favor de todo o povo. À tarde, ofereciam outro cordeiro em sacrifício vespertino. Aos sábados, dois cordeiros pela manhã e dois à tarde. Era o culto oficial solicitado por Deus e oferecido pelo seu povo.
Lembremos ainda o sacrifício de Abel e Caím; o sacrifício de Noé, ao sair da arca são e salvo do dilúvio; o incrível sacrifício de Abraão, pronto a sacrificar seu único filho, a pedido de Deus; o sacrifício do cordeiro pascal, na saído do povo do Egito. Sabemos até que em certas falsas religiões, eram feitas ofertas de sacrifícios humanos. A fim de agradar à divindade, ou para conseguir favores extraordinários eram sacrificadas pessoas humanas.
Jesus, na quinta-feira santa celebrou a última ceia do Cordeiro Pascal do Antigo Testamento. Nesta oportunidade, pôs fim a todo o culto dos sacrifícios de animais, aves e cereais. Na mesma ocasião instituiu a Santa Ceia da Nova Aliança, ou seja, instituiu a Eucaristia, e com ela, Jesus iniciou o “novo culto” do novo Povo de Deus, resgatado por Ele, na Cruz, pela oferta do seu sacrifício. Em lugar dos sacrifícios de animais, agora há um único e eterno sacrifício: o de Jesus, presente na Eucaristia.
O coração amoroso de Jesus já não podia aceitar, não podia conceber que seu “Novo Povo” resgatado com seu sangue, tivesse que continuar a oferecer ao Pai celeste sacrifícios de carneiros, de cordeiros, de pombas, de cereais, de bodes ou de touros. Jesus queria dar a seu povo um sacrifício infinitamente mais perfeito e santo, infinitamente mais agradável ao Pai, do que todos os sacrifícios antigos. Por isto, Jesus
nos deixou na Eucaristia o seu próprio sacrifício único e verdadeiro, perfeito e santo, oferecido na cruz, a fim de que nós o tenhamos como o culto “mais perfeito e santo” para glorificar cada vez mais ao nosso Deus, e para fazer acontecer cada vez mais a salvação em nós.
Santa Missa: presença do Sacrifício de Jesus
Jesus, movido por seu infinito amor ao Pai e aos seus, encontrou uma forma, criou um ritual, instituiu uma celebração, criou uma ação humana e divina, que contém em si mesma, que torna presente, aqui e agora, o seu próprio sacrifício, cada vez que esse ritual é celebrado.
Jesus instituiu a Eucaristia exatamente como forma de tornar presente o seu sacrifício oferecido na cruz. Em cada Santa Missa, portanto, tornam-se presentes o Corpo e o Sangue de Jesus. O mesmo corpo crucificado e o mesmo sangue derramado. Durante a celebração da Santa Missa, na hora da Consagração, torna-se presente sobre o altar o próprio Cordeiro divino, imolado na cruz!
O ritual criado por Jesus, que chamamos de Santa Missa, torna presente toda vez que é celebrado, aquilo que aconteceu no Calvário. Torna-o presente, a fim de que nós possamos oferecê-lo sempre de novo ao Pai, como ato máximo de nosso culto.
É preciso dizer que o sacrifício de Jesus, presente na Santa Missa, não é uma repetição do que ocorreu na cruz. Jesus não morre mais em cada Santa Missa. Nem o poderia, pois ele venceu a morte na ressurreição. Mas, também, não se trata apenas de uma “recordação saudosa” de um fato passado. De fato, por vontade de Jesus, na celebração da Santa Missa torna-se misteriosamente presente, aqui e agora, aquilo que aconteceu no alto do calvário. É um mistério! É por isto que, em todas as Santas Missas, após a Consagração, o sacerdote anuncia: Eis o mistério da fé! É, de fato, um grande e maravilhoso mistério.
Após a Consagração, Jesus se entrega novamente ao Pai, como o fez na cruz. Com o mesmo amor. Com o mesmo desejo de glorificar ao Pai, e continuar a salvar a humanidade!
Aliás, as orações pronunciadas após a Consagração são fundamentais na Santa Missa. Fundamentais, porque por meio delas, Jesus oferece novamente o seu sacrifício ao Pai. Fundamentais, também, porque “por meio de Jesus, junto com Jesus, e em Jesus” nós oferecemos o mesmo sacrifício de Jesus ao Pai, como nossa grande oferta. Mais. Junto com o sacrifício de Jesus, nós também nos oferecemos ao Pai, como hóstias vivas, santas e agradáveis.
A Consagração Traz o Sacrifício de Jesus
Na tentativa de auxiliar na compreensão desta maravilha, quero dizer que a Consagração do pão e do vinho na Santa Missa não é feita, em primeiro lugar, para trazer a presença de Jesus Eucarístico, a fim de que possamos comungar. Não. A Consagração da Santa Missa existe exatamente, e principalmente, para “tornar presente o sacrifício de Jesus Cristo”, oferecido na cruz, a fim de que, durante a celebração, nós tenhamos esse mesmo sacrifício perfeito e santo para oferecer ao Pai. Se prestarmos atenção às orações após a Consagração, perceberemos que elas realizam exatamente a oferta do sacrifício de Jesus ao Pai.
Ainda para auxiliar na fixação dessa verdade, eu diria que quando nós saímos de casa para a Santa Missa, não vamos apenas para orar, ouvir a palavra de Deus e comungar. Vamos, sim, em primeiro lugar, para oferecer o grande sacrifício de Jesus ao Pai, com a Igreja toda. Já não precisamos levar um carneiro para sacrificar ao Pai. Temos, sim, o Cordeiro divino, imolado na cruz, como oferta perfeita para entregar ao Pai.
Se compreendermos a maravilha da presença do sacrifício de Jesus em cada Santa Missa, com certeza sentiremos sempre mais um novo e profundo desejo de participar com espiritualidade e profundidade desse ato tão santo e santificador.

EUCARISTIA: EIS UM MISTÉRIO DE FÉ



A presença real de Jesus Cristo vivo, ressuscitado, glorioso, sob as espécies de Pão e de Vinho consagrados, bem como suas declarações incríveis feitas quando anunciou que “Ele é o Pão vivo”... “Que sua carne e seu sangue são comida e bebida”... “Que quem não come de sua carne não tem vida em si”... “E quem a come tem a vida eterna e a ressurreição”,... essas afirmações são um tremendo desafio à nossa fé. Sem o “dom da fé”, isso é inacreditável!... É uma loucura!... E muitos caminham pela ‘loucura’ do ‘não crer’!
Aliás, quando Jesus anunciou essa realidade, muitos discípulos disseram: “Isto é demais!... Quem pode admitir coisa semelhante”?... E muitos o abandonaram. No entanto, Jesus havia falado a plena verdade. A decisão estava tomada. Jesus bem sabia que a Eucaristia seria o maior dom à sua Igreja! Sabia o bem que faria à Igreja toda, de todos os tempos!

O que é crer na Eucaristia? O que é ter fé na presença real de Jesus?

Crer, ter fé, é ter absoluta certeza de que Jesus falou a verdade, não mentiu, não nos enganou, não brincou conosco e com a humanidade, quando disse: “Eu sou o Pão vivo”... “Minha carne e meu sangue são comida e bebida”. Crer é olhar com os olhos do coração para Jesus, e sabendo que Ele sempre falou a verdade, declarar: Eu creio em ti, Senhor”! Creio de todo coração e com alegria, pois sei que disseste toda a verdade!.. Que não estás nos enganando e nem trapaceando!...
O grande teólogo santo Tomás de Aquino escreveu: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo, neste Sacramento, “não se pode descobrir só pelos sentidos, mas sim pela fé, baseada na ‘autoridade de Deus’”. Santo Tomás nos dá uma “chave” muito importante para compreender o que é ter fé. A fé fundamenta-se “na autoridade” daquele que fala, Jesus, que é Deus!... Seguindo esse raciocínio, afirmamos que cremos, que temos fé na Eucaristia, não porque podemos provar em laboratório... ou porque podemos constatar com nossos olhos ou dedos. Mas cremos, depositamos nossa fé, porque foi Ele, Jesus, quem o afirmou! Nós poderíamos nos enganar. Mas Jesus não pode enganar-se e nem nos enganar, pois Ele é Deus! Um Deus não pode ser falso e enganar os que nele crêem. Por isso são Cirilo acrescenta: “Não ponhas em dúvida se é ou não é verdade! Aceita com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a Verdade, não mente”! Eis a verdadeira fé: “pôr a nossa certeza e segurança em Jesus, firmá-la sobre o coração de Jesus ressuscitado”!...
A teologia dessa verdade
Foi no Concílio Ecumênico de Trento que a verdade sobre a “presença real” de Jesus na Eucaristia foi definida como dogma de fé. Diz o Concílio: “No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente, o Corpo e o Sangue, juntamente com a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo”. Esta presença se chama “real”, porque é substancial, e porque por ela, Jesus Cristo, Deus e homem, se torna presente completo. (Mist. Fidei-39)
Um bispo, teólogo de renome, disse: “Um dia, o Filho de Deus veio a nós ‘disfarçado numa criança’. Quem olhasse para ela, via simplesmente uma criança igual a todas as demais. Mas oculto, ‘disfarçado’ sob as aparências da criança, estava o Filho de Deus, o Salvador da humanidade. Em outra oportunidade, o mesmo Filho de Deus que se havia disfarçado numa criança, ‘disfarçou-se num pedaço de Pão’. Aparentemente, parece ser um pedaço de pão comum. Mas ali está realmente presente Jesus ressuscitado”. Basta ir além das aparências com os olhos da fé e encontramos Jesus vivo, ressuscitado, nosso salvador.
Crer é ter absoluta certeza de que a Eucaristia não é uma coisa!... É uma pessoa: a Pessoa de Jesus Cristo vivo, oculto, “disfarçado” num pedaço de pão. Crer é ter absoluta certeza de que a Hóstia consagrada não é uma coisa!... Mas é a Pessoa de Jesus ressuscitado, “disfarçado” daquela forma. Crer é ter absoluta certeza de que no sacrário não temos guardada uma ‘ coisa preciosa’ , mas que ali está realmente presente Jesus ressuscitado, nosso salvador e mestre.
Crer na presença real de Jesus na Hóstia consagrada é uma graça maravilhosa! Crer, ter fé, eis o segredo de encontrar o tesouro divino da Eucaristia. Crer, ter fé, eis o segredo maravilhoso de poder encontrar-se pessoalmente com Jesus ressuscitado, presente no Pão consagrado. Crer é ter os olhos do coração abertos para ver Jesus ressuscitado, glorioso, amante e amável, além das aparências do Pão consagrado.



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EUCARISTIA - JESUS CONOSCO



Jesus decidiu-se ficar conosco na Eucaristia.
Estava nos planos salvíficos de Jesus permanecer conosco, até o fim dos tempos, presente num sinal visível, sensível, palpável, como convém a nós, seres humanos. Um ano antes de Jesus instituir a Eucaristia, já a havia anunciado com toda clareza, a muitos discípulos e aos doze Apóstolos reunidos em Cafarnaum. Ele disse: “Eu sou o Pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão que eu hei de dar é minha Carne para a salvação do mundo”. Disse ainda: “Se não comerdes a Carne do Filho do homem, e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”( Jo 6, 51-58).
Na quinta feira santa, após ter realizado a “última ceia judaica”, Jesus põe fim aos sacrifícios e rituais do Antigo Testamento, e entra no Novo Testamento, instituindo a “Santa Ceia Cristã”, a Eucaristia, “Sacrifício” da nova e eterna aliança, assinada com seu sangue, e “Comunhão” com Ele próprio, presente nas espécies sacramentais, e por meio dEle, comunhão com Deus e com os irmãos. Assim escreve o evangelista Mateus: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu a seus discípulos dizendo: “Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós”. Tomou, depois, o cálice, deu graças e o deu aos discípulos, dizendo, “Tomai todos e bebei: este é o cálice do meu sangue, sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de mim!” (Cf. Mt 26,26-29)
Mistério de Fé
A presença real de Jesus Cristo vivo, ressuscitado, glorioso, sob as espécies de pão e de vinho, bem como suas declarações incríveis feitas quando anunciou que “Ele é o Pão vivo”... “que sua carne e seu sangue são comida e bebida”... “que quem não come sua carne não tem vida em si”... “e quem a come tem a vida eterna e a ressurreição”, são um tremendo desafio à nossa fé. Sem o “dom da fé”, isso é inacreditável! É uma loucura!...
Aliás, quando Jesus anunciou essa realidade, muitos discípulos não conseguiram acreditar. Disseram: “Isto é demais!... Quem pode admitir coisa semelhante”? Ao perceber que murmuravam, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza?”... “Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com Ele”. No entanto, Jesus havia falado a plena verdade. Ele iria “ser o Pão vivo”, sim!... Iria “dar a sua carne e o seu sangue como comida e bebida, sim!:... A decisão estava tomada!... E Jesus sabia que a Eucaristia seria o maior dom à sua Igreja! Sabia o bem que faria à Igreja toda, de todos os tempos, por sua presença na Eucaristia. Por isto desafiou os doze, dizendo: “Quereis vós também retirar-vos”? Respondeu-lhe Simão Pedro: “Senhor, a quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna! E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus (Cf. Jo 6, 60-69).
Jesus “exigiu” dos Apóstolos que “acreditassem na sua palavra”, que “aderissem com a fé” à sua proposta de ser “o Pão vivo”. Jesus estava até preparado para ser abandonado também pelos doze, para ficar sozinho e começar tudo de novo. Mas jamais abriria mão da instituição da Eucaristia! Jamais abandonaria sua decisão de ficar para sempre na sua Igreja, por meio do sinal do Pão consagrado!
Que é crer?
O que é, de fato, crer na Eucaristia? O que é ter fé na presença real de Jesus? Crer, ter fé, é ter absoluta certeza que Jesus falou a verdade, não mentiu, não nos enganou, não brincou conosco e com a humanidade, quando disse: “Eu sou o Pão vivo... Minha carne e meu sangue são comida e bebida”. Crer é olhar com os olhos do coração para Jesus, e sabendo que Ele sempre falou a verdade, acreditar que Ele disse toda a verdade, que Ele não trapaceou, não nos enganou, ao instituir a Eucaristia.
O grande teólogo Santo Tomás de Aquino escreveu: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo, neste Sacramento, “não se pode descobrir só pelos sentidos, mas sim pela fé, baseada na autoridade de Deus”. A fé deve fundamentar-se na “autoridade” daquele que fala: Jesus, que é Deus!...Seguindo esse raciocínio, afirmamos que “cremos”, que “temos fé” na presença real de Jesus vivo na Eucaristia, não porque podemos provar em laboratório, ou porque podemos constatar com nossos olhos ou tocar com nossos dedos. Mas cremos, depositamos nossa fé, porque foi Ele, Jesus, quem o afirmou! Nós poderíamos nos enganar em nossas conclusões. Mas Jesus não pode nos enganar! Ele é Deus! Um Deus não pode ser falso e enganar os que nele crêem. Por isso São Cirilo acrescenta: “Não ponhas em dúvida se é ou não é verdade! Aceita com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a verdade, não mente”! Eis a verdadeira fé: pôr nossa certeza e segurança sobre o peito e no coração de Jesus ressuscitado! Ele falou?... Está falado!
A teologia da presença real de Jesus
Foi no Concílio Ecumênico de Trento que a verdade sobre a “presença real” de Jesus na Eucaristia foi definida. Diz esse Concílio: “No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue, juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo”. Esta presença se chama “real”, porque é substancial, e porque por ela, Jesus Cristo, Deus e homem, se torna presente completo (Mist. Fidei-39).
Diz o Vaticano II: “A Eucaristia é fonte e ápice da vida cristã”... Pois a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa(LG-11 e PO-5). Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita do Pai e intercede por nós, está presente de múltiplas maneiras na sua Igreja. Mas sobretudo está presente sob as espécies eucarísticas (SC-7).
Um bispo, teólogo de renome, disse: “Um dia, o Filho de Deus veio a nós ‘disfarçado numa criança’. Quem olhasse para ela com olhos humanos, via simplesmente uma criança igual a todas as demais. Mas oculto, disfarçado sob as aparências da criança, estava o Filho de Deus, o Salvador da humanidade. Em outra oportunidade, o mesmo Filho de Deus que se havia disfarçado numa criança, ‘disfarçou-se num pedaço de Pão’. Aparentemente, parece ser um pedaço de pão comum. Mas ali está realmente presente Jesus ressuscitado”. Basta ir além das aparências com os olhos da fé e encontramos Jesus vivo, ressuscitado, nosso Salvador. O Deus que soube “disfarçar-se numa criança” também “pode disfarçar-se num pedaço de pão”.
A Eucaristia é uma Pessoa
Crer é ter absoluta certeza que a Eucaristia não é uma coisa!... É uma pessoa: a Pessoa de Jesus Cristo vivo, oculto, “disfarçado” num pedaço de pão. Crer é ter absoluta certeza que a Hóstia consagrada não é uma coisa!... Mas sim, a Pessoa de Jesus ressuscitado, “disfarçado” daquela forma. Crer é ter absoluta certeza que no sacrário não temos guardada uma coisa preciosa, mas que ali está realmente presente Jesus ressuscitado, nosso salvador e mestre.
Crer é ter absoluta certeza que quando dizemos: Eucaristia, Santíssimo Sacramento, Sacramento do Amor, Sacramento do altar, Ceia do Senhor, Pão dos Anjos, Pão dos céus, Santos mistérios, estamos entendo que se trata da: “presença real de Jesus ressuscitado, glorioso, sob as aparências do pão e do vinho consagrados. Crer é ter absoluta certeza que na Hóstia consagrada está Jesus vivo inteiro: corpo, sangue, alma, divindade e humanidade.
Crer na presença real de Jesus na Hóstia consagrada é uma graça maravilhosa! Crer, ter fé, eis o segredo de encontrar o tesouro divino da Eucaristia. Crer, ter fé, eis o segredo maravilhoso de poder encontrar-se pessoalmente com Jesus ressuscitado, presente no Pão consagrado. Crer é ter os olhos do coração abertos para ver Jesus ressuscitado, glorioso, amante e amável, além das aparências do pão consagrado.

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O DOGMA EUCARÍSTICO



O dogma de fé da presença real de Jesus na Eucaristia foi definido e proclamado no Concílio Ecumênico de Trento, nos anos de 1545 a 1563. Na verdade, a fé na presença real de Jesus sob as espécies do pão e do vinho consagrados vem desde o início da Igreja. Aliás, poderíamos dizer, desde a Santa Ceia. Logo após Pentecostes, vemos a primeira comunidade cristã celebrando a “Fração do Pão” (At. 2,46).
Desde os inícios das comunidades cristãs, escritores cristãos e teólogos procuraram explicar esse mistério. Queriam explicar como era essa presença de Jesus na Eucaristia. Dessa forma surgiram muitas teorias diversas, algumas divergentes. Houve muitas discussões e debates, com argumentos diversos usados pelas partes discordantes. Houve até teorias que foram consideradas como heréticas. O surgimento de doutrinas heréticas levou os teólogos a aprofundarem cada vez mais suas teses, o que enriqueceu muito a doutrina sobre a Eucaristia. Os debates continuaram por quase mil e quinhentos anos.
Até o Concílio de Trento não houve uma definição definitiva sobre a doutrina da presença real de Jesus na Eucaristia. Não havia uma declaração dogmática. Mas era chegada a hora de definir essa verdade, a fim de que os católicos pudessem ter segurança absoluta a respeito desse mistério de fé.
Reunidos em Concílio, os bispos do mundo inteiro propuseram-se definir como dogma de fé essa verdade. Invocaram vigorosamente para que o Espírito Santo os iluminasse. Estudaram tudo quanto se havia escrito e debatido, inclusive as afirmações heréticas. Por fim, expuseram toda a verdade sobre a presença real e a declararam como verdade de fé, constituindo, assim, o Dogma Eucarístico.
Que é um dogma?
Dogma é uma verdade da fé cristã, declarada oficialmente como verdade de fé, pela hierarquia da Igreja, a fim de que os católicos tenham certeza absoluta a respeito da mesma. Não é a declaração da hierarquia que cria a verdade. A verdade existe por si só. Mas como é uma verdade envolta em mistério e que poderia deixar dúvidas, a hierarquia declara que aquela verdade é verdadeira e que podemos crer nela e ter certeza de estarmos dentro da verdade.
O dogma de fé é declarado a fim de termos segurança diante daquela verdade. Por exemplo. A presença de Jesus no Pão e no Vinho consagrados é uma verdade. Mas como não podemos provar pelas ciências, em laboratório, poderia alguém permanecer em dúvidas. Então a Igreja, assistida pelo Espírito Santo, declara essa verdade como um dogma. Podemos então crer firmemente, sem receios de estarmos errando, ao crer na presença real. Todos os dogmas nos dão segurança em nossa vida de fé.
É muito importante conhecer as principais declarações desse Concílio. A partir dele, temos uma certeza da verdade sobre todos os aspectos que envolvem esse mistério maravilhoso de nossa fé católica.
Diz o Concilio:
"Em primeiro lugar, o sacro concílio afirma aberta e simplesmente que no sacramento da santíssima Eucaristia, - que alimenta, - depois da consagração do pão e do vinho, Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, está contido verdadeiramente, realmente e substancialmente sob a aparência de tais coisas sensíveis" (do pão e do vinho)
Sobressaem as afirmações:
1. Que o Concílio estava fazendo uma declaração de fé, de dogma, para que a partir de então, ficasse definida toda a verdade sobre a Eucaristia.
2. Que “Nosso Senhor Jesus Cristo, está contido verdadeiramente, realmente e substancialmente sob as aparências do pão e do Vinho”. Portanto está definido que Jesus está realmente presente na Eucaristia. Que não é apenas uma presença simbólica, mas real. Jesus “está”.
3. Que “Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem” está presente”. Não é só o Jesus humano que está na Hóstia, mas Jesus Deus e homem. Havia discussões a respeito disso. Alguns afirmavam que era só o Jesus humano, só sua natureza humana que estava presente. O Concílio deixou isso bem definido.
4. Que “Depois da consagração do pão e do vinho” está realmente presente Jesus.
Define-se aqui que é na hora da Consagração, na Santa Missa, que o pão e o vinho são transformados em Corpo e Sangue de Jesus. Portanto, só na celebração eucarística, com a presença de um sacerdote, é que ocorre a transubstanciação.
5. Que “é sob a aparência de tais coisas sensíveis" (do pão e do vinho), que Jesus está realmente presente.
Ressalta-se que as aparências do pão e do vinho permanecem, mas sua essência é transformada em Corpo e Sangue. Sim, permanece aquilo que aparece: a forma, a cor, o gosto. Mas a essência muda.
Aqui podemos refletir com simplicidade que, se o pão se transformasse em um pedaço da carne humana de Jesus, e o vinho se transformasse num bocado do sangue de Jesus, com a cor, a forma e o gosto de carne humana e de sangue humano, quem comungaria?...
Diz o Concílio:
"No santíssimo sacramento da Eucaristia, estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o corpo e o sangue, em união com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e portanto, o Cristo todo".
Ressaltamos aqui:
1. Que “Nosso Senhor Jesus Cristo, ‘todo’”, está contido verdadeiramente, realmente e substancialmente no sacramento da Eucaristia, e não apenas o corpo na Hóstia e o Sangue no cálice.
2. Que Jesus está todo: com seu corpo, sangue, alma e divindade. Tanto na Hóstia consagrada, quanto no Cálice consagrado.
Diz o Concílio:
“Não existe contradição alguma no fato de Nosso Salvador assentar-se sempre à direita do Pai nos céus, segundo uma realidade que lhe é natural, mas que, ainda assim, para nós também se encontra em muitos outros lugares, sacramentalmente presente na sua substância, com uma realidade que as nossas palavras acham difícil de exprimir, mas que a nossa inteligência iluminada pela fé pode, contudo, aceitar, e em que nós devemos acreditar firmemente como coisa possível de Deus".
Ressaltamos aqui:
1. Que havia uma teoria que afirmava que era impossível Jesus estar ao mesmo tempo no Céu, e também presente na Eucaristia. E que, portanto, a presença de Jesus no Pão e no Vinho consagrados era apenas “simbólica”.
O Concílio rejeitou aquela teoria e definiu que ““Não existe contradição alguma no fato de Nosso Salvador assentar-se sempre à direita do Pai nos Céus, e ainda assim, para nós também se encontrar, em muitos outros lugares, sacramentalmente presente na sua substância.
2. Que, de fato se trata de “uma realidade que as nossas palavras acham difícil de exprimir”. Na Eucaristia há um mistério. É sempre difícil explicá-lo. Mas por ser difícil de explicá-lo, não significa que não seja verdadeiro.
3. Que, “a nossa inteligência iluminada pela fé pode, contudo, aceitar”.
Aqui se estimula a usar a razão, a inteligência, unida à fé, para aceitar esse mistério maravilhoso.
4. Que “nós devemos acreditar firmemente como coisa possível para Deus".
Para Deus, - e Jesus é Deus - que tem todo poder e toda glória, é possível estar glorioso nos Céus e ao mesmo nos Tabernáculos onde haja Hóstias Consagradas.
Diz o Concílio:
"No santíssimo sacramento da Eucaristia há uma presença real do corpo e do sangue. Está presente Jesus Cristo "verdadeiro Deus e verdadeiro homem". Está presente toda a pessoa de Cristo, inteiramente. "Logo depois da Consagração, estão presentes o verdadeiro corpo de Nosso Senhor e o seu verdadeiro sangue, em união com sua alma e sua divindade". A alma e a divindade, portanto, estão presentes, e não podem estar separadas do corpo e do sangue”.
Havia teoria que dizia que na Eucaristia só está presente o espírito de Jesus. Era uma presença espiritual, e não com seu corpo e sangue. Diante desta e de outras teorias o Concílio detalhou muito bem todas as coisas.
Ressaltamos aqui:
1. Que "No santíssimo sacramento da Eucaristia há uma presença real do corpo e do sangue”. Não apenas uma presença espiritual.
2. Que “Está presente Jesus Cristo "verdadeiro Deus e verdadeiro homem". E não apenas o Homem, ou apenas o Deus.
3. Que “Está presente toda a pessoa de Cristo, inteiramente”. Seu Corpo, Sangue, alma e divindade. Jesus é tudo isso, e portanto, é assim que ele está na Eucaristia
4. Que "Logo depois da Consagração, estão presentes o verdadeiro corpo de Nosso Senhor e o seu verdadeiro sangue, em união com sua alma e sua divindade". E não apenas o corpo e o sangue.
5. Que “A alma e a divindade estão presentes, e não podem estar separadas do corpo e do sangue”. Essas insistências nas definições detalhadas são feitas por causa de teorias erradas que havia, quanto ao modo da presença de Jesus na Eucaristia.
Diz o Concílio:
"O corpo está presente sob a espécie do pão, e o sangue sob a espécie do vinho, em virtude das palavras, mas o corpo está sob a espécie do vinho, e o sangue sob a do pão, e a alma sob ambas as espécies em virtude dessa relação e dessa concomitância natural, pela qual as partes do Cristo Senhor, que 'ressuscitado dos mortos, não morre mais' (Rm 6,9), estão ligadas entre si; quanto à divindade, ela está presente por causa da sua admirável união hipostática com o corpo e a alma.
Ressaltamos aqui:
1. Que "O corpo está presente sob a espécie do pão, e o sangue sob a espécie do vinho, em virtude das palavras” pronunciadas por Jesus: isto em o meu Corpo, este é o meu sangue. Mas o corpo está sob a espécie do vinho, e o sangue sob a do pão, e a alma sob ambas as espécies”.
Havia teorias que interpretavam literalmente as palavras de Jesus, e afirmavam que no pão estava só o Corpo, e no cálice, só o Sangue. O Concílio diz: sim, no pão consagrado está o corpo, mas não apenas o corpo. Está também o sangue, a alma e a divindade. Sim, no cálice está o sangue, mas não só. Estão também o corpo, a alma e a divindade de Jesus. Jesus todo.
2. Que “em virtude dessa relação e dessa concomitância natural, pela qual as partes do Cristo Senhor, que 'ressuscitado dos mortos, não morre mais' estão ligadas entre si.”
Não dá mais para separar, em Jesus ressuscitado, as suas partes: corpo, sangue, alma, divindade, humanidade. O Concílio nos diz ali que Jesus ressuscitado é um todo e está todo na Eucaristia, como ele é, e como está glorioso nos Céus.
3. Que “quanto à divindade, ela está presente por causa da sua admirável união hipostática com o corpo e a alma”. Portanto, também a divindade do Senhor se encontra onde estão seu corpo, sangue e alma humanos.
Diz ainda o Concílio:
"Por isso é absolutamente verdadeiro que ele está contido, seja sob uma, seja sob outra espécie, seja sob ambas. Na verdade, o Cristo total e integral existe sob a espécie do pão e sob qualquer partícula dessa espécie, como todo o Cristo existe sob a espécie do vinho e sob todas as suas partes" "No sublime sacramento da Eucaristia, o Cristo todo está contido sob cada espécie e, se separadas, sob cada parte de cada espécie"
Ressaltamos aqui diversos ensinamentos preciosos.
1. Que "Por isso é absolutamente verdadeiro que ele está contido, seja sob uma, seja sob outra espécie, seja sob ambas”.
Afirma-se aqui que Jesus está todo seja no Pão, seja no Cálice, seja no Pão e no Vinho unidos. Quem recebe uma espécie ou as duas, recebe Jesus todo. Quem, na comunhão recebe a hóstia, recebe Jesus todo. Quem bebe só do cálice, sem receber a hóstia, recebe Jesus todo. Quem recebe a hóstia e bebe do cálice, recebe Jesus todo. Quem recebe uma duas ou três hóstias coladas, recebe um Jesus todo.
2. Que “Na verdade, o Cristo total e integral existe sob a espécie do pão e sob qualquer partícula dessa espécie”.
Aqui se esclarece que Jesus está todo, quer na Hóstia inteira ou também na metade ou numa parte da Hóstia consagrada. Jesus não é dividido, quando se parte o Pão consagrado. Ele permanece todo.
3. Que “todo o Cristo existe sob a espécie do vinho e sob todas as suas partes".
Como ocorre em relação à Hóstia, ocorre em relação ao Sangue. Jesus está todo no Cálice. Quer na totalidade do sangue dentro do cálice, quer numa parte dele. Quem comunga uma parte do Sangue, recebe Jesus todo.
4. Que “"No sublime sacramento da Eucaristia, o Cristo todo está contido sob cada espécie e, se separadas, sob cada parte de cada espécie".
Jesus ressuscitado não pode mais ser dividido. Poderíamos dizer que na cruz Jesus foi dividido em três partes: o Corpo morto, o Sangue todo derramado, e o Espírito entregue ao Pai, ao morrer. Jesus ressuscitado é inteiro, completo, indivisível, glorioso e imortal.
Jesus está realmente presente no Pão e no Vinho consagrados, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade, glorioso como está nos Céus.
Graças e louvores sejam dados a todo momento!
A Jesus realmente presente no Santíssimo Sacramento!




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