SÉTIMO PECADO CAPITAL
A PREGUIÇA
A Igreja Católica apresenta a preguiça como um dos sete
pecados capitais, caracterizado pela pessoa que vive em estado de falta
de capricho, de esmero, de empenho, que tem um estado interior de negligência, de
desleixo, de morosidade, de lentidão e de moleza, por causa orgânica ou psíquica, que a leva à
inatividade acentuada. A preguiça é uma aversão ao trabalho, frequentemente
associada ao ócio, e à vadiagem.
A preguiça
de planejar, de ordenar as idéias, de se preparar e pensar no futuro evidencia
uma pessoa que não utiliza metodologias no trabalho. Fazer corpo mole é deixar
o trabalho para os outros, e isto pega mal, muito mal, já que a eficiência e
competência não podem ser constatadas.
Não adianta
ter boas desculpas, disfarçar, porque todos percebem imediatamente qualquer
menor sinal de corpo mole, sinal claro do pecado capital, da preguiça. O
preguiçoso é desleal para com os colegas. O corpo mole queima a moral do
pecador. Como a vida é dura para quem é mole, ele acabará colhendo resultados
desastrosos, pois é impossível que consiga se manter em qualquer posto de
confiança, tomando como base este tipo de comportamento. A Diligência é o
oposto da preguiça, ou seja, em ambiente profissional a preguiça de planejar,
de ordenar as idéias, de se preparar e pensar no futuro evidencia um comando
que muda constantemente as decisões e os planos para o departamento ou para a
equipe.
A crença
básica da preguiça é: "não preciso aprender nada, nem quero, já tenho
todas as respostas!", levando a um movimento limitador das idéias e ações no cotidiano, traduzido pelo "deixar para
depois". A preguiça é mãe de muitos pecados.
A preguiça pode ser uma aversão ao trabalho ou um aborrecimento natural por
um trabalho mal reconhecido ou mal remunerado.É a falta de disposição para realizações,
uma lentidão ao tomar decisões ou um tédio pela vida. Para viver bem é preciso
ter motivação. Se falta a motivação, se não se tem metas a alcançar ou um
objetivo a atingir, nasce o tédio, a falta de auto-confiança invade a pessoa, e
ela repete prá si mesma: não vale a
pena!
A preguiça é uma falta de estimulo, uma falta de vontade de agir, de sentir,
de pensar. É a inércia que se instala devagar e barra nosso desejo de crescer e
aprender.
Na verdade, o preguiçoso tem uma auto-estima baixa, não luta por nada, quer
que as coisas lhe venham ás mãos, sem esforço. Assim, adia compromissos, decisões,
projetos , odeia mudanças, é conservador , e protela tudo, desde lavar o carro,
ou arrumar o guarda-roupa, até mudar de
um emprego mal remunerado para outro mais compensador.
Quando a
preguiça afeta a vida espiritual é chamada de acédia. A acédia é um dos
principais pecados contra o amor a Deus, é um vício diretamente oposto ao amor
de Deus e a alegria santa que resulta d'Ele. Provém da falta de gosto pelos
valores espirituais, o desânimo no empenho pela santificação, devido ao esforço
que este requer, e a lerdeza e o torpor na vida espiritual. É não encontrar
prazer em Deus e considerar as coisas que a Ele se referem como algo triste e sem
sabor. É um desgosto pelas coisas espirituais, que leva a executá-las mal, ou
omiti-las sob vãos pretextos.
Esta
tristeza deprimente, esse desgosto são bem diferentes da aridez espiritual ou da
secura dos sentidos que, em provações divinas, é acompanhada de contrição
verdadeira por nossos pecados, de temor de ofender a Deus, de um novo desejo de
perfeição, de uma necessidade de solidão, de recolhimento, e da oração..
Segundo
ensino de São João da Cruz, na aridez espiritual, a secura não vem da frouxidão
e tibieza, pois apesar desta secura, tem solicitude interior pelas coisas de
Deus, tem desejos de servir a Deus. A parte sensitiva fica muito decaída,
frouxa e fraca para operar, pelo pouco gosto que acha. O espírito, contudo,
está pronto e forte.
Na
acédia, a secura vem da frouxidão, da negligência, não tem solicitude interior
pelas coisas de Deus, é desanimada na vontade e no ânimo, tudo se vai em
desgosto e estrago do natural. Na secura, uma pessoa sofre porque tem
distrações e luta para diminuí-las, mas ao contrário, no estado de preguiça
espiritual, a pessoa as acolhe, deixa-se levar por pensamentos usuais.
Existe a preguiça quando temos todo tempo do mundo
a nossa disposição e mesmo assim deixamos de fazer as boas coisas em função de
Deus e do próximo.
A preguiça espiritual deixa
conseqüências, como
- Desistência das tarefas
religiosas necessárias para a nossa salvação e santificação.
- As más tendências tendem a
aumentar pouco a pouco, manifestando-se por numerosos pecados veniais que nos
dispõem a cometer graves faltas.
- A busca de consolações
materiais, prazeres inferiores com a finalidade de fugir da tristeza e do desgosto,
pela privação da alegria espiritual através da sua própria negligência e
preguiça.
- É uma tristeza maligna que
oprime a alma. Dela nascem a malícia, o rancor para com o próximo, o desencorajamento,
o torpor espiritual, o esquecimento de preceitos e, finalmente, a procura de
coisas proibidas que levam à curiosidade, loquacidade, inquietude,
instabilidade e agitação infrutífera. Desta forma a pessoa chega a uma cegueira
espiritual e a um progressivo enfraquecimento da vontade.
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