30 de abril de 2015

CÁRITAS CHRISTI URGET NÓS

            Quando experimentamos pessoalmente o grande amor de Jesus Cristo, e com Ele vivemos em comunhão, seu amor nos impulsiona a anunciá-Lo, a fazê-Lo conhecido, a fazer com que as pessoas queiram conhecê-Lo, queiram ser amadas, perdoadas, libertadas, curadas e transformadas por Ele. Quando um coração transborda de alegria e felicidade por viver o amor de Jesus, sente necessidade de falar dEle a todas as pessoas. O verdadeiro impulso de evangelizar, de anunciar Jesus e o seu amor salvador nasce de um amor pessoal por Jesus ressuscitado.
Escreveu o Papa Bento XVI :  “Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele” (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar.
“Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo”.
“Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé”.
“Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria”.
“A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de fato, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando» (A Porta da Fé nº 7)”.

Sim, quando abrimos a boca e anunciamos aos nossos irmãos a maravilha de amar e ser amado, de ser perdoado, libertado, curado e transformado por Jesus ressuscitado, nasce uma alegria no coração, e esta alegria nos encoraja a continuar a fazer o anúncio de Jesus aos irmãos.

29 de abril de 2015

UMA CONVERSÃO PARA O   SENHOR
            Em face da verdade de que a Igreja é formada por  batizados santos e pecadores, “o Ano da Fé é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”.
            Essa conversão para o Senhor Morto mas Ressuscitado é a garantia de uma de uma Igreja renovada. Os santos, ao se converterem sempre mais para o Senhor Jesus, tornam a Igreja mais santa e dão testemunho aos irmãos pecadores que a vida cristã é possível, é gratificante, direciona a vida por caminhos de salvação e de santidade. Por sua vez, os pecadores, iluminados pelo testemunho dos santos, bem como pela graça do Senhor e pela ação do Espírito Santo nas suas trevas, voltam para a Comunhão com Deus, em Jesus Cristo, saem do “deserto” árido de suas vidas sem Deus e encontram no “oásis” as águas vivas e transformadoras de suas vidas.
Escreveu o Papa Bento, a esse respeito: “Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que atua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).

São cheias de revelações essas afirmações do Papa. Vale a pena reler cada frase, parar sobre ela, saborear a riqueza revelada e se apropriar dessas luzes que nos são projetadas por essas revelações. Permito-me retomar parte do texto: “O Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados.”

28 de abril de 2015

A IGREJA PECADORA E SANTA 
SE RENOVA
            O Ano da Fé tem como objetivo alcançar uma profunda renovação da fé cristã, em cada batizado e também na Igreja toda. Essa renovação se faz necessária diante do “grande deserto no coração de multidões” que mesmo batizados, se dizem ateus, ou dizem crer, mas na verdade vivem como se Deus não existisse, ou como se Ele fosse desnecessário, diante de todos os progressos na humanidade. O propósito de renovação da fé é de levar de volta para Deus, para uma comunhão com Deus em Jesus Cristo, para uma vida de fé que ilumina e consolida uma vigorosa vida cristã, todos os batizados na Igreja Católica.
            A Igreja, povo de Deus, é formada por santos e pecadores. Os batizados “santos”, pelo seu testemunho devem ajudar os pecadores a se converterem, a voltarem para a comunhão com Deus e a viver uma vida cristã santa. Os batizados “pecadores” são chamados a renovar a sua fé, a voltarem para Jesus Cristo, para serem perdoados, libertados, curados e santificados. Também essa realidade é desejada pelo Ano da Fé.
            O Papa Bento XVI escreveu, a esse respeito: “ A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de fato, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».
            Vale a pena reler estas afirmações do Papa. Para criar uma idéia sadia da realidade da Igreja santa e pecadora

27 de abril de 2015

O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

O segundo livro apontado pelo Papa Bento XVI como sendo muito importante para a renovação da fé e da vida cristã é o Catecismo da Igreja Católica.
A respeito do Catecismo da Igreja Católica, o Papa escreveu: “ Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. (...) O Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial”.
É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de fato, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura, aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.


24 de abril de 2015

DOIS  LIVROS  IMPORTANTES
O Papa Bento, no seu documento “A Porta da Fé” pelo qual instituiu o Ano da Fé, indica dois livros importantes para a redescoberta, a renovação, o aprofundamento e a vivência da fé cristã, para a comunhão com o Deus Trindade, para uma vida cristã sólida que leva à salvação.O primeiro é o livro que contém todos os documentos do Vaticano II, que há 50 anos iniciou um grande processo de renovação da Igreja, renovação que prossegue até hoje e deve prosseguir no futuro. O Outro livro é o Catecismo da Igreja Católica, que a 20 anos traz toda a doutrina católica de forma sistemática e pedagógica.
Para uma renovação profunda dos conhecimentos de toda a doutrina da Igreja, doutrina que tem como fundamento principal a Bíblia, o estudo desses dois livros é de suma importância. Verdade que são dois livros volumosos, que para estudá-los se leva muito tempo. Mas são preciosos.
A respeito do livro dos documentos do Vaticano II, escreveu o Papa: “Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio (o livro do concílio)  pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».
Seria muito bom se nas famílias católicas houvesse, junto com a Bíblia, a presença desse livro que contém todos os documentos do Vaticano II, e que aos poucos, fosse lido e meditado.

Quanto ao Catecismo da Igreja Católica, terei a oportunidade de falar dele na próxima postagem.

23 de abril de 2015

REALIZAR AS OBRAS DE DEUS
           
            Quando a nossa vida é como o “sal” que comunica o bom gosto da vida cristã aos irmãos, e quando ela é como uma “lâmpada acesa” que ilumina o coração dos irmãos, além de vivermos muito bem nossa vida cristã, influenciaremos outras pessoas a terem fé e viverem sua fé.
            Diante de Jesus, que é “o autor e o consumador” de nossa fé, nós nos questionamos: “O que fazer?”. O Papa nos ajuda quando escreveu: “A questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação”.
            “A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29).
Sim, a obra mais importante, fundamental, essencial, que devemos fazer para agradar a Deus, para a nossa comunhão com Ele, para vivermos uma vida cristã pujante, e para alcançarmos a salvação é “crer em Jesus”.
            Crer que Jesus é o Filho de Deus, e que é Deus com o Pai e o Espírito Santo. Crer que Jesus é o Salvador e Senhor de nossas vidas. Crer em todas as verdades que Ele nos revelou e continua a ensinar por meio dos evangelizadores, catequistas, missionários e leigos testemunhas.
            Crer em Jesus Cristo ressuscitado é fazer a vontade mais importante do Pai celeste. Crer em Jesus Cristo, aceitar as verdades por ele reveladas, organizar a nossa vida de acordo com Seus ensinamentos é a garantia de uma vida feliz, sadia, gratificante e santa, e por isso, garantia da vida eterna. Diz o Papa: “, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação”.

            Neste Ano da Fé, a obra mais importante a ser realizada por nós é aprofundarmos nossa fé, nossa comunhão-amizade, nosso relacionamento pessoal com Ele, e revigorarmos essa nossa fé, pelo estudo, meditação e acolhimento da Palavra de Jesus, contida nos evangelhos, e pela participação na Eucaristia.

22 de abril de 2015

O ALIMENTO DA FÉ

O sal não pode perder a sua força de salgar, isto é, o cristão não pode perder o sabor da vida cristã, e precisa transmitir esse sabor aos irmãos. Nem a luz pode perder a sua luminosidade, isto é, o cristão precisa dar o exemplo de sua vida cristã para a conversão de muitos. Para tanto, é preciso alimentar sempre a fé, fazê-la cada vez mais firme, forte e luminosa.
O Papa Bento, no documento “A Porta da Fé”, indica dois modos essenciais para alimentar a fé, a fim de que o católico, além de viver com radicalidade a sua fé, possa dar testemunho e evangelizar, para que aqueles que se encontram no “deserto” de uma vida sem Deus, possam voltar ao oásis  de uma vida cristã viva e santa.
Escreveu o Papa:  “Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De fato, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27).
O primeiro “prato” de alimento da fé, diz o Papa, deve ser “ readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja”. De fato, a “fé vem do ouvir”. Quanto mais estudarmos a Bíblia, Palavra de Deus, mais descobriremos o nosso Deus, como Ele é, quais as suas belezas, quais as verdades que nos ensina, o que ele quer de nós. Ora, isto ilumina a nossa fé, a fortalece, a fundamenta cada vez mais, e com isso ela desperta, sempre mais, uma vida cristã que seja Comunhão com Deus Trindade e com os irmãos.
O segundo “prato” de alimento de nossa fé, diz o Papa, deve ser “o do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). Esse Pão da Vida é Jesus vivo, presente na Eucaristia. A comunhão com Jesus ressuscitado nos leva a conhecê-lo cada vez mais, a admirá-lo sempre mais. Nos leva a conhecer todas as verdades de fé que Ele nos ensina. Com isto, nossa adesão a Ele pela fé se torna cada vez maior, mais consciente e convicta. Ressoa ainda a palavra de Jesus que nos diz: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). Este alimento é o Corpo e o Sangue de Jesus.


21 de abril de 2015

IR  AO POÇO PARA BEBER

No documento “A Porta da Fé”, o Santo Padre escreveu: “Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo14,4)
Diante do “deserto de fé” em que se encontra grande parte da humanidade, não se deve aceitar como natural que aqueles que tinham o “sabor da vida cristã” oriunda de uma vida com Deus, percam o seu sabor cristão. É preciso que esses, como faz o sal nos alimentos, comuniquem o sabor cristão da vida, àqueles que nunca tiveram fé ou àqueles que a perderam. E na mesma direção vem a realidade de que aqueles que são “luz” de exemplo de vida cristã, não fiquem escondidos. É preciso que esses iluminem os seus semelhantes com a luz brilhante de sua fé convicta e vivida, a fim de que aqueles que se encontram na escuridão da falta de fé no Deus verdadeiro venham a recebê-la e a vivê-la, para sua alegria e salvação.
Não se pode admitir como normal que o homem e a mulher contemporâneos vivam no “deserto” de uma vida sem Deus, como se todo o progresso em todos os setores da humanidade pudesse substituir a Deus no coração humano, e pudesse gratificar tais corações com o gozo dos bens materiais.
Diz o Santo Padre: “Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva” (cf. Jo14,4)
Também o homem e a mulher dos nossos dias trazem dentro de si uma “sede de infinito”, uma nostalgia profunda de algo que lhes falta. Deus saiu de suas vidas e de seus corações. É preciso levar Deus de volta. É preciso levar Jesus ressuscitado de volta para esses corações, a fim de que dEle recebam o Espírito Santo, Água Viva, que sacia plenamente a sede do coração que anda pelo deserto, sozinho, confuso e ansioso. “Quem tem sede (de Deus) venha a mim e beba”. Eis o convite de Jesus.



20 de abril de 2015

SAIR  DO  DESERTO
No documento “A Porta da Fé” o Papa escreveu. «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo, devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude”
Entendemos aqui um dos objetivos do Ano da Fé: levar as pessoas que perderam a fé, que se enfraqueceram na mesma, para fora desse “deserto da alma sem fé”, para um reencontro e uma amizade com Jesus Cristo.
Estamos vivendo numa sociedade onde grande parte já não crê no Deus verdadeiro. Declaram-se ateus. Há grande número que dizem crer em Deus, mas vivem como se Ele não existisse. Há muitos que se declaram de uma religião ou de uma igreja, mas não vivem essa realidade de seu modo de crer. Entre os católicos, 90% dos que se declaram como tais, não praticam sua fé na vida da Igreja. A maioria desses vivem como se Jesus Cristo não existisse, como se Deus fosse secundário ou até desnecessário para suas vidas.
Este é o “deserto” citado pelo Papa. Uma vida vivida no deserto árido do materialismo, do consumismo, dos prazeres mundanos, das uniões ilícitas, das ganâncias, dos pecados capitais. É um deserto árido que seca o coração das pessoas e cega os seus olhos diante do além-morte.
O Papa chama a Igreja e os Pastores a “pôr-se a caminho para conduzir os homens para  fora do deserto” da falta de fé, da falta de Deus em que se encontram, para levá-los, por meio de uma nova evangelização, a reencontrarem a fé no Deus vivo e verdadeiro, e levá-los “para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude.”

O desejo do Santo Padre é de que, por todas as iniciativas da Igreja, haja uma profunda renovação da fé no Deus verdadeiro, e como conseqüência uma profunda renovação da vida cristã e, todos os batizados, e esses corações que agora estão no deserto de uma vida sem fé, entrem no jardim da Igreja onde há abundância de graça e de vida.

17 de abril de 2015

O ENCONTRO COM JESUS CRISTO
Escreveu o Papa: “Desde o princípio (...) lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo.
 Eis o início da caminhada da fé, da vida cristã e da Comunhão com a Trindade: “um encontro pessoal com Jesus Cristo ressuscitado”, que nos leve a crer firmemente em Jesus, a aceitá-Lo como Salvador e Senhor pessoal, e a obedecer-Lhe no caminho da fé e da vida.
Esse encontro com Jesus Cristo pode crescer perenemente, aprofundar-se cada vez mais. Com outras palavras: o nosso amor por Jesus pode crescer sempre mais, pois o amor não tem medidas. Para este crescimento o Papa nos  diz que há “necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo.
Redescobrir o caminho da fé, aprofundando-a, iluminando-a ainda mais, torná-la mais concreta e viva, pelo estudo da pessoa de Jesus, pelo estudo e meditação dos ensinamentos do Mestre, de tal modo que faça crescer muito mais a comunhão-amizade com o Senhor Jesus.
Há muitos católicos, infelizmente a maioria dos batizados, que nunca tiveram um encontro pessoal com Jesus, de olhos abertos, experimentado seu poder, seu perdão, seu amor, a beleza de sua Pessoa. Neste Ano da Fé precisamos falar muito de Jesus, e de tal forma que os ouvintes queiram conhecer Jesus pessoalmente, criar uma amizade pessoal com Ele, e manter um relacionamento cada vez mais profundo com Ele.
Como diz o Papa, ... fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo.
O encontro pessoal com Cristo Jesus, realmente “gera uma alegria profunda e um renovado entusiasmo” de viver uma vida cristã na graça de uma profunda comunhão com o Senhor.


16 de abril de 2015

COMUNHÃO  COM  A  TRINDADE
Entrando pela porta da fé na vida cristã, somos introduzidos na vida de comunhão com Deus. Mas este Deus é Trindade. Diz-nos o Papa: “Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor”.
Nossa comunhão-amizade deve ser com igual profundidade com cada uma das três Pessoas divinas. Infelizmente, no caminhar da nossa vida cristã, somos mais instruídos e formados para conhecer, amar e deixarmo-nos amar por Jesus. O Pai fica muito em segundo plano. Não criamos uma amizade que nos leve a Ele todos os dias. E o Espírito Santo é o grande desconhecido. Não mantemos uma amizade com Ele.
Precisamos, pois, nos perguntar, que lugar o Pai ocupa em nossa vida de fé e em nossas orações? Que lugar ocupa o Espírito Santo? Como vamos fazer crescer a nossa comunhão-amizade com o Pai e o Espírito Santo, para equipararmos essa comunhão com aquela de Jesus.
Precisamos ter comunhão com a Trindade. Isto significa que para nós, cada uma das três Pessoas devem ser igualmente conhecidas, amadas, obedecidas, queridas e adoradas.
Diz o Papa: “o Pai, (...) na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação. (O Filho) Jesus Cristo, (...) redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, (...)guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor”.
Com certeza todos nós, neste ano da fé, precisamos aprofundar o nosso conhecimento e incrementar a nossa comunhão com o Pai eterno, a fim de que nosso relacionamento com Ele seja muito bom. Precisamos igualmente conhecer muito mais o Espírito Santo, com a importância que ele tem e deve exercer em nossa vida cristã, a fim de que o nosso relacionamento com Ele seja muito bom e muito frutífero.
Uma forma de conhecer melhor o Pai e o Espírito Santo é lermos e estudarmos algum livro que fale sobre Eles. No catecismo da Igreja Católica encontramos explicações muito ricas. Vale a pena estudá-lo.


            

15 de abril de 2015

O CAMINHA 
QUE DURA
 A VIDA INTEIRA
            Escreveu o Papa Bento XVI:“A porta da fé, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira”.
            Entrar pela porta da fé que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja’ é “embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira”. Esse é o caminha da vida cristã, vida vivida à luz da fé, auxiliada pela graça permanente de Deus, graça que se inicia no Santo Batismo e deve penetrar na eternidade, na vida eterna do céu.
            A vida cristã, vivida em comunhão com o Deus Trindade, e vivida na realidade de uma participação efetiva na Igreja, envolve toda a vida pessoal de uma pessoa, na sua infância, adolescência, juventude, vida adulta, vida matrimonial, vida familiar, vida profissional, vida social, vida de terceira e quarta idades, até a morte. A vida de amor a Deus e aos irmãos percorre todas essas fazes da vida. A fé ilumina para que essa vida cristã seja vivida de acordo com os mandamentos divinos, os ensinamentos divinos, as orientações da Igreja. Ao mesmo tempo, a graça santificante e todas as graças divinas auxiliam o esforço do batizado que se empenha por viver a sua vida cristã.
            Uma vida cristã, iluminada todos os dias pela fé, fortalecida pela graça divina e vivida na comunidade da Igreja, produz a santidade de vida que orientará de forma correta todos os relacionamentos com o Deus Trindade, com os irmãos na Igreja, com todos os membros da família de sangue, bem como todos os relacionamentos profissionais e sociais. Essa vida cristã perpassa toda a vida de um batizado e desemboca na vida eterna da comunhão perpétua com a Trindade, com os Anjos e Santos no céu.

            Diz o Papa “Este caminho tem início no Batismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele” (cf. Jo 17,

14 de abril de 2015

A ENTRADA NA IGREJA
            Escreveu o Papa. A  porta da fé  (...) permite a entrada na sua Igreja. A porta da fé que está sempre aberta para todos os seres humanos, permite entrar na Igreja. Quando alguém desperta para a fé em Jesus Cristo e nas verdades por Ele reveladas, essa pessoa pede à Igreja o Batismo. Pelo Batismo o batizando nasce para a vida nova da comunhão com Deus e com os irmãos, na Igreja.
            Jesus disse a Nicodemos. “É preciso nascer de novo! Quem nasce da carne é carne. Mas quem nasce do Espírito é espírito e vida” (Jo 3...). Esse é: 1º. um novo nascimento espiritual para Deus, pois pelo Batismo o Pai adota o batizando como Seu filho adotivo. 2º é um novo nascimento espiritual para a Igreja, para a família de Deus na terra, que é a Igreja. Ao  nascer para viver na Igreja, o batizando recebe Deus como Pai, recebe Jesus como Irmão Salvador, recebe o Espírito Santo como santificador, recebe Maria como mãe adotiva, recebe todos os batizados como irmãos na fé, recebe todos os tesouros espirituais como: a Palavra de Deus, a Eucaristia e os sacramentos, a hierarquia como serviço, a liturgia da Igreja, os sacramentais e as tradições religiosas da Igreja.
            Por todas essas conseqüências do novo nascimento para uma vida nova com o Deus Trindade e com a comunidade da Igreja, percebemos a importância do Santo Batismo.
            Essa entrada na Igreja é possível, é permitida, pela porta da fé. Entrando pela porta da fé, mediante o Batismo, a pessoa passa a viver uma vida de comunhão, de amizade  com Deus Pai, com Jesus, com o Espírito Santo e com todos os participantes da Igreja católica.
            Entrar na Igreja e viver nela é uma graça suprema, pois esse é o caminho normal para se alcançar a salvação eterna.

            

13 de abril de 2015

COMUNHÃO  COM  DEUS
Escreveu o Papa: “A porta da fé  introduz na vida de comunhão com Deus”  Essa comunhão com Deus é a finalidade primeira da religião cristã e católica. O ser humano foi criado para uma vida de amizade profunda, de verdadeira comunhão com Deus.  
A descrição do Paraíso terrestre que fala da comunhão de amor entre Deus e Adão e Eva, é uma parábola que nos pode ajudar a compreender a comunhão com Deus, no tempo do pecado. Nós estamos no tempo do pecado. Mas o Deus Trindade veio ao nosso encontro por meio de Jesus Cristo para nos resgatar, perdoar e salvar. Veio com a finalidade de restabelecer essa comunhão de amor, que leva de volta o ser humano ao paraíso de Deus. Quem vive em comunhão com Deus aqui na terra, antegoza em parte as delícias que viverá plenamente com Deus na eternidade.
A comunhão com Deus seria aquilo que chamamos de “amizade” com Deus. Sabemos o que é amizade e o valor dos amigos. Na verdade amizade é amor. Quem é amigo, ama! E quem ama é amigo! É assim a amizade com Deus Pai, com Jesus vivo e com o Espírito Santo. Precisamos nos abrir a essa amizade e cultivá-la carinhosamente. Que amigo maior e melhor poderíamos ter do que o Deus Trindade?
Deus nos amou primeiro, criando-nos, adotando-nos como filhos, doando-nos todos os dons de vida que possuímos, vindo ao nossa encontro por meio de Jesus, dando-nos o dom da fé com todas as riquezas que a fé revela, introduzindo-nos na família da Igreja, e por ela todas as riquezas espirituais.
De nossa parte,  precisamos corresponder por um amor iluminado pela fé, por uma vida de religião que se manifesta como: uma vida cristã diária iluminada pela fé e vivida nas boas obras. Ler e estudar a Palavra de Deus para alimentar a fé. Celebrar a Santa Missa dominical e realizar a Santa Comunhão, realizar encontros diários com Deus pela oração pessoal, participar ativamente da comunidade católica com todas as suas expressões de fé e amor a Deus. A comunhão-amizade com Deus Pai, com Jesus Cristo e com o Espírito Santo inunda cada vez mais o coração com todas as mais preciosas graças divinas. A comunhão com Deus é a fonte verdadeira da maior felicidade do coração humano. “Só Deus Basta”!


12 de abril de 2015

PASSAR  PELA  PORTA  DA  FÉ

Escreveu o então Papa Bento XVI: A Porta da fé (cf. At.  14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma.
            O que fazer para passar por essa porta da fé? Bento XVI diz que “É possível passar por esta porta, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma”. A fé vem do ouvir. Quando a Palavra de Deus é anunciada, quando pela palavra de Deus e pela pregação se falar muito bem de Jesus ressuscitado  e das verdades por Ele reveladas, a pessoa recebe o gérmen da fé, começa a crer, inicia a sua vida de fé, e com isso “atravessa a porta” e entra em comunhão com Deus e em uma vida cristã na Igreja.
            Diz o documento daquele Papa: É possível passar por esta porta, 1º quando a Palavra de Deus é anunciada e 2º o coração se deixa plasmar pela graça que transforma” Isto nos diz que a obediência à fé é um ato humano livre. Deus não força, não obriga a crer nEle e na vida que Ele oferece. O coração precisa “se deixar plasmar”, modelar, trabalhar, converter, transformar pela Palavra anunciada, pelo Deus anunciado na Palavra.
            Deus não força ninguém a crer. No entanto, aquilo que Ele oferece é tão extraordinário, tão importante para o ser humano, tão necessário para sua vida presente e futura que Deus chama com insistência a todos, oferecendo tudo gratuitamente. Deus  oferece uma “comunhão” de amor com Ele, como Pai criador, como Filho Salvador e como Espírito Santo santificador. Existe coisa maior do que poder viver em comunhão de vida e amizade com o próprio Deus? É Ele quem oferece essa bênção, e quem dá a fé para poder compreender e viver essa maravilha.
            Quando o coração passa pela porta da fé, aceita e crê no Deus que oferece a sua comunhão de amor, e o coração se deixa plasmar pela graça, inicia-se uma nova forma de vida, uma vida cristã. Ao ser plasmado pela graça, o coração vai sendo perdoado dos pecados, libertado de suas escravidões interiores, curado dos seus vícios, revestido de virtudes cristãs, iluminado sempre mais pela Palavra que vai esculpindo uma personalidade cristã, com uma vida cristã autêntica.
            Somos felizes por termos cruzado o limiar da porta da fé, por vivermos a comunhão com Deus e por vivermos nossa vida de fé e obras na Igreja de Jesus.






7 de abril de 2015

A PORTA DA FÉ
    A PORTA DA FÉ que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós.
            Bento XVI encontrou em Atos dos Apóstolos uma linda expressão: “A porta da fé”. Ele compara a fé a uma porta de entrada para uma realidade maravilhosa. Quem não tem fé, está fora dessa realidade. Quem recebe o dom da fé, passa por essa porta e entra nas sublimes realidades reveladas pela fé, conhece e crê nessas verdades de fé.
Imaginemos visitar uma família, num dia à noite. Nunca havíamos estado nessa casa. Fomos recebidos na porta da casa e fomos levados para a sala, que estava escura. Ao chegar à sala,  a dona da casa acendeu as luzes. Num instante, a luz iluminou toda a sala e nós pudemos ver e admirar tudo o que nela havia: as poltronas, as cadeiras, os lustres, os tapetes, os móveis, os quadros na parede, enfim tudo.
Assim é a porta da fé. Aliás, a fé é sempre representada pela luz, descrita como uma luz que ilumina o coração da pessoa. Quando alguém não tem fé, está às escuras, não consegue ver as maravilhas espirituais. Quando recebe a fé, todas as verdades de fé, ouvidas, lidas, aprendidas e acolhidas se tornam perfeitamente visíveis. E porque são visíveis, são acreditadas, o coração as aceita, as assume e nelas se alegra e agradece.
Bento XVI escreveu: “A porta da fé que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós”. A porta da fé: 1º nos introduz na vida de comunhão com Deus,  2º permite a entrada na Igreja. 3º essa porta está sempre aberta para nós.
A luz da fé ilumina Deus. Isto é, ilumina e mostra que Deus existe, que Ele é  Trindade, que Ele é único e verdadeiro, que Ele nos criou e ama como a filhos muito amados. A fé nos mostra todas as perfeições divinas. Mas o importante é que “pela porta da fé entramos em “comunhão” com esse Deus”, diz o Papa. Essa Comunhão de amor com Deus tem conseqüências maravilhosas para a nossa vida. Essa comunhão é uma convivência com o próprio Deus. Nessa convivência, Deus pode realizar plenamente sua obra de amor em nós, e pode nos conduzir pelos caminhos da vida para a salvação. Que de mais belo e maravilhoso do que podermos estar “em comunhão” com Deus e vivermos nossa vida no seu amor?
Essa porta está sempre aberta para nós. Sim, é Deus quem quer essa comunhão conosco. É Ele que tomou e toma as iniciativas para que haja essa comunhão. Nessa comunhão, Ele quer a nossa felicidade e a nossa salvação eterna, para que estejamos com Ele por toda a eternidade. Essa porta está aberta para todos os que buscam a Deus e uma vida com Deus. Deus quer a salvação de todos os seres humanos. E a quer em tão grande desejo que nos enviou o seu próprio Filho para ser o nosso Salvador.
Felizes somos nós que já passamos por essa porta que nos levou à comunhão com Deus e a uma vida com a Igreja.


4 de abril de 2015

MARIA DA RESSURREIÇÃO

Rainha dos Céus, alegrai-vos, aleluia! Porque Aquele que merecestes trazer
em vosso seio, aleluia! Ressuscitou, como disse, aleluia!

Mais do que os Apóstolos e as Marias, mais dos que os discípulos de Emaús e os quinhentos outros discípulos a quem Jesus apareceu ressuscitado, mais do que todos esses testemunhas oculares do Ressuscitado, Maria, mãe de Jesus, tinha todas as razões para se alegrar com a vitória de seu Filho sobre a morte, na Páscoa da Ressurreição.
Jesus ressuscitado, que apareceu a tantos a fim de que fossem testemunhas de sua vitória, teria aparecido também a sua Mãe? Os Evangelhos não registram. Maria teria sabido da ressurreição de seu Filho, apenas pelo testemunho dos que o viram, com Ele falaram, deram-lhe de comer, e dele receberam alimento, após a ressurreição? É evidente que não!
Embora os evangelhos não relatem, com toda certeza Jesus apareceu em primeiro lugar a sua Mãe. Nem se poderia pensar de forma diversa. Conhecendo o amor, o carinho, a gratidão e até a obediência que Jesus dedicava a sua mãe, com certeza Ele a acordou na madrugada da Páscoa para lhe dizer: “Mãezinha, acabou o luto! Mamãe, terminou a tristeza! Não se sinta mais só! Aqui estou, mamãe! Vivo, ressuscitado, vitorioso! Mãezinha, alegra-te, rejubila, pois teu Filho venceu a morte! Estamos novamente juntos, e para sempre! Ninguém mais poderá nos separar!”
Podemos imaginar a maravilha desse encontro! Podemos vislumbrar o abraço longo, as lágrimas escorrendo sobre os sorrisos felizes da Mãe! O Filho beijando o rosto e enxugando, com seus dedos, as lágrimas quentes e felizes de sua mãezinha!
Podemos intuir a transformação imediata e profunda de todos os sentimentos de Nossa Senhora. Até esse encontro, sentimentos de profunda dor por causa da prisão, da flagelação, da coroação de Espinhos, da condenação à morte, da crucificação, morte e sepultamento de Jesus, da solenidade e saudade do Filho, seu grande tesouro, morto entre dois malfeitores. Agora, pelo encontro com Jesus ressuscitado, todos aqueles sentimentos se transformam em alegria, exultação, felicidade, paz, certeza de vitória, gozo sem limites e sem fim.
Com toda certeza podemos intuir que Jesus apareceu muitas, muitíssimas vezes a sua Mãe, desde a manhã da ressurreição até a Ascensão. Intuir essas manifestações do Filho ressuscitado à Mãe, é uma lógica do imenso e incomparável amor que existia entre Jesus e Maria. Pensar o contrário é desconhecer o poder, a fidelidade e a coerência do amor que sempre uniu e une esses dois corações.
O próprio Santo Padre, num pronunciamento publico recente, com um rosto sorridente e convicto mostrado pela TV, como que querendo manifestar as suas convicções pessoais, acenou para essa tese das manifestações de Jesus ressuscitado a sua Mãezinha.
Na oportunidade da primeira Páscoa do novo século e milênio, queremos parabenizar e felicitar Maria da Ressurreição pela vitória de seu Filho sobre a morte e sobre todas as formas de mortes. Mais. Queremos unir-nos a Ela para anunciar e testemunhar que seu Filho está vivo, está conosco e no meio de nós, conduzindo-nos, como Bom Pastor; libertando-nos, perdoando-nos e nos curando, pois é nosso salvador; ensinando-nos sempre mais toda verdade que trouxe do coração do Pai, pois continua sendo o nosso mestre.
Feliz Páscoa! Felizes ressurreições em sua vida, em sua família e em sua comunidade!



2 de abril de 2015

SINAL DOS TEMPOS ?
A vocação ao sacerdócio e à vida consagrada é um chamado personalizado de Jesus Cristo, feito a uma determinada pessoa. A vocação é uma iniciativa pessoal de Jesus. É Ele quem chama. A pessoa chamada precisa dar sua resposta pessoal a Jesus, se aceita ou não o chamado para esse estilo de vida e missão.
Pode-se comprovar um novo fenômeno em quase toda a Igreja, no que se refere ao chamado de homens e mulheres, jovens e adultos, solteiros e casados, a quem Jesus está convocando para o sacerdócio ou para a vida consagrada.
O interessante é que grande parte dos chamados por Jesus para a vida consagrada não entram nas congregações e institutos tradicionais. Sentem-se chamados a integrar novas comunidades que estão sendo fundadas, bem como a entrar em novos institutos de vida consagrada e ou clerical. As novas fundações se multiplicam em toda a Igreja. Também no Brasil. Seu crescimento em número de membros impressiona.
Outro fenômeno interessante é que o Espírito Santo tem chamado a serem fundadores dessas novas instituições e comunidades, muitos leigos adultos e jovens, solteiros e até casados. A eles é que concede o carisma fundacional e a espiritualidade específica.
Há algumas dezenas de novas fundações só no Brasil. Lembro aqui algumas mais conhecidas e numerosas. A Comunidade Shalom, de Fortaleza; a Comunidade Canção Nova; o Instituto Missionários Servos de Javé; e Servas de Javé; de São Paulo; as Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, de São Paulo; A Toca de Assis, de Campinas; a Comunidade Obra de Maria, do Recife; e muitas outras.
Este novo fenômeno eclesial católico chama especial atenção para o fato de a grande maioria dessas novas comunidades e instituições clericais e consagradas nascerem dentro da espiritualidade do Espírito Santo, ou seja, dentro da espiritualidade de Pentecostes, conhecida no Brasil como Renovação Carismática. A quase totalidade dos chamados por Jesus para essas novas instituições procedem dos grupos de oração da Renovação Carismática. Jesus deve ter alguma razão particular para fazê-lo.
O Espírito Santo sempre surpreende por sua ação na Igreja. Entre 1.800 e 1.900, quando a teologia e a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus estavam em grande evidência, o Espírito Santo, por meio de seus servos escolhidos, fundou umas dezenas de congregações masculinas e femininas, todas inspiradas por aquela espiritualidade. Agora, após o Vaticano II, o Espírito Santo suscita a “sua” espiritualidade, cujo centro, fonte e foco irradiador é ele mesmo. E a partir dessa espiritualidade, está suscitando uma centena de novas instituições na Igreja.
Sinal dos tempos? Com certeza. A Santa Sé já captou esses sinais, e está dando toda atenção, por meio de uma comissão pontifícia, a fim de acolher com sabedoria e dirigir com discernimento a esse novo fenômeno suscitado pelo Espírito Santo. Oxalá a CNBB, a CRB, os bispos, bem como as congregações religiosas tradicionais saibam captar, avaliar, discernir e acolher esses sinais dos tempos, emitidos pelo Espírito Santo, pois Ele está realizando “coisas novas” na Igreja.



1 de abril de 2015

O SACERDÓCIO: 
UMA BÊNÇÃO 
PARA O POVO DE DEUS

Durante o Ano Sacerdotal houve um grande esforço em toda a Igreja para uma renovação profunda da graça da ordenação sacerdotal no coração de todos os sacerdotes. Retiros espirituais, muitas orações especiais pelos sacerdotes em toda a Igreja, muitas pregações, pronunciamentos, artigos e livros escritos sobre a importância, a santidade, a grandeza e a necessidade imprescindível dos sacerdotes na vida do povo de Deus.
O Ano Sacerdotal terminou, mas os sacerdotes prosseguem, reanimados, a “gastar gratuitamente suas vidas” para pastorear o povo de Deus. Todo enriquecimento de cada sacerdote ocorrido durante esse Ano Sacerdotal, transbordará em forma de bênçãos de toda espécie para o bem de todos os católicos por ele servidos.


Um homem feito ponte

O sacerdote é um homem escolhido por Deus, chamado por Jesus, formado pela Igreja, para ser o intermediário direto e imediato entre Deus e os seres humanos. Daí vem o nome “pontífice”, que significa um “homem feito ponte”. Ponte é uma estrutura que liga margens opostas de um rio. Sua finalidade é possibilitar e facilitar a passagem de um lado para o outro. Assim o sacerdote é a “ponte” para possibilitar e facilitar a passagem de Deus que quer chegar aos homens, e a passagem dos homens que querem chegar a Deus. O sacerdote é o “provocador” desses encontros entre Deus e os homens, a fim que Deus possa realizar a sua obra de salvação e santificação na vida do ser humano, e este possa receber todas essas bênçãos que Deus lhe tem reservado.
É muito lindo o que o Espírito Santo inspirou São Paulo a escrever sobre o sacerdócio. Na leitura dê atenção à palavra “pontífice”, pois ela veio do Espírito Santo. “Em verdade, todo ‘pontífice’ é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe compadecer-se dos que estão na ignorância e no erro, porque também ele está cercado de fraqueza. Por isso, ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos próprios pecados quanto pelos pecados do povo. Ninguém se aproprie desta honra, senão somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão. (Hb 5, 1-4)
Essas palavras bíblicas revelam a missão fundamental do ministério sacerdotal. Elas são tão explícitas e claras que dispensam comentários. Vale a pena relê-las e pesá-las.